quarta-feira, 6 de abril de 2016

FLYING LAPS - MARÇO DE 2016



            E o mês de março já foi embora, alguns dos principais campeonatos de automobilismo fizeram a estréia de suas disputas, e os pilotos começaram a pisar fundo no acelerador, batalhando pelo título da temporada de suas respectivas categorias. Mas sempre ficam vários acontecimentos para trás, sem terem tido oportunidade de serem relacionados e comentados devidamente. Por isso, para tentar falar um pouco mais do que andou ocorrendo no mundo do esporte a motor, é hora de mais uma sessão da Flying Laps, com notas rápidas de alguns destes acontecimentos ocorridos neste último mês, com os tradicionais comentários. Portanto, uma boa leitura para todos, e no mês que vem tem mais.


A Formula-E realizou em março sua primeira corrida no México, utilizando o traçado oval existente dentro do autódromo Hermanos Rodriguez, que juntamente com um conjunto de curvas fechadas dentro da parte do estádio, e a Peraltada com uma chicane no meio, proporcionou o primeiro traçado em autódromo utilizado pela categoria dos carros elétricos. Largando na pole, o belga Jerôme D'Ambrosio, da Dragon, conseguiu se manter firme na liderança até o pit stop para troca de carros. Atrás do belga, Nicolas Prost e Lucas Di Grassi duelaram pela 2ª colocação, mas sem que o brasileiro tivesse chance de ultrapassar, enquanto Sébastien Buemi superava Daniel Abt para se colocar na caça a Lucas. O brasileiro conseguiu superar Prost numa manobra aguerrida pouco antes do pit stop, e contou com o fato de a e.dams priorizar o pit stop de Buemi, o que fez a parada de Prost demorar um pouco mais. Di Grassi retornou à pista logo atrás de D'Ambrosio, e usando o fanboost com perfeição, assumiu a liderança para não mais perdê-la. Enquanto o brasileiro ia embora, o belga e Buemi travaram um duelo feroz pela segunda colocação, que acabou vencido pelo piloto da Dragon, após várias escaramuças entre ambos durante várias voltas. O resultado deixaria Lucas na liderança do campeonato, com 10 pontos de vantagem para Buemi, o favorito na luta pelo título, e seria um resultado muito importante para manter o brasileiro na disputa. Infelizmente, todo o esforço acabou jogado fora: Di Grassi acabou desclassificado horas depois após a verificação técnica apontar que seu carro estava cerca de 1,8 Kg abaixo do peso mínimo estipulado. Com isso, a vitória passou para Jerôme, e Buemi, de 3°, ficou com o 2° lugar e, mais importante, manteve-se firme na liderança do campeonato, passando a ter 22 pontos de vantagem para o piloto brasileiro da equipe Audi ABT. Com 6 corridas ainda pela frente, a vantagem obtida por Buemi na Cidade do México deixa o piloto da e.dams numa posição bem confortável na luta pelo título, uma vez que será muito difícil para Lucas conseguir recuperar essa desvantagem. Os demais brasileiros não tiveram um dia produtivo na etapa do México: Bruno Senna acabou em 10° lugar, marcando apenas 1 ponto, novamente perdendo o duelo com seu parceiro Nick Heidfeld, que chegou em 8°; Já Nelsinho Piquet foi o 13°, terminando a prova também atrás de seu companheiro de equipe, Oliver Turvey, que finalizou a corrida em 11° lugar.


