A MotoGP dá sua largada na pista do Catar, com Marc Márquez lutando pelo hexacampeonato. |
Começou o mês de
março, e com ele, alguns dos mais relevantes campeonatos do mundo do esporte a
motor iniciam suas disputas, e neste final de semana, temos as etapas iniciais
da Indycar e da MotoGP para satisfazer a sede de emoções dos fãs da velocidade.
Começando pela disputa
nas duas rodas, a classe rainha do motociclismo, junto às suas categorias de
acesso, a Moto2 e a Moto3, iniciam hoje na pista de Losail, no Catar, os
primeiros treinos oficiais para a etapa do Catar, que abre os campeonatos das
classes de disputa do motociclismo mundial. Na MotoGP, a principal, a Fórmula 1
do motociclismo, a perspectiva é de mais um ano de boas disputas na pista,
homem a homem, pelas melhores colocações.
Marc Márquez, o novo
pentacampeão mundial, é mais uma vez o homem a ser batido, e não tenham dúvidas
de que a “Formiga Atômica” partirá em busca do hexacampeonato. Pilota para um
dos principais times da categoria, o time oficial da Honda, e está bem mais
tático e cerebral, além de continuar absurdamente rápido ao volante de uma moto.
Sem deixar de ser arrojado, Marc lutará sempre pela vitória se sentir condições
de fazê-lo, enquanto tentará sempre marcar as melhores posições possíveis se a
vitória estiver fora de alcance. Mas o pentacampeão ainda não está 100%
recuperado de uma cirurgia que fez no ombro no período intertemporadas, e ele
mesmo já admitiu que só deverá estar plenamente recuperado na segunda etapa da
competição, na Argentina, o que não significa que ele não tentará dar tudo de
si para sair de Losail provavelmente com mais uma vitória, e a liderança do
campeonato. Mas ele vai ter vários pretendentes a superar neste fim de semana
para conseguir tal intento.
E o primeiro
adversário e Márquez está bem ao seu lado, no box da Honda. É Jorge Lorenzo,
que depois de dois anos para esquecer na Ducati, onde foi superado com folga
por Andrea Dovizioso, quer restaurar seu status de piloto vencedor e campeão.
Para Márquez, que desde que estreou pela Honda sempre deixou seu antigo
companheiro Dani Pedrosa na sobra, será uma experiência interessante contar com
um companheiro de equipe que pode realmente pressioná-lo na pista. Mas isso
ainda vai depender da adaptação de Lorenzo à RC213V, e à recuperação do piloto
espanhol, que fraturou o pulso num treino particular no período
intertemporadas, precisando fazer uma cirurgia para corrigir o problema, que o
deixou de fora da sessão coletiva de testes da Malásia, e certamente lhe roubou
tempo importante para se acostumar com as reações e comportamento do novo
equipamento. Isso pode significar dificuldades adicionais para Lorenzo no
início deste campeonato, já que em tese ele estará menos sintonizado com sua
moto do que Márquez, que deve sair em vantagem no princípio. O problema pode
vir depois: se Márquez disparar na frente, a tarefa de alcança-lo será bem mais
complicada, pois Marc não é o tipo de piloto que deixa os rivais tentarem uma
reação se tiverem chance. E será um teste duro para Lorenzo: se ele levar mais
tempo do que se espera para render tudo com a moto da Honda, e levar um banho
de Márquez, sua imagem de piloto vencedor pode sofrer um estrago considerável.
E isso também leva em
consideração o ambiente interno na Honda. Lorenzo certamente não aceitará com
passividade ser superado por Márquez, e este, por sua vez, não pretende baixar
a guarda para o novo companheiro de equipe. Quanto tempo levará para o clima
entre os dois azedar tem sido uma das apostas preferidas da imprensa
especializada, dado o retrospecto de Jorge na Yamaha e na Ducati. Para
complicar ainda mais, Márquez diz que está pronto para encarar um companheiro
de equipe forte e testar sua força, e estando plenamente adaptado ao
equipamento da Honda, Lorenzo terá um desafio e tanto pela frente, com a
possibilidade de ambos soltarem faíscas se começarem a duelar roda a roda nas
corridas, disputando posição entre eles. E o público está ávido por ver este
duelo pegar fogo, e que tem tudo para ser um dos chamarizes da competição.
