quarta-feira, 4 de setembro de 2013

FLYING LAPS - AGOSTO DE 2013



            Já estamos no mês de setembro, e como faço sempre no início de cada mês, é hora da sessão Flying Laps, com algumas notas rápidas sobre diversos acontecimentos do mundo da velocidade ocorridos no mês anterior, com alguns comentários sobre os mesmos. Uma boa leitura a todos, e até a edição do mês que vem...


A temporada 2013 da Indy Racing League vem sendo pródiga em premiar pilotos novatos com a primeira vitória de suas carreiras na categoria. E em Mid-Ohio o jovem Charlie Kimball, guiando o terceiro carro da equipe Ganassi, se tornou o 5° novo piloto a vencer no ano. Kimball, que é diabético, corre com patrocínio de apoio aos diabéticos com o slogan "corra com insulina" estampado no carro, defendendo o ideal de que a diabetes não é um empecilho para vencer na vida. O piloto fechou o mês de agosto na 10ª posição do campeonato, com 335 pontos. O campeonato já começou com a primeira vitória do canadense James Hinchcliffe nas ruas de São Petesburgo, e em Long Beach, vimos a primeira vitória do canadense Takuma Sato na IRL. E na rodada dupla de Detroit, foi a vez do inglês Mike Conway e do francês Simon Pagenaud subirem pela primeira vez ao degrau mais alto do pódio. Realmente, uma comprovação de que o campeonato está apresentando algumas boas surpresas, e revelando uma nova geração de potenciais vencedores de corridas que em breve, com alguma sorte, poderão se tornar os novos protagonistas das disputas de campeonato. Aguardemos para ver.


Will Power enfim voltou a vencer uma corrida, após mais de um ano de jejum. Disputando seu pior campeonato na IRL desde que se tornou piloto da Penske, o australiano desencantou na pista de Infineon, em Sonoma, na Califórnia. Mas foi preciso que Scott Dixon, da Ganassi, cometesse um pequeno descuido em sua última parada para que Power, que sempre andou forte durante toda a corrida e sempre estava na disputa dos primeiros lugares, conseguisse finalmente assumir a liderança. O neozelandês atropelou um dos mecânicos da equipe Penske, justamente do carro de Power, ao sair de seu último pit stop. Isso ocasionou uma punição ao piloto da Ganassi, uma vez que os pilotos não podem passar por cima de absolutamente nada nos boxes, nem trombar em nada. Mesmo alegando que o mecânico estava fora da área de seu pit, o fiscal da Indycar que determinou a punição de Dixon afirmou que, mesmo que o mecânico estivesse dentro de sua área, o piloto da Ganassi deveria prestar atenção em sua saída, para evitar acidentes. Nem é preciso dizer que Dixon ficou revoltado com a situação, e apesar de o mecânico estar sim na área do pit da Ganassi, ele não estava também se colocando diretamente de forma a atrapalhar, embora estivesse andando devagar para sair dali. Mesmo assim, sou da mesma opinião do fiscal, de que quem está ao volante deve, acima de tudo, evitar bater em qualquer objeto, por questões de segurança. Mas vai ser difícil convencer o neozelandês de que o mecânico não estava tentando atrapalhar de propósito, já que acabou sendo prejudicado. Mas acredito que o mecânico também não iria se arriscar a ser atingido propositalmente, pois pela força de arranque dos carros da categoria, não há como garantir que mesmo um pequeno esbarrão não seja altamente perigoso, podendo até haver risco de morte, dependendo de como o impacto se dá. Leve ou não, Dixon precisava ter cuidado para não atingir o mecânico, e evitar atingi-lo. Felizmente o mecânico, e outro integrante da Penske, que acabou atingido na reação em cadeia do atropelamento do outro mecânico, saíram com ferimentos leves. Mas a situação ainda vai dar o que falar, especialmente pelo fato de que a punição arruinou as chances de Dixon descontar quase toda a vantagem de Hélio Castro Neves na liderança do campeonato. Com o piloto da Ganassi despencando lá para trás, a vantagem do piloto brasileiro da Penske, que era de 31 pontos, aumentou para 39. Ainda tem 4 corridas pela frente, e não dá para afirmar que Helinho tenha ficado exatamente mais folgado na luta pelo título da categoria...


