Para alegria dos fãs de Kamui Kobayashi, o japonês está de volta à F-1 em 2014, defendendo a Caterham. |
A menos de uma semana
do início dos testes da pré-temporada, a Fórmula 1 já tem seu grid de pilotos
completo para a temporada de 2014. Nesta semana, a Caterham fechou sua dupla de
pilotos, promovendo a volta do japonês Kamui Kobayashi à categoria depois de um
ano, e promovendo a estréia de um novato, o sueco Marcus Ericsson. Como todos
os demais times já haviam anunciado seus pilotos, fechou-se a relação dos
competidores para o campeonato deste ano.
E foi uma passagem de
temporada bem agitada. Apenas Mercedes e Marussia mantiveram seus pilotos de
2013 para 2014. No time germânico, a dupla Lewis Hamilton e Nico Rosberg parte
para seu segundo ano de convivência prometendo vôos mais altos do que os do ano
passado. Não fosse a mudança radical dos motores e das regras técnicas dos
carros, a ascenção da Mercedes só não é certa porque tudo está na base da
incógnita para este ano. No caso da Marussia, Max Chilton e Jules Bianchi só
tem um objetivo: sair do fundão, onde ficaram ano passado se digladiando com a
Caterham, e pelo menos vencendo os carros verdes de Tony Fernandes. Uma tarefa
que pode ser mais complicada neste ano, a se repetir a performance de ambos os
times: Kobayashi é garantia de emoção na pista, e pode complicar os planos da
dupla da Marussia. Heikki Kovalainen dançou pelo segundo ano consecutivo, e
talvez precise mesmo mudar de ares.
No time campeão,
Sebastian Vettel terá a companhia de Daniel Ricciardo, que chega ao melhor time
da F-1 atual com a missão de mostrar que não foi escolhido para o time
principal de Dietrich Mateschitz por aparentemente ser "inofensivo"
ao atual tetracampeão Vettel. A conferir. Na Ferrari é que o clima promete
esquentar. Depois de reinar por 4 anos sem oposição em Maranello, Fernando
Alonso terá enfim um parceiro à sua altura: Kimmi Raikkonen. O finlandês
retorna ao time italiano com a moral em alta, depois de dois anos de bons
resultados na Lotus, e tem tudo para mostrar a velha garra. Alonso que mantenha
a cabeça no lugar, pois da última vez que teve oposição de um companheiro de
time, perdeu o rumo, em 2007, na McLaren. Ou ele trata de acelerar e se
concentrar, ou certamente vai passar mais um ano na fila esperando seu 3°
título. E nem estou falando ainda se o carro da Ferrari é bom ou ruim...
Quem precisa dar a
volta por cima este ano é a Mclaren. A temporada passada foi a pior da
escuderia inglesa desde o início dos anos 1980, e a pressão anda forte. Ron
Dennis resolveu retomar as rédeas do time, e promete fazer muitas correções de
rumo. Jenson Button tem a dura missão de liderar na pista a recuperação do time
de Woking, e vai precisar se superar nesta temporada, ainda mais que o ano já
começou mal para ele, pela perda do pai, encontrado morto em casa há alguns
dias, vítima de ataque cardíaco. John Button sempre esteve presente com o filho
em todas as temporadas, e era seu maior apoio moral e emocional. Kevin
Magnussem tem a missão complicada de mostrar que é o novato certo no time certo
no momento certo. A demissão de Sérgio Perez mostrou que o time fez uma escolha
equivocada, mesmo que o carro de 2013 não tenha ajudado muito. A bem da
verdade, Magnussem também foi contratado meio que na base do supetão pela
McLaren, mas por fazer parte do programa de pilotos da escuderia, pelo menos é
um rosto mais conhecido, e isso lhes dá maior confiabilidade do que esperar do
jovem.
Outro time que precisa
apagar 2013 da memória é a Williams. Tendo marcado apenas 6 pontos no ano
passado, a escuderia apostou em Felipe Massa para comandar o time nesta
temporada, e manteve o finlandês Valtteri Bottas. Ainda bem novo na F-1, Bottas
pode aprender bastante com Massa, cuja experiência de mais de uma década como
piloto da Ferrari tem lá seus macetes importantes para se explorar. Resta saber
se a escuderia saberá produzir um carro decente. Em 2012, até conseguiu, mas os
pilotos ficaram aquém do que poderiam render.
