Quem pode segurar Vettel rumo ao tetra? A cara feia de Alonso responde... |
A
Fórmula 1 retornou das férias de agosto e, depois de um treino de classificação
pra lá de disputado, graças à intermitente chuva que fazia sua característica
visita à região das Ardenhas, na Bélgica, infelizmente no domingo se constatou
que, a menos que haja algo fora do normal, Sebastian Vettel já pode ir se
preparando para ser o mais novo tetracampeão da história da categoria.
Fernando
Alonso foi quem fez a melhor exibição na corrida, saindo da 9ª posição para
terminar em 2°, sempre no ataque, superando quem via pela frente e sem perder
tempo. Mas, mesmo que tivesse largado mais à frente, o resultado possivelmente
seria o mesmo. Em alguns momentos, deu a impressão de que Vettel guiou o
suficiente para desestimular qualquer possibilidade de ataque dos concorrentes.
Mesmo assim, da vantagem de sua última parada para Alonso, de cerca de 7s,
aumentou para quase 17s à bandeirada. Quem esperava uma perseguição implacável
do piloto espanhol ao alemão ficou a ver navios.
Na
Mercedes, mostrou que de fato tem um bom carro, e aos poucos, está conseguindo
se impôr como força na categoria, recuperando o respeito que a marca de
Stuttgart já desfrutou na F-1. Só não fez maioria no pódio porque Alonso
pilotou demais, e ainda contou com a apatia de Mark Webber, que não anda
fazendo suas melhores corridas de despedida da categoria. A Lotus,
infelizmente, decepcionou na pista belga, onde vimos o primeiro abandono de
Kimmi Raikkonem desde seu retorno à F-1 no ano passado, e Romain Grossjean
mostrando que não rende tanto quanto seu companheiro de equipe finlandês.
Faltando
ainda 8 corridas no campeonato, Vettel pode se dar ao luxo de administrar seus
resultados. Acumula uma vantagem de 46 pontos para seu mais direto perseguidor
no momento - Alonso, e embora não se possa subestimar o piloto espanhol, a
grande sorte do atual tricampeão é que os concorrentes não conseguem ter
constância em seus resultados. Houve corridas em que a Lotus mostrou grande
desempenho; em outras corridas, foi a Ferrari que mostrava força; e, mais
recentemente, é a Mercedes quem desperta esperança de vermos disputas por
vitórias no campeonato. Mas tanto Lotus quanto Ferrari e Mercedes não conseguem
ser constantes em todas as corridas, enquanto Vettel, além de dispor de um
excelente carro, ainda está sabendo muito bem administrar as corridas em 2013.
O
jovem tricampeão vence quando pode, e quando não pode, trata de chegar sempre
ou no pódio, ou perto dele. E, para azar dos rivais, em apenas uma corrida seu
carro apresentou problemas, na Inglaterra. Mesmo que não vencesse mais nenhuma
corrida este ano, limitando-se a chegar apenas no pódio, as chances dos rivais
continuarem se alternando são grandes, e com isso anulando-se uns aos outros na
luta pelo título. Mas, quem disse que Sebastian vai maneirar? A Red Bull voltou
das férias exibindo um carro muito bem equilibrado, e mesmo com os rivais tendo
também melhorado sua performance, o fato do modelo RB09 já estar em um nível
ligeiramente acima dos concorrentes ajudou a anular qualquer vantagem que estes
pudessem ter conseguido durante as férias. E, com o melhor carro nas mãos,
basta Vettel dar vazão ao seu enorme talento para também anular a concorrência.
Isso
pôde ser visto em Spa.
Alonso foi o melhor piloto da prova? Foi, mas se Vettel não
andou tanto quanto o espanhol, ao mesmo tempo, também não apenas desfrutou do
melhor carro na corrida. Basta ver o resultado pífio de Mark Webber com o mesmo
modelo, tendo chegado apenas em 5° lugar, e em nenhum momento dando a entender
que disputaria o pódio. O australiano terminou a corrida mais de 30s atrás do
companheiro de equipe. Vettel repetiu o que Ayrton Senna costumava fazer:
largando bem e assumindo a ponta, disparava logo de início para assegurar uma
vantagem que lhe permitisse comandar a corrida. Sebastian assumiu a liderança
na reta Kemmel, e foi-se embora, fechando a primeira volta com quase 1s5 de
vantagem para Lewis Hamilton e aumentando de forma gradativa, não apenas para
não dar ao rival a chance de usar o DRS, mas também para comandar a prova, não
perdendo o controle da situação em nenhum momento.
