E
lá vamos nós para o penúltimo mês deste ano de 2016. Outubro já ficou para trás,
e os campeonatos pelo mundo afora entram em sua reta final, com alguns certames
já conhecendo por antecipação seus campeões, enquanto em alguns outros a
disputa ainda segue para suas últimas corridas, antes de todos partirem para
umas merecidas férias depois de um ano cansativo e difícil para muitos, e nem
tanto para outros. E todo início de mês é hora de trazer mais uma edição da
sessão da Flying Laps, com algumas notas rápidas de alguns dos acontecimentos ocorridos
no mundo da velocidade no mês de outubro, com alguns comentários rápidos sobre
cada assunto. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima sessão Flying
Laps em dezembro.
Com o título
da MotoGP já decidido em favor de Marc Márquez no Grande Prêmio do Japão, a
classe rainha do motociclismo chegou a Phillip Island para a disputa do Grande
Prêmio da Austrália, que começou conturbado com a presença da chuva, que não
permitiu que os pilotos conseguissem realizar os treinos de forma satisfatória.
Felizmente, para o domingo, a chuva deu uma folga, e permitiu a realização da
corrida sem maiores problemas. E coube a Carl Cruchtlow conseguir sua segunda vitória
na temporada, depois de realizar uma excelente classificação para largar na 2ª
posição, no meio da primeira fila. Márquez, depois de arrebatar a
pole-position, cometeu seu primeiro erro crasso na temporada e acabou levando
um belo tombo, que o fez abandonar a corrida australiana à 9ª volta da prova,
que liderava desde a largada, mas sempre com Cruchtlow tendo o piloto da equipe
oficial da Honda na alça de mira. Sorte de Márquez que o título já estava
decidido a seu favor: Valentino Rossi, na pior posição de largada do ano (15°),
fez uma corrida de recuperação notável para finalizar em 2° lugar na
bandeirada, apenas 4s2 atrás de Cruchtlow. Maverick Viñales também fez outra
prova muito boa, e na parte final da corrida, deu um sufoco no “Doutor”, que na
tentativa de alcançar o piloto da LCR Honda na liderança, acabou saindo da
pista, mas conseguindo retornar em seguida, mas ficando com o piloto da Suzuki
muito perto. Jorge Lorenzo, que também fez uma classificação mediana, largando
em 12°, não conseguiu fazer uma corrida tão boa quanto o parceiro na equipe
Yamaha, e recebeu a bandeirada apenas em 6° lugar, atrás de Andrea Dovizioso
(4°) e Paul Spargaró (5°). Dani Pedrosa, que se acidentou feio durante os
treinos livres para a etapa do Japão, está fora do restante da temporada, em
recuperação após fraturas decorrentes do acidente que o lançou aos ares em
Motegi, e que exigiram cirurgia para solução do problema, mas felizmente sem
muita gravidada. Na etapa da Austrália, a Honda chamou Nick Hayden, atualmente no
Mundial de Superbike, para substituir o piloto espanhol, mas Hayden não
conseguiu mostrar muita coisa: largou em 7°, e terminou em 17°, último a cruzar
a linha de chegada.
A Malásia foi a parada seguinte da
MotoGP, e a surpresa foi ver Andrea Dovizioso na pole-position, desbancando a
dupla da Yamaha, que ocupou a 2ª e 3ª posição no grid, com Rossi na frente de
Lorenzo. A largada da corrida precisou ser adiada por causa da chuva que caiu
em Sepang, mas uma vez dada a largada, a corrida transcorreu de maneira até
tranquila. E o que se viu foi uma briga ferrenha entre Rossi e Dovizioso, que
acabou vencida pelo piloto da Ducati, que assim conseguiu sua 2ª vitória na
classe rainha do motociclismo, e também a 2ª vitória da casa de Borgo Panigale
na atual temporada, que com o triunfo de Dovizioso, chegou a 9 vencedores
diferentes na temporada, um número bastante expressivo. Mas chegar na frente
não foi fácil: Valentino Rossi parecia estar a ponto de encerrar o jejum de
vitórias da Yamaha na temporada, mas o duelo com a dupla da Ducati estava
acirrado, não apenas com Dovizioso, mas também com Andrea Iannone, que não
desgrudavam do “Doutor’, e alternando posições entre eles. Enquanto isso,
depois da vitória na Austrália, Carl Cruchtlow foi para o chão em Sepang, e
pouco depois, foi Marc Márquez a cair novamente pela segunda corrida
consecutiva. Mas o novo tricampeão da categoria conseguiu evitar o pior e
voltou à corrida, que terminaria na 11ª colocação. Na dianteira, o duelo de
Rossi contra a dupla da Yamaha ficou sem Iannone, que levou mais um tombo e
acabou deixando a corrida. O duelo ficava mano a mano de Rossi contra
Dovizioso, e Andrea se aproveitou de um erro de Valentino para assumir a
liderança a poucas voltas do final e se manter firme nela, cruzando a linha com
3s1 de vantagem para o piloto da equipe dos três diapasões. Lorenzo, contando
com a sorte da queda de vários pilotos à sua frente, finalizou em 3° lugar.
