quarta-feira, 15 de março de 2017

ESPECIAL FÓRMULA 1 2017



            Estamos a pouco mais de uma semana do início da temporada da Fórmula 1, com muitas esperanças de que o campeonato deste ano seja mais disputado e emocionante do que foi nos últimos anos, dominados primeiro por Red Bull, de 2010 a 2013, e pela Mercedes, de 2014 até o ano passado. Portanto, hora de conferir uma matéria especial com os pormenores do que a categoria máxima do automobilismo terá de novidade este ano, além de um balanço da apresentação dos times, e as novidades técnicas. Uma boa leitura a todos...


F-1 2017:  SOB NOVA DIREÇÃO E COM MUDANÇAS TÉCNICAS

Agora sob administração do Grupo Liberty Media, e com carros projetados sob novas regras técnicas, a Fórmula 1 tenta recuperar a competitividade e o prestígio de seus melhores dias. Conseguirá?

Adriano de Avance Moreno

O campeonato de Fórmula 1 de 2017 está para começar. Comecem a acelerar suas torcidas...
            A F-1 inicia no final da próxima semana um novo período em seu campeonato. Não apenas na direção, agora sob o comando do grupo norte-americano Liberty Media, depois de décadas sob comando de Bernie Ecclestone, mas também com um novo regulamento técnico visando devolver a emoção e as disputas à categoria. Mas não se deve criar expectativas em demasia. O Liberty Media assumiu a direção da categoria máxima do automobilismo apenas no início deste ano, e há muitos contratos a serem respeitados até o seu momento de renovação, o que impede que a F-1 sofra mudanças significativas na sua gestão por ora. Da mesma forma, as novas regras técnicas não garantem que o campeonato seja exatamente mais disputado. Até o momento, o que se viu nos testes da pré-temporada foi que o principal intuito das novas regras, que era deixar os carros mais velozes, foi atingido.
            Mas, com relação a melhorar as disputas na pista, tirando o fato de a Ferrari aparecer em tese com força para incomodar, e talvez desafiar efetivamente a Mercedes, tudo indica que na frente, as disputas podem não melhorar tanto quanto se almejava. O time alemão, campeão nas últimas três temporadas, continua extremamente forte, e ainda é a escuderia a ser batida. A novidade é que o atual campeão, Nico Rosberg, surpreendeu a todos uma semana após conquistar o título, e anunciou que estava pendurando o capacete. Com isso, o time campeão dos últimos três anos precisou arrumar um novo piloto, e na operação, acabou trazendo Felipe Massa de volta para a F-1, já que a equipe Williams ficou sem o finlandês Valtteri Bottas, escolhido para ocupar a vaga de Rosberg no time alemão.
            A Ferrari mostrou serviço na pré-temporada, e deixou todo mundo entusiasmado com a possibilidade do time vermelho bagunçar o coreto dos prateados e enfim devolver alguma emoção à categoria, que nos últimos três anos teve de se acostumar a acompanhar a disputa doméstica entre os pilotos do time da Mercedes, com dois títulos conquistados por Lewis Hamilton e um por Rosberg. Maior campeão em número de títulos entre os pilotos atuais, Sebastian Vettel ficou entusiasmado com as possibilidades, mas prefere manter os pés no chão e jogar a responsabilidade pelo favoritismo para os rivais da Mercedes, que por sua vez, afirmaram que a Ferrari é quem tem o carro mais rápido. Quem está blefando, e quem está escondendo o jogo?
            Logo atrás, deve vir a Red Bull, que não demonstrou a força que todos esperavam, e deve começar a temporada um pouco atrás de Mercedes e Ferrari, mas que pode surpreender já na Austrália, e possui uma dupla aguerrida e combativa, com o experiente Daniel Ricciardo, e o espevitado Max Verstappen, que agora plenamente entrosado na Red Bull, deve dar mais trabalho do que nunca a todos na pista, partindo para cima sem a menor cerimônia, e propenso a arrancar ultrapassagens no braço e no grito, se necessário.
            A briga no pelotão intermediário tem tudo para ser boa. Nada menos do que Williams, Force India, Renault, Toro Rosso e Hass devem duelar ferozmente pelas melhores posições do bloco. Pelo que demonstrou em Barcelona, o time de Frank Williams deve vir bem mais forte do que no ano passado, e reconsolidar sua posição de melhor time depois de Mercedes, Ferrari e Red Bull. A decepção fica por conta da McLaren, com o time de Woking tendo novamente problemas com a Honda, que ao invés de evoluir, parece ter andado para trás no projeto de sua nova unidade de potência, quando todos esperavam que os japoneses pudessem finalmente disputar um campeonato decente em sua retomada parceria de tanto sucesso nos anos de 1988 e 1992 com o time inglês.
            As disputas deverão ficar mais eletrizantes este ano com as novas regras técnicas adotadas, com carros maiores, com pneus mais robustos e maiores, e muito mais downforce, o que deverá fazer com que os bólidos sejam muito mais rápidos, mas também deverão dificultar ainda mais as disputas de posição.
            As disputas de posição também deverão se tornar mais intensas em virtude de mudanças nas regras do regulamento, que a partir de agora o piloto que der causa a um acidente só será realmente punido se sua culpa for francamente comprovada. A medida visa deixar os pilotos, que muitas vezes pensavam duas ou três vezes antes de efetuarem certas manobras, mais livres para arriscarem mais nas disputas, já que antes qualquer manobra poderia ser punida pelos comissários, o que contribuía para depreciar as disputas, já que ninguém queria tomar uma punição por coisas banais, como chegou a acontecer. Doravante, os pilotos estarão mais livres para serem mais agressivos na luta por posições dentro da pista, o que ajudará o show a melhorar, pois o público quer ver mesmo é briga por posições na pista.
            A nova direção do Liberty Media já começou a arejar um pouco a F-1, permitindo na pré-temporada que os times e os pilotos usassem as redes sociais para mostrarem seu trabalho na pista, com a exibição de vídeos curtos e interação com os fãs, algo completamente repudiado na gestão de Bernie Ecclestone, que ignorava o potencial da internet para divulgar a categoria máxima do automobilismo. Ainda serão estudadas e tomadas novas atitudes para aproximar a F-1 do público jovem, e fomentar a renovação da base de fãs ao redor do mundo, algo muito necessário para a manutenção do status da categoria como principal campeonato automobilístico do mundo.
            Um ponto que foi alterado é a regra de largada em caso de chuva, que até o ano passado, obrigava os carros a partirem atrás do Safety Car, até que as condições da pista fossem consideradas seguras, o que gerou inúmeras críticas pela postura excessivamente prudente da FIA, tachando a categoria de “mariquinha” ou “amedrontada”, lembrando que antigamente os pilotos partiam para a corrida, sem frescuras.
Agora, a nova regra ainda faz os carros largarem atrás do Safety Car, mesmo que estejam com os pneus de chuva. A primeira volta será considerada uma volta de apresentação adicional, não contando para a distância de corrida. O piloto que porventura tenha se atrasado na formação do grid poderá ultrapassar os demais carros para assumir sua posição de largada original, mas caso não seja possível, deverá largar do pit-lane. Pilotos que tiverem que largar dos boxes também poderão circular atrás do Safety Car visando analisar as condições do asfalto, mas caberá ao piloto fazer uso desse direito. Caso opte por esperar no pit-lane, quando a prova tiver o início autorizado, ele alinhará na saída de box e partirá atrás de todos, como de costume. Se durante o período inicial do Safety Car algum piloto decidir ir aos boxes, ele terá de largar da saída dos mesmos quando a prova tiver seu início autorizado, e quando o carro de segurança for para o pit, os pilotos não poderão segui-lo ao box para efetuar troca de pneus. A infração resultará em punição de stop & go de 10 segundos. Assim que a direção da prova autorizar o início da corrida, o safety-car deixará a pista, e os carros alinharão no grid, para a largada parada convencional. Caso as condições ainda sejam ruins, a direção da prova poderá chamar os carros para o pit-lane, e neste caso, não haverá uma segunda tentativa de partir do grid, com a prova sendo iniciada sob as regras tradicionais do safety-car. Ainda não é o que muitos esperavam, mas é um passo na direção certa.
            Novas regras de disputa da competição deverão ser introduzidas a partir do ano que vem, sem mexer exatamente no aspecto técnico, mas no esportivo, procurando dar mais liberdade às atuações dos pilotos na pista, procurando incentivar mais as disputas, e atrair mais a atenção dos torcedores e telespectadores, que não querem ver corridas burocráticas, mas disputas ferrenhas e acirradas dentro da pista. Nada de ficar de tocaia esperando por um erro do adversário, o pessoal quer ver os pilotos no ataque.
            Confiram agora um panorama mais detalhado de como a F-1 se apresentará nesta temporada, bem como o que esperar de seus times para 2017...

