sexta-feira, 1 de abril de 2016

DUELO NAS AREIAS DO DESERTO



Etapa do Bahrein poderá confirmar se a Ferrari poderá mesmo desafiar a Mercedes neste campeonato. Expectativa é de um bom duelo.

            A Fórmula 1 prepara-se para a disputa de sua segunda prova da temporada 2016 com a expectativa de ver um duelo nas areias do deserto de Sakhir, onde está o autódromo que serve de palco para o GP do Bahrein, pequena nação árabe insular no Golfo Pérsico. Se a Ferrari apresentou indícios de poder complicar a situação da favorita Mercedes, é aqui nesta pista que eles precisarão confirmar o que podem realmente fazer. O carro da Mercedes ainda é superior em todos os aspectos ao carro da escuderia italiana, mas a diferença de performance em corrida parece ter ficado mais parelha, a ponto de talvez não permitir a Lewis Hamilton e Nico Rosberg travarem apenas sua disputa pessoal, ignorando o restante dos competidores na pista.
            Ao contrário do Albert Park, uma pista de rua montada dentro de um parque, com características próprias, Sakhir é um autódromo de verdade, onde poderemos ter uma idéia mais exata da relação de forças das equipes da F-1 para esta temporada. Mercedes e Ferrari tem tudo para protagonizarem um bom duelo nos treinos e na corrida, mas isso se o time italiano conseguir realmente encostar de vez nas flechas prateadas. Se Hamilton e Rosberg largarem na frente sem cometerem o mesmo deslize da largada da Austrália, contudo, as chances de assistirmos a uma boa corrida, pelo menos na frente, poderá ser reduzida ao duelo entre os dois pilotos do time alemão, ficando até mesmo a Ferrari comendo poeira. Mas, isso não quer dizer que a batalha pela vitória estará perdida.
            A nova regra de disponibilizar mais um tipo de composto para as equipes poderá ajudar a deixar a disputa menos previsível, com os times a variarem suas estratégias para a corrida, dependendo de como estes se comportarem nos treinos. Na Austrália, as diferenças de estratégias mostraram que podem tanto ajudar quanto prejudicar os times, se estes não souberem fazer o melhor uso da nova opção de composto extra que as escuderias podem utilizar. Como é apenas a segunda corrida com esta nova opção, é normal os times ainda estarem tendo de aprender a usar melhor as variáveis de opções, ainda mais porque os treinos livres em Melbourne foram marcados pela chuva, enquanto classificação e corrida foram em pista seca, o que ajudou a embaralhar os dados do aprendizado da melhor opção dos pneus. Aqui no Bahrein isso deverá ser um problema a menos para os times, que poderão aprender muito mais sobre como usarem da melhor forma possível os compostos que poderão utilizar. E, dependendo disso, talvez vejamos algumas surpresas.
            No ano passado, Kimi Raikkonem fez aqui sua melhor prova na temporada, para chegar em 2° lugar num ritmo bem forte que deu até a impressão de que poderia ter roubado a vitória de Lewis Hamilton. Considerando que o modelo SF16-H é muito melhor que o carro de 2015, e que ele costuma ser mai dócil com os pneus, quem sabe não esteja mesmo na hora da Ferrari surpreender a Mercedes? Claro, falta combinar com os alemães, mas tanto Hamilton quanto Rosberg precisarão se concentrar para não repetirem a largada falhada de Melbourne, que ajudou a deixar a corrida mais interessante em sua primeira metade.
            Tirando Mercedes e Ferrari, a situação do restante do grid não muda, com a perspectiva de vermos um bom duelo entre todos os outros times, exceção à Manor, claro, que melhorou bastante sua performance, mas ainda é a nanica do grid, em que pese poder estar com a companhia da Sauber, a se confirmar a péssima performance exibida pelo time suíço no Albert Park. A escuderia de Felipe Nasr e Marcus Ericsson não conseguiu mostrar a performance esperada na Austrália, e se confirmar novo resultado fraco em Sakhir, isso significa que temporada poderá ser tenebrosa para o time suíço, cujas finanças já não permitem que o carro seja devidamente desenvolvido como deveria.
            Quem também espera uma melhora é a Williams, que vai estrear um bico novo para esta corrida, mas a peça só deverá estar disponível neste sábado. O novo aparato, inspirado no da Mercedes, deve dar um incremento de cerca de 0s3 na performance, se não mais, e é visto como um dos trunfos para o time se consolidar como 3ª força do campeonato, posição que tende a ser contestada por Red Bull e Force India, e até pela Toro Rosso, que andou bastante forte na Austrália, e quer confirmar isso no Bahrein. A Red Bull já confirmou que tem um grande carro, e se não fosse a falta de potência da unidade motriz da Renault, certamente estaria desafiando Mercedes e Ferrari nas primeiras colocações, mas mesmo assim, tem condições, dependendo do circuito, de complicar a vida de Felipe Massa e Valtteri Bottas. A Force India não andou o que esperava na Austrália, mas vem determinada a mostrar que os bons resultados da pré-temporada não foram fogo de palha.
            A McLaren, que foi notícia na Austrália mais pelo pavoroso acidente de Fernando Alonso do que pela melhora de performance propriamente dita, está desfalcada justamente do espanhol nesta corrida. O exame médico da FIA, feito ontem de manhã, revelou uma fissura numa costela, consequência do violento acidente sofrido no Albert Park. Por medida de segurança, Alonso foi vetado, e a McLaren precisou chamar seu piloto reserva, Stoffel Vandoorne, às pressas no Japão para substituí-lo. O piloto belga já tinha a expectativa de ser promovido a titular do time inglês na próxima temporada, mas agora vai ter a chance de fazer uma estréia antecipada, e quem sabe, correr mais de uma prova, uma vez que Alonso ainda é dúvida para a corrida seguinte, na China. Se o espanhol não estiver plenamente recuperado, Stoffel poderá ter outra chance de mostrar serviço. Mas ele que se prepare, porque a parada vai ser dura, e a McLaren ainda tem de convencer a todos de que está mesmo se recuperando na categoria.
            Hass e Renault também tem expectativas de fazerem corridas melhores do que as da Austrália. Se para o time norte-americano, novato na categoria, isso pode ser meio difícil, já que conseguiu uma bela 6ª posição logo em sua corrida de estréia, para a fábrica francesa o desafio não será menor: o novo carro precisa melhorar em todos os aspectos se quiser pelo menos disputar a zona de pontuação.
            Se a corrida permite termos a expectativa de uma prova bem disputada, em certos parâmetros, um item que continua errado, na opinião dos pilotos e de muita gente, incluído eu, é no formato da classificação, com seu sistema de eliminação implantado na Austrália mantido, com os pilotos mais lentos sendo rifados a cada 90s em cada um dos Qs, após determinado número de minutos. Apesar de um início mais agitado na Austrália, o sistema foi minguando no Q2, e virou mico no Q3, onde perdeu-se toda a empolgação da disputa da pole. Espero que o sistema volte para o modo anterior já na corrida da China, porque se algo precisa mudar na categoria, não é o treino de classificação em si. Desnecessário dizer que os pilotos não gostaram de ver o novo formato de treino mantido, e lhe dou inteira razão. Todo mundo deve ter direito a um tempo igual disponível na pista para tentar seu melhor tempo, algo que o novo sistema não permite. Vejamos o que acontece desta vez...
            Aguardemos, então, como se dará o duelo do deserto neste ano. Todo mundo espera que a corrida seja boa. Se isso vai confirmar ou não a supremacia da Mercedes é outra história. Há dois anos atrás, tivemos aqui uma das melhores corridas dos últimos tempos, com a dupla da Mercedes se digladiando intensamente na luta pela vitória, com os times restantes promovendo duelos a rodo nas posições restantes, deixando o público sem fôlego acompanhando todas as disputas, que ocorriam em todas as posições. Será que poderemos ver algo parecido este ano? A confirmar...


