sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

GRID FECHADO NA F-1


Para alegria dos fãs de Kamui Kobayashi, o japonês está de volta à F-1 em 2014, defendendo a Caterham.

            A menos de uma semana do início dos testes da pré-temporada, a Fórmula 1 já tem seu grid de pilotos completo para a temporada de 2014. Nesta semana, a Caterham fechou sua dupla de pilotos, promovendo a volta do japonês Kamui Kobayashi à categoria depois de um ano, e promovendo a estréia de um novato, o sueco Marcus Ericsson. Como todos os demais times já haviam anunciado seus pilotos, fechou-se a relação dos competidores para o campeonato deste ano.
            E foi uma passagem de temporada bem agitada. Apenas Mercedes e Marussia mantiveram seus pilotos de 2013 para 2014. No time germânico, a dupla Lewis Hamilton e Nico Rosberg parte para seu segundo ano de convivência prometendo vôos mais altos do que os do ano passado. Não fosse a mudança radical dos motores e das regras técnicas dos carros, a ascenção da Mercedes só não é certa porque tudo está na base da incógnita para este ano. No caso da Marussia, Max Chilton e Jules Bianchi só tem um objetivo: sair do fundão, onde ficaram ano passado se digladiando com a Caterham, e pelo menos vencendo os carros verdes de Tony Fernandes. Uma tarefa que pode ser mais complicada neste ano, a se repetir a performance de ambos os times: Kobayashi é garantia de emoção na pista, e pode complicar os planos da dupla da Marussia. Heikki Kovalainen dançou pelo segundo ano consecutivo, e talvez precise mesmo mudar de ares.
            No time campeão, Sebastian Vettel terá a companhia de Daniel Ricciardo, que chega ao melhor time da F-1 atual com a missão de mostrar que não foi escolhido para o time principal de Dietrich Mateschitz por aparentemente ser "inofensivo" ao atual tetracampeão Vettel. A conferir. Na Ferrari é que o clima promete esquentar. Depois de reinar por 4 anos sem oposição em Maranello, Fernando Alonso terá enfim um parceiro à sua altura: Kimmi Raikkonen. O finlandês retorna ao time italiano com a moral em alta, depois de dois anos de bons resultados na Lotus, e tem tudo para mostrar a velha garra. Alonso que mantenha a cabeça no lugar, pois da última vez que teve oposição de um companheiro de time, perdeu o rumo, em 2007, na McLaren. Ou ele trata de acelerar e se concentrar, ou certamente vai passar mais um ano na fila esperando seu 3° título. E nem estou falando ainda se o carro da Ferrari é bom ou ruim...
            Quem precisa dar a volta por cima este ano é a Mclaren. A temporada passada foi a pior da escuderia inglesa desde o início dos anos 1980, e a pressão anda forte. Ron Dennis resolveu retomar as rédeas do time, e promete fazer muitas correções de rumo. Jenson Button tem a dura missão de liderar na pista a recuperação do time de Woking, e vai precisar se superar nesta temporada, ainda mais que o ano já começou mal para ele, pela perda do pai, encontrado morto em casa há alguns dias, vítima de ataque cardíaco. John Button sempre esteve presente com o filho em todas as temporadas, e era seu maior apoio moral e emocional. Kevin Magnussem tem a missão complicada de mostrar que é o novato certo no time certo no momento certo. A demissão de Sérgio Perez mostrou que o time fez uma escolha equivocada, mesmo que o carro de 2013 não tenha ajudado muito. A bem da verdade, Magnussem também foi contratado meio que na base do supetão pela McLaren, mas por fazer parte do programa de pilotos da escuderia, pelo menos é um rosto mais conhecido, e isso lhes dá maior confiabilidade do que esperar do jovem.
            Outro time que precisa apagar 2013 da memória é a Williams. Tendo marcado apenas 6 pontos no ano passado, a escuderia apostou em Felipe Massa para comandar o time nesta temporada, e manteve o finlandês Valtteri Bottas. Ainda bem novo na F-1, Bottas pode aprender bastante com Massa, cuja experiência de mais de uma década como piloto da Ferrari tem lá seus macetes importantes para se explorar. Resta saber se a escuderia saberá produzir um carro decente. Em 2012, até conseguiu, mas os pilotos ficaram aquém do que poderiam render.