AS NOVAS REGRAS TÉCNICAS PARA 2017

Os carros da F-1 ficaram maiores, e muito mais rápidos este ano.
            Visando reequilibrar as disputas na categoria, que desde a introdução das novas unidades híbridas de potência ficaram marcadas pelo domínio da equipe Mercedes, foram estabelecidas novas regras visando tentar diminuir a importância que os novos motores passaram a ter na F-1. Numa atitude inédita até então na história da categoria máxima do automobilismo, as novas medidas técnicas implantadas têm o objetivo de otimizar a performance dos carros, e não reduzi-las, como sempre foi feito até hoje.
            Estima-se que o ganho aerodinâmico dos carros com as novas medidas seja em média de 30%, variando de acordo com as soluções adotadas pelos projetistas de cada escuderia em sua interpretação do novo regulamento técnico. O primeiro ponto a ser notado é o tamanho dos carros, que ficaram 20 cm mais largos do que eram, passando dos 180 cm para 200 cm. O assoalho dos monopostos também foi ampliado, de 140 cm para 160 cm, também com 20 cm a mais de largura.
            A maior área dos carros também oferecerá maior resistência à passagem do ar nas retas. Para ajudar a canalizar melhor o fluxo aerodinâmico, a asa dianteira ficou 15 cm maior, passando de 165 cm para 180 cm. A largura da asa também aumentou, passando de 16,5 para 18 cm, de forma a incrementar a área de apoio de geração de downforce para compensar a perda de apoio aerodinâmico pelo ar “sujo” que vier à frente.
            Os pneus também serão maiores a partir desta temporada. O objetivo é que os novos compostos ofereçam maior aderência aos carros, tentando compensar o aumento do downforce gerado, que pode também tornar os carros mais sensíveis ao fluxo do ar “sujo” dos carros que vão à frente, o que dificultaria as disputas de posição. Os compostos dianteiros passaram dos 24,5 cm para 30,5 cm de largura, enquanto os pneus traseiros, de 32,5 cm, terão 40,5 cm de largura. E não será apenas no tamanho que os novos pneus serão diferentes dos utilizados até 2016: para aguentar as novas cargas aerodinâmicas dos carros, bem como o maior peso do monoposto, os compostos serão bem mais resistentes e menos sensíveis. Até o ano passado, os pneus se superaqueciam quando o piloto passava muito tempo atrás do carro à frente, pelo fluxo de ar sujo ser também mais quente. Como a temperatura dos pneus aumentava, eles perdiam aderência, e comprometiam os esforços dos pilotos em chegar no concorrente logo à frente para tentar a ultrapassagem. Os novos pneus para 2017, nos testes realizados até agora, mostraram-se muito menos sensíveis ao superaquecimento, e em tese, permitirão que o carro que venha atrás continue mantendo seu nível de aderência por mais tempo, oferecendo melhores condições de disputa para eventuais ultrapassagens.
Os novos carros da F-1 em 2017 deverão ser muito mais difíceis de se ultrapassar. Em Barcelona, Felipe Massa, mesmo com um carro muito mais veloz, não conseguiu ultrapassar a Sauber. Emoção nas corridas pode diminuir.
            A traseira dos monopostos também ganhou novas dimensões. O difusor, principal peça de aderência da parte traseira dos carros, ganhou 5 cm a mais na sua altura, passando de 12,5 cm para 17,5. A peça também terá de começar 17,5 cm à frente do eixo traseiro. A asa traseira, por sua vez, ficou mais baixa: antes, sua altura era de até 95 cm de altura em relação ao assoalho, e este ano não poderá ultrapassar os 80 cm de altura. Em compensação, a asa ganhou tamanho, passando dos 75 cm para 95 cm de comprimento, podendo gerar maior aderência em parceria com as novas medidas dos difusores.
            O aumento do tamanho dos carros também se reflete no seu peso conjunto. Até o ano passado, o peso mínimo dos carros era de 702 Kg, sem o piloto. A partir desta temporada, o novo limite mínimo será de 728 Kg. Deste aumento de 26 Kg no peso total, 6 Kg serão devidos às novas dimensões dos pneus, mais pesados do que os anteriores.
            A fim de aumentar a margem de performance também, e permitir que os pilotos e equipes exijam mais das unidades de potência híbridas, os tanques de combustível nos carros ganharam novas medidas, podendo armazenar até 105 Kg de combustível, ante o limite anterior de 100 Kg. Com a possibilidade de terem um pouco mais de combustível à disposição na corrida, os pilotos poderão acelerar com mais força seus motores, tornando as corridas mais velozes. E, em tese, mais disputadas, sem que os pilotos tenham receio de economizar combustível, como nas últimas temporadas.
            As novas regras técnicas, contudo, podem ter o efeito colateral nefasto de dificultar sobremaneira as ultrapassagens na pista. Ao aumentar a carga aerodinâmica dos carros, aumentou-se também sua sensibilidade ao fluxo de ar, e na turbulência do ar “sujo” gerado pelo bólido que vai à frente, os pilotos terão muito mais dificuldades para conseguir “colar” no concorrente e efetuar a ultrapassagem. Felipe Massa ficou atrás de um carro da Sauber durante os testes da pré-temporada, em Barcelona, e mesmo com um carro capaz de andar 1s5 mas rápido, simplesmente não conseguiu efetuar a ultrapassagem. Fora o fato de que os novos pneus, apesar de maiores, destinados a dar maior apoio e aderência aos carros, também não terem a mesma aderência, uma vez que são muito mais duráveis e resistentes, não apenas para aguentar a carga aerodinâmica maior, mas também o peso adicional que todos os monopostos terão a partir deste ano. Os novos pneus também permitem, juntamente com o maior downforce gerado pelos carros, frear bem mais dentro da curva, diminuindo a distância de frenagem, e também tornando bem mais complicada a disputa de ultrapassagens nas freadas de curva. De fato, algumas curvas, que até o ano passado precisavam ser feitas com uma pequena pausa no acelerador, ou freada, agora poderão ser feitas de pé embaixo.
Os pneus continuam a ser diferenciados como ultramacios, supermacios, macios, médios e duros, além de haver os pneus intermediários, para chuva fraca, e o pneu de chuva. Os times continuarão a ter 3 tipos de compostos diferentes para o fim de semana, com a obrigação de utilizar dois deles na corrida.