Hoje começam os treinos para a segunda etapa do campeonato da Indy Racing League. Depois das apertadas ruas de São Petesburgo, os pilotos da categoria disputarão a primeira prova em oval do ano, no Phoenix International Raceway, circuito trioval de apenas uma milha, na capital do Estado do Arizona. Juan Pablo Montoya é o líder do campeonato, com a vitória na primeira corrida, e a Penske terá o retorno de Will Power, que não disputou a prova na Flórida por problemas de saúde, mesmo tendo participado dos treinos e conquistado a pole-position. A Penske, aliás, tentará novamente mostrar sua força, depois de ter feito os 4 melhores tempos para a largada em São Petesburgo e ter feito dobradinha com Montoya e Simon Pagenaud. Nostestes feitos no circuito há algumas semanas, Hélio Castro Neves marcou o novo recorde extra-oficial do circuito, o que mostra que seu time deverá vir muito forte para a corrida. A prova será transmitida pelo canal Bandsports neste sábado, ao vivo, a partir das 22:15, e a exemplo da etapa do Texas, também será noturna, um atrativo a mais para os fãs. Pelo pequeno tamanho do circuito, e com curvas fechadas, a corrida deverá ser bastante movimentada, uma vez que os líderes não tardam a encontrar os retardatários pela frente depois de um número relativamente reduzido de voltas. A prova terá duração de 250 voltas.
O pequeno oval de Phoenix está de volta ao campeonato da IRL.