Coincidência ou não, no ano passado, quando Lucas também acabou desclassificado na prova de Berlin da F-E, após outra vitória antológica na pista, Jerôme D'Ambrosio também herdou a vitória depois. Os pontos perdidos por Di Grassi naquela corrida foram decisivos para que o brasileiro ficasse apenas em 3° lugar no campeonato, uma vez que ele não conseguiu recuperar a desvantagem nas etapas restantes. O panorama agora é bem similar, com o brasileiro tendo de correr atrás de Buemi, que tem o melhor carro da competição, e não tem cometido muitos erros, o que torna a tarefa pra lá de difícil. Se Buemi não sofrer nenhum percalço que o faça ficar sem marcar pontos em alguma das próximas corridas, Di Grassi terá dito adeus às chances de conquistar o título da categoria nesta temporada. A equipe Audi ABT pediu desculpas ao brasileiro pelo erro cometido, que pode ter acontecido na troca de uma das baterias, o que fez com que o carro não fosse pesado novamente, o que pode ter gerado o peso a menos. Lucas entendeu a situação do time, e a partir de agora a meta é lutar pelos melhores resultados possíveis. Se conseguir voltar firme a duelar pelo título, ótimo. Se não, pelo menos o brasileiro terá a seu favor o fato de ter dado o melhor de si na pista. Aguardemos as próximas etapas...


O campeonato 2016 da Stock Car brasileira começou o ano com sua corrida de duplas, na despedida da categoria do Autódromo de Curitiba, que será desativado para dar lugar a um conjunto de condomínios. E Marco Gomes, o atual campeão, iniciou o ano com o pé direito no acelerador: ao lado de Antonio Pizzonia, seu parceiro na corrida de duplas, o piloto da equipe Voxx venceu a prova, depois de uma disputa apertada com a dupla formada por Allan Khodair, da equipe Fulltime, e o português Antonio Félix da Costa, que chegaram apenas 1s4 atrás. Logo atrás, em outra disputa boa, chegou a dupla composta por Ricardo Maurício, da equipe RC, e Guilherme Salas. A 4ª posição ficaria com a dupla Felipe Fraga/Rodrigo Sperafico, mas a direção de prova puniu Fraga por causa de um toque em Daniel Serra, que foi considerada antidesportiva, e ganhou uma punição de 20s ao seu tempo de corrida, despencando para a 16ª colocação. Com isso, a dupla Daniel Serra/Danilo Dirani acabou ficando com o 4° lugar. A próxima corrida da competição é no dia 10 de abril, no circuito de Velopark, em Nova Santa Rita, no Estado do Rio Grande do Sul, dando início às provas em rodada dupla do campeonato da categoria.


Sébastien Ogier continua dando as cartas no Mundial de Rali. O piloto francês da equipe Volkswagen não venceu o Rali do México, disputado no início de março, mas nem por isso os concorrentes puderam comemorar. A vitória ficou com seu parceiro de equipe Jari-Matti Latvala, ou seja, a Volkswagen faturou mais uma etapa do campeonato, e com dobradinha. E quem foi o 2° colocado? Ogier, é lógico, e eis o motivo de não se poder comemorar o fato de o atual campeão não vencer uma etapa. O resultado, é claro, é um alento para Latvala, que estava zerado na pontuação do campeonato deste ano, e marcou os 25 pontos da vitória, mais dois pontos extras na etapa mexicana da competição. O norueguês Mads Ostberg fechou a etapa na 3ª colocação, e com isso assumiu a 2ª colocação no campeonato, uma vez que seu compatriota Andreas Mikkelsen ter ficado sem marcar pontos nesta terceira etapa da competição. A vantagem de Ogier na classificação ainda é enorme: são nada menos do que 35 pontos para Ostberg. No campeonato de construtores, a Volkswagen segue com folga confortável sobre sua mais próxima concorrente, a Hyundai (97 a 61, respectivamente), com os demais times ficando cada vez mais para trás. A próxima etapa da competição é o Rali da Argentina, que será disputado nos dias 21 a 24 deste mês de abril.