O CAMPEONATO E OS PILOTOS EM 2017

A etapa da Alemanha está de fora do campeonato de 2017, mais uma vez.
            A temporada deste ano terá 20 corridas, sendo que o calendário será praticamente igual ao do ano passado, com exceção da etapa da Alemanha, que não conseguiu dar garantias ao seu GP neste ano. A montagem da temporada de 2017 foi a última comandada por Bernie Ecclestone, que vinha privilegiando corridas em lugares do mundo que aceitassem pagar as altíssimas taxas exigidas pela FOM. O grupo Liberty Media, que assumiu o comando da categoria, pretende estabelecer um melhor equilíbrio entre as corridas ditas “tradicionais” e as etapas fora da Europa, e para 2018 já está acertada a volta do Grande Prêmio da França, há uma década ausente da categoria, e na pista de Paul Ricard, que sediou pela última vez um GP em 1990. Os planos também são de retomar a etapa da Alemanha no próximo ano.
            Novamente, a Austrália abrirá a competição, em Melbourne, no tradicional circuito montado dentro do Albert Park. E o encerramento, novamente se dará em Abu Dhabi, no final de novembro, com o GP do circuito de Yas Marina. Com relação aos australianos, a cidade de Adelaide, antiga sede da prova australiana, iniciou estudos para tentar sediar novamente a corrida, disputada no circuito urbano pela última vez em 1995, e desde então, usada para sediar etapas da V8 Supercars, tradicional campeonato de turismo da Austrália. Mas, por enquanto, a prova segue firme em Melbourne.
            Muito provavelmente este será o último Mundial com a etapa da Malásia. Depois de 20 anos participando da competição, os malaios decidiram que a relação custo/benefício da F-1 não está compensando, e ao fim do atual contrato, não pretendem renová-lo. Singapura deve seguir o mesmo caminho, o que abriria vagas no calendário para o retorno de França e Alemanha, mantendo o número atual de 20 provas por ano. Mas, se o Liberty Media oferecer melhores condições de negociação e custos, pode até haver a manutenção destas corridas. Tudo dependerá de como os novos gestores da categoria máxima do automobilismo se posicionarem a respeito.
            Em relação aos pilotos, a F-1 terá apenas um estreante de fato em 2017: o canadense Lance Stroll, cujo pai possui uma das maiores fortunas de seu país, e não economizou para conseguir que o filho estreasse por um bom time na categoria máxima do automobilismo, inclusive comprando um monoposto da Williams de dois anos atrás e custeando sessões de teste particulares com dinheiro próprio, de maneira a preparar o filho para a empreitada máxima de sua carreira de piloto, como o mais novo contratado da escuderia de Grove, e com apenas 18 anos. Mas mesmo essa preparação não impediu o jovem Lance de cometer algumas barbeiragens na primeira semana de testes em Barcelona, inclusive batendo o carro e fazendo o time perder o último dia da primeira sessão de testes coletivos. A Williams, em virtude das críticas ao seu novo piloto, precisou vir em sua defesa, justificando o noviciado de Stroll como causa dos erros de pilotagem cometidos, e alimentando a eterna discussão do assunto “piloto pagante” na categoria, um tema que até mesmo Ross Brawn admite poder ser um fator negativo para a imagem da F-1, em que o dinheiro conta mais do que o talento, mas infelizmente imprescindível para a sobrevivência de alguns times, que não conseguiriam fechar seus orçamentos sem o apoio trazido por estes pilotos.
Bottas: agora com a Mercedes, em busca das primeiras vitórias, e quem sabe, o título da F-1.
            A mudança mais drástica foi a ida de Valtteri Bottas da Williams para a Mercedes, sendo o novo companheiro de Lewis Hamilton no time prateado, ocupando o lugar do recém-aposentado campeão Nico Rosberg, que surpreendeu a todos com o anúncio de que penduraria o capacete uma semana após encerrar o certame de 2016. Precisando urgente de um piloto experiente e confiável, a Williams conseguiu demover Felipe Massa de sua aposentadoria, e o brasileiro estará no grid defendendo por mais uma temporada, e talvez mais, o time de Grove. Ferrari, Red Bull e Toro Rosso mantiveram suas duplas. Na Renault, Kevin Magnussen foi substituído por Nico Hulkenberg, enquanto o dinamarquês foi ocupar o lugar de Esteban Gutierrez na Hass, que manteve Romain Grossjean. O time da fábrica francesa manteve Jolyon Palmer para 2017.
            Na McLaren, Fernando Alonso seguirá seu calvário no time de Woking, tendo como companheiro o belga Stoffel Vandoorne, que o substituiu na etapa do Bahrein de 2016. A Force India manteve o mexicano Sergio Perez, e agora conta com o francês Steban Ocon, provindo da finada Manor. Na Sauber, o time despediu o brasileiro Felipe Nasr e manteve o sueco Marcus Ericsson, e conta agora com Pascal Wehrlein, visando futuros entendimentos com a Mercedes, se o time suíço sobreviver a 2017.

AS ESCUDERIAS DA F-1 2017:

Mercedes - Meta é manter a supremacia das últimas temporadas

A Mercedes ainda deve ser o time a ser batido, mas pode ter companhia na disputa das primeiras posições das corridas.
            Depois de dominar a F-1 nas últimas três temporadas, os anseios de boa parte dos torcedores, com a adoção das novas regras técnicas, era tentar brecar a supremacia do time alemão e tentar devolver um pouco de emoção à categoria, com a possibilidade dos outros times equilibrarem a disputa. A julgar pelos resultados da pré-temporada, os resultados até podem ter sido atingidos, mas não dá para saber a que ponto a Mercedes será realmente desafiada nas pistas de 2017.
            O clima de tranquilidade visto nos boxes da escuderia foi particularmente preocupante para os demais times, uma vez que nada de anormal parecia estar acontecendo, mesmo quando a Ferrari parecia apresentar uma performance mais contundente. Iniciou-se um jogo de empurra-empurrra nas declarações de ambos os times, com a Mercedes a afirmar que o time italiano está em melhor forma, e este rebatendo dizendo que a Mercedes está escondendo seu real potencial. É verdade que, se a performance do novo W08 estivesse realmente para ser desafiada, eles não estariam assim tão calmos. Mas claro, fica a dúvida se a Mercedes conseguiu realmente fazer seu jogo de cena, ou não está dando o braço a torcer para não demonstrar fraqueza.
            Só que, mais uma vez, a confiabilidade do novo modelo W08 assustou a concorrência. O conjunto construído em Brackley, equipado com a mais nova versão da unidade de potência V-6 híbrida, que segundo as más línguas, já atingiu os mil HPs de potência, enfrentou problemas mínimos nos 8 dias de testes em Barcelona, e foi o carro que mais rodou, com nada menos do que 1096 voltas, ou praticamente 16,6 vezes o percurso do GP da Espanha. Os dois pilotos do time andaram longos períodos com todos os tipos de pneus disponíveis, experimentando os mais diversos ajustes e configurações, e em poucas ocasiões foram para tentar marcar os melhores tempos. Valtteri Bottas, o substituto de Nico Rosberg, foi quem fez o melhor tempo dos carros prateados, ficando com o 3° melhor tempo do cômputo geral da pré-temporada, e espera-se do finlandês que ele dê luta contra Lewis Hamilton, a quem muitos temem nadar de braçada rumo ao seu 4° título este ano, caso se confirme a performance superior potencial do modelo W08.
            O time adotou a tática de andar com seus dois pilotos todos os dias, revezando-os entre as manhãs e as tardes, fazendo diversas comparações e obtendo diversos dados. E o fato de ter rodado quase 200 voltas a menos do que no ano passado não parece indicar que o time prateado tenha perdido sua excelência. E, para piorar, para o lado da concorrência, James Allison, que acabou saindo da Ferrari no ano passado, é a mais nova contratação do staff técnico de Brackley, mostrando que a área de projetos da escuderia não ficará menos forte este ano.
            Com ou sem concorrência, a meta da Mercedes é manter a sua supremacia. Depois de perder o título no ano passado para Nico Rosberg, Lewis Hamilton está decidido a mostrar que a temporada passada foi um ponto fora da curva, e vai vir com tudo o que pode desde o início. O objetivo não é apenas espantar os concorrentes, mas dar uma demonstração cabal a seu novo companheiro de equipe que sonhar com o título vai exigir mais do que o finlandês imagina. O time experimentou algumas atualizações que, segundo eles, não foram exatamente produtivas como se imaginava, mas novas atualizações estarão disponíveis já para a Austrália, e nada impede que a escuderia tenha acertado seus pontos pendentes até lá.

