sexta-feira, 30 de agosto de 2013

VETTEL TETRA?



Quem pode segurar Vettel rumo ao tetra? A cara feia de Alonso responde...

            A Fórmula 1 retornou das férias de agosto e, depois de um treino de classificação pra lá de disputado, graças à intermitente chuva que fazia sua característica visita à região das Ardenhas, na Bélgica, infelizmente no domingo se constatou que, a menos que haja algo fora do normal, Sebastian Vettel já pode ir se preparando para ser o mais novo tetracampeão da história da categoria.
            Fernando Alonso foi quem fez a melhor exibição na corrida, saindo da 9ª posição para terminar em 2°, sempre no ataque, superando quem via pela frente e sem perder tempo. Mas, mesmo que tivesse largado mais à frente, o resultado possivelmente seria o mesmo. Em alguns momentos, deu a impressão de que Vettel guiou o suficiente para desestimular qualquer possibilidade de ataque dos concorrentes. Mesmo assim, da vantagem de sua última parada para Alonso, de cerca de 7s, aumentou para quase 17s à bandeirada. Quem esperava uma perseguição implacável do piloto espanhol ao alemão ficou a ver navios.
            Na Mercedes, mostrou que de fato tem um bom carro, e aos poucos, está conseguindo se impôr como força na categoria, recuperando o respeito que a marca de Stuttgart já desfrutou na F-1. Só não fez maioria no pódio porque Alonso pilotou demais, e ainda contou com a apatia de Mark Webber, que não anda fazendo suas melhores corridas de despedida da categoria. A Lotus, infelizmente, decepcionou na pista belga, onde vimos o primeiro abandono de Kimmi Raikkonem desde seu retorno à F-1 no ano passado, e Romain Grossjean mostrando que não rende tanto quanto seu companheiro de equipe finlandês.
            Faltando ainda 8 corridas no campeonato, Vettel pode se dar ao luxo de administrar seus resultados. Acumula uma vantagem de 46 pontos para seu mais direto perseguidor no momento - Alonso, e embora não se possa subestimar o piloto espanhol, a grande sorte do atual tricampeão é que os concorrentes não conseguem ter constância em seus resultados. Houve corridas em que a Lotus mostrou grande desempenho; em outras corridas, foi a Ferrari que mostrava força; e, mais recentemente, é a Mercedes quem desperta esperança de vermos disputas por vitórias no campeonato. Mas tanto Lotus quanto Ferrari e Mercedes não conseguem ser constantes em todas as corridas, enquanto Vettel, além de dispor de um excelente carro, ainda está sabendo muito bem administrar as corridas em 2013.
            O jovem tricampeão vence quando pode, e quando não pode, trata de chegar sempre ou no pódio, ou perto dele. E, para azar dos rivais, em apenas uma corrida seu carro apresentou problemas, na Inglaterra. Mesmo que não vencesse mais nenhuma corrida este ano, limitando-se a chegar apenas no pódio, as chances dos rivais continuarem se alternando são grandes, e com isso anulando-se uns aos outros na luta pelo título. Mas, quem disse que Sebastian vai maneirar? A Red Bull voltou das férias exibindo um carro muito bem equilibrado, e mesmo com os rivais tendo também melhorado sua performance, o fato do modelo RB09 já estar em um nível ligeiramente acima dos concorrentes ajudou a anular qualquer vantagem que estes pudessem ter conseguido durante as férias. E, com o melhor carro nas mãos, basta Vettel dar vazão ao seu enorme talento para também anular a concorrência.
            Isso pôde ser visto em Spa. Alonso foi o melhor piloto da prova? Foi, mas se Vettel não andou tanto quanto o espanhol, ao mesmo tempo, também não apenas desfrutou do melhor carro na corrida. Basta ver o resultado pífio de Mark Webber com o mesmo modelo, tendo chegado apenas em 5° lugar, e em nenhum momento dando a entender que disputaria o pódio. O australiano terminou a corrida mais de 30s atrás do companheiro de equipe. Vettel repetiu o que Ayrton Senna costumava fazer: largando bem e assumindo a ponta, disparava logo de início para assegurar uma vantagem que lhe permitisse comandar a corrida. Sebastian assumiu a liderança na reta Kemmel, e foi-se embora, fechando a primeira volta com quase 1s5 de vantagem para Lewis Hamilton e aumentando de forma gradativa, não apenas para não dar ao rival a chance de usar o DRS, mas também para comandar a prova, não perdendo o controle da situação em nenhum momento.
            Estamos vendo o que promete ser o repeteco de 2012: com o carro mais competitivo do momento, e com uma concorrência que não consegue manter o mesmo ritmo, Vettel deve disparar no campeonato, como fez no ano passado. E com um agravante: em 2012, ele não liderava quando saiu da Bélgica. Alonso tinha conseguido uma boa vantagem, mas o abandono em Spa, vítima do strike promovido por Grossjean na largada do ano passado, queimou boa parte da gordura acumulada pelo espanhol, que ainda assim resistiu o quanto pôde à ascensão de Sebastian. Agora, é Vettel quem acumula uma vantagem já considerável, e os rivais não têm boas perspectivas de eliminar ou sequer reduzir esta vantagem.
            O bom equilíbrio do modelo RB09 o credencia a vencer em qualquer das pistas restantes do campeonato, enquanto a concorrência, pelo que mostrou na Bélgica, não tem como fazer muito melhor. Claro que, dependendo de como os carros se adaptarem a alguma pista, e às melhorias que lhes forem introduzidas, pode haver surpresas, mas nada impede que Adrian Newey, que sempre parece ter um coelho na cartola quando desenvolve os upgrades para seus carros, consiga anular ou até mesmo aumentar a vantagem técnica dos Red Bulls para os demais carros.
            Como parece improvável que Fernando Alonso, Lewis Hamilton e Kimmi Raikkonem consigam engatar uma série de vitórias exclusiva para cada um, Vettel parece ter meio caminho andado rumo ao título, mas seria precipitado dizer que já pode contar com o tetracampeonato. O problema é que Sebastian vem fazendo muito bem sua lição de casa, e não vai baixar a guarda em nenhum momento. Como Alonso já mencionou, apenas algo inesperado pode mudar o rumo do mundial, e longe de querer desejar mal para um concorrente, ele tem razão, pois se nada de anormal acontecer, a disputa pelo título de 2013 pode acabar antes do que todos imaginavam.
            Resta saber onde isso vai se dar. E já começaram as apostas de qual GP deve definir o campeão. Pela tradição, muita gente gostaria de ver isso novamente em Suzuka. Seria o máximo se fosse em Interlagos, mas este ano infelizmente está frustrando as expectativas de muita gente...


