quarta-feira, 30 de abril de 2014

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - ABRIL DE 2014



            E lá vamos nós com mais uma COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, fazendo um balanço do que andou acontecendo neste último mês no mundo da velocidade. Como de costume, vamos às classificações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Então, boa leitura a todos, e até a cotação do mês que vem, relacionando as primeiras corridas de alguns certames...



EM ALTA:

Equipe Mercedes: O time de Stuttgart continua ditando o ritmo do campeonato de F-1 deste ano. Foram 4 vitórias em 4 corridas, e só não fez a dobradinha em todas elas por que Lewis Hamilton abandonou com problemas mecânicos na Austrália. Nas demais corridas, seus pilotos ocuparam os dois primeiros lugares do pódio, e mesmo quando houve alguma dificuldade, como ocorreu com Nico Rosberg na China, não foi difícil recuperar o terreno e chegar à frente dos demais. Nem a Red Bull em seu melhor ano começou o campeonato de forma tão arrasadora. E a tendência é se manter assim ainda por várias corridas, enquanto a concorrência bate cabeças entre si.

Lewis Hamilton: Pode ser prematuro afirmar isso, mas o campeão de 2008 já pode ir comemorando o bi em 2014. Depois de abandonar a corrida inaugural em Melbourne, o inglês tratou de recuperar o tempo perdido, e ganhou todas as demais corridas, inclusive dando um baile no companheiro de equipe Nico Rosberg, que só deu combate de fato na etapa do Bahrein. No ritmo em que vai, e se nada o distrair em sua concentração, Hamilton assumirá a liderança do campeonato na próxima etapa, na Espanha, se repetir a performance exibida nas últimas corridas. Nico Rosberg que se cuide, pois o inglês está em ponto de bala.

Daniel Ricciardo: O piloto australiano vem se saindo melhor do que a encomenda em seu novo time, a Red Bull. Tão bem que Sebastian Vettel já começa a falar abertamente estar incomodado com as boas atuações do companheiro de equipe, que já chegou 3 vezes à sua frente nas corridas deste ano - incluído o GP da Austrália, onde acabou desclassificado. Nas duas últimas corridas, Daniel tem se sobressaído sobre o atual tetracampeão mundial, que recebeu por duas vezes a incômoda "ordem" do time para dar passagem ao australiano. Vettel ainda está na frente de Ricciardo no campeonato, mas a se persistir a atual situação, não vai demorar para o alemão ser passado para trás. Mark Webber, agora piloto da Porshe na Endurance, certamente deve estar mandando lembranças a Vettel, como votos de boas corridas a seu conterrâneo e sucessor no time da Red Bull...

Pedro Piquet: Mais um Piquet está iniciando sua carreira nos monopostos. O caçula o tricampeão Nélson Piquet, Pedro, está disputando a F-3 Brasileira, e teve um início arrasador na categoria. Competindo pela equipe Cesário Fórmula, e pilotando um carro com uma pintura inspirada na Brabham com a qual o pai foi bicampeão na F-1, Pedro venceu nada menos 3 das 4 primeiras corridas da competição, e foi 2° colocado na 4ª prova. Nem é preciso dizer que Piquet pai está todo orgulhoso com o início vitorioso do filho. Com trabalho e dedicação, e mostrando o talento que tem, certamente uma hora chegará na F-1. Só se espera que tenha mais sorte de cair no lugar certo na hora certa, o que não aconteceu com o irmão Nélson Ângelo...

Marc Márquez: O atual campeão e garoto-prodígio da categoria vai arrasando a concorrência, e conseguiu repetir a sequência de 3 vitórias consecutivas nas 3 primeiras corridas do campeonato, estabelecida há mais de 40 anos por Giácomo Agostini. Márquez até teve um pouco mais de trabalho na prova da Argentina, quando caiu algumas posições na largada, perdendo a vantagem da pole, mas não se intimidou, e foi para cima da concorrência, especialmente de Jorge Lorenzo, que resistiu o quanto pôde, mas não conseguiu resistir ao assédio do campeão, que na tocada atual, parece caminhar rumo ao bicampeonato ainda com mais facilidade do que quando conquistou seu primeiro título. Pelo jeito, a disputa da MotoGP em 2014 vai ser um luta pelo vice-campeonato, porque nem mesmo Dani Pedrosa está conseguindo acompanhar o ritmo de seu companheiro de equipe na Honda, estando em 2° no campeonato, mas a 19 pontos atrás. Valentino Rossi, da Yamaha, e 3° na classificação, está com apenas 41 pontos, bem distante dos 75 já acumulados por Márquez.



