sexta-feira, 16 de junho de 2017

HAMILTON, 65 POLES


Lewis Hamilton igualou o número de poles de Ayrton Senna e ganhou uma réplica do capacete usado pelo brasileiro em 1987. O inglês ficou muito emocionado com o presente, e por ter igualado seu grande ídolo.

            Lewis Hamilton atingiu uma marca histórica no último final de semana, ao marcar a pole-position para o Grande Prêmio do Canadá: na pista onde venceu pela primeira vez, há 10 anos atrás, o piloto inglês da equipe Mercedes conquistou sua 65ª pole-position na carreira. Lewis simplesmente igualou-se, neste quesito, a Ayrton Senna, o seu grande ídolo. De quebra, ainda recebeu, da família do tricampeão brasileiro, uma réplica do capacete utilizado por Senna na temporada de 1987, quando pilotava pela Lotus. Desnecessário dizer que Hamilton ficou literalmente sem palavras com o presente, e só não competiu com aquele capacete na corrida canadense por óbvias implicações contratuais, especialmente em relação às marcas expostas no capacete de Ayrton, totalmente incompatíveis com as expostas na equipe alemã.
            Mas, mais do que simplesmente igualar outro feito de Senna, seu grande ídolo, Lewis Hamilton ainda marcou uma pole-position arrasadora. O inglês já tinha o melhor tempo, suficiente para largar na frente na pista do circuito Gilles Villeneuve. Mas ele foi novamente para a pista, e numa volta praticamente perfeita, no melhor estilo perpetuado pelo piloto brasileiro, que sempre deixava para tentar algo nos últimos momentos dos treinos, simplesmente foi e assinalou uma volta ainda mais veloz, baixando seu tempo em cerca de 0s3. Na prática, não era preciso, mas Lewis foi lá assim mesmo, e mostrou toda a sua garra e determinação, com um carro que correspondeu ao seu esforço, e colocando uma diferença de mais de 0s7 para seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, que nunca esteve em condições de acompanhar o ritmo de Hamilton na corrida.
Hamilton largou na pole e venceu de ponta a ponta a corrida do Canadá, além de fazer a volta mais rápida, no melhor estilo de Ayrton Senna.
            O feito eleva Hamilton à segunda posição no ranking de pole-positions da história da F-1. Senna, obviamente, já ficou para trás, pois Hamilton ainda está em ação, e até o fim do ano, o inglês, que já igualou o número de títulos do brasileiro, e superou sua marca de vitórias em 2015, tendo inclusive igualado o número de triunfos de Ayrton justamente ao vencer o GP do Japão daquele ano, logo na pista onde Senna havia conquistado todos os seus títulos na F-1, deverá assumir a primeira colocação no ranking, que é de 68 poles, de Michael Schumacher. São apenas mais 3 poles, e mesmo com a disputa acirrada pelo título neste ano, frente a uma Ferrari que finalmente veio para disputar firme o título, ninguém duvida que Hamilton vá se tornar o novo recordista neste quesito.
            Em Suzuka, em 2015, Lewis já havia declarado que, daquele momento em diante, correria não apenas por ele, mas também pelo brasileiro, de quem sabia que teria números muito mais expressivos na F-1, não fosse sua morte no GP de San Marino de 1994. Bom, Hamilton já é o maior vencedor da categoria na atualidade, com 56 vitórias, 11 a mais que Sebastian Vettel, o segundo piloto mais vitorioso do momento. O recorde de vitórias, de Michael Schumacher, com 91 triunfos, ainda está longe de ser alcançado, sendo necessário, no mínimo, mais umas 3 temporadas pela frente, e se mantiver em alta sua taxa de vitórias por ano, a depender da competitividade da equipe Mercedes. Difícil, mas não impossível. Mas, no curto prazo, a meta de Hamilton é conquistar o tetracampeonato, e igualar-se neste quesito a Vettel, que também é tetracampeão, e vem lutando fortemente pelo pentacampeonato este ano.
            E, a se manter no espírito de Senna, que era ser o melhor de todos, ainda há muito chão pela frente, para desafiar os números obtidos por Michael Schumacher, que assumiu a supremacia na F-1 com a morte infeliz do brasileiro. Na prova canadense, o piloto inglês comandou a corrida como bem entendeu, e além da pole, liderou de ponta a ponta, e ainda fez a volta mais rápida da prova, bem ao estilo que Senna tanto demonstrou em várias corridas durante sua carreira na F-1. Para muitos, Lewis é hoje o piloto mais rápido da categoria máxima do automobilismo, e se não é o mais completo do grid atual (Fernando Alonso é considerado o mais completo), compensa com muito arrojo e determinação. A pole conquistada para a prova canadense pode ser considerada emblemática, e o retrospecto de Hamilton em Montreal também: foi a 6ª vitória do piloto no circuito, em 10 participações na prova, não tendo vencido a mesma em 2008 (Robert Kubica), 2011 (Jenson Button), 2013 (Sebastian Vettel), e 2014 (Daniel Ricciardo). Se Senna estabeleceu uma dinastia em Mônaco, onde também venceu 6 vezes), Lewis parece ter feito do Canadá o seu quintal, e só não é ainda o maior vencedor da corrida porque Michael Schumacher conta com 7 triunfos nesta prova, mas nada que Hamilton não iguale no ano que vem, se tudo correr bem.
            O único ponto a se considerar na comparação entre Hamilton e Senna é sobre os carros e seu excesso de eletrônica nos dias de hoje, que influem no desempenho do carro muito mais do que antigamente. Ayrton conseguia arrancar velocidade por vezes impressionante dos carros que conduzia, numa época onde a mecânica ainda era preponderante. Hoje, de certo modo, os carros precisam estar com um desempenho mais otimizado (ou diria, balanceado) entre seus sistemas para que os pilotos possam conseguir extrair deles tudo o que podem, já que a sensibilidade quando algo não está 100% é muito maior no comportamento geral do bólido. Mas, guardadas as devidas proporções, podemos dizer que Hamilton é mesmo um admirador legítimo do estilo de pilotagem arrojado e decidido do brasileiro.
            E a melhor maneira de honrar sua admiração por Senna é simplesmente fazer o que ele faria nas pistas. Hamilton já ultrapassou as marcas de Ayrton, e promete seguir adiante, mantendo o mesmo estilo que o consagrou. Esteja onde estiver, Senna certamente apreciaria os feitos de Lewis na pista. E ele não pretende parar tão cedo...