            Na Lotus, a maior dúvida do que esperar do time para 2014. O time passa por grandes dívidas, e terá a dupla potencialmente mais explosiva do grid este ano. Pastor Maldonado chegou a Enstone com seus petrodólares da PDVSA e disposto a mostrar que pode ser um campeão. Se conseguir ficar longe de encrencas na pista, já estará de bom tamanho. E Romain Grossjean só precisa manter a forma das provas finais de 2013 para liderar o time neste ano, quando disputou pódios superando o resto do grid, com exceção da Red Bull de Vettel. Romain só precisa ter cuidado para não ter uma recaída das apresentações de 2012, quando invariavelmente arrumava confusão logo nas primeiras curvas de cada GP.
            Na Sauber, Esteban Gutiérrez vai para sua segunda temporada precisando mostrar serviço, e terá a companhia de Adrian Sutil, que fez uma temporada razoável em seu retorno em 2013, e agora, em novos ares, terá a missão de liderar o time suíço, que teve um ano difícil no ano passado, mas conseguiu se recuperar graças às belas performances de Nico Hulkenberg. Hulkengerg, por sua vez, retorna à Force India, onde irá trabalhar com o mexicano Sérgio Perez. O alemão foi sensação na segunda metade do ano passado, com algumas performances memoráveis conduzindo a Sauber, e preterido por times mais estruturados, como McLaren e Lotus, tentará manter a boa fase. Perez, por sua vez, quer mostrar à McLaren que merecia continuar no time prateado, e tentará reerguer sua carreira na F-1. Não há dúvidas de que o valor do mexicano, antes visto como estrela em ascenção, caiu bastante com sua demissão da McLaren, e só conseguiu a vaga no time de Vijay Mallya com uma forcinha de Woking, como compensação pela demissão. A Force India tem acordos de cooperação técnica com a McLaren, portanto, aceitar o mexicano não foi exatamente difícil. Espera-se que Sérgio aproveite a nova chance e volte a brilhar.
            A Toro Rosso terá mais um novato na F-1, o russo Daniil Kviat é o mais novo membro do programa de apoio a pilotos da Red Bull a chegar à categoria máxima do automobilismo. Jean-Éric Vergne segue no time, mas precisa ficar atento: se não mostrar mais do que apresentou até agora, seu destino ao fim do ano poderá ser a rua, a menos que Daniel Ricciardo faça barbeiragens demais na Red Bull e precise ser substituído, o que abriria uma oportunidade para o francês. De um jeito ou de outro, Vergne precisa começar a mostrar a que veio, pois a paciência de Helmut Marko sempre anda curta: não fosse Mark Webber resolver pular fora da F-1, haveria uma vaga a menos disponível, e é provável que Ricciardo ou Vergne dançassem no time já para este ano.
            O Brasil, a exemplo do ano passado, segue com apenas um representante: Felipe Massa, que vai defender a Williams. Felipe Nasr bem que tentou, mas suas negociações não chegaram a lugar nenhum em time algum, e até o fechamento desta coluna, mesmo as tratativas para arrumar um lugar de piloto reserva têm sido infrutíferas. Se não arrumar nem isso, Felipe precisa ver já que rumo dará à sua carreira neste ano, a fim de não permanecer inativo, o que seria um revés indesejável, e ficar mais um ano na GP2 não acrescentaria muito.
            Agora, é aguardar os novos carros. A McLaren apresenta hoje o primeiro carro de 2014, e semana que vem, a partir de terça-feira, quase todos os times estarão na pista de Jerez de La Fronteira para a primeira sessão coletiva de testes. Está na hora de voltar a acelerarcom tudo...


Este fim de semana teremos a disputa de uma das mais tradicionais corridas dos Estados Unidos: as 24 Horas de Daytona. A corrida é disputada desde 1962, no circuito oval de Daytona International Speedway, de 2,5 milhas de extensão (4,2 Km), e a prova este ano abre o novo campeonato da United SportsCar, certame originado da junção das categorias Grand-Am e ALMS – American Le Mans Series. O grid de largada tem mais de 150 pilotos confirmados, e entre eles, doze competidores serão brasileiros: Christian Fittipaldi, Oswaldo Negri e Tony Kanaan disputarão a corrida na classe Prototype, a principal categoria do certame. Na classe PC, teremos Bruno Junqueira, Raphael Matos, Gabriel Casagrande e Júlio Campos. Na classe GTD teremos a participação de Chico Longo, Xandinho Negrão, Daniel Serra, Marcos Gomes, e Augusto Farfus. Boa sorte a todos eles...

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