NA MESMA:

Pastor Maldonado: Que o piloto venezuelano é rápido, isso é sabido. Mas que ele também é estabanado, é ainda mais conhecido por todos, e Esteban Gutierrez sentiu isso ao vivo e a cores no Bahrein, onde acabou catapultado pelo piloto da Lotus, capotando e felizmente só ficando mesmo é tonto com a reviravolta que deu em pleno ar. Punido com apenas 5 posições a menos no grid da China e com alguns pontos na carteira pelo ocorrido, Pastor ainda conseguiu repetir, no 3° treino livre, a cena protagonizada por Lewis Hamilton em 2007, quando o inglês, estreante no ano, e liderando o campeonato, bateu sozinho na entrada de box do circuito de Shangai. Como foi dito, na época Hamilton era novato, e começava a sentir a pressão da luta pelo título, o que o levou ao erro. Maldonado, entretanto, já não é nenhum novato, e precisa aprender a dosar sua agressividade para evitar de arrumar confusões na pista, o que seria muito útil em um momento onde vem tomando de goleada no time para Romain Grossjean. Pelo menos na corrida chinesa ele se comportou, sem esbarrar em ninguém, depois de largar em último e nem mesmo participar da classificação devido à batida mencionada...

Reforma dos boxes do circuito de Interlagos: Que o palco do Grande Prêmio Brasil de F-1 precisa de melhorias, todos sabem. E como condição essencial para manter a etapa brasileira da categoria máxima do automobilismo, Bernie Ecclestone exigiu reformas no autódromo paulistano. E elas vão acontecer, com vistas a deixar o circuito todo renovado para 2015. Mas felizmente uma coisa não vai mais acontecer: a mudança dos boxes e paddock para a reta oposta. O novo projeto de reforma vai readequar os boxes e toda a estrutura central do paddock e comando da prova no seu atual lugar mesmo, e a idéia de mudar a posição de largada, junto com toda a estrutura, foi deixada de lado. Um ponto de bom senso, pelo menos, pois a atual posição dos boxes e da largada é a melhor possível, e em consulta aos pilotos, a grande maioria era contra a mudança dos boxes e da posição de largada da prova. Com uma estrutura reformada e ampliada, ninguém mais deve reclamar dos boxes apertados. Pelo visto, a experiência de Silverstone, onde mudaram a largada e todo o complexo do paddock há pouco tempo atrás não deve ter sido tão positiva como todos imaginavam...

Equilíbrio no campeonato da IRL: A Indy Racing League pode não ter conseguido ainda recuperar o prestígio e popularidade que sua antecessora Fórmula Indy tinha, mas ninguém pode negar que está apresentando um bom equilíbrio nas disputas. Em 3 corridas disputadas, tivemos 3 vencedores diferentes, e ninguém conseguiu se impôr aos demais até agora. Will Power lidera o campeonato, com 1 vitória, e vem mantendo-se firme graças à regularidade, mesma tática adotada por Ryan Hunter-Reay, que só não está melhor porque fez besteira em Long Beach quando duelava pela vitória. Penske e Ganassi, de quem se esperava o protagonismo da luta pelo campeonato, até agora não conseguiram impor sua força, e ainda estão sendo surpreendidos pela Andretti, e pelo desempenho de times menores, como a Schmidt Peterson, que tem Simon Pagenaud em 3° no campeonato, logo atrás de Power e Hunter-Reay. Pelo menos por enquanto, a disputa da competição segue bem embolada, com as corridas apresentando surpresas nas disputas, o que é ótimo. Esperemos que isso se mantenha firme durante todo o certame, e que vença o melhor.

