quarta-feira, 6 de novembro de 2013

FLYING LAPS - OUTUBRO DE 2013



            O fim do ano se aproxima, e aqui estou eu com mais algumas notas rápidas do mundo do automobilismo sobre acontecimentos do último mês, em mais uma edição da "Flying Laps". Uma boa leitura a todos, e mês que vem tem mais...


Sébastien Ogier faturou em grande estilo o título do Campeonato Mundial de Rali, ao vencer a etapa da França, encerrando matematicamente a disputa da competição com duas etapas de antecedência. Podendo correr por resultados, já que era quase inalcansável por seu "principal" rival na classificação, o belga Thierry Neuville, que estava quase 100 pontos atrás na tabela do campeonato, Ogier não baixou a guarda e partiu para vencer a etapa, coroando a conquista de seu primeiro título na categoria em casa. A conquista teve um adicional, que foi a despedida de Sébastien Loeb do Mundial de Rali. Só que a última participação do piloto que foi campeão por 9 anos consecutivos foi pífia: Loeb abandonou a etapa ao capotar com seu carro logo na primeira etapa da competição. Uma pena que Loeb não tenha competido em tempo integral neste campeonato. Ogier correu praticamente sozinho, e a presença do eneacampeão poderia ter oferecido um raro espetáculo de competição entre os dois pilotos, e certamente daria ainda mais crédito ao título de Ogier. Mas a vida segue, e o novo campeão da categoria não deixou ninguém esperando para assistir à sua primeira vitória em uma nova etapa do campeonato já com o título assegurado: Ogier também arrasou os concorrentes na etapa seguinte, disputada na Espanha, deixando seus rivais comendo ainda mais poeira. Se vimos o encerramento oficial da "era" Loeb no rali, podemos estar assistindo ao início de uma outra. Alguns dizem que Ogier terá uma grande desafio pela frente, tentando repetir o número de títulos de seu compatriota, e que tal feito dificilmente será repetido. Pode ser, mas quando Loeb conquistou seu primeiro título, há 10 anos, ninguém imaginava que o piloto francês da Citroen impusesse um domínio tão impecável no certame que duraria praticamente uma década, e só não foi mais longe porque Loeb decidiu correr atrás de novos desafios em sua carreira de piloto. Ogier teve um ano impecável, com 8 vitórias no campeonato, e curiosamente, quem venceu mais depois dele foi justamente Loeb, com dois triunfos no ano em que se despediu do Mundial de Rali. Ainda resta mais uma etapa para fechar a competição, o rali da Grã-Bretanha, marcado para o próximo dia 17 de novembro, e que pode assistir a mais uma vitória de Ogier. Aguardemos...


Loeb fez uma falta tremenda, não apenas para os fãs do Mundial de Rali, que podiam ter visto uma belo duelo entre ele e Ogier pelo título do campeonato, mas principalmente para a Citroen. Mikko Hirvonen, que comandou o time francês nesta temporada, é apenas o 4° colocado na tabela, com apenas 126 pontos, enquanto Ogier, com a vitória no rali da Espanha, acumula 265 pontos. A performance de Hirvonen é muito inferior até mesmo ao seu desempenho em 2012, quando era companheiro de Loeb na Citroen, sendo que no ano passado o finlandês foi vice-campeão, com 213 pontos, e tendo vencido uma etapa do campeonato. Mas se Hirvonen despencou, Ogier teve um aumento de performance espetacular de 2012 para 2013: no ano passado o piloto francês foi apenas o 10° no campeonato, com míseros 41 pontos...