As equipes do Mundial de Endurance estiveram presentes durante dois dias no mês de março para testes de pré-temporada do campeonato, que começa neste mês de abril. E o que se viu foi a Porsche dominar todos os treinos, impondo diferenças preocupantes para os principais concorrentes, Toyota e Audi, que ao que parece, irão comer poeira dos carros campeões de 2015. Em apenas um dos treinos, no segundo dia, um rival chegou mais perto, ficando a cerca de 0s387, no caso o modelo Toyota TS050 N° 5, pertencente ao trio Stéphane Sarrazin/Mike Conway/Kamui Kobayashi, na perseguição ao modelo Porsche 919 com o trio Timo Bernhard/Mark Webber/Brendon Hartley, campeão no ano passado. Foram 5 treinos durante os dois dias, e nos dois últimos o carro do trio campeão finalizou na frente, ficando o carro N° 2 da Porsche, sob comando do trio Romain Dumas/Neel Jani/Marc Lieb na frente durante todos os outros treinos. A disputa pelo segundo lugar promete ser acirrada entre Toyota e Audi, a julgar pelos tempos obtidos nestes dois dias de testes. Os alemães foram 2° colocados em apenas um dos treinos, enquanto os japoneses foram os vice-líderes dos treinos restantes. O melhor tempo veio no último treino, com 1min37s445, obtido pelo Porsche N° 1 nos 5,791 Km do circuito de Paul Ricard, em Le Castellet. O melhor tempo da Toyota foi obtido no 4° treino, obtido pelo carro N° 5, com 1min38s273. Pelo seu lado, a Audi marcou seu melhor tempo no último treino, com 1min38s827, obtido pelo carro N° 7, sob comando do trio Marcel Fassler/Andre Lotterer/ Bénoit Tréluyer. Logo atrás do trio Porsche/Toyota/Audi veio a Rebellion, mas com tempos cerca de 4 a 5s mais lentos que os Porsches oficiais da fábrica, indicando que teremos praticamente dois níveis dentro da categoria LMP1. É esperar que Audi e Toyota possam oferecer mais oposição à Porsche durante o campeonato, porque a se repetir o que se viu nestes testes, os atuais campeões tem tudo para arrasar seus adversários neste campeonato.


Jorge Lorenzo começou a temporada de 2016 na frente, na busca pelo seu 4° título na MotoGP. O piloto da equipe Yamaha largou na pole-position na prova inaugural do campeonato deste ano, no circuito de Losail, no Qatar, e conseguiu vencer a corrida, mas não teve vida fácil: a dupla da equipe oficial da Ducati mostrou força e durante a parte inicial da corrida, esteve disposta a discutir a vitória com o atual tricampeão da categoria. No final, Andrea Iannonne acabou caindo de sua moto, dando adeus à competição, enquanto Andrea Dovizioso resistiu por várias voltas à pressão de Lorenzo, que acabou por reassumir a liderança e rumar firme para a bandeirada. Dovizioso terminou a corrida em 2° lugar, comprovando que a marca italiana está muito mais forte nesta temporada, e que vai brigar para voltar a vencer na categoria rainha do motociclismo. Marc Márquez acabou fechando o pódio em 3° lugar, e Valentino Rossi, o vice-campeão do ano passado, começou a temporada com um 4° lugar, sem subir ao pódio no Qatar, resultado desfavorável no seu duelo com Lorenzo, com quem divide a equipe oficial da Yamaha.


Se perdeu na pista para Jorge Lorenzo, na primeira corrida do campeonato deste ano da MotoGP, nos bastidores, Valentino Rossi saiu na frente, ao anunciar, antes da disputa da prova do Qatar, a sua renovação com a equipe dos três diapasões por mais duas temporadas, garantindo sua vaga na escuderia nipônica até o fim da temporada de 2018, quando provavelmente irá pendurar o capacete e deixar de competir. Atualmente com 37 anos, Rossi estará com 39 no encerramento do novo contrato, e muitos consideram improvável que ele estenda sua carreira além disso. Rossi busca seu 8° título da MotoGP, que o levaria a ter 10 títulos no motociclismo. Se realmente for encerrar sua carreira ao fim do novo contrato, ele terá apenas mais 3 chances de tentar mais um título. Mas o duelo não será fácil, uma vez que Jorge Lorenzo é um oponente difícil de ser derrotado, e Marc Márquez, da Honda, também não pretende desistir de lutar pelo título enquanto for titular da principal escuderia rival da Yamaha. O desafio está lançado. Será que o "Doutor" será novamente campeão? Que ele vai tentar, isso vai? Podem apostar... Se vai conseguir, é outra história...
 



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