Depois de dois anos como vice-campeões, Andrea Dovizioso (Nº 04) e a Ducati querem o título da MotoGP. |
Na Ducati, Andrea
Dovizioso parte mais uma vez em busca do título, perdido na luta dos últimos
dois anos para Márquez. A Desmosedici continua a ser uma moto forte, e embora o
vice-campeão do ano passado mantenha uma postura mais comedida, que ninguém
duvide se ele continuar infernizando Márquez nas corridas. Mas vai precisar ser
bem constante, e não cometer erros como o do ano passado, se quiser triunfar de
vez. Ao menos o ambiente interno na Ducati será bem mais calmo e cordial, com
Danilo Petrucci ao seu lado, cujo principal objetivo será aproveitar sua
oportunidade de guiar uma moto de ponta, e se firmar como piloto do primeiro
pelotão das corridas. Com contrato para apenas este ano, Petrucci certamente
vai evitar entrar em atrito com Dovizioso, que está ajudando o novo parceiro em
tudo o que pode, demonstrando um companheirismo e camaradagem que não teve com
Jorge Lorenzo quando dividiram a escuderia.
E fica a dúvida se a
Yamaha, depois de dois anos de resultados abaixo do esperado, vai se recuperar
este ano. A julgar pelo que vimos nos testes em Losail, parece que o time dos três
diapasões conseguiu acertar o seu ritmo, e se desembaraçar dos problemas de
eletrônica e tração que os infernizou desde meados da temporada de 2017. Já nos
40 anos, Valentino Rossi ainda mostra dedicação e disposição maior que muitos
pilotos mais jovens, e mostra que ainda tem muita lenha para queimar, alinhando
consistência, experiência, e velocidade. Se o equipamento não o deixar na mão,
ele vai vir com tudo, e seu companheiro de equipe Maverick Viñalez também vai
querer mostrar o seu cartão de visitas, como fazia na Suzuki. Ficar à sombra do
“Doutor” não é uma das opções do piloto espanhol.
E o ex-time de
Viñalez, a Suzuki, parece determinada a infernizar os favoritos, já que Alex
Rins mostrou constância e velocidade nos testes de Losail, e vai querer se
intrometer na briga por pódios e quem sabe vitórias. Com um companheiro de
equipe inexperiente ao seu lado, Rins deverá concentrar as atenções da Suzuki
pelos melhores resultados, e não pretende deixar a chance escapar,
principalmente pela boa evolução que seu time mostrou do fim da temporada do
ano passado pra cá. Um pouco mais atrás, vem a KTM, que continua melhorando
pouco a pouco, e tem como meta ter na classe rainha do motociclismo o mesmo
sucesso que colecionou por anos no rali Dakar. O time austríaco já conseguiu
deixar o fim do grid para trás, mas à medida que tenta chegar mais à frente,
percebe que as dificuldades aumentam, e vai ser preciso ainda muito esforço
para conseguir destronar os rivais já estabelecidos. Mas paciência não lhes
falta, e uma hora a persistência e determinação renderão frutos. E quem sabe
consigam mostrar uma evolução mais significativa já este ano?
Vai ser um bom pega, e
com todos os ingredientes para uma disputa que promete vários duelos e
disputas. E veremos quem irá receber a bandeirada em primeiro lugar na noite do
deserto catariano neste domingo. A transmissão da prova começa às 14 horas,
pelo fuso horário de Brasília, no canal pago SporTV2, que a partir das 10:30
mostrará as provas de estréia da Moto2 e Moto3.