Ferrari – Preparada para surpreender?

Kimi Raikkonen marcou o melhor tempo da pré-temporada em Barcelona e deu um susto na concorrência. Será que agora a Ferrari vai mesmo para cima?
            A pré-temporada do ano passada indicava que, depois de um ano colocando a casa em ordem em recuperando a forma, a Ferrari partiria para tentar enfim disputar o título, desafiando a toda-poderosa Mercedes na temporada de 2016. Ledo engano: bastou o campeonato começar para os italianos se darem conta de que a situação seria ainda mais complicada do que em 2015. E tudo iria piorar ainda mais com a competição em andamento, uma vez que o carro da Ferrari começou a perder rendimento no duelo com a Mercedes, e na segunda metade do ano, eles acabaram superados pela Red Bull, que sempre evoluindo, terminou o ano como segunda força da F-1. Parte da falta de desentendimento se deveu à direção da Ferrari ter dispensado James Allison e seu time de engenheiros, e resolvido montar um grupo completamente novo, “prata da casa”, para tentar achar novamente o rumo.
            Cientes de terem comemorado antecipadamente, os ferraristas resolveram fazer uma revolução interna no staff técnico, que muitos julgaram complicar as chances do time de Maranello este ano, uma vez que tamanhas mudanças internas no time poderiam mais complicar do que ajudar o time a evoluir. Mas, eis que o modelo SF70-H, com o qual a escuderia comemora 70 anos de sua fundação por Enzo Ferrari, aparentemente nasceu muito bem, mostrando-se não apenas confiável, mas também extremamente rápido. Tão rápido que atraiu olhares curiosos de integrantes de todos os outros times no paddock de Barcelona, o que significa que os tempos obtidos não são exatamente “fogo de palha”. Mas, justiça seja feita, boa parte do projeto do carro deste ano já estava encaminhado justamente pelo grupo de Allison, ao qual o novo grupo de engenheiros soube dar prosseguimento, sem perder o fio da meada, o que seria muito fácil se levando em conta as drásticas mudanças técnicas que o time passou no segundo semestre do ano passado. Fica a dúvida se eles saberão desenvolver a contento o projeto daqui em diante. Por enquanto, parece sobrar otimismo, ainda que contido, no time de Maranello.
A escuderia italiana, aliás, completou 102 voltas a mais de rodagem em Barcelona este ano do que em 2016, com um total de 956 voltas, com direito a Kimi Raikkonen fechar os treinos com o melhor tempo de toda a pré-temporada, com 1min18s634, quase 0s4 mais rápido que o segundo melhor tempo, não por coincidência, de seu companheiro Sebastian Vettel, que havia sido o mais rápido no penúltimo dia de testes.
            A dupla de pilotos da Ferrari falou pouco com os jornalistas, em virtude da imposição de uma “lei do silêncio” no time por parte da direção da escuderia, procurando evitar o clima de oba-oba demonstrado em 2016, mas tanto Vettel quanto Raikkonen não conseguiram esconder a satisfação com a performance do novo carro. Se Sebastian procurou ainda desconversar um pouco, ao afirmar que a Mercedes ainda é o time a ser batido e está escondendo o jogo, por outro lado, quando marcou seu melhor tempo e de todos os treinos, Kimi afirmou que poderia ser ainda mais rápido. E o “Homem de Gelo” não é de ficar entusiasmado à toa, portanto, é mais do que certo que o time rosso vem realmente forte para esta temporada, em muito melhor forma do que no ano passado. Resta saber exatamente em que ponto está a performance real do novo SF70-H. Precisaremos esperar de fato até a prova da China para verificarmos se a Ferrari virá realmente para cima, ou se não será fogo de palha, uma vez que a pista da Austrália, por vezes, pode dar idéias equivocadas da performance de alguns carros.
            Mas que todo mundo já considera observar a Ferrari com mais cuidado, isso já é realidade. Se vai ser um susto efêmero ou firme, ainda veremos.

Williams - Tentando voltar ao rumo certo

O novo modelo FW40 da Williams mostrou confiabilidade, e nas mãos de Felipe Massa, velocidade. Time deve batalhar para ser a terceira força da temporada, mas a parada pode ser difícil, dependendo dos concorrentes.
            O time de Frank Williams conseguiu renascer em 2014, o primeiro ano da nova era dos motores turbo híbridos da F-1. Além do excelente propulsor da Mercedes, o melhor da categoria, o projeto do carro, feito por uma renovada área técnica do time de Grove, conseguiu projetar um excelente carro que terminou aquele ano como o melhor do grid, atrás da campeoníssima Mercedes. Mas, de lá para cá, o time foi decaindo, mantendo um conservadorismo que foi amainando os ânimos de quem esperava ver o time continuar disputando as primeiras colocações, e quem sabe, voltar a vencer, em que pesasse o domínio da escuderia de Lewis Hamilton e Nico Rosberg.
            A temporada do ano passado mostrou que a escuderia precisava trilhar um novo caminho, ao ser superada com facilidade pela Ferrari e Red Bull, e no final, até mesmo pela Force India. Com o novo conjunto de regras técnicas entrando em vigor, a oportunidade se mostrou. E, com o reforço financeiro proporcionado pelo pai do jovem canadense Lance Stroll, a Williams teria um orçamento mais adequado para desenvolver o novíssimo FW40, carro com o qual Frank Williams comemora as 4 décadas de sua escuderia de F-1 com seu nome. Criticada por ser excessivamente conservadora no projeto dos carros de 2015 e 2016, o time parece ter conseguido produzir um monoposto bem mais eficiente para esta temporada, colocando o time do velho Frank de volta ao rumo certo.
            Com a aposentadoria de Nico Rosberg, a Mercedes contratou Valtteri Bottas, e a Williams aproveitou para capitalizar em cima disso, obtendo um desconto considerável no pagamento dos motores alemães para esta temporada, ao mesmo tempo em que precisou ir atrás de Felipe Massa para fazer o brasileiro desistir de sua aposentadoria. O incremento financeiro com a operação para liberar Bottas rendeu à Williams condições financeiras que certamente permitirão recursos para desenvolver a contento o novo carro, que nos testes, nas mãos de Massa, mostrou-se rápido e fiável. Talvez não o suficiente para desafiar Mercedes e Ferrari numa luta por vitórias, mas muito mais competitivo do que o do ano passado.
            Os maiores problemas enfrentados pelo time durante os testes foram a inexperiência de Lance Stroll, de apenas 18 anos, cujas escapadas de pista custaram um bom tempo à escuderia, que não pode trabalhar a fundo no FW40 na primeira sessão de testes. Felizmente, nada de errado ocorreu na segunda sessão de testes, com ambos os pilotos a acumularem quilometragem expressiva, e Felipe a obter um tempo significativo. Mas o brasileiro, assim como o time, não querem criar falsas esperanças: eles tem plena consciência de que estão competitivos, mas é preciso ver a real forma de suas rivais mais diretas, a fim de descobrirem em que patamar se encontram. Com a óbvia superioridade de Mercedes e Ferrari, a esperança é pelo menos conseguir fazer frente à Red Bull, que não impressionou muito nos testes, mas que não pode ser subestimada. A meta é começar o ano de forma competitiva e não perder rendimento quando os rivais aprimorarem seus carros, mantendo sua performance em franca evolução durante todo o ano.

