Hoje
trago novamente mais uma de minhas antigas colunas. Esta, publicada em 17 de
outubro de 1997, falava das consequências da punição sofrida por Jacques Villeneuve
nos treinos para o Grande Prêmio do Japão de F-1 daquela temporada. Deu que o
canadense realmente perdeu seus pontos na corrida, e iria para Jerez, prova
final, 1 ponto atrás de Michael Schumacher, que em seu segundo ano na Ferrari
já levava o time vermelho à disputa do tão sonhado e esperado título, cujo
jejum se aproximava dos 20 anos, na época. Mas Villeneuve conseguiu superar as
dificuldades em Jerez e conquistou aquele que é até hoje o último título de
construtores e de pilotos da equipe Williams.
Nos
tópicos rápidos, menção à contratação de André Ribeiro pela equipe Penske para
o campeonato de 1998 da F-CART. Pena que o time de Roger Penske tivesse um ano
tão atribulado na temporada seguinte, e uma parceria que se imaginava longa
acabou durando muito menos do que se imaginava. E também havia a conquista do
título da F-Vauxhall por Luciano Burti, que era considerado mais uma das
grandes promessas do automobilismo brasileiro que poderia chegar à F-1.
Infelizmente, Burti não teve as chances mais adequadas na categoria máxima do
automobilismo, e durou pouco por lá.
Aproveitem
bem a leitura do texto. Em breve, trago outras colunas antigas por aqui...
JUSTIÇA DAS PISTAS
Como
eu já dizia aqui na coluna da semana passada, este atual campeonato da Fórmula
1 apresentou muitas reviravoltas durante o seu desenrolar. E em Suzuka, vimos
outra delas. A punição a Jacques Villeneuve apimentou ainda mais a disputa pelo
Mundial. A transgressão de alguns pilotos ao aviso de bandeira amarela no
acidente de Jos Verstappen durante o treino livre acabou pegando Villeneuve.
Para piorar o azar do canadense, como ele estava sob observação desde a etapa
de Monza, acabou penalizado justamente, enquanto os demais pilotos, Michael
Schumacher entre eles, por serem réus primários, tiveram o conhecido “sursis” e
puderam correr sem nenhum problema.
Lógico
que a decisão estava correta, embora o local e o momento de sua ocorrência, por
um breve lapso de tempo, deu a forte impressão de que os cartolas estava
jogando suas cartas de modo a prolongar a disputa do mundial até a última
etapa, em Jerez de La Fronteira. E
ninguém além de Jacques Villeneuve se sentiu perseguido pela punição. Só que
uma observação mais acurada mostra que tudo ficou dentro do regulamento.
A
equipe Williams fez o que podia: apelou da decisão e o piloto canadense
participou da corrida. Só que, por causa disso, o resultado do GP do Japão é
apenas provisório. O caso vai a julgamento dia 21 em Paris, antes do GP da
Europa. Seja lá qual for o veredicto, a verdade é uma só: tudo vai se decidir
na pista espanhola.
Jacques
Villeneuve perdeu em Suzuka sua melhor chance de evitar maiores dúvidas a
respeito de suas qualidades como piloto. Michael Schumacher, que vinha perdendo
ritmo nas últimas provas, simplesmente virou novamente o jogo, com ou sem
apelação. A tática inteligente da Ferrari derrubou a Williams e principalmente
Villeneuve. Pior, se Villeneuve perder o título em Jerez para Schumacher, não
vai poder ficar alegando que foi a punição de Suzuka que o fez perder o título.
Jacques terminou a corrida em um pífio 5º lugar, o que não faz muita diferença
na luta pelo título. Ou melhor, até faria, mas num circuito travado como é
Jerez, a habilidade do piloto conta muito, e não me surpreenderia se o
bicampeão alemão chegasse com tudo para vencer a corrida. Com apenas 1 ponto de
vantagem para o piloto da Ferrari (ou ficando 1 ponto atrás, se realmente
perder os pontos de Suzuka, tudo está indefinido. E é bem provável que
Villeneuve perca mesmo os pontos de Suzuka. O que pode complicar as coisas é a
FIA aumentar a punição a Villeneuve. Se isso ocorrer, o canadense pode até não
poder disputar o GP da Europa, o que confirmaria o tricampeonato de Michael
Schumacher.
