O
fim do ano se aproxima, e aqui estou eu com mais algumas notas rápidas do mundo
do automobilismo sobre acontecimentos do último mês, em mais uma edição da
"Flying Laps". Uma boa leitura a todos, e mês que vem tem mais...
Sébastien Ogier faturou em grande estilo o título do Campeonato Mundial
de Rali, ao vencer a etapa da França, encerrando matematicamente a disputa da
competição com duas etapas de antecedência. Podendo correr por resultados, já
que era quase inalcansável por seu "principal" rival na
classificação, o belga Thierry Neuville, que estava quase 100 pontos atrás na
tabela do campeonato, Ogier não baixou a guarda e partiu para vencer a etapa,
coroando a conquista de seu primeiro título na categoria em casa. A conquista teve um
adicional, que foi a despedida de Sébastien Loeb do Mundial de Rali. Só que a
última participação do piloto que foi campeão por 9 anos consecutivos foi
pífia: Loeb abandonou a etapa ao capotar com seu carro logo na primeira etapa
da competição. Uma pena que Loeb não tenha competido em tempo integral neste
campeonato. Ogier correu praticamente sozinho, e a presença do eneacampeão
poderia ter oferecido um raro espetáculo de competição entre os dois pilotos, e
certamente daria ainda mais crédito ao título de Ogier. Mas a vida segue, e o
novo campeão da categoria não deixou ninguém esperando para assistir à sua
primeira vitória em uma nova etapa do campeonato já com o título assegurado:
Ogier também arrasou os concorrentes na etapa seguinte, disputada na Espanha,
deixando seus rivais comendo ainda mais poeira. Se vimos o encerramento oficial
da "era" Loeb no rali, podemos estar assistindo ao início de uma
outra. Alguns dizem que Ogier terá uma grande desafio pela frente, tentando
repetir o número de títulos de seu compatriota, e que tal feito dificilmente
será repetido. Pode ser, mas quando Loeb conquistou seu primeiro título, há 10
anos, ninguém imaginava que o piloto francês da Citroen impusesse um domínio
tão impecável no certame que duraria praticamente uma década, e só não foi mais
longe porque Loeb decidiu correr atrás de novos desafios em sua carreira de
piloto. Ogier teve um ano impecável, com 8 vitórias no campeonato, e
curiosamente, quem venceu mais depois dele foi justamente Loeb, com dois
triunfos no ano em que se despediu do Mundial de Rali. Ainda resta mais uma
etapa para fechar a competição, o rali da Grã-Bretanha, marcado para o próximo
dia 17 de novembro, e que pode assistir a mais uma vitória de Ogier. Aguardemos...
Loeb fez uma falta tremenda, não apenas para os fãs do Mundial de Rali,
que podiam ter visto uma belo duelo entre ele e Ogier pelo título do
campeonato, mas principalmente para a Citroen. Mikko Hirvonen, que comandou o
time francês nesta temporada, é apenas o 4° colocado na tabela, com apenas 126
pontos, enquanto Ogier, com a vitória no rali da Espanha, acumula 265 pontos. A
performance de Hirvonen é muito inferior até mesmo ao seu desempenho em 2012,
quando era companheiro de Loeb na Citroen, sendo que no ano passado o finlandês
foi vice-campeão, com 213 pontos, e tendo vencido uma etapa do campeonato. Mas
se Hirvonen despencou, Ogier teve um aumento de performance espetacular de 2012
para 2013: no ano passado o piloto francês foi apenas o 10° no campeonato, com
míseros 41 pontos...
No rali da Espanha, na segunda divisão do Mundial de Rali, quem fez a
festa foi ninguém menos do que Robert Kubica. O ex-piloto de F-1, que quase
morreu ao sofrer um violento acidente em uma competição da modalidade há 3
anos, estreou nesta temporada na segunda divisão do Mundial, o WRC2, e mostrou
a mesma classe que encantou seus fãs na categoria máxima do automobilismo.