Agora, resta apenas a etapa de Valência, para encerrar o campeonato da MotoGP
em 2016, e a prova está marcada para o dia 13 de novembro, no Circuito Ricardo
Tormo, nos arredores de Valência, na Espanha.
Com os 2°s lugares obtidos nas etapas da
Austrália e da Malásia, Valentino Rossi chegou aos 236 pontos, e fechou a
conquista do vice-campeonato da MotoGP em 2016, e não pode ser mais alcançado
por Jorge Lorenzo, com 208 pontos, e que se despedirá da Yamaha com a incômoda
posição de estar atrás do piloto italiano. Rossi, por sua vez, conquista o
vice-campeonato pelo terceiro ano consecutivo. Ficou atrás de Marc Márquez em
2014, perdeu o título para Jorge Lorenzo no ano passado, e não teve como
impedir que Márquez obtivesse o tricampeonato nesta temporada. Mas, apesar de
tudo, o “Doutor” mostra que está firme no páreo, e mostrando que ainda tem
muita lenha para queimar. Oficialmente, Rossi ainda tem dois anos pela frente,
com a renovação de seu contrato com a Yamaha, mas há quem diga que o piloto de
Tavulia pode seguir na classe rainha do motociclismo por mais tempo, talvez
além dos 40 anos. Pelo que tem mostrado nos últimos anos, o “Doutor” pode
realmente continuar acelerando por mais tempo do que muitos imaginam, para
sorte dos fãs das corridas de moto, e azar da maioria de seus rivais na pista.
Em 2017 e 2018, Rossi terá a companhia do espanhol Maverick Viñales, atualmente
na equipe oficial da Suzuki, que subsituirá o compatriota Jorge Lorenzo, que se
mudará para a Ducati.
Ocupando a 3ª posição na classificação
da MotoGP com 208 pontos, Jorge Lorenzo ainda não tem garantida esta posição no
campeonato. Maverick Viñales, da Suzuki, vem logo atrás do compatriota da
equipe Yamaha, e com 191 pontos, ainda tem chances, remotas talvez, de superar
Lorenzo, na etapa final da competição, em Valência. Viñales, por sua vez, já
está garantido pelo menos em 4° lugar, pois Andrea Dovizioso, o 5° colocado,
está com 162 pontos, e não tem condições de ameaçar a posição do piloto da
Suzuki na classificação. E com Dani Pedrosa fora de combate depois do acidente
de Motegi, a posição de Dovizioso também está quase garantida, já que Carl
Cruchtlow, com 141 pontos, precisaria vencer a última corrida e que Andrea não
marcasse pelo menos 4 pontos, o que significaria chegar no máximo em 12° lugar.
O que muitos consideravam inevitável
aconteceu: ao vencer o Rali da Catalunha, Sébastien Ogier conquistou o título
do Mundial de Rali de 2016, e chegou ao tetracampeonato, garantindo mais um
troféu de campeão em sua estante, o que vem fazendo há quatro anos
consecutivos. Foi também a 5ª vitória de Ogier na temporada, e a terceira consecutiva,
tendo vencido os ralis da Alemanha e da Córsega. O espanhol Dani Sordo
conseguiu chegar em 2° lugar na etapa da Catalunha, e o pódio foi completado
por Thierry Neuville. Ogier conquista o título com duas etapas de antecipação,
ficando agora a disputa pelo vice-campeonato, que segue bem mais renhida.