Injustiça?
Talvez. Villeneuve tinha 9 pontos de vantagem sobre Schumacher quando chegou a
Suzuka. Se cumprisse a punição, não ficaria pior do que já está, confirmada sua
suspensão. E ele ainda partiria para Jerez disposto a dar tudo por tudo na luta
pelo título, que estaria em termos quase iguais para ambos os pilotos que
batalham pelo campeonato. Porém, além de ter apelado, o que pode complicar as
coisas, o canadense ainda fez uma corrida pífia em Suzuka, caindo como um
patinho na jogada da equipe Ferrari e tendo uma participação até modesta no GP.
Se fosse um piloto de fibra mesmo, Villeneuve não teria desistido de lutar pela
vitória, o que mostraria determinação e garra, requisitos indispensáveis a um
grande campeão que corre atrás de sua primeiro título mundial de F-1, como o
canadense fica apregoando. Villeneuve acabou resignando-se a um mísero 5º
lugar, enquanto Schumacher batalhou como nunca pela vitória, e a conseguiu. A
sua euforia depois no pódio era mais do que óbvia
Qualquer
que seja o resultado do julgamento da FIA, a verdade é que Schumacher está
merecendo muito mais o título de campeão de 1997 do que Villeneuve. É uma
pensa. Nesse quesito de garra, Jacques ainda esteja bem abaixo de seu pai, o
lendário Gilles Villeneuve, que só costumava baixar os braços após a bandeira
final de cada corrida. Ou quando o carro já não andava mais. Ele era um
batalhador até o fim. E era assim que Jacques tinha de se comportar n o último
domingo...
Sábado passado, à noite, foi disputado o segundo GP noturno da IRL, em Lãs Vegas. Deu
vitória de Eliseo Salazar. Agora, a categoria parte para 1998...
Mais um brasileiro campeão em 97: Luciano Burti conquistou o título da
F-Vauxhall no circuito de Thruxton, Inglaterra. A prova foi vencida por Justin
Wilson, que foi o pole e dominou a prova. Com o resultado, Justin conquistou o
3º lugar no campeonato. Luciano foi o campeão mesmo abandonando a corrida, já
que seu maior perseguidor, o escocês Andrew Kirkaldy, também abandonou a
corrida, ficando com o vice-campeonato. Outro brasileiro, Wagner Ebrahim, ficou
em 2º lugar nesta corrida, conquistando a 4ª posição no campeonato.
Na F-3 Inglesa, Johnny Kane faturou o título da categoria com o seu 2º
lugar na prova disputada também em Thruxton. A vitória foi do francês Nicolas
Minassian, que ficou com o vice-campeonato. Enrique Bernoldi foi o 3º colocado
na corrida, ficando na 5ª posição no campeonato. Outro brasileiro, Ricardo
Maurício, terminou o certame em 11º lugar...
Essa foi certamente a maior bomba do ano na F-CART. A Penske
oficializou a contratação de André Ribeiro para ser piloto do time pelos
próximos 3 anos. Em 1998, ele fará dupla com o norte-americano Al Unser Jr.
Paul Tracy está desempregado. Uma opção para o canadense é a Tasman, mas é bem
provável que Steve Horne opte por outro brasileiro. Não é difícil repetir na
equipe da F-CART a mesma dupla que foi campeã e vice-campeã na Indy Lights este
ano...
Por falar em pilotos desempregados, Raul Boesel é outro brasileiro de
renome a procurar uma vaga para 98. Carl Hogan já declarou que aprecia o
talento e a técnica do brasileiro, mas para tê-lo como piloto, Boesel precisa
preencher outro requisito, que significa uma única coisa: US$ 4,5 milhões em
algum patrocínio. Sem isso, nada feito!
A Stewart confirmou que manterá seus dois pilotos para 1998: Rubens
Barrichello e Jan Magnussen. Os mesmos pilotos, a expectativa é que os
problemas deste ano não se repitam...
Nenhum comentário:
Postar um comentário