Tony Kanaan: O piloto brasileiro esperava deixar os dias de incerteza vividos na KV nas últimas temporadas, quando apareceu a chance de ir para a equipe Ganassi, um time de ponta da IRL, onde finalmente poderia voltar a disputar um campeonato, uma vez que o time de Jimmy Vasser e Kevin Kalkhoven tinha muitos altos e baixos, e não conseguiu alcançar a constância necessária para melhorar. Só que o início no time de Chip está sendo mais complicado do que o baiano poderia imaginar, e até agora, Tony tem ficado bem atrás do parceiro de time, o atual campeão Scott Dixon. Em Barber, só para se ter uma idéia, Kanaan largou praticamente em último, enquanto Dixon largava em 5°. Nem mesmo a corrida complicada que foi a prova do Alabama ajudou muito Tony, que apesar da boa recuperação, chegou apenas em 9°. Conhecido por sua capacidade e talento, não é a estréia que Tony esperava no retorno a um time grande, e ele vai precisar trabalhar mais do que pensava para reverter o atual momento.

Duelo Honda X Yamaha na MotoGP: Mais uma temporada, e mais um duelo pelo título na categoria máxima do motociclismo entre os dois gigantes da categoria: os times oficiais da Honda e da Yamaha. As duas equipes tem os melhores equipamentos, e os melhores pilotos. No momento, a Honda conta com o melhor equipamento, o que mostrou na etapa da Argentina, onde a Honda fez a dobradinha com seus dois pilotos, seguidos pela dupla da Yamaha, com Valentino Rossi a ocupar a posição mais baixa do pódio. As duas marcas prometem empenho total na luta pelo título, que no momento tem apenas um favorito ao campeonato, que é Marc Márquez. Fica a expectativa se a Yamaha vai conseguir reagir. E, embora as novas regras dividindo os times em "fábrica" e "aberto" tenha dado uma revigorada aos outros competidores, que andaram complicando as coisas para os favoritos em alguns momentos nas provas iniciais do campeonato, todos concordam que é questão de tempo até Honda e Yamaha dispararem na frente. Ou será que não? O duelo promete ser renhido durante o ano todo.



EM BAIXA:

Equipe Williams: O tradicional time inglês está mostrando este ano que vai ter muitos altos e baixos durante a temporada. O carro exibe potencial para render bons resultados, e a dupla de pilotos de pilotos titulares sabe o que tem de fazer para alcançar bons resultados na pista. Mesmo assim, a escuderia vem enfrentando pequenos percalços em detalhes que acabam reduzindo as chances de se obterem melhores resultados. O modelo FW36 possui algumas deficiências que estão sendo devidamente trabalhadas pelo time, mas que deveria ser mais ágil na sua solução. Isso quando o azar das circunstâncias do momento não jogam a estratégia do time no lixo, como aconteceu com o Safety Car no Bahrein, impossibilitando-os de aproveitarem melhor sua tática de pneus. E enquanto isso, os mecânicos conseguiram arruinar a corrida de Felipe Massa na China, ao inverterem as posições dos pneus traseiros, com isso fazendo o brasileiro perder um tempo precioso no box que não foi possível recuperar na pista. O time está pontuando bem, mas ao mesmo tempo continua no meio do "bolo" na tabela do mundial de construtores, ocupando o 6° lugar, superando apenas a Toro Rosso, Sauber,  Lotus, e as nanicas Marussia e Caterham.