À tarde, é hora da
Indycar dar a largada para o seu campeonato. E ao menos para quem vai
acompanhar a transmissão pelo canal pago Bandsports, o ponto positivo é que
emissora irá exibir antes da corrida um especial sobre a temporada, primeiro às
9 da manhã, e depois às 12:30 Hrs. Logo a seguir, irá apresentar o programa
Supermotor, apresentado por Celso Miranda, com as principais notícias da semana
no mundo da velocidade, e com destaque para o campeonato da Indycar. Miranda,
aliás, reassume como comentarista das transmissões do campeonato na
Bandeirantes e Bandsports, ocupando o lugar que nos últimos anos foi de Felipe
Giaffone, que se desligou da emissora, e hoje integra a equipe do SporTV na
área de automobilismo. Eduardo Vaz, que assumiu a narração no ano passado, após
a emissora dispensar Téo José, continua narrando as corridas, e espera-se que
esteja mais familiarizado com o campeonato. Ao menos, a emissora fez a
reposição da saída de Giaffone pelo nome mais óbvio e racional, uma vez que
Miranda conhece a fundo as categorias Indy, tendo começado como comentarista na
segunda metade dos anos 1990, no SBT, quando transmitia a antiga Indy.
Tony Kanaan vai para sua segunda temporada na Foyt esperando por melhores dias. |
Quem tiver somente o
canal aberto, verá apenas a transmissão da corrida de São Petesburgo ao vivo, a
partir das 14:30, que será transmitida também pelo Bandsports. Pelo cronograma
da emissora, pelo menos 6 das 17 corridas deverão ser exibidas no canal aberto,
ficando as outras provas no Bandsports. Mas os fãs da velocidade terão uma
novidade na área de transmissão da Indycar este ano, com a entrada da plataforma
de streaming DAZN, que vai transmitir as 17 corridas da temporada 2019 para o
Brasil. O novo acordo da DAZN não afeta os direitos da Bandeirantes, já que
estes são relativos à TV, enquanto a DAZN é um sistema de streaming de
internet, que tem como destaque a transmissão de vários outros campeonatos
esportivos, como vários campeonatos de futebol mundo afora. Resta esperar que
façam um trabalho decente, oferecendo ao público fã da velocidade uma opção
além do trabalho desenvolvido pela Bandeirantes, que nos últimos anos deixou
muito a desejar, especialmente na divulgação da competição e cobertura de
notícias, e ainda tendo presenteado o telespectador com seu esquema meio roleta
russa de transmissão das corridas ora em canal aberto, ora em canal fechado.
As ruas da cidade de
São Petesburgo, no Estado da Flórida, abrem novamente o campeonato, e na luta
pelo título, a disputa deve se polarizar entre Penske, Ganassi, e Andretti, os
três principais times do grid, com especial destaque para Scott Dixon, que
contrariando as expectativas no ano passado, conseguiu manter a Ganassi viva na
disputa, e faturou o pentacampeonato, desbancando Alexander Rossi, que levou o
time de Michael Andretti de volta à disputa do título após alguns anos de
ausência, tendo ficado à sombra dos embates dos times de Chip Ganassi e Roger
Penske. E Dixon é o homem a ser batido, e não se pode bobear com o neozelandês,
que sabe aproveitar todas as oportunidades que surgem nas corridas, mesmo que
não tenha carro para disputar a vitória, como mostrou no ano passado.
Scott Dixon, da Ganassi, é o atual campeão (acima), mas vai sofrer marcação cerrada dos rivais, como Josef Newgarden (abaixo) e da Penske. |
Em contrapartida, a
Penske quer recuperar o trono de campeã, tendo ficado um pouco atrás do duelo
Dixon X Rossi, apesar de ter um trio de campeões em sua esquadra. Josef
Newgarden é um piloto que não pode ser subestimado, e Will Power também não costuma
brincar em serviço, e ambos estão ávidos por mais um título, e devem ser
adversários bem difíceis na pista. Simon Pagenaud, por outro lado, anda um
pouco apagado nos últimos tempos, mas pode acordar este ano, e lutar por mais
um título. E olhe que Roger Penske pode repensar sua decisão de ter mandado
Hélio Castro Neves para o campeonato do IMSA Wheater Tech Sportscar se o
francês tiver outro ano meio apático como 2018. Helinho, aliás, está confirmado
novamente para as corridas em Indianápolis, tanto no misto, como nas 500
Milhas, onde tentará novamente uma nova vitória.