Na Lotus, a maior
dúvida do que esperar do time para 2014. O time passa por grandes dívidas, e
terá a dupla potencialmente mais explosiva do grid este ano. Pastor Maldonado
chegou a Enstone com seus petrodólares da PDVSA e disposto a mostrar que pode
ser um campeão. Se conseguir ficar longe de encrencas na pista, já estará de
bom tamanho. E Romain Grossjean só precisa manter a forma das provas finais de
2013 para liderar o time neste ano, quando disputou pódios superando o resto do
grid, com exceção da Red Bull de Vettel. Romain só precisa ter cuidado para não
ter uma recaída das apresentações de 2012, quando invariavelmente arrumava confusão
logo nas primeiras curvas de cada GP.
Na Sauber, Esteban
Gutiérrez vai para sua segunda temporada precisando mostrar serviço, e terá a
companhia de Adrian Sutil, que fez uma temporada razoável em seu retorno em
2013, e agora, em novos ares, terá a missão de liderar o time suíço, que teve
um ano difícil no ano passado, mas conseguiu se recuperar graças às belas
performances de Nico Hulkenberg. Hulkengerg, por sua vez, retorna à Force
India, onde irá trabalhar com o mexicano Sérgio Perez. O alemão foi sensação na
segunda metade do ano passado, com algumas performances memoráveis conduzindo a
Sauber, e preterido por times mais estruturados, como McLaren e Lotus, tentará
manter a boa fase. Perez, por sua vez, quer mostrar à McLaren que merecia
continuar no time prateado, e tentará reerguer sua carreira na F-1. Não há
dúvidas de que o valor do mexicano, antes visto como estrela em ascenção, caiu
bastante com sua demissão da McLaren, e só conseguiu a vaga no time de Vijay
Mallya com uma forcinha de Woking, como compensação pela demissão. A Force
India tem acordos de cooperação técnica com a McLaren, portanto, aceitar o
mexicano não foi exatamente difícil. Espera-se que Sérgio aproveite a nova
chance e volte a brilhar.
A Toro Rosso terá mais
um novato na F-1, o russo Daniil Kviat é o mais novo membro do programa de
apoio a pilotos da Red Bull a chegar à categoria máxima do automobilismo.
Jean-Éric Vergne segue no time, mas precisa ficar atento: se não mostrar mais
do que apresentou até agora, seu destino ao fim do ano poderá ser a rua, a
menos que Daniel Ricciardo faça barbeiragens demais na Red Bull e precise ser
substituído, o que abriria uma oportunidade para o francês. De um jeito ou de
outro, Vergne precisa começar a mostrar a que veio, pois a paciência de Helmut
Marko sempre anda curta: não fosse Mark Webber resolver pular fora da F-1, haveria
uma vaga a menos disponível, e é provável que Ricciardo ou Vergne dançassem no
time já para este ano.
O Brasil, a exemplo do
ano passado, segue com apenas um representante: Felipe Massa, que vai defender
a Williams. Felipe Nasr bem que tentou, mas suas negociações não chegaram a
lugar nenhum em time algum, e até o fechamento desta coluna, mesmo as
tratativas para arrumar um lugar de piloto reserva têm sido infrutíferas. Se
não arrumar nem isso, Felipe precisa ver já que rumo dará à sua carreira neste
ano, a fim de não permanecer inativo, o que seria um revés indesejável, e ficar
mais um ano na GP2 não acrescentaria muito.
Agora, é aguardar os
novos carros. A McLaren apresenta hoje o primeiro carro de 2014, e semana que
vem, a partir de terça-feira, quase todos os times estarão na pista de Jerez de
La Fronteira para a primeira sessão coletiva de testes. Está na hora de voltar
a acelerarcom tudo...
Este fim de semana teremos a
disputa de uma das mais tradicionais corridas dos Estados Unidos: as 24 Horas
de Daytona. A corrida é disputada desde 1962, no circuito oval de Daytona
International Speedway, de 2,5
milhas de extensão (4,2 Km), e a prova este ano
abre o novo campeonato da United SportsCar, certame originado da junção das categorias
Grand-Am e ALMS – American Le Mans Series. O grid de largada tem mais de 150
pilotos confirmados, e entre eles, doze competidores serão brasileiros:
Christian Fittipaldi, Oswaldo Negri e Tony Kanaan disputarão a corrida na classe
Prototype, a principal categoria do certame. Na classe PC, teremos Bruno
Junqueira, Raphael Matos, Gabriel Casagrande e Júlio Campos. Na classe GTD
teremos a participação de Chico Longo, Xandinho Negrão, Daniel Serra, Marcos
Gomes, e Augusto Farfus. Boa sorte a todos eles...
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