Kubica conquistou o título com vitória na etapa espanhola, atingindo nada menos
do que 5 vitórias em 7 etapas disputadas no ano, número bastante
impressionante. Kubica ainda manifesta desejo de um dia voltar a pilotar
monopostos, mas o estado físico de seu braço ainda apresenta problemas de
mobilidade, que podem inviabilizar um retorno com eficiência total, um problema
que não o atinge em um carro como o dos ralis, onde tem espaço para manobrar
com mais liberdade os membros superiores. Mas sua recuperação tem sido
otimizada nas provas de rali, e o intrépido polonês por enquanto está com a
mente focada na competição off-road. E o título do WRC2 já valeu a Robert um
convite da Citroen para disputar o Rali da Grã-Bretanha, pela divisão principal
do WRC, e nem é preciso dizer que Kubica vai aproveitar a oportunidade para
arrumar um lugar na competição para o próximo ano. A Citroen já manifestou
interesse em contar com o polonês em seus carros na divisão principal no ano
que vem, então nada melhor do que dar uma chance a ele agora e ver como vai se
portar ao carro. Mas, depois de ganhar o título do WRC2, a Citroen não tem mais
o que esperar para ver. Kubica já mostrou do que é capaz, e merece plenamente
um lugar no time francês para o ano que vem. Sébastien Ogier que se cuide...
Quem estava cansado de só ver a Audi
vencendo no Mundial de Endurance teve pelo menos o gosto de ver sua principal -
e única, por enquanto, rival, a Toyota, vencer as 6 Horas de Fuji, no Japão.
Mas foi uma vitória sem gosto de triunfo, pois a prova foi encerrada com apenas
16 voltas devido à chuva torrencial que caiu sobre o circuito de Fuji no dia da
corrida. A direção da prova ainda esperou que as condições do tempo
melhorassem, mas foi impossível continuar a disputa. Mesmo sem vencer, a Audi
faturou o título de construtores na categoria LMP1. O campeonato ainda tem duas
corridas, e a próxima prova é no dia 7 de novembro, com as 6 Horas de Sanghai,
na China. Com tempo seco, espera-se...
Com um campeonato ruim na maior parte do
ano, o australiano Will Power conseguiu terminar a competição da Indy Racing
League em alta: venceu duas corridas consecutivas, em Houston e a etapa final,
em Fontana, terminando o ano na 4ª colocação, com 498 pontos, apenas 52 atrás
de Hélio Castro Neves, que apesar de ter disputado o título até a última etapa,
venceu apenas uma corrida na temporada. Power ainda venceu a etapa de Sonoma,
totalizando 3 vitórias na temporada, e podem estar certos de que o australiano
virá com tudo novamente em 2014, quando ainda terá Juan Pablo Montoya como
companheiro na equipe Penske, além do brasileiro Hélio Castro Neves.
Se a Ganassi anunciou que correrá com os
motores Chevrolet na próxima temporada, a Honda não demorou a arrumar um novo
parceiro para 2014: é a equipe Andretti Autosport, que também trocará de
motores, fazendo o caminho inverso do time de Chip Ganassi, deixando os
Chevrolet para usarem os motores japoneses. O time de Michael Andretti ainda
anunciou a renovação do contrato de James Hinchcliffe, que estava ameaçado de
perder seu lugar na escuderia devido ao fim do patrocínio da GoDaddy, que está
saindo da IRL. Tanto Ganassi quanto Andretti competirão com 4 carros em 2014.
Chipt terá Scott Dixon, Dario Franchitti, Charlie Kimball e Tony Kanaan.
Michael Andretti terá Ryan-Hunter Reay, Hinchcliffe, e seu filho Marco. Por
enquanto, ainda não foi acertado quem correrá no 4° carro do time, que em
Fontana foi pilotado pelo colombiano Carlos Muñoz.
Outra novidade bem-vinda para o calendário
2014 da IRL é a uniformização das etapas disputadas em circuitos
superspeedways: a etapa de Pocono também passará a ter duração de 500 milhas, assim como
Indianápolis e Fontana, recriando com louvor a famosa "Tríplice
Coroa" da competição, tal como existia na Fórmula Indy original até 1989,
último ano em que aquela extinta competição teve 3 provas de 500 milhas no
calendário. Apesar da "Tríplice Coroa" ter sido instituída este ano
no calendário da IRL, a prova de Pocono, que fez sua estréia na competição, foi
uma corrida de 400 milhas,
menor do que a de Indianápolis e Fontana. Os fãs apoiaram a mudança pela
uniformização da duração das corridas.
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