Etapa do Bahrein poderá confirmar se a Ferrari poderá mesmo desafiar a Mercedes neste campeonato. Expectativa é de um bom duelo. |
A Fórmula 1 prepara-se
para a disputa de sua segunda prova da temporada 2016 com a expectativa de ver
um duelo nas areias do deserto de Sakhir, onde está o autódromo que serve de
palco para o GP do Bahrein, pequena nação árabe insular no Golfo Pérsico. Se a
Ferrari apresentou indícios de poder complicar a situação da favorita Mercedes,
é aqui nesta pista que eles precisarão confirmar o que podem realmente fazer. O
carro da Mercedes ainda é superior em todos os aspectos ao carro da escuderia
italiana, mas a diferença de performance em corrida parece ter ficado mais
parelha, a ponto de talvez não permitir a Lewis Hamilton e Nico Rosberg
travarem apenas sua disputa pessoal, ignorando o restante dos competidores na
pista.
Ao contrário do Albert
Park, uma pista de rua montada dentro de um parque, com características
próprias, Sakhir é um autódromo de verdade, onde poderemos ter uma idéia mais
exata da relação de forças das equipes da F-1 para esta temporada. Mercedes e
Ferrari tem tudo para protagonizarem um bom duelo nos treinos e na corrida, mas
isso se o time italiano conseguir realmente encostar de vez nas flechas
prateadas. Se Hamilton e Rosberg largarem na frente sem cometerem o mesmo
deslize da largada da Austrália, contudo, as chances de assistirmos a uma boa
corrida, pelo menos na frente, poderá ser reduzida ao duelo entre os dois
pilotos do time alemão, ficando até mesmo a Ferrari comendo poeira. Mas, isso
não quer dizer que a batalha pela vitória estará perdida.
A nova regra de
disponibilizar mais um tipo de composto para as equipes poderá ajudar a deixar
a disputa menos previsível, com os times a variarem suas estratégias para a
corrida, dependendo de como estes se comportarem nos treinos. Na Austrália, as
diferenças de estratégias mostraram que podem tanto ajudar quanto prejudicar os
times, se estes não souberem fazer o melhor uso da nova opção de composto extra
que as escuderias podem utilizar. Como é apenas a segunda corrida com esta nova
opção, é normal os times ainda estarem tendo de aprender a usar melhor as
variáveis de opções, ainda mais porque os treinos livres em Melbourne foram
marcados pela chuva, enquanto classificação e corrida foram em pista seca, o
que ajudou a embaralhar os dados do aprendizado da melhor opção dos pneus. Aqui
no Bahrein isso deverá ser um problema a menos para os times, que poderão
aprender muito mais sobre como usarem da melhor forma possível os compostos que
poderão utilizar. E, dependendo disso, talvez vejamos algumas surpresas.
No ano passado, Kimi
Raikkonem fez aqui sua melhor prova na temporada, para chegar em 2° lugar num
ritmo bem forte que deu até a impressão de que poderia ter roubado a vitória de
Lewis Hamilton. Considerando que o modelo SF16-H é muito melhor que o carro de
2015, e que ele costuma ser mai dócil com os pneus, quem sabe não esteja mesmo
na hora da Ferrari surpreender a Mercedes? Claro, falta combinar com os
alemães, mas tanto Hamilton quanto Rosberg precisarão se concentrar para não
repetirem a largada falhada de Melbourne, que ajudou a deixar a corrida mais
interessante em sua primeira metade.
Tirando Mercedes e
Ferrari, a situação do restante do grid não muda, com a perspectiva de vermos
um bom duelo entre todos os outros times, exceção à Manor, claro, que melhorou
bastante sua performance, mas ainda é a nanica do grid, em que pese poder estar
com a companhia da Sauber, a se confirmar a péssima performance exibida pelo
time suíço no Albert Park. A escuderia de Felipe Nasr e Marcus Ericsson não
conseguiu mostrar a performance esperada na Austrália, e se confirmar novo
resultado fraco em Sakhir, isso significa que temporada poderá ser tenebrosa
para o time suíço, cujas finanças já não permitem que o carro seja devidamente
desenvolvido como deveria.