Na coluna da semana passada, comentei que uma das atividades mais divertidas do Grande Prêmio do Canadá de F-1 era a corrida de barcos entre as equipes, disputada na raia olímpica, situada atrás do paddock, que era realizada todos os anos há tempos atrás, e nos últimos anos, tinha sido esquecida. E não é que o pessoal do Liberty Media trouxe a competição de volta? Foi muito legal poder acompanhar novamente a disputa, com os mecânicos a improvisarem suas embarcações com sobras de material nos boxes, e dar duro na água, com remos, braços, e o que mais tivessem à disposição, para tentar ganhar a parada, e desta vez, a competição teve direito até a vídeo oficial e narração por parte da FOM, com uma apresentadora oficial a entrevistar alguns dos participantes. Tivemos 12 barcos na competição, com direito até o pessoal da FIA participar, em dois barcos, sendo que em um deles, estava Ross Brawn, a postos com seu megafone, enquanto os demais remavam, numa cena bem interessante. Todo mundo foi para a água, e remaram com vontade, e não faltou quem naufragasse pelo meio do caminho, como sempre acontecia com algum participante nos velhos tempos. E a vitória foi do time da McLaren, naquela que provavelmente será a única conquista do time em toda a temporada. O pessoal da Toro Rosso também fez bonito, e ficou com a segunda colocação. E os mecânicos da Sauber finalizaram em 3º lugar. E ainda teve até pódio para o pessoal, com direito a champanhe, e a música clássica que toca na cerimônia do pódio dos GPs. Realmente, muito legal, e um momento de descontração, alegria, e relaxamento entre o pessoal do circo da F-1, antes de voltar para o trabalho duro e a disputa do GP. Não há como negar que o pessoal que assumiu a categoria máxima do automobilismo está fortemente empenhado em dar uma grande arejada no ambiente estressante e fechado que a categoria assumiu nos últimos tempos. E resgatar esta atividade da corrida de barcos no GP do Canadá foi muito boa, e espero que aprova tenha voltado para ficar. É muito gostoso ver todo mundo se divertindo desta maneira, com mecânicos, chefes de equipes, pessoal da FIA, todo mundo interagindo como numa gincana escolar. Ainda há muito por fazer, mas posso dizer que estão indo numa boa direção. Que continuem assim.
A corrida de barcos na raia olímpica atrás dos boxes em Montreal está de volta, e a McLaren venceu a disputa. Muitas remadas, alguns naufrágios, e muita diversão e descontração com a participação de todas as equipes, e até do pessoal da FIA.


Max Verstappen saiu irritadinho do Grande Prêmio do Canadá, após seu carro apagar completamente, ainda no início da corrida, e o holandês já saiu atirando também contra a falta de perspectivas de melhoras de performance na Red Bull, em especial por parte da Renault, que fornece as unidades de potência utilizadas pelo time dos energéticos. Na internet, boa parte do pessoal simplesmente deu uma resposta contundente às reclamações feitas pelo piloto da Red Bull, falando que ele deveria se mudar para a McLaren para ver o que é realmente falta de perspectivas de melhora de performance. Que o diga Fernando Alonso, que numa pista onde o motor era muito exigido, ia conseguir marcar seu primeiro ponto e do time no ano, até queo motor Honda, mais uma vez, o deixou na mão, a poucas voltas da bandeirada final. Verstappen está num time onde muita gente gostaria de estar, com recursos e, apesar de tudo, uma performance decente, que só não é melhor porque Ferrari e Mercedes estão praticamente num degrau à parte. O atrevido piloto holandês ainda não consegue deixar de passar a imagem de moleque atrevido que fica emburrado quando as coisas não acontecem do jeito que ele quer... Melhor sorte na próxima corrida...