Na última quarta-feira, os carros participantes das 6 Horas de São Paulo percorreram a Avenida Paulista, numa bela promoção da corrida.

O Mundial de Endurance terá sua etapa brasileira neste final de semana, com a segunda edição das 6 Horas de São Paulo, no circuito de Interlagos. Novamente, o duelo entre Audi e Toyota é o grande chamariz da prova, que viu a primeira vitória dos nipônicos no ano passado. Infelizmente os alemães da Audi prometem mais uma vez deixar os japoneses comendo poeira. Infelizmente, Lucas Di Grassi não estará presente no grid este ano, pois não foi escalado pela Audi para pilotar um dos dois carros que estarão presentes na etapa. As esperanças dos brasileiros ficarão mais centradas em Bruno Senna, que corre pela equipe oficial da Aston Martin na categoria GTE Pro, e tem boas chances de vencer em sua categoria. Fernando Ress, da equipe Larbre é outro brasileiro garantido na etapa, correndo pela categoria GTE Am. Hoje começam os treinos livres, e a amanhã serão realizados os treinos de classificação. A corrida terá início às 12 horas de domingo, finalizando às 18 horas, e contará com 28 carros na disputa. No ano passado, o público da corrida foi de cerca de 25 mil pessoas, mas Émerson Fittipaldi, que promove a etapa, está confiante em aumentar o público presente, garantindo um maior número de atrações para o público além de preços mais acessíveis. O ex-piloto de F-1 e F-Indy também tem que apagar parte da má imagem administrativa que ficou da corrida de 2012, com dívidas pendentes que ainda não foram pagas, conforme revelou reportagem do site Grande Prêmio esta semana (www.grandepremio.com.br). Fittipaldi disse que iniciar uma prova é sempre complicado, e já previa as dificuldades, apostando que com as novas edições a etapa se firme no calendário e passe a gerar retorno. Embora o argumento tenha fundamento, Fittipaldi deveria ter um planejamento melhor para gerenciar a solução dos prejuízos, e contornar problemas decorrentes dessa situação. Com certeza, boa parte do pessoal que ficou sem receber os pagamentos do ano passado não ficaram contentes com esse descuido de Émerson, que pode ter sido um dos maiores pilotos do mundo, mas que tem algumas máculas mal resolvidas como empresário. Hélio Castro Neves que o diga...

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