Já
estamos no mês de setembro, e como faço sempre no início de cada mês, é hora da
sessão Flying Laps, com algumas notas rápidas sobre diversos acontecimentos do
mundo da velocidade ocorridos no mês anterior, com alguns comentários sobre os
mesmos. Uma boa leitura a todos, e até a edição do mês que vem...
A temporada 2013 da Indy Racing League vem sendo pródiga em premiar
pilotos novatos com a primeira vitória de suas carreiras na categoria. E em
Mid-Ohio o jovem Charlie Kimball, guiando o terceiro carro da equipe Ganassi,
se tornou o 5° novo piloto a vencer no ano. Kimball, que é diabético, corre com
patrocínio de apoio aos diabéticos com o slogan "corra com insulina"
estampado no carro, defendendo o ideal de que a diabetes não é um empecilho
para vencer na vida. O piloto fechou o mês de agosto na 10ª posição do
campeonato, com 335 pontos. O campeonato já começou com a primeira vitória do
canadense James Hinchcliffe nas ruas de São Petesburgo, e em Long Beach, vimos a
primeira vitória do canadense Takuma Sato na IRL. E na rodada dupla de Detroit,
foi a vez do inglês Mike Conway e do francês Simon Pagenaud subirem pela
primeira vez ao degrau mais alto do pódio. Realmente, uma comprovação de que o
campeonato está apresentando algumas boas surpresas, e revelando uma nova
geração de potenciais vencedores de corridas que em breve, com alguma sorte,
poderão se tornar os novos protagonistas das disputas de campeonato. Aguardemos
para ver.
Will Power enfim voltou a vencer uma corrida, após mais de um ano de
jejum. Disputando seu pior campeonato na IRL desde que se tornou piloto da
Penske, o australiano desencantou na pista de Infineon, em Sonoma, na
Califórnia. Mas foi preciso que Scott Dixon, da Ganassi, cometesse um pequeno
descuido em sua última parada para que Power, que sempre andou forte durante
toda a corrida e sempre estava na disputa dos primeiros lugares, conseguisse
finalmente assumir a liderança. O neozelandês atropelou um dos mecânicos da
equipe Penske, justamente do carro de Power, ao sair de seu último pit stop.
Isso ocasionou uma punição ao piloto da Ganassi, uma vez que os pilotos não
podem passar por cima de absolutamente nada nos boxes, nem trombar em nada. Mesmo alegando
que o mecânico estava fora da área de seu pit, o fiscal da Indycar que
determinou a punição de Dixon afirmou que, mesmo que o mecânico estivesse
dentro de sua área, o piloto da Ganassi deveria prestar atenção em sua saída,
para evitar acidentes. Nem é preciso dizer que Dixon ficou revoltado com a
situação, e apesar de o mecânico estar sim na área do pit da Ganassi, ele não
estava também se colocando diretamente de forma a atrapalhar, embora estivesse
andando devagar para sair dali. Mesmo assim, sou da mesma opinião do fiscal, de
que quem está ao volante deve, acima de tudo, evitar bater em qualquer objeto,
por questões de segurança. Mas vai ser difícil convencer o neozelandês de que o
mecânico não estava tentando atrapalhar de propósito, já que acabou sendo
prejudicado. Mas acredito que o mecânico também não iria se arriscar a ser
atingido propositalmente, pois pela força de arranque dos carros da categoria,
não há como garantir que mesmo um pequeno esbarrão não seja altamente perigoso,
podendo até haver risco de morte, dependendo de como o impacto se dá. Leve ou
não, Dixon precisava ter cuidado para não atingir o mecânico, e evitar
atingi-lo. Felizmente o mecânico, e outro integrante da Penske, que acabou
atingido na reação em cadeia do atropelamento do outro mecânico, saíram com
ferimentos leves. Mas a situação ainda vai dar o que falar, especialmente pelo fato
de que a punição arruinou as chances de Dixon descontar quase toda a vantagem
de Hélio Castro Neves na liderança do campeonato. Com o piloto da Ganassi
despencando lá para trás, a vantagem do piloto brasileiro da Penske, que era de
31 pontos, aumentou para 39. Ainda tem 4 corridas pela frente, e não dá para
afirmar que Helinho tenha ficado exatamente mais folgado na luta pelo título da
categoria...