Red Bull – Otimismo precipitado?

A Red Bull era cotada para ser a principal adversária da Mercedes, mas o novo RB13 parece que ainda precisa de um maior desenvolvimento para colocar o time austríaco na luta por vitórias. Mas não se pode subestimar a capacidade de desenvolvimento da escuderia.
            Quando as novas regras técnicas foram anunciadas, há quase dois anos, muitos imaginaram que era a deixa para a Red Bull, que tem Adrian Newey, o mago da aerodinâmica, restabelecer sua força, perdida desde que a introdução das novas unidades de potência híbridas revelaram o desnível existente entre a Renault e a Mercedes. E, se no ano passado, com a evolução da unidade da Renault, o time dos energético conseguiu voltar a impressionar, ainda que não tenha desbancado a Mercedes, todo mundo apostava que este ano a história seria diferente.
            Mas os resultados apresentados em Barcelona, se não foram ruins, estiveram aquém do que muitos esperavam. Max Verstappen ainda conseguiu, no último dia de testes, se aproximar das melhores marcas, mas o time austríaco treinou cerca de 133 voltas a menos do que no ano passado, em virtude dos problemas enfrentados no carro e no motor, que se não foram graves, ainda assim fizeram com que fosse perdido tempo precioso de pista, o que a deixa apenas na 7ª colocação entre os times que mais andaram na pré-temporada. Ainda que não se possa subestimar a capacidade técnica da Red Bull de reagir e inverter a situação, é fato que todo mundo esperava uma apresentação mais forte do time dos energéticos. A própria escuderia já admite que Mercedes e Ferrari estão à sua frente, e embora isso não queira dizer que a temporada do time possa ser menos bem sucedida do que se esperava, é preciso ver como se dará o desenvolvimento do carro. No ano passado, a Red Bull também iniciou a disputa atrás de italianos e alemães, mas conseguiu notável progresso durante o ano, terminando a competição como segunda força. Não é impossível repetir o feito, mas até este progresso chegar, os rivais poderão estar muito mais à frente, e a intenção era estar já de início no primeiro GP muito mais próximo da ponta do que foi mostrado na Catalunha. Se formos levar em consideração como real os tempos absolutos obtidos em Barcelona, no momento a Red Bull estaria não apenas atrás de Ferrari e Mercedes, mas também da Williams, e com seu time “B”, a Toro Rosso, colada em seus calcanhares. Mas esses parâmetros não são uma representação do conjunto global da escuderia.
            Dispondo daquela que é considerada a dupla de pilotos mais forte do grid, a Red Bull sabe que tem de lhes fornecer um equipamento minimamente competitivo se quiser que eles disputem de fato o campeonato, e pelo menos, no que tange à unidade de potência, o novo propulsor da Renault, segundo a fábrica francesa, excedeu os objetivos de performance esperados, precisando apenas lapidar um pouco a máquina para lhe dar a confiabilidade necessária para permitir disputar um grande campeonato. Aliás, a confiança da fábrica francesa neste ponto é tal que resolveram dispensar Mario Illen, da Ilmor, que estava prestando assessoria técnica nos últimos tempos, o que teria permitido à Renault recuperar parte da performance de suas unidades de potência. Portanto, assim que equilibrar este binômio, tudo indica que a Red Bull terá condições de crescer bastante na temporada. Fica a dúvida se conseguirá igualar a performance dos rivais.

Renault - Ano de crescimento

Nico Hulkenberg está na Renault, que pretende voltar a crescer com seu time próprio na F-1.
            Quando retornou ao comando de um time de fábrica, no ano passado, a Renault sabia que pouco poderia fazer em 2016 por ter assumido as rédeas na equipe Lotus muito tardiamente. Assim, o time competiu no ano passado com um carro adaptado para a unidade de potência francesa, e sem ser muito desenvolvido, preferindo centralizar seus esforços para a temporada deste ano, onde iria vigorar um novo regulamento técnico.
            Para tanto, a fábrica francesa reprojetou seu propulsor, o novo RE17, com vistas a aproveitar o fim da proibição de desenvolvimento durante a temporada. A Renault garante que o novo motor já superou suas projeções mais otimistas, devendo apenas equilibrar a equação potência X confiabilidade. A pré-temporada, entretanto, mostrou que o novo modelo RS17 ainda precisa ser melhor trabalhado. O time rodou apenas 597 voltas em Barcelona, ante as 776 do ano passado, e o melhor tempo do time, obtido por Nico Hulkenberg, ficou a cerca de 1s2 da melhor marca, conseguida por Kimi Raikkonen.
            A fábrica francesa tem metas a longo prazo, e uma delas diz que em 2020 a escuderia deverá estar disputando o título da F-1. O ano de 2017 é considerado o verdadeiro ano de reestreia da Renault, e para tanto, é necessário conhecer a sua verdadeira força no momento. O time procurou reforçar a estrutura do time em todas as áreas, e contratou o alemão Nico Hulkenberg para o lugar de Kevin Magnussen, que se bandeou para a Hass em busca de melhores opções. Com recursos de sobra para desenvolvimento do carro e do motor, a Renault só não convence totalmente pela manutenção de Jolyon Palmer, que teve uma campanha muito fraca em 2016, e na opinião de muitos, não merecia ter o seu contrato renovado. Mas os defensores do inglês justificam-se de que com o carro pouco competitivo do ano passado, pouco ou quase nada havia o que se fazer, o que é apenas parcialmente verdadeiro.
            Pelo tempo e pneus utilizados na sua melhor marca, a Renault em tese deverá estar em duelo direto com a Toro Rosso, que irá utilizar a mesma unidade de potência francesa. E, com o propulsor RE17 também equipando a Red Bull, o parâmetro de performance obtido por estes times deverá ser usado de baliza para nortear as cobranças de desempenho do time de fábrica, a fim de garantir o desenvolvimento do projeto, que mesmo sendo a longo prazo, não tem motivos para marcar passo. Tudo na F-1 é desenvolvido para ontem. E a Renault não quer perder mais tempo. Campeã em 2005 e 2006 com um time de fábrica próprio, a marca francesa quer reeditar aqueles tempos de sucesso. Recursos, financeiros e tecnológicos, eles possuem. É hora de acertar as demais peças da equação.