A etapa da Indycar em Phoenix marca o retorno do pequeno circuito oval ao calendário da categoria após uma década de ausência, tendo sediado uma prova do certame pela última vez em 2005, com vitória de Sam Hornish Jr., repetindo o triunfo obtido em 2001. Entre os pilotos brasileiros, três já venceram no circuito: Émerson Fittipaldi, em 1994 (F-Indy original); Hélio Castro Neves, em 2002; e Tony Kanaan em 2003 e 2004 (IRL). A primeira corrida Indy no circuito foi realizada em 1964, com vitória de A. J. Foyt.


A MotoGP inicia hoje os treinos para sua segunda etapa do campeonato, em Termas de Rio Hondo, na Argentina. Jorge Lorenzo defende a liderança do campeonato, depois de sua vitória em Losail, no Qatar. Derrotados pelo atual campeão, o espanhol Marc Márquez quer mostrar que a Yamaha não vai dominar a competição como imaginam. Por sua vez, Valentino Rossi quer nada menos do que a vitória, depois de ficar de fora do pódio na primeira corrida da temporada. E a Ducati, que deu um belo susto tanto na Yamaha quanto na Honda, pretende continuar à espreita para aproveitar a chance de voltar a vencer. A moto italiana mostrou grande velocidade na pista de Losail, e embora o circuito de Rio Hondo tenha alguns trechos travados, possui também uma grande reta onde as Ducati poderão criar problemas para as duas principais forças da classe rainha do motociclismo. O circuito tem 4,8 Km de extensão, com 14 curvas, e a prova terá 25 voltas, com transmissão ao vivo do canal pago SporTV, a partir das 16 horas deste domingo, logo depois da exibição, também ao vivo, das provas das categorias Moto3 e Moto2.


A Formula-E chegou a Long Beach, na California, para a disputa de sua etapa nos Estados Unidos, que será realizada neste sábado, no traçado modificado que normalmente é utilizado pela Indycar para suas provas. A corrida este ano terá 41 voltas, ao contrário das 39 da prova da temporada passada, dando sequência ao desafio de fazer os pilotos continuarem equilibrando desempenho com economia com a nova potência das baterias dos carros. No ano passado, foi na pista do balneário californiano que Nelsinho Piquet começou sua arrancada rumo ao título da categoria, obtendo uma vitória histórica na mesma pista onde seu pai vencera pela primeira vez na F-1, 35 anos antes, em 1980. Infelizmente, a situação do atual campeão é bem distinta da vivida no ano passado. A China Racing não conseguiu montar um pacote técnico decente para a nova temporada, e em consequência disso, Nelsinho se vê impossibilitado de defender o seu título de forma decente. Até o momento, o piloto brasileiro tem largado quase sempre da metade do grid para trás, e mesmo esforçando-se ao máximo para tentar economizar seu equipamento, ou aplicar estratégias mais distintas dos concorrentes, não tem conseguido se impor, marcando até o presente momento apenas 4 pontos no campeonato, enquanto Sébastien Buemi lidera a competição com 98 pontos. O canal pago Fox Sports 2 transmite a prova ao vivo a partir das 18 horas (Horário de Brasília), com direito a um apanhado geral dos treinos.
Traçado da F-E para a prova de Long Beach, na Califórnia.


Todos os pilotos brasileiros na F-E tentam um recomeço em Long Beach. Se para Nelsinho Piquet, que venceu na pista no ano passado, a meta é tentar pelo menos voltar a marcar pontos regularmente, para Lucas Di Grassi é o primeiro round visando sua recuperação no campeonato na luta pelo título contra Sébastien Buemi, depois de perder a vitória brilhantemente conquistada na etapa da Cidade do México, com a desclassificação sofrida por seu carro estar abaixo do peso mínimo. Di Grassi está 22 pontos atrás de Buemi, e pela performance que o piloto da e.dams vem demonstrando no campeonato, recuperar o prejuízo será bem complicado, e talvez Buemi já possa até ficar quase isolado na disputa pelo título da categoria. Para Bruno Senna, assim como Piquet, a meta é crescer no campeonato e sair da sombra do companheiro de equipe, Nick Heidfeld, que já marcou 27 pontos, enquanto Bruno tem míseros 12 pontos.

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