E
o mês de março já foi embora, alguns dos principais campeonatos de
automobilismo fizeram a estréia de suas disputas, e os pilotos começaram a
pisar fundo no acelerador, batalhando pelo título da temporada de suas
respectivas categorias. Mas sempre ficam vários acontecimentos para trás, sem
terem tido oportunidade de serem relacionados e comentados devidamente. Por
isso, para tentar falar um pouco mais do que andou ocorrendo no mundo do
esporte a motor, é hora de mais uma sessão da Flying Laps, com notas rápidas de
alguns destes acontecimentos ocorridos neste último mês, com os tradicionais
comentários. Portanto, uma boa leitura para todos, e no mês que vem tem mais.
A Formula-E
realizou em março sua primeira corrida no México, utilizando o traçado oval
existente dentro do autódromo Hermanos Rodriguez, que juntamente com um
conjunto de curvas fechadas dentro da parte do estádio, e a Peraltada com uma
chicane no meio, proporcionou o primeiro traçado em autódromo utilizado pela
categoria dos carros elétricos. Largando na pole, o belga Jerôme D'Ambrosio, da
Dragon, conseguiu se manter firme na liderança até o pit stop para troca de
carros. Atrás do belga, Nicolas Prost e Lucas Di Grassi duelaram pela 2ª
colocação, mas sem que o brasileiro tivesse chance de ultrapassar, enquanto
Sébastien Buemi superava Daniel Abt para se colocar na caça a Lucas. O
brasileiro conseguiu superar Prost numa manobra aguerrida pouco antes do pit
stop, e contou com o fato de a e.dams priorizar o pit stop de Buemi, o que fez
a parada de Prost demorar um pouco mais. Di Grassi retornou à pista logo atrás
de D'Ambrosio, e usando o fanboost com perfeição, assumiu a liderança para não
mais perdê-la. Enquanto o brasileiro ia embora, o belga e Buemi travaram um
duelo feroz pela segunda colocação, que acabou vencido pelo piloto da Dragon,
após várias escaramuças entre ambos durante várias voltas. O resultado deixaria
Lucas na liderança do campeonato, com 10 pontos de vantagem para Buemi, o
favorito na luta pelo título, e seria um resultado muito importante para manter
o brasileiro na disputa. Infelizmente, todo o esforço acabou jogado fora: Di
Grassi acabou desclassificado horas depois após a verificação técnica apontar
que seu carro estava cerca de 1,8
Kg abaixo do peso mínimo estipulado. Com isso, a vitória
passou para Jerôme, e Buemi, de 3°, ficou com o 2° lugar e, mais importante,
manteve-se firme na liderança do campeonato, passando a ter 22 pontos de
vantagem para o piloto brasileiro da equipe Audi ABT. Com 6 corridas ainda pela
frente, a vantagem obtida por Buemi na Cidade do México deixa o piloto da
e.dams numa posição bem confortável na luta pelo título, uma vez que será muito
difícil para Lucas conseguir recuperar essa desvantagem. Os demais brasileiros
não tiveram um dia produtivo na etapa do México: Bruno Senna acabou em 10°
lugar, marcando apenas 1 ponto, novamente perdendo o duelo com seu parceiro
Nick Heidfeld, que chegou em 8°; Já Nelsinho Piquet foi o 13°, terminando a
prova também atrás de seu companheiro de equipe, Oliver Turvey, que finalizou a
corrida em 11° lugar.
Coincidência ou não, no ano passado,
quando Lucas também acabou desclassificado na prova de Berlin da F-E, após
outra vitória antológica na pista, Jerôme D'Ambrosio também herdou a vitória
depois. Os pontos perdidos por Di Grassi naquela corrida foram decisivos para
que o brasileiro ficasse apenas em 3° lugar no campeonato, uma vez que ele não
conseguiu recuperar a desvantagem nas etapas restantes. O panorama agora é bem
similar, com o brasileiro tendo de correr atrás de Buemi, que tem o melhor
carro da competição, e não tem cometido muitos erros, o que torna a tarefa pra
lá de difícil. Se Buemi não sofrer nenhum percalço que o faça ficar sem marcar
pontos em alguma das próximas corridas, Di Grassi terá dito adeus às chances de
conquistar o título da categoria nesta temporada. A equipe Audi ABT pediu
desculpas ao brasileiro pelo erro cometido, que pode ter acontecido na troca de
uma das baterias, o que fez com que o carro não fosse pesado novamente, o que
pode ter gerado o peso a menos. Lucas entendeu a situação do time, e a partir
de agora a meta é lutar pelos melhores resultados possíveis. Se conseguir voltar
firme a duelar pelo título, ótimo. Se não, pelo menos o brasileiro terá a seu
favor o fato de ter dado o melhor de si na pista. Aguardemos as próximas
etapas...