Em tempo integral,
teremos apenas novamente Tony Kanaan e Matheus Leist como representantes
nacionais no grid, mais uma vez defendendo a Foyt Enterprises. O time iniciou
uma reestruturação no ano passado, que espera-se começar a dar frutos este ano,
embora Kanaan admita que ainda há muito trabalho a ser feito até que a
escuderia possa almejar melhores resultados. O próprio time sabe que não deu a
seus pilotos as melhores condições no ano passado, e por isso mesmo, não
hesitou em renovar os contratos de ambos, para que tenham chance decente de
mostrar o que sabem. Mas dada a competitividade da categoria, melhor não
esperar muita coisa de nossos pilotos, pelo equipamento que terão à sua
disposição.
Vice-campeão no ano
passado, Alexander Rossi quer ir à forra este ano, e desbancar Dixon, mostrando
todo o seu arrojo e combatividade. Mas ele deverá ter pela frente o trio da
equipe Penske a querer também o título, o que pode complicar a disputa, que tem
tudo para ser bem acirrada. Estes devem ser os principais protagonistas do
campeonato, não podendo esquecer que sempre existe a possibilidade de alguém
mais entrar na festa, com um pouco de sorte, e um esquema razoável de
competição dos outros times, como na Dale Coyne, Carpenter, e Schmidt-Peterson,
e até mesmo a Rahal/Letterman/Lannigan. Muita coisa pode acontecer nas 17
provas do ano.
Hélio Castro Neves disputará novamente as corridas em Indianápolis. |
Provas, aliás, que
terão como destaque a estréia das pistas de Laguna Seca e do Circuito das
Américas. Laguna Seca sediou pela última vez uma corrida de categoria Indy em
2004, na antiga Indy, corrida que foi vencida por Patrick Carpentier, da
Forsythe. Do grid atual, apenas Sebastien Bourdais, Tony Kanaan e Scott Dixon
correram lá. E a pista de Austin, que recebe a F-1 e a MotoGP, agrega agora a
principal categoria de monopostos dos Estados Unidos, numa etapa que
inevitavelmente terá muitas comparações especialmente com a F-1, por correr na
mesma pista que a categoria máxima do automobilismo.
E ainda temos a
disputa Chevrolet X Honda no campeonato, com a marca japonesa a desfrutar de um
momento de superioridade na disputa, mas sem poder relaxar, pois a Chevrolet
quer o trono de volta, e contará com a força da Penske para isso. Vai ser um
fim de semana bem cheio para o fã da velocidade, e não ficará somente nisso.
Acabaram-se as férias. E vamos para as competições de 2019! É hora de pisar
fundo!
Com as motos entrando na pista do
Catar hoje para os primeiros treinos, a Dorna confirmou a extensão da renovação
do contrato da pista de Losail para continuar recebendo a etapa da MotoGP e
suas categorias de acesso. O novo acordo garante a realização da prova até
2031, ou seja, por mais de uma década ainda veremos os competidores acelerarem
nas duas rodas no autódromo do deserto catariano, onde disputaram o primeiro GP
no já distante ano de 2004, sendo que a partir de 2008, a prova passou a ser
disputada à noite, um dos seus grandes destaques no calendário da categoria.
Na madrugada deste domingo, pelo
horário de Brasília, é a Formula-E quem acelera, em mais uma etapa do
campeonato, com a etapa de Hong Kong, na China. O traçado do ePrix do antigo
protetorado britânico tem 1,86 Km de extensão, com pelo menos uma boa reta para
se tentar ultrapassagens após um hairpin, uma vez que o restante da pista é bem
truncada e não deve ser muito favorável às ultrapassagens. E quem chega
embalado para tentar continuar sua ascenção no campeonato é o brasileiro Lucas
Di Grassi, vencedor da última etapa, na Cidade do México, que já está com os
líderes da competição em sua alça de mira, ocupando no momento a 4ª colocação.
Mas o certame dos carros de competição elétricos vem mostrando um bom
equilíbrio, com 4 vencedores diferentes até agora nas 4 corridas disputadas, e
pelo andar de alguns competidores, não será nada impossível assistirmos a um
novo vencedor diferente, dependendo do que acontecer na prova. A corrida será
transmitida ao vivo pelo canal pago FoxSports a partir das 4:30 Hrs. da
madrugada.
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