A direção da Indycar anunciou planos de realizar, a curto prazo, uma
segunda corrida no circuito de Indianápolis durante o campeonato da IRL. Mas,
ao contrário da tradicional 500
Milhas de Indianápolis, a nova prova em Indy seria
realizada no circuito misto, criado para receber as corridas da F-1 na década
passada, e que hoje recebem como principal corrida a MotoGP. Para tanto, no
início deste mês de setembro o piloto Graham Rahal irá conduzir o carro da Indy
no traçado misto, visando colher informações para ajuste dos carros e para
ajudar a planejar possíveis adaptações no traçado misto. A idéia é aumentar ainda
mais as atividades automobilísticas do autódromo, que além da Indy 500, já
recebe além da MotoGP também a Indy Lights, e a Nascar. Os amantes da
velocidade da região de Indiana certamente deverão gostar de ver mais uma prova
dentro do lendário autódromo, e vai ser interessante ver com os carros da IRL
se comportam na pista mista que a F-1 já usou um dia.
Marc Márquez deixou a concorrência
arrepiada nas provas de agosto do calendário da MotoGP. O novato sensação da
equipe Honda venceu as corridas disputadas nos circuitos de Indianápolis e
Brno, e aumentou a vantagem sobre seus rivais mais diretos na luta pelo título
da categoria. E, se contarmos com as provas de Sachsenring e Laguna Seca, em
julho, já são 4 vitórias consecutivas de Márquez no campeonato, assumindo
definitivamente o status de principal favorito ao título da categoria máxima do
motociclismo. Dispondo do mesmo equipamento de Márquez, Dani Pedrosa parece ser
o único, ou talvez, o mais provável oponente capaz de brecar a escalada do
jovem espanhol rumo ao caneco da temporada. Mas Pedrosa já está há quase 30
pontos de desvantagem, sendo necessário um abandono de Marc e uma vitória de
Dani para reequilibrar a briga, que não parece nem um pouco fácil. Quem
esperava um jovem afobado e atrevido, com propensão a se envolver em acidentes
e desperdiçar resultados, está se surpreendendo com a maneira como Márquez vem
conduzindo nas últimas provas, sem cometer um erro sequer, e sem dar chance aos
adversários. E os únicos fora da Honda capazes de dar alguma resposta, Jorge
Lorenzo e Valentino Rossi, da Yamaha, têm momentos distintos: enquanto o
bicampeão levou alguns tombos e teve até sua participação no restante da
competição posta em risco devido aos ferimentos dos acidentes sofridos, Rossi
parece não conseguir acompanhar o ritmo do trio Márquez/Pedrosa/Lorenzo, tendo
ficado fora do pódio nas provas de agosto, após seu melhor momento no
campeonato, quando venceu a prova de Assen e foi 3° colocado nas duas provas
seguintes. A única esperança da Yamaha parece ser apostar numa recuperação de
Lorenzo na competição, pois Rossi parece não ter a mesma desenvoltura de antes.
Se setembro a novembro ainda teremos 7 provas, e muita coisa ainda pode
acontecer. Mas tudo indica que, se nada acontecer com Márquez, a MotoGP pode
celebrar este ano o seu mais jovem campeão de todos os tempos.
Robert Kubica, quem diria, está na mira da Citroen. A fábrica francesa,
campeã nos últimos anos com o francès Sebastien Loeb, anda de olho vivo no
polonês, que compete na segunda divisão do Mundial de Rali, e vem mostrando
boas performances, além de alguns lances pra maluco nenhum invejar. Com a
aposentadoria definitiva de Loeb no rali, a fábrica francesa precisa de um
piloto de consiga mostrar mais desempenho do que Mirko Hirvonen, que até o
momento é apenas o 5° colocado no campeonato, com 88 pontos, enquanto o líder
da competição, Sebastian Ogier, tem nada menos do que 184 pontos. Tendo
participado de apenas 3 etapas este ano até o momento, Loeb é o 6° colocado,
com 68 pontos, o que dá uma mostra da diferença de rendimento entre o
eneacampeão e Hirvonen. Que a Citroen ia sentir falta de Loeb, todos já
esperavam, mas não se imaginava que a ausência do francês fizesse a Citroen
despencar tanto. Cada vez mais torcedores acham que Loeb deveria ter
participado a fundo do campeonato, e não participar apenas de uma ou outra
etapa, pois assim a luta pelo título seria mais interessante. Ogier e a
Volkswagen agradecem, e o francês acumula, no momento, nada menos do que 75
pontos para o competidor mais próximo, o belga Thierry Neuville, da equipe do
Qatar Word Rally Team. Ainda temos mais 4 etapas até o fechamento do
campeonato, e ninguém vai conseguir tirar o caneco de Ogier neste ritmo.
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