Estamos
vendo o que promete ser o repeteco de 2012: com o carro mais competitivo do
momento, e com uma concorrência que não consegue manter o mesmo ritmo, Vettel
deve disparar no campeonato, como fez no ano passado. E com um agravante: em
2012, ele não liderava quando saiu da Bélgica. Alonso tinha conseguido uma boa
vantagem, mas o abandono em Spa, vítima do strike promovido por Grossjean na largada do
ano passado, queimou boa parte da gordura acumulada pelo espanhol, que ainda
assim resistiu o quanto pôde à ascensão de Sebastian. Agora, é Vettel quem
acumula uma vantagem já considerável, e os rivais não têm boas perspectivas de
eliminar ou sequer reduzir esta vantagem.
O
bom equilíbrio do modelo RB09 o credencia a vencer em qualquer das pistas
restantes do campeonato, enquanto a concorrência, pelo que mostrou na Bélgica,
não tem como fazer muito melhor. Claro que, dependendo de como os carros se
adaptarem a alguma pista, e às melhorias que lhes forem introduzidas, pode
haver surpresas, mas nada impede que Adrian Newey, que sempre parece ter um
coelho na cartola quando desenvolve os upgrades para seus carros, consiga
anular ou até mesmo aumentar a vantagem técnica dos Red Bulls para os demais
carros.
Como
parece improvável que Fernando Alonso, Lewis Hamilton e Kimmi Raikkonem
consigam engatar uma série de vitórias exclusiva para cada um, Vettel parece
ter meio caminho andado rumo ao título, mas seria precipitado dizer que já pode
contar com o tetracampeonato. O problema é que Sebastian vem fazendo muito bem
sua lição de casa, e não vai baixar a guarda em nenhum momento. Como Alonso já
mencionou, apenas algo inesperado pode mudar o rumo do mundial, e longe de
querer desejar mal para um concorrente, ele tem razão, pois se nada de anormal
acontecer, a disputa pelo título de 2013 pode acabar antes do que todos
imaginavam.
Resta
saber onde isso vai se dar. E já começaram as apostas de qual GP deve definir o
campeão. Pela tradição, muita gente gostaria de ver isso novamente em Suzuka. Seria o
máximo se fosse em Interlagos, mas este ano infelizmente está frustrando as
expectativas de muita gente...
Na última quarta-feira, os carros participantes das 6 Horas de São Paulo percorreram a Avenida Paulista, numa bela promoção da corrida. |
O Mundial de Endurance terá sua etapa brasileira neste final de semana,
com a segunda edição das 6 Horas de São Paulo, no circuito de Interlagos.
Novamente, o duelo entre Audi e Toyota é o grande chamariz da prova, que viu a
primeira vitória dos nipônicos no ano passado. Infelizmente os alemães da Audi
prometem mais uma vez deixar os japoneses comendo poeira. Infelizmente, Lucas
Di Grassi não estará presente no grid este ano, pois não foi escalado pela Audi
para pilotar um dos dois carros que estarão presentes na etapa. As esperanças
dos brasileiros ficarão mais centradas em Bruno Senna, que corre
pela equipe oficial da Aston Martin na categoria GTE Pro, e tem boas chances de
vencer em sua categoria. Fernando Ress, da equipe Larbre é outro brasileiro
garantido na etapa, correndo pela categoria GTE Am. Hoje começam os treinos
livres, e a amanhã serão realizados os treinos de classificação. A corrida terá
início às 12 horas de domingo, finalizando às 18 horas, e contará com 28 carros
na disputa. No ano passado, o público da corrida foi de cerca de 25 mil
pessoas, mas Émerson Fittipaldi, que promove a etapa, está confiante em
aumentar o público presente, garantindo um maior número de atrações para o
público além de preços mais acessíveis. O ex-piloto de F-1 e F-Indy também tem
que apagar parte da má imagem administrativa que ficou da corrida de 2012, com
dívidas pendentes que ainda não foram pagas, conforme revelou reportagem do
site Grande Prêmio esta semana (www.grandepremio.com.br). Fittipaldi disse que
iniciar uma prova é sempre complicado, e já previa as dificuldades, apostando
que com as novas edições a etapa se firme no calendário e passe a gerar
retorno. Embora o argumento tenha fundamento, Fittipaldi deveria ter um
planejamento melhor para gerenciar a solução dos prejuízos, e contornar
problemas decorrentes dessa situação. Com certeza, boa parte do pessoal que
ficou sem receber os pagamentos do ano passado não ficaram contentes com esse
descuido de Émerson, que pode ter sido um dos maiores pilotos do mundo, mas que
tem algumas máculas mal resolvidas como empresário. Hélio Castro Neves que o
diga...
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