quarta-feira, 14 de junho de 2017

ARQUIVO PISTA & BOX – JANEIRO DE 1998 –30.01.1998



            Voltando a trazer uma de minhas antigas colunas, venho hoje com o texto publicado no dia 30 de janeiro de 1998. O assunto da coluna eram as perspectivas do campeonato da F-CART, a Indy original, que vinha de dois anos de supremacia da equipe Chip Ganassi, tendo acumulado os primeiros títulos de Jimmy Vasser (que acabaria sendo o seu único), e de Alessandro Zanardi. E não deu outra: Zanardi foi bicampeão, confirmando o favoritismo que ainda se devia à Ganassi, mesmo com um campeonato que acabou sendo bem disputado, embora ninguém tenha conseguido deter a escalada do italiano rumo ao bicampeonato da categoria. Aproveitem o texto, e em breve, trago mais colunas antigas por aqui...


PERSPECTIVAS DE 98

            Já estamos no fim do mês de janeiro, e as escuderias correm para se aprontar para a estréia do campeonato de competição do ano. E a F-CART não é exceção. Todos os times se movimentam para garantir sua melhor participação possível no certame que começa dia 15 de março. E semana que vem teremos o Spring Training, o teste coletivo de pré-temporada mais aguardado de todos, que poderá dar uma idéia do que os times poderão oferecer neste ano.
            Até agora, as equipes treinaram em diferentes circuitos, sem muita confrontação uns com os outros. Testes de pneus, motores, chassis, tudo está sendo trabalhado com afinco. E, mesmo sem comparações diretas, já dá para ter alguns indícios do que esperar este ano na categoria.
            De início, o mais óbvio: a Ganassi será novamente o time a ser batido em 98. Jimmy Vasser e Alessandro Zanardi terão à sua disposição o mesmo conjunto técnico de 97: Reynard/Honda/Firestone. No que se refere ao chassi Reynard, o novo modelo 981R está correspondendo às expectativas de seus usuários, que o classificaram como sendo muito melhor do que o modelo 971R usado no ano passado. Já o motor Honda, apesar de ter perdido um pouco de sua supremacia em 97, quando a Mercedes venceu a maioria das provas, parece estar de volta à sua melhor forma. O novo motor HRK já demonstrou muito mais potência e elasticidade do que o antigo HRH, que foi campeão em 96 e 97. E tudo isso sem comprometer um item básico: confiabilidade. Todos os pilotos que usam os motores japoneses estão certos da durabilidade de seus propulsores para o campeonato ser das melhores.
            E, claro, a Firestone pretende manter o seu domínio na categoria, onde conquistou os últimos dois campeonatos. Os compostos japoneses ainda continuam dando mostras de sua inegável qualidade e rapidez em vários testes, mas nada indica que a Goodyear tenha dormido no ponto, pois alguns pilotos da rival já demonstram que os novos compostos desenvolvidos pela fábrica norte-americana são infinitamente superiores aos utilizados em 97.
            No campo dos chassis, o novo Swift promete dar o que falar. Com um bom desempenho em seu ano de estréia, o Swift conseguiu ser a sensação do ano, sendo até disputado por algumas equipes rivais da Newmann-Hass, time oficial da fábrica. E agora em 98 o time de Carl Hass e Paul Newmann pretende tirar bom partido deste ano de experiência. Michael Andretti e Christian Fittipaldi ficaram muito satisfeitos com os testes até agora realizados com o novo chassi. Fica a esperança de que a Ford consiga ter feito um bom trabalho em seu motor V-8 turbo, que perdeu feio a disputa para os Honda e Mercedes em 97. E a esperança de que o otimismo da Goodyear se confirme, pois apesar dos testes iniciais terem sido animadores, o campeonato pode tomar outros rumos durante seu desenrolar.
            Já os chassis Eagle e Lola estão descartados. Do jeito que estes chassis se comportaram no último ano, e levando-se em conta a situação financeira complica da Lola, só quem quiser pagar penitência vai optar por estas marcas.
            No quesito motor, a Mercedes é quem tem enfrentado mais problemas nos testes, especialmente por causa da nova eletrônica utilizada no propulsor, desenvolvida pela Magnetti Marelli, que ainda precisa ser melhor trabalhada. Enquanto não conseguirem a afinação necessária, vários motores irão apresentar problemas, como tem ocorrido nos testes até agora.
            E o novo chassi Penske 98 ainda é uma incógnita. Nos testes feitos até agora, nenhum piloto do time conseguiu tempos expressivos. Será que a Penske vai errar novamente no projeto de seu carro este ano?
            Para desafiar o poderio da Ganassi, a primeira equipe da fila é a Walker. O time está mais afinado do que em 97, e Gil de Ferran promete dar tudo o que pode para chegar ao título, enfim. A PacWest é uma força a ser considerada, se conseguir resolver os problemas de eletrônica do motor Mercedes. A Green tem tudo para crescer, agora tendo como pilotos o canadense Paul Tracy e o escocês Dario Franchiti, e utilizando a combinação Reynard/Honda/Firestone. Já o tricampeão Bobby Rahal tenta dar uma virada em seu time e encerrar a carreira no mínimo de volta ao grupo dos pilotos vencedores, tendo Greg Moore e Patrick Carpentier como pilotos. Já o restante tentará fazer melhor do que em 97. Ah, e é claro que não poderia deixar de mencionar o poderio da Penske e da Newmann-Hass, que podem entrar firme na briga pelo título, se conseguirem acertar o desenvolvimento de seus equipamentos.
            Agora é esperar pelos resultados do Spring Training, semana que vem, em Homestead, para ter mais informações de como deverá se desenrolar a briga do campeonato de 98. Até lá.


Todas as escuderias da F-1 já estão com seus modelos 98 prontos. Esta semana foi a vez de ver os novos monopostos das equipes TWR-Arrows e Williams. Falta apenas a McLaren mostrar o seu novo MP4/13 para se completarem os lançamentos. O time de Ron Dennis marcou a apresentação do carro para o dia 5 de fevereiro.


Sábado passado tivemos a largada da F-Indy (IRL) em Orlando, na Flórida. Tony Stewart, o atual campeão da categoria, ganhou a prova, depois de largar na pole-position. Não foi uma vitória fácil: Stewart teve de travar boas lutas com alguns pilotos, como Roberto Guerrero, Budy Lazier e Mark Dismore. Os dois primeiros saíram da corrida por batida e rodada, enquanto Dismore teve de fazer um reabastecimento de emergência nas últimas voltas para não ficar sem combustível. Marco Greco e Raul Boesel, os dois brasileiros presentes na corrida, abandonaram devido a acidentes durante o desenrolar da etapa. A próxima corria é em Phoenix, no Arizona, no dia 22 de março.


Tivemos sábado passado também um acidente feio na prova de abertura da F-Ford 2000 americana, também em Orlando. Thiago Bezerra, de apenas 20 anos, bateu forte no muro em uma disputa de posição e foi direto para o hospital, em estado crítico. Até o presente momento, a situação médica do piloto brasileiro, que em sua estréia na categoria tinha largado na pole-position, não é das melhores...

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