Force India – Querendo superar 2016

A Force India quer superar a sua performance de 2016, mas o desafio será complicado. Mercedes, Ferrari, Red Bull, e até a Williams tem outras idéias para 2017...
            A equipe sediada ao lado do autódromo de Silverstone teve em 2016 sua melhor temporada, terminando o ano na 4ª posição, crescendo sempre durante a competição, a ponto de superar a Williams com folga na reta final do campeonato. Um resultado notável, se lembrarmos que metade da pré-temporada havia sido feita com o carro de 2015 adaptado, enquanto o modelo de 2016 não ficava pronto, devido a alguns atrasos no pagamento de fornecedores pelo orçamento estar curto, o que fez o time não aproveitar devidamente o período de testes em Barcelona.
            Para este ano, contando com a premiação de sua melhor posição no Campeonato de Construtores, além do novo patrocínio da BWT, o time terá um orçamento mais generoso, capaz de permitir um melhor desenvolvimento do novo modelo VJM10, com o qual Vijay Mallya comemora os 10 anos de sua escuderia, que nasceu em 1991 sob o nome Jordan, passando tempos depois pelas mãos da Midland e da Spyker, até ser comprada pelo bilionário indiano. Por enquanto, o maior destaque do time é a nova pintura na cor rosa, com o qual alinhará em Melbourne, devido ao novo patrocinador citado acima.
            A escuderia foi o 5° time que mais andou na pré-temporada, com 785 voltas, 6 a mais que na pré-temporada do ano passado. E Sergio Perez ficou a menos de 1s5 de diferença do melhor tempo averbado, o que denota que a perspectiva da equipe, de ser a 3ª força, e superar a performance de 2016, é muito otimista, se levarmos em consideração que há pelo menos 4 escuderias teoricamente mais fortes que o time indiano, pelo que se viu nos testes, incluída aí a Williams, que demonstrou um andamento bem mais forte em relação ao ano passado. Mas, mesmo que a Force India demonstre condições de competir com o time de Frank Williams, o melhor que poderá fazer será repetir o 4° lugar da última temporada, pois Mercedes, Ferrari, e Red Bull dificilmente permitirão que Sergio Perez e Steban Ocon sonhem com vôos mais altos, o que não significa que o time não possa surpreender em alguns GPs. Mas fazer disso uma regra será muito mais difícil do que se imagina.
            Para Perez, o time ainda reúne condições de se manter competitivo. E para Ocon, depois de deixar a defunta Manor, é a chance de mostrar o que realmente vale, podendo ser cotado para o time da Mercedes futuramente. E a Force India pode dar ao francês as condições de mostrar ser merecedor dessa chance. Mas, primeiro, seus pilotos terão de perder pelo menos dois quilos cada um. O modelo VJM10 está acima do peso mínimo estabelecido pelo regulamento, segundo o time, em 10 Kg, e a escuderia precisa trabalhar para “emagrecer” o monoposto, e com isso, permitir melhor desempenho.

Sauber - Orçamento curto e pouca perspectiva

De bonito, a nova Sauber só tem o visual e a confiabilidade. Carro deve ser o mais lento do grid em 2017.
            O time suíço teve em 2016 uma das piores temporadas de sua história. Só não foi pior do que em 2014, quando a escuderia passou completamente em branco o campeonato, sem marcar um ponto sequer, mas ficou muito próximo disso. Não fosse a performance salvadora de Felipe Nasr no Grande Prêmio do Brasil, e o time teria terminado a competição na última colocação, e perdido um repasse considerável de verba da FOM.
            O time, contudo, por pouco não escapou de fechar as portas, sendo vendido para novos donos que conseguiram injetar algum dinheiro e permitir fechar a temporada com alguma perspectiva de melhora. Mas é bom frisar: o orçamento da Sauber continua o mais curto da categoria, e o carro praticamente virgem exibido nos testes demonstra que a situação nesta temporada não deverá ser nem um pouco cômoda, muito pelo contrário. A opção de continuar usando a unidade de potência da Ferrari do ano passado já indica que a equipe terá menos potência à sua disposição, e com o aumento do peso dos carros, e o maior downforce dos mesmos em curva, além de serem um pouco mais lentos na reta devido às maiores dimensões, a Sauber certamente não terá o mesmo desempenho dos rivais, que estarão equipados com unidades de propulsão bem mais potentes. Estima-se que o novo propulsor da Ferrari para este ano tenha 50 HPs a mais de força, uma diferença que será considerável para ser batida na pista.
            O ponto forte da Sauber tem sido a confiabilidade. O time suíço deu 788 voltas na pré-temporada, sendo a 4ª escuderia que mais andou em Barcelona. Em relação ao ano passado, quando conseguiu dar 837 voltas, o menor tempo de pista este ano foi razoável. O problema é que os tempos simplesmente não empolgam, com o melhor tempo de Marcus Ericsson a 3s de desvantagem para o mais veloz. Com isso, a Sauber é candidata a largar das últimas posições, e pontuar será uma tarefa muito mais complicada do que em 2016. E a tendência é a performance do time despencar com o andamento do campeonato, pois o orçamento curto não deverá permitir grandes atualizações no modelo C36, que deverá ficar ainda mais para trás em relação aos concorrentes. Sem a Manor para lhe fazer companhia, a Sauber deve ter o pior ano de sua história, justo quando comemora 25 anos de sua estréia na F-1, sendo mais novo apenas que Ferrari, McLaren e Williams, em se tratando de equipe contínua na categoria com um mesmo nome.
            Projetando um cenário mais pessimista, há quem afirme que, dependendo do andamento da temporada, a Sauber poderá até mesmo encerrar suas atividades ao fim do ano. Não há milagres na F-1 quando o assunto é a falta de dinheiro para competir.

Toro Rosso – Ainda sonhando em voar mais alto...

A Toro Rosso apareceu com a melhor pintura da temporada, mas não com o melhor desempenho que esperava, tendo muitos problemas nos testes.
            A equipe “B” da Red Bull, sediada em Faenza, na Itália, recebeu um incremento orçamentário vultuoso no ano passado, para equipar a sede com o que há de mais moderno nos equipamentos disponíveis para um time de competições. A idéia de Red Bull era reforçar a competitividade do seu segundo time, proporcionando a seus pilotos melhores condições de disputa na pista, até então reservadas apenas ao time principal. E, para este ano, o retorno ao uso da unidade de propulsão da Renault era vista como uma maneira de reunificar a obtenção de dados de desenvolvimento entre os carros de ambos os times. No ano passado, a Toro Rosso competiu com a unidade de potência da Ferrari de 2015, que até mostrou qualidades no início da temporada, mas conforme a competição prosseguia, a evolução dos outros motores foi deixando o time italiano para trás, incapaz de obter o mesmo desempenho do início do ano.
            O time também sofreu com a troca de Max Verstappen por Daniil Kvyat a partir de Barcelona, o que desestabilizou o jovem russo, que só ao fim da temporada recuperou sua melhor forma, a ponto de ganhar uma nova chance nesta temporada. E a Red Bull também manteve seu voto de confiança em Carlos Sainz Jr., que esteve a ponto de se transferir para a Renault, mas teve a negociação barrada por Helmut Marko, que exerceu a opção sobre o jovem espanhol, algo inédito na história da Toro Rosso, cujo panorama até então sempre foi o que “queimar” os pilotos do programa de desenvolvimento da Red Bull, expurgando-os da F-1 sem dó nem piedade.
            O novo STR12 de cara ganhou o posto de melhor pintura dos carros da temporada, mas a escuderia enfrentou diversos percalços e problemas ao longo dos oito dias de testes, onde conseguiu dar apenas pouco mais da metade das voltas obtidas no ano passado, 584 (foram 1049 giros em 2016), e isso se traduziu na performance do time, que não conseguiu empolgar como se esperava. O melhor tempo da Toro Rosso foi quase 0s5 mais lento que o melhor tempo da Red Bull, e ainda por cima foi obtido com os pneus mais macios, o que demonstra que o time “B” ainda será muito visto nesta condição em 2017. Dependendo das condições dos adversários, a Toro Rosso vai ter um ano mais complicado do que esperava.