Quem também espera uma
melhora é a Williams, que vai estrear um bico novo para esta corrida, mas a
peça só deverá estar disponível neste sábado. O novo aparato, inspirado no da
Mercedes, deve dar um incremento de cerca de 0s3 na performance, se não mais, e
é visto como um dos trunfos para o time se consolidar como 3ª força do
campeonato, posição que tende a ser contestada por Red Bull e Force India, e
até pela Toro Rosso, que andou bastante forte na Austrália, e quer confirmar
isso no Bahrein. A Red Bull já confirmou que tem um grande carro, e se não
fosse a falta de potência da unidade motriz da Renault, certamente estaria
desafiando Mercedes e Ferrari nas primeiras colocações, mas mesmo assim, tem
condições, dependendo do circuito, de complicar a vida de Felipe Massa e
Valtteri Bottas. A Force India não andou o que esperava na Austrália, mas vem
determinada a mostrar que os bons resultados da pré-temporada não foram fogo de
palha.
A McLaren, que foi
notícia na Austrália mais pelo pavoroso acidente de Fernando Alonso do que pela
melhora de performance propriamente dita, está desfalcada justamente do
espanhol nesta corrida. O exame médico da FIA, feito ontem de manhã, revelou
uma fissura numa costela, consequência do violento acidente sofrido no Albert
Park. Por medida de segurança, Alonso foi vetado, e a McLaren precisou chamar
seu piloto reserva, Stoffel Vandoorne, às pressas no Japão para substituí-lo. O
piloto belga já tinha a expectativa de ser promovido a titular do time inglês
na próxima temporada, mas agora vai ter a chance de fazer uma estréia
antecipada, e quem sabe, correr mais de uma prova, uma vez que Alonso ainda é
dúvida para a corrida seguinte, na China. Se o espanhol não estiver plenamente
recuperado, Stoffel poderá ter outra chance de mostrar serviço. Mas ele que se
prepare, porque a parada vai ser dura, e a McLaren ainda tem de convencer a
todos de que está mesmo se recuperando na categoria.
Hass e Renault também
tem expectativas de fazerem corridas melhores do que as da Austrália. Se para o
time norte-americano, novato na categoria, isso pode ser meio difícil, já que
conseguiu uma bela 6ª posição logo em sua corrida de estréia, para a fábrica
francesa o desafio não será menor: o novo carro precisa melhorar em todos os
aspectos se quiser pelo menos disputar a zona de pontuação.
Se a corrida permite
termos a expectativa de uma prova bem disputada, em certos parâmetros, um item
que continua errado, na opinião dos pilotos e de muita gente, incluído eu, é no
formato da classificação, com seu sistema de eliminação implantado na Austrália
mantido, com os pilotos mais lentos sendo rifados a cada 90s em cada um dos Qs,
após determinado número de minutos. Apesar de um início mais agitado na
Austrália, o sistema foi minguando no Q2, e virou mico no Q3, onde perdeu-se
toda a empolgação da disputa da pole. Espero que o sistema volte para o modo
anterior já na corrida da China, porque se algo precisa mudar na categoria, não
é o treino de classificação em si. Desnecessário dizer que os pilotos não gostaram
de ver o novo formato de treino mantido, e lhe dou inteira razão. Todo mundo
deve ter direito a um tempo igual disponível na pista para tentar seu melhor
tempo, algo que o novo sistema não permite. Vejamos o que acontece desta vez...
Aguardemos, então,
como se dará o duelo do deserto neste ano. Todo mundo espera que a corrida seja
boa. Se isso vai confirmar ou não a supremacia da Mercedes é outra história. Há
dois anos atrás, tivemos aqui uma das melhores corridas dos últimos tempos, com
a dupla da Mercedes se digladiando intensamente na luta pela vitória, com os
times restantes promovendo duelos a rodo nas posições restantes, deixando o
público sem fôlego acompanhando todas as disputas, que ocorriam em todas as
posições. Será que poderemos ver algo parecido este ano? A confirmar...
Hoje começam os treinos para a
segunda etapa do campeonato da Indy Racing League. Depois das apertadas ruas de
São Petesburgo, os pilotos da categoria disputarão a primeira prova em oval do
ano, no Phoenix International Raceway, circuito trioval de apenas uma milha, na
capital do Estado do Arizona. Juan Pablo Montoya é o líder do campeonato, com a
vitória na primeira corrida, e a Penske terá o retorno de Will Power, que não
disputou a prova na Flórida por problemas de saúde, mesmo tendo participado dos
treinos e conquistado a pole-position. A Penske, aliás, tentará novamente
mostrar sua força, depois de ter feito os 4 melhores tempos para a largada em
São Petesburgo e ter feito dobradinha com Montoya e Simon Pagenaud. Nostestes
feitos no circuito há algumas semanas, Hélio Castro Neves marcou o novo recorde
extra-oficial do circuito, o que mostra que seu time deverá vir muito forte
para a corrida. A prova será transmitida pelo canal Bandsports neste sábado, ao
vivo, a partir das 22:15, e a exemplo da etapa do Texas, também será noturna,
um atrativo a mais para os fãs. Pelo pequeno tamanho do circuito, e com curvas
fechadas, a corrida deverá ser bastante movimentada, uma vez que os líderes não
tardam a encontrar os retardatários pela frente depois de um número
relativamente reduzido de voltas. A prova terá duração de 250 voltas.