O campeonato 2016 da Stock Car
brasileira começou o ano com sua corrida de duplas, na despedida da categoria
do Autódromo de Curitiba, que será desativado para dar lugar a um conjunto de
condomínios. E Marco Gomes, o atual campeão, iniciou o ano com o pé direito no
acelerador: ao lado de Antonio Pizzonia, seu parceiro na corrida de duplas, o
piloto da equipe Voxx venceu a prova, depois de uma disputa apertada com a
dupla formada por Allan Khodair, da equipe Fulltime, e o português Antonio
Félix da Costa, que chegaram apenas 1s4 atrás. Logo atrás, em outra disputa
boa, chegou a dupla composta por Ricardo Maurício, da equipe RC, e Guilherme
Salas. A 4ª posição ficaria com a dupla Felipe Fraga/Rodrigo Sperafico, mas a
direção de prova puniu Fraga por causa de um toque em Daniel Serra, que foi
considerada antidesportiva, e ganhou uma punição de 20s ao seu tempo de
corrida, despencando para a 16ª colocação. Com isso, a dupla Daniel
Serra/Danilo Dirani acabou ficando com o 4° lugar. A próxima corrida da
competição é no dia 10 de abril, no circuito de Velopark, em Nova Santa Rita,
no Estado do Rio Grande do Sul, dando início às provas em rodada dupla do
campeonato da categoria.
Sébastien Ogier continua dando as cartas
no Mundial de Rali. O piloto francês da equipe Volkswagen não venceu o Rali do
México, disputado no início de março, mas nem por isso os concorrentes puderam
comemorar. A vitória ficou com seu parceiro de equipe Jari-Matti Latvala, ou
seja, a Volkswagen faturou mais uma etapa do campeonato, e com dobradinha. E
quem foi o 2° colocado? Ogier, é lógico, e eis o motivo de não se poder comemorar
o fato de o atual campeão não vencer uma etapa. O resultado, é claro, é um
alento para Latvala, que estava zerado na pontuação do campeonato deste ano, e
marcou os 25 pontos da vitória, mais dois pontos extras na etapa mexicana da
competição. O norueguês Mads Ostberg fechou a etapa na 3ª colocação, e com isso
assumiu a 2ª colocação no campeonato, uma vez que seu compatriota Andreas
Mikkelsen ter ficado sem marcar pontos nesta terceira etapa da competição. A
vantagem de Ogier na classificação ainda é enorme: são nada menos do que 35
pontos para Ostberg. No campeonato de construtores, a Volkswagen segue com
folga confortável sobre sua mais próxima concorrente, a Hyundai (97 a 61, respectivamente), com
os demais times ficando cada vez mais para trás. A próxima etapa da competição
é o Rali da Argentina, que será disputado nos dias 21 a 24 deste mês de abril.
