sexta-feira, 29 de novembro de 2013

FIM DE TEMPORADA



Os pilotos da temporada 2013 fazendo a tradicional foto de encerramento da competição. Agora é partir para 2014...

            E acabou o campeonato. A bandeirada do Grande Prêmio do Brasil, domingo passado, encerrou muita coisa na F-1. Alguns pilotos trocarão de time, alguns se despedirão da categoria, queiram ou não - Mark Webber é o único que está fazendo isso porque quer, e os motores V-8, utilizados pela categoria nos últimos 7 anos, e com desenvolvimento congelado desde então, entram para os anais da história da categoria. Em 2014, muita coisa nova nos espera, e também, um campeonato melhor, todos torcem, porque a segunda fase este ano foi um samba de uma nota só - Sebastian Vettel contra todo mundo, e todo mundo perdendo feio, desde a prova da Bélgica.
            Quem esperava uma corrida mais agitada teve de se contentar com os treinos livres e de classificação debaixo de chuva, onde tivemos o tradicional enguiço dos times e pilotos com as condições do circuito. Mas até esse agito que São Pedro costuma proporcionar foi mais do que morno. Teve piloto que nem treinou em tempo integral, e mesmo assim, quem esperava que a chuva ajudasse a embaralhar o grid, Vettel foi lá e mostrou que nem São Pedro poderia segurar o novo tetracampeão mundial da categoria e sua Red Bull imparável. O garoto marcou um tempo que deixou todo mundo de queixo caído. Enrosco mais sério mesmo, apenas de Sérgio Perez, que estampou seu último carro da McLaren na subida do lago ao fim do Q2.
            Na corrida, com esperança de que São Pedro ajudasse a prova final da temporada a ser mais imprevisível, eis que a hora da prova estava com asfalto seco, o que já prenunciava que outro passeio de Vettel iria acontecer. E aconteceu mesmo, e nem uma largada levemente falhada perturbou o alemãozinho, que recuperou-se rapidamente e no fechamento da 1ª volta já estava de volta à liderança, de onde praticamente não mais saiu, nem mesmo quando seu time se enrolou numa das paradas de box, tendo que ir buscar o pneu para a troca. Pelo menos atrás o clima era mais competitivo, com disputas de posição entre vários pilotos, virtude de um circuito de verdade como só Interlagos é capaz de proporcionar, seja com tempo seco ou com chuva. Mark Webber, em sua última prova, estava combativo, mas não o suficiente para ameaçar seu companheiro de equipe. Disputou posição principalmente com Fernando Alonso, e ambos acabaram em 2° e 3°, com o espanhol voltando ao pódio depois de vários GPs ausente dele. Com o 2° lugar, Webber fechou o campeonato em 3° lugar, superando Kimi Raikkonem, ausente nas últimas duas provas.
            Felipe Massa fez uma despedida emocionada da Ferrari. Mas dentro da pista, cometeu um erro de passar sobre a linha de entrada dos boxes além do permitido e tomou uma punição até correta, menos para ele, claro, e com isso, a esperança de pelo menos terminar com um bom resultado meio que se desvaneceu. Ridícula foi a punição a Lewis Hamilton pelo toque que deu em Valtteri Bottas em disputa de posição, que acarretou o abandono do finlandês da Williams com uma roda solta, enquanto o piloto da Mercedes teve o pneu furado e penou para chegar os boxes e efetuar a troca. Para mim foi incidente de corrida normal, e não precisava de nenhum drive through, o que só confirma que hoje em dia na F-1 os pilotos não podem arriscar tudo o que poderiam.
            Todos os pilotos que estão lá são profissionais o bastante para não ficarem batendo rodas uns com os outros sem necessidade. Toques são normais em disputas de posição, mas do jeito que as coisas andam... Não é de admirar que os pilotos por vezes pensem duas vezes antes de arriscar uma manobra de ultrapassagem. Fico imaginando Andrea De Cesaris pilotando nos dias de hoje...só de multas e punições ele provavelmente faliria seu time com seu festival de batidas. E a adoção de uma "carteira de pontos" a partir de 2014 não me dá muitas esperanças de pararem com as frescuras, muito pelo contrário...
            No fim, a chuva finalmente apareceu, mas tão tímida que não foi o suficiente para alterar o panorama da prova, nem mesmo provocar trocas de pneu. Tirando Vettel, que deu um passeio sem ter tanta vantagem como de costume, mostrou que andou para o gasto, apertando o ritmo quando sentia a aproximação de alguém. Finda a corrida, o campeão mostrou novamente seus zerinhos para a torcida na reta dos boxes, que também foi imitado por Felipe Massa, encerrando oficialmente seus dias como piloto da Ferrari, após mais de uma década sob contrato com o time de Maranello. E Webber ainda emocionou todo mundo ao fazer sua volta de retorno aos boxes sem o capacete e as luvas, pilotando de rosto para o vento, apreciando seus últimos momentos ao volante de F-1. Completando o final do dia, alguns times, entre eles a Red Bull, mandaram seus últimos motores V-8 pelos ares acelerando eles ao limite nos boxes, encerrando um período de 25 anos de motores aspirados na categoria máxima do automobilismo mundial.
            Agora é hora de recarregar as baterias. As escuderias embalaram todo o seu material para, no dia seguinte, mandarem tudo de volta à Europa. Das equipes, alguns pilotos foram embora domingo à noite mesmo. Alguns mecânicos acompanhariam os equipamentos de volta às fábricas, enquanto outros iriam curtir mais alguns dias por aqui mesmo, aproveitando o fato de estarem no Brasil, que não irá fechar o campeonato de 2014, então curtirem nosso país por mais alguns dias passou a ser programa quase obrigatório. Para o pessoal nas fábricas, o trabalho continua firme e acelerado, agora com a construção dos novos carros da próxima temporada, que já no dia 25 de janeiro, praticamente daqui a dois meses, já entrarão na pista com os novos motores turbo V-6 iniciando a preparação final do próximo campeonato.
            Para jornalistas do mundo inteiro que seguem a categoria, é hora de dar uma pausa e relaxarem, depois de um ano extenso e cansativo. Toda essa turma também viaja e corre um bocado, tendo às vezes de correr até mais do que os pilotos. falando de forma figurada. Certo que hoje a tecnologia ajuda bastante em alguns momentos, mas isso não significa que o trabalho seja menos cansativo. Tem seus momentos onde se aproveita o fato de viajar tanto, mas na maior parte do tempo são compromissos, prazos, pautas, etc.
            Agora é hora de aguardar pelo próximo ano, e torcer para que as mudanças nas regras e nos motores propiciem uma boa remexida na ordem de forças do próximo campeonato, e que venham tantas surpresas quantas forem possíveis. A F-1, afinal, nunca pára...