No rali da Espanha, na segunda divisão do Mundial de Rali, quem fez a festa foi ninguém menos do que Robert Kubica. O ex-piloto de F-1, que quase morreu ao sofrer um violento acidente em uma competição da modalidade há 3 anos, estreou nesta temporada na segunda divisão do Mundial, o WRC2, e mostrou a mesma classe que encantou seus fãs na categoria máxima do automobilismo. Kubica conquistou o título com vitória na etapa espanhola, atingindo nada menos do que 5 vitórias em 7 etapas disputadas no ano, número bastante impressionante. Kubica ainda manifesta desejo de um dia voltar a pilotar monopostos, mas o estado físico de seu braço ainda apresenta problemas de mobilidade, que podem inviabilizar um retorno com eficiência total, um problema que não o atinge em um carro como o dos ralis, onde tem espaço para manobrar com mais liberdade os membros superiores. Mas sua recuperação tem sido otimizada nas provas de rali, e o intrépido polonês por enquanto está com a mente focada na competição off-road. E o título do WRC2 já valeu a Robert um convite da Citroen para disputar o Rali da Grã-Bretanha, pela divisão principal do WRC, e nem é preciso dizer que Kubica vai aproveitar a oportunidade para arrumar um lugar na competição para o próximo ano. A Citroen já manifestou interesse em contar com o polonês em seus carros na divisão principal no ano que vem, então nada melhor do que dar uma chance a ele agora e ver como vai se portar ao carro. Mas, depois de ganhar o título do WRC2, a Citroen não tem mais o que esperar para ver. Kubica já mostrou do que é capaz, e merece plenamente um lugar no time francês para o ano que vem. Sébastien Ogier que se cuide...


Quem estava cansado de só ver a Audi vencendo no Mundial de Endurance teve pelo menos o gosto de ver sua principal - e única, por enquanto, rival, a Toyota, vencer as 6 Horas de Fuji, no Japão. Mas foi uma vitória sem gosto de triunfo, pois a prova foi encerrada com apenas 16 voltas devido à chuva torrencial que caiu sobre o circuito de Fuji no dia da corrida. A direção da prova ainda esperou que as condições do tempo melhorassem, mas foi impossível continuar a disputa. Mesmo sem vencer, a Audi faturou o título de construtores na categoria LMP1. O campeonato ainda tem duas corridas, e a próxima prova é no dia 7 de novembro, com as 6 Horas de Sanghai, na China. Com tempo seco, espera-se...


Com um campeonato ruim na maior parte do ano, o australiano Will Power conseguiu terminar a competição da Indy Racing League em alta: venceu duas corridas consecutivas, em Houston e a etapa final, em Fontana, terminando o ano na 4ª colocação, com 498 pontos, apenas 52 atrás de Hélio Castro Neves, que apesar de ter disputado o título até a última etapa, venceu apenas uma corrida na temporada. Power ainda venceu a etapa de Sonoma, totalizando 3 vitórias na temporada, e podem estar certos de que o australiano virá com tudo novamente em 2014, quando ainda terá Juan Pablo Montoya como companheiro na equipe Penske, além do brasileiro Hélio Castro Neves.


Se a Ganassi anunciou que correrá com os motores Chevrolet na próxima temporada, a Honda não demorou a arrumar um novo parceiro para 2014: é a equipe Andretti Autosport, que também trocará de motores, fazendo o caminho inverso do time de Chip Ganassi, deixando os Chevrolet para usarem os motores japoneses. O time de Michael Andretti ainda anunciou a renovação do contrato de James Hinchcliffe, que estava ameaçado de perder seu lugar na escuderia devido ao fim do patrocínio da GoDaddy, que está saindo da IRL. Tanto Ganassi quanto Andretti competirão com 4 carros em 2014. Chipt terá Scott Dixon, Dario Franchitti, Charlie Kimball e Tony Kanaan. Michael Andretti terá Ryan-Hunter Reay, Hinchcliffe, e seu filho Marco. Por enquanto, ainda não foi acertado quem correrá no 4° carro do time, que em Fontana foi pilotado pelo colombiano Carlos Muñoz.


Outra novidade bem-vinda para o calendário 2014 da IRL é a uniformização das etapas disputadas em circuitos superspeedways: a etapa de Pocono também passará a ter duração de 500 milhas, assim como Indianápolis e Fontana, recriando com louvor a famosa "Tríplice Coroa" da competição, tal como existia na Fórmula Indy original até 1989, último ano em que aquela extinta competição teve 3 provas de 500 milhas no calendário. Apesar da "Tríplice Coroa" ter sido instituída este ano no calendário da IRL, a prova de Pocono, que fez sua estréia na competição, foi uma corrida de 400 milhas, menor do que a de Indianápolis e Fontana. Os fãs apoiaram a mudança pela uniformização da duração das corridas.
 

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