Quanto aos sonhos dos rivais de serem campeões, eles que se preparem para
desafiar Ogier no próximo ano, mais uma vez, esperando por melhores chances de
encerrar o seu reinado no principal campeonato off-road do mundo. Falta
combinar com o francês, que claramente tem outras idéias, como se manter no
topo da competição...
Com o título de 2016 do Mundial de Rali
já garantido, quem achava que Sébastien Ogier fosse relaxar, caiu do cavalo. E
seus concorrentes também. O piloto francês da Volkswagen faturou o Rali de
Gales, na Grã-Bretanha, no último final de semana de outubro. Apesar de alguns
percalços, Ogier mais uma vez conseguiu sobrepujar seus adversários, e
conquistou sua 6ª vitória na temporada. Ott Tanak até que tentou surpreender
Sébastian, mas o francês estava com a prova sob controle, administrando a
vantagem para quem vinha atrás. E Thierry Neuville mais uma vez subiu ao pódio,
com outro 3° lugar, e assumindo agora a vice-liderança da competição, com 143
pontos. Mas a posição do belga na tabela não é segura. Andreas Mikkelsen ocupa
a 4ª colocação, com 129 pontos, e está com Neuville na alça de mira. Com apenas
uma prova para fechar o campeonato, a disputa pelo vice-campeonato tem também Hayden
Paddon e Dani Sordo na parada, ainda que estes estejam com chances mínimas, com
126 e 119 pontos, respectivamente, precisando de uma vitória para superar
Neuville, e ainda precisando que ele não pontue. Indiferente a isso, Ogier
aumentou ainda mais vantagem na pontuação, chegando a 247 pontos. Mesmo que
houvesse mais quatro provas no campeonato a serem disputadas, Ogier
praticamente não seria alcançado mesmo que abandonasse todas as etapas em
questão, tamanha a vantagem que ele abriu para todos durante a competição. A
etapa que falta agora é o Rali da Austrália, que será disputado entre os dias
17 e 20 de novembro, encerrando a temporada do Mundial de Rali.
Na rodada dupla da Stock Car no circuito
de Curitiba, Felipe Fraga conquistou mais uma vitória na temporada, na primeira
corrida do fim de semana, no que foi a 450ª prova da Stock Car, desde que o
campeonato passou a ser disputado. O líder do campeonato, contudo, teve um
duelo memorável com Ricardo Maurício, que até a bandeirada tentou de tudo para
superar Felipe, mas teve de se contentar com o 2° lugar, recebendo a bandeirada
de chegada 0s547 atrás do piloto da Cimed. Allam Kodhair fechou o pódio da
primeira corrida, em 3° lugar, sem conseguir incomodar os duelistas da frente. Daniel
Serra foi o 4° colocado, e Valdeno Brito o 5°. Rubens Barrichello, um dos
destaques do campeonato, não teve uma boa corrida, e fechou apenas em 11°
lugar. Na segunda corrida, Barrichello tinha tudo para ganhar e encostar um
pouco em Fraga na liderança do campeonato. Mas o piloto da Full Time acabou
vendo sua vantagem na pista arruinada pela entrada do Safety Car, devido ao
acidente ocorrido com Felipe Lapenna, que bateu seu carro contra a barreira de
proteção, e acabou juntando todo o pelotão, e aí, na relargada, Thiago Camilo
partiu para cima de Rubens, conseguindo ultrapassá-lo a duas voltas da
bandeirada de chegada, e conseguindo cruzar em primeiro lugar com menos de 1s
de vantagem para Barrichello, que tentou reconquistar a liderança da prova, mas
não conseguiu, tendo de se contentar com o 2° lugar. Max Wilson completou o
pódio. Felipe Fraga terminou apenas em 14°, mas no balaço do fim de semana, o
piloto da equipe Cimed não teve do que reclamar: Sua vantagem para Rubinho
aumentou de 39 para 44 pontos, e com 3 etapas para o fim da competição, será
difícil para Barrichello conseguir anular esta diferença. E Barrichello ainda
tem que se preocupar com Valdeno Brito, que está apenas 16 pontos atrás, e luta
diretamente com Rubinho (183 pontos) pelo vice-campeonato. A briga promete ser boa
nestas corridas que faltam...
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