As equipes do Mundial de Endurance
estiveram presentes durante dois dias no mês de março para testes de
pré-temporada do campeonato, que começa neste mês de abril. E o que se viu foi
a Porsche dominar todos os treinos, impondo diferenças preocupantes para os
principais concorrentes, Toyota e Audi, que ao que parece, irão comer poeira
dos carros campeões de 2015. Em apenas um dos treinos, no segundo dia, um rival
chegou mais perto, ficando a cerca de 0s387, no caso o modelo Toyota TS050 N°
5, pertencente ao trio Stéphane Sarrazin/Mike Conway/Kamui Kobayashi, na
perseguição ao modelo Porsche 919 com o trio Timo Bernhard/Mark Webber/Brendon
Hartley, campeão no ano passado. Foram 5 treinos durante os dois dias, e nos
dois últimos o carro do trio campeão finalizou na frente, ficando o carro N° 2
da Porsche, sob comando do trio Romain Dumas/Neel Jani/Marc Lieb na frente
durante todos os outros treinos. A disputa pelo segundo lugar promete ser
acirrada entre Toyota e Audi, a julgar pelos tempos obtidos nestes dois dias de
testes. Os alemães foram 2° colocados em apenas um dos treinos, enquanto os
japoneses foram os vice-líderes dos treinos restantes. O melhor tempo veio no
último treino, com 1min37s445, obtido pelo Porsche N° 1 nos 5,791 Km do circuito de
Paul Ricard, em Le Castellet. O melhor tempo da Toyota foi obtido no 4° treino,
obtido pelo carro N° 5, com 1min38s273. Pelo seu lado, a Audi marcou seu melhor
tempo no último treino, com 1min38s827, obtido pelo carro N° 7, sob comando do
trio Marcel Fassler/Andre Lotterer/ Bénoit Tréluyer. Logo atrás do trio
Porsche/Toyota/Audi veio a Rebellion, mas com tempos cerca de 4 a 5s mais lentos que os
Porsches oficiais da fábrica, indicando que teremos praticamente dois níveis
dentro da categoria LMP1. É esperar que Audi e Toyota possam oferecer mais
oposição à Porsche durante o campeonato, porque a se repetir o que se viu
nestes testes, os atuais campeões tem tudo para arrasar seus adversários neste
campeonato.
Jorge Lorenzo começou a temporada de
2016 na frente, na busca pelo seu 4° título na MotoGP. O piloto da equipe
Yamaha largou na pole-position na prova inaugural do campeonato deste ano, no
circuito de Losail, no Qatar, e conseguiu vencer a corrida, mas não teve vida
fácil: a dupla da equipe oficial da Ducati mostrou força e durante a parte
inicial da corrida, esteve disposta a discutir a vitória com o atual tricampeão
da categoria. No final, Andrea Iannonne acabou caindo de sua moto, dando adeus
à competição, enquanto Andrea Dovizioso resistiu por várias voltas à pressão de
Lorenzo, que acabou por reassumir a liderança e rumar firme para a bandeirada.
Dovizioso terminou a corrida em 2° lugar, comprovando que a marca italiana está
muito mais forte nesta temporada, e que vai brigar para voltar a vencer na
categoria rainha do motociclismo. Marc Márquez acabou fechando o pódio em 3°
lugar, e Valentino Rossi, o vice-campeão do ano passado, começou a temporada
com um 4° lugar, sem subir ao pódio no Qatar, resultado desfavorável no seu
duelo com Lorenzo, com quem divide a equipe oficial da Yamaha.
Se perdeu na pista para Jorge Lorenzo,
na primeira corrida do campeonato deste ano da MotoGP, nos bastidores,
Valentino Rossi saiu na frente, ao anunciar, antes da disputa da prova do
Qatar, a sua renovação com a equipe dos três diapasões por mais duas
temporadas, garantindo sua vaga na escuderia nipônica até o fim da temporada de
2018, quando provavelmente irá pendurar o capacete e deixar de competir.
Atualmente com 37 anos, Rossi estará com 39 no encerramento do novo contrato, e
muitos consideram improvável que ele estenda sua carreira além disso. Rossi
busca seu 8° título da MotoGP, que o levaria a ter 10 títulos no motociclismo.
Se realmente for encerrar sua carreira ao fim do novo contrato, ele terá apenas
mais 3 chances de tentar mais um título. Mas o duelo não será fácil, uma vez
que Jorge Lorenzo é um oponente difícil de ser derrotado, e Marc Márquez, da
Honda, também não pretende desistir de lutar pelo título enquanto for titular
da principal escuderia rival da Yamaha. O desafio está lançado. Será que o
"Doutor" será novamente campeão? Que ele vai tentar, isso vai? Podem
apostar... Se vai conseguir, é outra história...
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