A Toyota conquistou a pole-position para a edição deste ano das 24 Horas de Le Mans. E com direito a novo recorde da pista, obtido por Kamui Kobayashi, ao volante do carro Nº 7, conseguindo o tempo impressionante de 3min14s791, batendo o recorde anterior que pertencia a marca obtida em 1985 por Hans Stuck, em uma época onde o traçado de quase 15 Km de Sarthe não possuía as duas chicanes na grande reta Mulsanne, que era de 3min14s800. A marca japonesa, aliás, vem com tudo para obter enfim a vitória na mais tradicional e famosa corrida de endurance do mundo, após perder um triunfo certo na corrida do ano passado praticamente na última volta, quando o carro nipônico liderava a disputa, entregando a vitória para a rival Porsche. E, para mostrar que não está para brincadeira, a marca também colocou seu carro Nº 8 na segunda colocação, monopolizando a primeira fila de Sarthe. O carro pilotado pelo trio Sébastien Buemi/Anthony Davidson/Kazuki Nakajima, contudo, larga com um tempo de 2s337 mais alto que o do trio Mike Conway/Kamui Kobayashi/Stéphane Sarrazin, para dar uma idéia de quão demolidora foi a volta de Kamui. Na segunda fila, em 3º e 4º, largam os únicos que podem tentar estragar a festa do time nipônico: os carros da Porsche, já que a Audi abandonou a competição ao fim do ano passado. Na 5ª posição, vem o terceiro carro da Toyota. Mas, pelo andar da carruagem, se não houverem surpresas, será difícil a Porsche conquistar sua 19ª vitória nas 24 Horas: o andamento dos modelos TS050 da Toyota tem se mostrado superior na temporada do WEC em relação aos Porsche 911, e numa pista do tamanho de Le Mans, a diferença tem sido perceptível. Lógico que, numa corrida longa como é a de Sarthe, confiabilidade também é importante, e ninguém sabe melhor disso do que a própria Toyota, pelo que ocorreu no ano passado. Mas, surpresas sempre podem acontecer, e até a bandeirada final, ninguém pode dizer com certeza quem vai ganhar essa corrida. O canal pago Fox Sports começa a transmissão da corrida das 24 Horas a partir das 9:30 da manhã deste sábado, pelo horário de Brasília, transmitindo as primeiras horas da competição, e daí em diante mostrando flashes ao longo de sua programação, para voltar em definitivo no domingo, às 8 da manhã, para as duas horas finais da prova. A narração será de Hamilton Rodrigues, com Rodrigo Mattar nos comentários, e também a participação de Edgard Mello Filho.
Kamui Kobayashi pulverizou o recorde de Le Mans e larga na pole para as 24 Horas de 2017 com a Toyota. O time japonês vem com tudo este ano.


O Brasil contará com uma participação recorde em Le Mans este ano. Ao todo, teremos 8 pilotos na pista, divididos nas classes LMP2, LMGTE-Pro, e LMGTE-Am. E seriam 9, se Lucas Di Grassi não tivesse sofrido uma fratura na fíbula, perto do tornozelo, em um jogo de futebol. O brasileiro conseguiu disputar as duas provas da F-E em Berlim no último final de semana, mas acabou vetado pelos médicos para participar das 24 Horas, e terá de passar por uma cirurgia para corrigir o problema, e se resguardar para a disputa da próxima etapa da F-E, em julho. Lucas competiria pela AF Course, na classe LMGTE-Pro. Assim, nossos representantes em Sarthe esse ano serão Nelsinho Piquet e Bruno Senna, competindo pela equipe Rebellion (mas em carros diferentes), na classe LMP2, conduzindo os modelos Oreca 07 com motores Gibson; Rubens Barrichello, estreando em Le Mans, também na classe LMP2, pela Racing Team Nederland, conduzindo o protótipo Dallara P217 com motor Gibson; André Negrão, também na LMP2, pela equipe Signatech Alpine, ao volante do modelo Oreca 07-Gibson; Pipo Derani e Tony Kanaan, na classe LMGTE-Pro, pela equipe Ford Chip Ganassi, com seus carros Ford GT; Daniel Serra defenderá a equipe oficial da Aston Martin na LMGTE-Pro, conduzindo o Aston Martin Vantage GTE; e fechando a lista, temos Fernando Rees, na classe LMGTE-Am, defendendo o time Larbre, ao volante de um Chevrolet Corvette. No grid, o carro de Bruno Senna é o mais bem colocado, na 10ª posição; a seguir, Nelsinho Piquet largará em 11º; André Negrão sairá de 14º; Rubens Barrichello é o 23º; Daniel Serra parte em 32º; Pipo Derani na 40ª posição; Tony Kanaan em 43º; e Fernando Rees larga em 45º. Boa sorte a todos os participantes, e que possam chegar ao final da corrida.
Rubens Barrichello é um dos brasileiros que disputará as 24 Horas de Le Mans pela primeira vez, na classe LMP2.

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