Davide Valsecchi teria saído de Interlagos com um sorrisinho sádico depois do fim da corrida, ao ver Heikki Kovalainem, em sua segunda corrida pelo time, substituindo Kimi Raikkonem, ter saído sem pontos novamente, como aconteceu na semana anterior, em Austin. Contrariado pelo time ter chamado alguém de fora, e não utilizado seu reserva para correr, Valsecchi tinha toda razão de chiar. No fim, apesar de ter andado bem nos treinos, Kovalainem acabou não sendo de nenhuma ajuda ao time no mundial de construtores, e a escuderia ficou mesmo em 4° lugar na classificação final, quando tinha sérias aspirações de tentar pelo menos roubar o 3° lugar da Ferrari. Quem também saiu de Interlagos com sensação ruim foi Romain Grossjean, que viu seu motor estourar logo no início da corrida, após a subida da junção, e por alguns momentos, alguns piadistas disseram que ele estava querendo competir com a chaminé de uma indústria nas redondezas do circuito, que sempre lança uma espessa coluna de fumaça...

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Juan Pablo Montoya fez esta semana, em Sebring, na Flórida, sua estréia na equipe Penske, dando suas primeiras voltas com o chassi DW12 utilizado pelas equipes da Indy Racing League. Foi mais um teste de adaptação para o colombiano, que não guiava um monoposto de competição praticamente desde que foi despedido da McLaren, em 2006. Foi o retorno de Montoya a um carro Indy, que pilotou pela última vez em 2000, quando guiava pela Ganassi na Fórmula Indy. Vai ser a estréia para valer do piloto no certame da IRL, na qual havia disputado apenas uma única corrida, em 2000, a Indy500, da qual foi o vencedor. Mas, mesmo para um primeiro treino, o colombiano já andou forte, quase encostando nos tempos de Will Power. O australiano e o brasileiro Hélio Castro Neves que se preparem, pois a manter essa toada, ainda apenas se readaptando, mostram que seu novo companheiro de equipe vai ser um páreo tremendamente duro...

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