Red Bull: O time sensação da F-1 já teve ares muito mais arejados e descontraídos. O sucesso parece ter feito mal à escuderia, que já aderiu aos "vícios" exibidos pelos outros times de ponta da categoria. Se na pista o time vem recuperando seu ritmo, a ponto de já ser a melhor escuderia do "resto", fora da pista o clima anda exaltado, com críticas à Renault, às novas regras técnicas, e principalmente à perda do recurso contra a desclassificação de Daniel Ricciardo na Austrália por irregularidades no fluxômetro de combustível. Integrantes do time ainda trocaram farpas bem agressivas contra a Mercedes, que inicialmente clamava por uma punição mais dura ao time no caso do fluxômetro. É, Red Bull, que diferença de alguns anos atrás, quando o time era o mais "cuca fresca" de todo o paddock, e mostrava uma desenvoltura e carisma que conquistava a todos. Tinha até um jornalzinho próprio, com matérias legais e umas tiradas fora de série que todo mundo adorava ler, algo que não existe mais hoje, assim como o bom humor que existia por lá em abundância...

Stefano Domenicali: Com a falta de performance do F14T, não seria surpresa nenhuma a Ferrari entrar em crise novamente, e desta vez Luca de Montezemolo começou a tirar satisfações antes do que todos esperavam. E o primeiro a pagar o pato foi Stefano Domenicali, que para muitos já deveria ter sido demitido a tempos, tamanha a quantidade de erros cometidos pela escuderia rossa nos últimos anos. Nem os 23 anos de carreira no time italiano pareceram significar alguma coisa para Montezemolo, que o despediu sumariamente, em que pese a versão oficial de que o italiano "pediu" demissão. Apesar de muitos dizerem que Montezemolo também deveria ir para a rua pelas derrapadas que o time deu nos últimos campeonatos, foi mais fácil demitir Domenicali. É como no futebol, onde se o time vai mal, o técnico é o primeiro a ser mandado embora. Infelizmente, Stefano nunca teve a capacidade administrativa e estratégica de Jean Todt e de Ross Braw, e sua gestão mais "aberta" e flexível em um ambiente onde impera a prepotência e arrogância na cobrança de resultados para ontem a todo instante acabaram sendo fatais para sua permanência no cargo de chefe esportivo da Ferrari, justamente o time mais enrolado quando o assunto é política na F-1.

Equipe McLaren: O time de Woking pretendia deixar a péssima temporada de 2013 para trás, e na etapa da Austrália, até deu motivos para acreditarmos que os dias ruins ficariam mesmo para trás. Mas dali em diante a escuderia só foi decaindo nos resultados, a ponto de ficar praticamente sem conseguir pontuar nas últimas duas corridas: no Bahrein, foi por quebra nos dois carros; na China, por simplesmente não conseguirem chegar dentro da zona de pontuação. Em algum canto escondido, Martin Withmarsh deve estar dando algumas risadas, depois de ter sido destituído do comando do time de F-1 por Ron Dennis, numa clara indicação de ser ele o culpado pela decadência do time observada em 2013. Pelo visto, o buraco é mais embaixo, e como desgraça pouca é bobagem, até o presente momento o time inglês segue praticamente sem patrocinadores fixos nos carros, um indício extremamente ruim para um time de sucesso histórico como o da McLaren.

Equipe Audi na estréia do Mundial 2014 de Endurance: No seu 3° campeonato de disputa, a Endurance acalentava a expectativa de um duelo tríplice entre as grandes escuderias de fábrica na categoria LMP1, Audi, Toyota, e a Porshe. Mas, na etapa inaugural do certame, em Silverstone, quem deu as cartas foi a Toyota. o time japonês conseguiu surpreender a favorita Audi já na classificação, ao roubar a pole-position do time das quatro argolas. Nada para preocupar a Audi, mas no domingo, debaixo de chuva, eis que a escuderia campeã dos primeiros 2 campeonatos amargou ver seus dois carros ficarem pelo caminho, e ver uma dobradinha dos rivais nipônicos, que festejaram como nunca a vitória, e já saem na dianteira do campeonato. Foi o pior momento da Audi na Endurance desde praticamente a criação do campeonato, em 2012. O jeito é esperar melhor sorte na próxima etapa, e se certificar de que os rivais não tenham encomendado nenhuma dança da chuva, o que pode ser meio complicado, quando se sabe que Spa-Francorchamps, local da próxima corrida do WEC, é conhecido pelo seu clima instável durante as corridas de carros. Os times da F-1 que o digam...

 


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