McLaren – Retrocesso ao invés de evolução

Quando todos imaginavam uma evolução para o conjunto McLaren-Honda, eis que os japoneses aparentemente perderam novamente a mão no projeto da nova unidade de potência... Vai ser um ano bem complicado em Woking...
            Não há como negar: a McLaren é a grande decepção da pré-temporada da F-1 em 2017. Após dois anos marcando passo com o retorno da Honda à F-1 na era das unidades de potência híbridas, esperava-se que os japoneses, em um ano onde o desenvolvimento dos propulsores não teria mais as limitações do regulamento vigente nos últimos anos, conseguissem evoluir significativamente, e o time inglês fosse capaz de pelo menos voltar a pontuar regularmente e, quem sabe, talvez até beliscar algum pódio. Mas o que se viu nos treinos em Barcelona foi um time perdido, com seu staff batendo cabeça, e com os japoneses mais perdidos que cego em tiroteio. Bastou o carro sair dos boxes para começar a enfrentar problemas no novo propulsor, que apresentou problemas no tanque de óleo, depois, avarias elétricas, etc.
            A situação chegou ao ponto de os engenheiros nipônicos praticamente não conseguirem descobrir alguns dos problemas apresentados pela unidade. Após muita investigação, constatou-se que unidade vibra em excesso, e isso condena o sistema a não ser fiável no limite de sua potência. Fernando Alonso já começou a criticar os japoneses, e nesse ritmo, tudo indica que o espanhol, ainda em busca de seu terceiro título na categoria, irá tentar outras paragens em 2018, se encontrar um lugar ao sol. Pessoa de temperamento difícil, especialmente quando as coisas não andam como ele quer, o espanhol até tem falado pouco sobre os dois anos difíceis que enfrentou desde que retornou à McLaren, mas paciência tem limite, e se o carro não conseguir apresentar um desenvolvimento satisfatório, o ambiente em Woking vai ficar conturbado. Já não esteve tranquilo nos testes da Catalunha, e tem tudo para ficar ainda mais azedo com a temporada em andamento, tendo de recuperar um tempo que ela provavelmente não terá. O melhor tempo do time ficou a 2s7 de distância da melhor marca dos testes, o que indica o tamanho do buraco de performance que terá de ser recuperado o quanto antes, o que não será nada fácil.
            Em 2016, a McLaren conseguiu, nos mesmo 8 dias de testes, dar 710 voltas. Este ano, foram apenas 425, ou 40% menos de aproveitamento. O time perdeu um tempo precioso por conta dos problemas da unidade de potência, e mesmo quando conseguiu andar, os tempos não foram nem um pouco empolgantes, devido ao fato de precisar limitar o desempenho do propulsor, procurando evitar novas quebras. Sem conseguir exigir da unidade a fundo, o desenvolvimento do novo MCL-32 também não pôde ser feito a contento, mas já deu para verificar que o chassi vai precisar de muito trabalho, uma vez que ele não apresentava um equilíbrio decente nas curvas da Catalunha, pista que costuma colocar á prova as virtudes e defeitos de qualquer máquina. E neste momento, o time que até o ano passado era comandado por Ron Dennis terá de se preparar para mais um ano de vacas magras, e aumentar o jejum de vitórias que já é o maior desde que a escuderia foi fundada por Bruce McLaren nos anos 1960.
            O time perdeu Jenson Button, mas conta agora com Stoffel Vandoorne, que fez boa impressão na única corrida que disputou em 2016, no Bahrein, substituindo o lesionado Fernando Alonso, e marcando o primeiro ponto da escuderia na temporada passada. A julgar pelo andamento do carro em Barcelona, Vandoorne vai ter de continuar fazendo outras performances como aquela se quiser pontuar novamente, pois o ano promete ser mais complicado do que todos imaginavam.

Hass - A meta é reforçar status de time médio

A equipe Hass parte para sua segunda temporada decidida a crescer.
            Recém-chegada à F-1 no ano passado, a equipe Hass fez uma temporada de estréia decente, e em meados de 2016, passou a se concentrar firme na temporada deste ano. O time dispensou o mexicano Esteban Gutierrez, e contratou Kevin Magnussen, reforçando sua dupla de pilotos. A escuderia andou 50% mais nesta pré-temporada do que no ano passado, acumulando 715 voltas. O time conseguiu o 7° melhor tempo na relação geral dos testes, com uma diferença de quase 1s9 para o melhor tempo, e com os pneus mais rápidos, o que indica que a temporada será de desafios para conseguir pontuar com regularidade.
            Mas, diferente do ano passado, quando a escuderia interrompeu o desenvolvimento do carro para se concentrar no projeto deste ano, desta vez a intenção é incrementar a performance do novo modelo VF-17 o melhor que puderem. Costuma-se dizer que o segundo ano de uma escuderia é muito mais complicada do que a temporada de estréia, pelas cobranças serem ainda mais altas, e por já terem um ano de experiência. Até o momento, o preceito indica que a Hass continuará tendo de lutar para se firmar no pelotão intermediário da F-1, a exemplo do que já havia ocorrido no seu ano de estréia. O ponto positivo é que Gene Hass, que possui uma estrutura de competição na Nascar, entende do ramo, e até aqui, vem gerindo o seu time de F-1 com os pés no chão e muita sobriedade, não cansando de repetir que está sempre aprendendo algo sobre a categoria máxima do automobilismo. É esperar que esse modo realista de encarar as coisas lhe permitam fazer seu time evoluir na medida certa, e que possa disputar a temporada 2017 de uma forma honesta e decente.