A etapa da Indycar em Phoenix
marca o retorno do pequeno circuito oval ao calendário da categoria após uma
década de ausência, tendo sediado uma prova do certame pela última vez em 2005,
com vitória de Sam Hornish Jr., repetindo o triunfo obtido em 2001. Entre os
pilotos brasileiros, três já venceram no circuito: Émerson Fittipaldi, em 1994
(F-Indy original); Hélio Castro Neves, em 2002; e Tony Kanaan em 2003 e 2004
(IRL). A primeira corrida Indy no circuito foi realizada em 1964, com vitória
de A. J. Foyt.
A MotoGP inicia hoje os treinos
para sua segunda etapa do campeonato, em Termas de Rio Hondo, na Argentina.
Jorge Lorenzo defende a liderança do campeonato, depois de sua vitória em
Losail, no Qatar. Derrotados pelo atual campeão, o espanhol Marc Márquez quer
mostrar que a Yamaha não vai dominar a competição como imaginam. Por sua vez,
Valentino Rossi quer nada menos do que a vitória, depois de ficar de fora do
pódio na primeira corrida da temporada. E a Ducati, que deu um belo susto tanto
na Yamaha quanto na Honda, pretende continuar à espreita para aproveitar a
chance de voltar a vencer. A moto italiana mostrou grande velocidade na pista
de Losail, e embora o circuito de Rio Hondo tenha alguns trechos travados,
possui também uma grande reta onde as Ducati poderão criar problemas para as
duas principais forças da classe rainha do motociclismo. O circuito tem 4,8 Km de extensão, com 14
curvas, e a prova terá 25 voltas, com transmissão ao vivo do canal pago SporTV,
a partir das 16 horas deste domingo, logo depois da exibição, também ao vivo,
das provas das categorias Moto3 e Moto2.
A Formula-E chegou a Long Beach,
na California, para a disputa de sua etapa nos Estados Unidos, que será
realizada neste sábado, no traçado modificado que normalmente é utilizado pela
Indycar para suas provas. A corrida este ano terá 41 voltas, ao contrário das
39 da prova da temporada passada, dando sequência ao desafio de fazer os
pilotos continuarem equilibrando desempenho com economia com a nova potência
das baterias dos carros. No ano passado, foi na pista do balneário californiano
que Nelsinho Piquet começou sua arrancada rumo ao título da categoria, obtendo
uma vitória histórica na mesma pista onde seu pai vencera pela primeira vez na
F-1, 35 anos antes, em 1980. Infelizmente, a situação do atual campeão é bem
distinta da vivida no ano passado. A China Racing não conseguiu montar um
pacote técnico decente para a nova temporada, e em consequência disso, Nelsinho
se vê impossibilitado de defender o seu título de forma decente. Até o momento,
o piloto brasileiro tem largado quase sempre da metade do grid para trás, e
mesmo esforçando-se ao máximo para tentar economizar seu equipamento, ou
aplicar estratégias mais distintas dos concorrentes, não tem conseguido se
impor, marcando até o presente momento apenas 4 pontos no campeonato, enquanto
Sébastien Buemi lidera a competição com 98 pontos. O canal pago Fox Sports 2
transmite a prova ao vivo a partir das 18 horas (Horário de Brasília), com
direito a um apanhado geral dos treinos.
Todos os pilotos brasileiros na
F-E tentam um recomeço em Long Beach. Se para Nelsinho Piquet, que venceu na
pista no ano passado, a meta é tentar pelo menos voltar a marcar pontos
regularmente, para Lucas Di Grassi é o primeiro round visando sua recuperação
no campeonato na luta pelo título contra Sébastien Buemi, depois de perder a
vitória brilhantemente conquistada na etapa da Cidade do México, com a
desclassificação sofrida por seu carro estar abaixo do peso mínimo. Di Grassi
está 22 pontos atrás de Buemi, e pela performance que o piloto da e.dams vem
demonstrando no campeonato, recuperar o prejuízo será bem complicado, e talvez
Buemi já possa até ficar quase isolado na disputa pelo título da categoria.
Para Bruno Senna, assim como Piquet, a meta é crescer no campeonato e sair da
sombra do companheiro de equipe, Nick Heidfeld, que já marcou 27 pontos,
enquanto Bruno tem míseros 12 pontos.
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