A direção da Indycar anunciou planos de realizar, a curto prazo, uma segunda corrida no circuito de Indianápolis durante o campeonato da IRL. Mas, ao contrário da tradicional 500 Milhas de Indianápolis, a nova prova em Indy seria realizada no circuito misto, criado para receber as corridas da F-1 na década passada, e que hoje recebem como principal corrida a MotoGP. Para tanto, no início deste mês de setembro o piloto Graham Rahal irá conduzir o carro da Indy no traçado misto, visando colher informações para ajuste dos carros e para ajudar a planejar possíveis adaptações no traçado misto. A idéia é aumentar ainda mais as atividades automobilísticas do autódromo, que além da Indy 500, já recebe além da MotoGP também a Indy Lights, e a Nascar. Os amantes da velocidade da região de Indiana certamente deverão gostar de ver mais uma prova dentro do lendário autódromo, e vai ser interessante ver com os carros da IRL se comportam na pista mista que a F-1 já usou um dia.


Marc Márquez deixou a concorrência arrepiada nas provas de agosto do calendário da MotoGP. O novato sensação da equipe Honda venceu as corridas disputadas nos circuitos de Indianápolis e Brno, e aumentou a vantagem sobre seus rivais mais diretos na luta pelo título da categoria. E, se contarmos com as provas de Sachsenring e Laguna Seca, em julho, já são 4 vitórias consecutivas de Márquez no campeonato, assumindo definitivamente o status de principal favorito ao título da categoria máxima do motociclismo. Dispondo do mesmo equipamento de Márquez, Dani Pedrosa parece ser o único, ou talvez, o mais provável oponente capaz de brecar a escalada do jovem espanhol rumo ao caneco da temporada. Mas Pedrosa já está há quase 30 pontos de desvantagem, sendo necessário um abandono de Marc e uma vitória de Dani para reequilibrar a briga, que não parece nem um pouco fácil. Quem esperava um jovem afobado e atrevido, com propensão a se envolver em acidentes e desperdiçar resultados, está se surpreendendo com a maneira como Márquez vem conduzindo nas últimas provas, sem cometer um erro sequer, e sem dar chance aos adversários. E os únicos fora da Honda capazes de dar alguma resposta, Jorge Lorenzo e Valentino Rossi, da Yamaha, têm momentos distintos: enquanto o bicampeão levou alguns tombos e teve até sua participação no restante da competição posta em risco devido aos ferimentos dos acidentes sofridos, Rossi parece não conseguir acompanhar o ritmo do trio Márquez/Pedrosa/Lorenzo, tendo ficado fora do pódio nas provas de agosto, após seu melhor momento no campeonato, quando venceu a prova de Assen e foi 3° colocado nas duas provas seguintes. A única esperança da Yamaha parece ser apostar numa recuperação de Lorenzo na competição, pois Rossi parece não ter a mesma desenvoltura de antes. Se setembro a novembro ainda teremos 7 provas, e muita coisa ainda pode acontecer. Mas tudo indica que, se nada acontecer com Márquez, a MotoGP pode celebrar este ano o seu mais jovem campeão de todos os tempos.


Robert Kubica, quem diria, está na mira da Citroen. A fábrica francesa, campeã nos últimos anos com o francès Sebastien Loeb, anda de olho vivo no polonês, que compete na segunda divisão do Mundial de Rali, e vem mostrando boas performances, além de alguns lances pra maluco nenhum invejar. Com a aposentadoria definitiva de Loeb no rali, a fábrica francesa precisa de um piloto de consiga mostrar mais desempenho do que Mirko Hirvonen, que até o momento é apenas o 5° colocado no campeonato, com 88 pontos, enquanto o líder da competição, Sebastian Ogier, tem nada menos do que 184 pontos. Tendo participado de apenas 3 etapas este ano até o momento, Loeb é o 6° colocado, com 68 pontos, o que dá uma mostra da diferença de rendimento entre o eneacampeão e Hirvonen. Que a Citroen ia sentir falta de Loeb, todos já esperavam, mas não se imaginava que a ausência do francês fizesse a Citroen despencar tanto. Cada vez mais torcedores acham que Loeb deveria ter participado a fundo do campeonato, e não participar apenas de uma ou outra etapa, pois assim a luta pelo título seria mais interessante. Ogier e a Volkswagen agradecem, e o francês acumula, no momento, nada menos do que 75 pontos para o competidor mais próximo, o belga Thierry Neuville, da equipe do Qatar Word Rally Team. Ainda temos mais 4 etapas até o fechamento do campeonato, e ninguém vai conseguir tirar o caneco de Ogier neste ritmo.

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