EQUIPES E PILOTOS DA FÓRMULA 1 2017:

EQUIPE
MODELO
MOTOR
PILOTOS (N°s)
Mercedes
W08
Mercedes-Benz V-6 Turbo M08 EQ Power+
Lewis Hamilton (44)
Valtteri Bottas (77
Red Bull
RB13
Renault Energy RE17 V-6 Turbo TAG HEUER
Daniel Ricciardo (3)
Max Verstappen (33)
Williams
FW40
Mercedes-Benz V-6 Turbo M08 EQ Power+
Felipe Massa (19)
Lance Stroll (18)
Ferrari
SF70-H
Ferrari V-6 062 Turbo Hybrid
Sebastian Vettel (5)
Kimmi Raikkonen (7)
Renault
RS17
Renault Energy RE17 V-6 Turbo
Nico Hulkenberg (27)
Jolyon Palmer (30)
Toro Rosso
STR12
Renault Energy RE17 V-6 Turbo
Daniil Kvyat (26)
Carlos Sainz Jr. (55)
McLaren
MCL-32
Honda RA617H Hybrid
Fernando Alonso (14)
Stoffel Vandoorne (47)
Sauber
C36
Ferrari V-6 061 Turbo Hybrid
Marcus Ericsson (9)
Pascal Wehrlein (97)
Force India
VJM10
Mercedes-Benz V-6 Turbo M08 EQ Power+
Sérgio Pérez (11)
Steban Ocon (31)
Hass
VF17
Ferrari V-6 062 Turbo Hybrid
Romain Grossjean (8)
Kevin Magnussen (20)

CALENDÁRIO DA FÓRMULA 1 2017:

DATA
CORRIDA
CIRCUITO
26.03
Grande Prêmio da Austrália
Melbourne
09.04
Grande Prêmio da China
Shanghai
16.04
Grande Prêmio do Bahrein
Sakhir
30.04
Grande Prêmio da Rússia
Sochi
14.05
Grande Prêmio da Espanha
Barcelona
28.05
Grande Prêmio de Mônaco
Monte Carlo
11.06
Grande Prêmio do Canadá
Montreal
25.06
Grande Prêmio da Europa
Baku (Azerbaijão)
09.07
Grande Prêmio da Áustria
Zeltweg
16.07
Grande Prêmio da Inglaterra
Silverstone
30.07
Grande Prêmio da Hungria
Budapeste
27.08
Grande Prêmio da Bélgica
Spa-Francorchamps
03.09
Grande Prêmio da Itália
Monza
11.09
Grande Prêmio de Cingapura
Marina Bay
01.10
Grande Prêmio da Malásia
Kuala Lumpur
08.10
Grande Prêmio do Japão
Suzuka
22.10
Grande Prêmio dos Estados Unidos
Austin
29.10
Grande Prêmio do México
Cidade do México
12.11
Grande Prêmio do Brasil
Interlagos
26.11
Grande Prêmio de Abu Dhabi
Yas Marina

O BRASIL NA FÓRMULA 1 ESTE ANO

Felipe Massa planejava curtir a vida em 2017, mas o destino o trouxe novamente ao grid da F-1, e à equipe Williams.
            Não fosse a aposentadoria surpresa de Nico Rosberg, e o Brasil estaria ausente do campeonato da F-1 em termos de pilotos pela primeira vez desde 1969. Sem o atual campeão do mundo, a Mercedes precisou arrumar um substituto, e a escolha recaiu sobre Valtteri Bottas, que já tinha contrato firmado com a Williams para esta temporada. Tendo como outro piloto do time o novato Lance Stroll, a escuderia inglesa precisaria de um nome confiável e experiente para comandar o time nas pistas em 2017, e a solução mais prática foi simplesmente convencer Felipe Massa, recém-aposentado da F-1, a “aposentar” sua aposentadoria e retornar para mais um ano pela escuderia inglesa.
            A escolha tinha facilidades mais do que práticas: Felipe conhece o time, e o time o conhece. E ele serviria de parâmetro para o desenvolvimento do carro, tarefa que não poderia ser confiada ao jovem Stroll. É verdade também que a Martini, principal patrocinadora do time, fez certa pressão pela necessidade de um piloto veterano, já que não poderia usar pilotos com menos de 25 anos para seus propósitos publicitários, por ser uma fabricante de bebida alcoólica. Depois de vários contatos e negociações, onde o brasileiro fez suas exigências e condições para voltar, tudo se resolveu: Bottas foi liberado para a Mercedes, que deu um desconto monstruoso no pagamento de suas unidades de potência ao time de Frank Williams, e Felipe, que havia decidido sair da F-1 por não achar um carro competitivo, estava de volta sem ter saído efetivamente. E o melhor de tudo é que ele gostou do que viu no novo modelo FW40.
            Melhor ainda: as novas regras técnicas deixaram os carros parecidos com os da melhor temporada disputada até hoje por Massa: justamente a de 2008, onde o brasileiro foi vice-campeão. Podendo acelerar sem restrições, com carros muito mais velozes e estáveis nas curvas, além do uso de pneus muito mais duráveis e que não se desgastam facilmente, Felipe está de volta a um terreno onde ele sempre pode render mais do que na última década, onde gerenciar o desgaste dos pneus e do carro nunca foi exatamente a sua melhor qualidade, tendo enfrentado diversas dificuldades justamente com o comportamento dos novos pneus adotados pela categoria nos últimos anos.
            E Massa será o líder inconteste do time, tendo sua opinião mais valorizada do que nunca, e sentindo-se importante e útil. O novo carro da Williams, em que pese Felipe manter os pés no chão quanto às chances de desafiar efetivamente os times mais fortes, é bom o suficiente para fazer o brasileiro ficar empolgado com as possibilidades de disputa da temporada, a ponto até de Massa colocar em dúvida se ao fim do ano deixaria novamente a F-1. Se disputar um bom ano, e enxergar potencial no projeto do carro de 2018, nada impede que Massa postergue sua aposentadoria novamente.
            Felipe mostrou seu valor nos testes da pré-temporada, virando bons tempos, e rodando um número expressivo de voltas, ajudando o time a encontrar os rumos de acerto do novo FW40. Entusiasmo contido à parte, Felipe tem tudo para fazer sua melhor temporada na F-1 desde o vice-campeonato de 2008. Melhor até do que em 2014, quando o brasileiro, apesar do bom ano de estréia na Williams, demorou um pouco a pegar a mão no campeonato, o que o deixou em 7° lugar na temporada, ficando atrás de Bottas, o 4° colocado, que marcou 52 pontos a mais que Felipe.
            Em contrapartida, Felipe Nasr, sem ter patrocínio à altura para apresentar, foi rifado sem dó nem piedade da Sauber, mesmo depois de ter tirado o time da lanterna no campeonato passado. Nasr ainda tentava disputar, ainda que em desvantagem, uma vaga na equipe Manor, mas o fechamento da escuderia, em janeiro, sem condições de disputar a temporada, acabou com as esperanças do brasileiro, que ainda está vendo as opções de como se manter ativo em 2017.
            A TV Globo, que conseguiu renovar todas as cotas de patrocínio para a temporada até com aumento no valor dos preços cobrados, deve manter o mesmo esquema de transmissão visto no ano passado, mostrando na TV aberta apenas as corridas, ao vivo, com exceção das etapas que trombarem com os horários do futebol. Nos canais pagos do SporTV, mantém-se o esquema de transmissão ao vivo dos treinos livres e de classificação, com as corridas de domingo sendo veiculadas em horários alternativos, exceto quando a Globo não for transmitir a corrida ao vivo, o que será feito então no canal da TV por assinatura.
            No ano passado, com exceção da corrida do Brasil, todas as transmissões das corridas foram feitas de estúdio, no Brasil, com a emissora mandando apenas a equipe básica de transmissão in loco para as corridas. Fica a dúvida se a emissora carioca voltará este ano a mandar o time completo de transmissão para as corridas no exterior, o que era comum até 2015. Ao menos, com a perspectiva de Felipe Massa disputar uma boa temporada, os índices de audiência devem se manter estáveis, ou ter uma reagida, dependendo do êxito do piloto brasileiro na Williams em 2017.
 

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