E
mais um mês vai terminando. E com o final de cada mês, vem sempre mais uma
edição da COTAÇÃO AUTOBILÍSTICA, com um pequeno balanço do que andou
acontecendo nas últimas semanas no mundo das corridas. O esquema do texto segue
o padrão de sempre: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul);
e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Uma boa leitura para todos, e espero
estar de volta no mês que vem, com mais uma edição da Cotação. E até a próxima
postagem...
EM ALTA:
Marc
Márquez: O piloto prodígio da MotoGP conquistou sua 5ª vitória na temporada de
estréia na categoria máxima do motociclismo e caminha firme para conquistar o
título. Como a performance da Honda tem se mostrado ligeiramente superior à
rival Yamaha, o único que parece ter condições de desafiar o jovem espanhol é
seu compatriota e companheiro de equipe Dani Pedrosa. Mas, do jeito que o
moleque está pilotando, tudo indica que Pedrosa vai passar mais um ano na fila.
O garoto está endiabrado, e não pretende ficar comportado tão cedo...
Scott
Dixon: Apesar de alguns azares, o piloto neozelandês da equipe Chip Ganassi
assumiu de vez o papel de principal rival de Hélio Castro Neves na luta pelo
título da Indy Racing League. Tanto em Mid-ohio quanto em Sonoma, Dixon mostrou
uma pilotagem forte e consistente, e só não acabou com a desvantagem na
pontuação para o brasileiro da Penske por pequenos detalhes. Mas a hora que
tudo se encaixar, o bicampeão vai vir com tudo, e ele mostra que está com
bastante ímpeto de conquistar o tricampeonato na categoria...
Sebastian
Vettel: Como a Red Bull parece ter ainda o melhor, e mais constante carro da
temporada 2013 da Fórmula 1, o atual tricampeão está fazendo o que sabe fazer
melhor: acelerar fundo, e com a vitória na Bélgica, caminha a passos largos
para o tetracampeonato consecutivo, abrindo quase 50 pontos de vantagem para o
rival mais próximo na classificação. De quebra, ainda vai dando uma surra maior
ainda no companheiro de equipe Mark Webber, o que não significa muito, já que o
australiano entrou num clima de "dane-se a F-1" no restante do
campeonato. Se vencer o campeonato, Vettel repetirá o feito de Juan Manuel
Fangio e Michael Schumacher, que conquistaram 4 títulos consecutivos na história
da F-1.
Kimmi
Raikkonem: o piloto finlandês é o principal nome da temporada de boatos na F-1
este ano. Cogitado para a Red Bull e até a Ferrari, Kimmi ainda tem a opção de
ficar na Lotus, mas o time inglês luta contra dificuldades financeiras que já
tem ajudado a desgastar a relação do finlandês com a escuderia, que estaria
atrasando salários, e pior, ficando sem condições de desenvolver plenamente o
bom modelo E21. As maiores chances são na própria Lotus, uma vez que sua ida
para a Red Bull já teria sido vetada por Helmut Marko, que não quer que
Sebastian Vettel enfrente concorrência "desestabilizadora" dentro do
próprio time; e na Ferrari, o problema maior é Lucca de Montezemolo, que o
dispensou sem cerimônias em 2009, para a contratação de Fernando Alonso, e
sendo que o espanhol também não engoliria ter um companheiro do nível de
Raikkonem. Apesar de tudo, o finlandês continua com tudo desde que retornou à
F-1, e ser disputado pelos times não é algo muito comum hoje em dia na
categoria máxima do automobilismo...
Stéphane
Peterhansel: O piloto francês, a exemplo do que fizera no ano passado, veio,
viu, e venceu mais uma edição do Rali dos Sertões, conquistando o bicampeonato
na mais famosa prova off-road do Brasil. Precisa dizer algo mais? E ele já
avisou que pretende estar novamente presente na edição da prova em 2014,
portanto, os concorrentes que comecem a se preocupar...
NA MESMA:
Hélio
Castro Neves: O piloto brasileiro da equipe Penske segue firme na liderança do
campeonato da Indy Racing League, e deu uma tremenda sorte na corrida de
Sonoma, pelo incidente ocorrido com seu principal rival ao atropelar mecânicos
da Penske no box. Mas Hélio não pode ficar contando sempre com a sorte, e
embora tenha tido bons motivos para comemorar o resultado na pista
californiana, devido aos atritos que sofreu no carro, precisa voltar a andar na
frente para ganhar autoridade e minar as esperanças de Dixon, que mesmo com
todos os percalços sofridos, vem mostrando muito mais poder de reação e
favoritismo do que o brasileiro. Não há campeão sem sorte, é verdade, mas Hélio
não pode deixar que apenas a sorte ajude, e ele também precisa se ajudar na
pista com performances mais qualitativas. Constância ele está mostrando neste
campeonato, e isso já é muito importante, mas precisa dar um golpe decisivo na
moral dos adversários para garantir que sua vantagem de pontos não diminua num
eventual azar nas etapas que faltam.
Equipe
Ferrari: O time italiano vem trabalhando duro e firme para dar a seus pilotos
um carro mais competitivo, e até tem conseguido algum resultado, mas parece não
sair do lugar, porque a concorrência também está evoluindo, de modo que tudo
continua igual. Se no ano passado a escuderia conseguiu transformar um carro
inicialmente problemático em potencial campeão, este ano o resultado está sendo
inverso, com um modelo inicialmente bem nascido não conseguindo dar um salto de
performance que seja visível. Para complicar, o time ainda arrumou uma crise
interna com seu melhor piloto, o que só ajuda a deixar o ambiente mais
instável. Tudo indica que deve passar mais um ano na fila, sem ganhar o título.
Já seriam 6 anos desde a última conquista, em 2007...
Felipe
Nasr: O piloto brasileiro continua lutando pelo título da GP2, mas ainda não
conseguiu vencer no atual campeonato, e ainda por cima, cometeu um erro crasso
na primeira corrida de Spa-Francorchamps, ao dividir posição com o próprio
companheiro de equipe e ficar fora dos pontos. Apesar de uma boa performance na
segunda corrida, Felipe perdeu uma boa oportunidade de assumir a liderança da
competição, que continua com o monegasco Stefano Coletti, com 135 pontos. O
brasileiro tem agora 130 pontos, e embora ainda seja o vice-líder, deixou
outros adversários chegarem perto na classificação, como o suíço Fabio Leimer,
que chegou a 128 pontos, e o inglês Sam Bird, com 121 pontos. Nasr precisa
mostrar a que veio, se quiser chegar ao título do certame, que é requisito
indispensável para se chegar à F-1, e agora vai precisar não apenas alcançar
Coletti, mas também fugir de Leimer e Bird na pontuação.
Equipes
financeiramente na berlinda na F-1: Sauber e Lotus firmaram parcerias com
grupos durante este campeonato, visando reforçar seus caixas e tampar alguns
rombos de dívidas não pagas, mas até o momento, a grana das parcerias ainda não
parece ter pintado no caixa das escuderias, que continuam contabilizando
prejuízos no balancete, e que podem comprometer o desenvolvimento técnico dos
projetos para 2014. Na Lotus, as pendências podem fazer o time perder Kimmi
Raikkonem para a próxima temporada, devido a atrasos salariais. Na Sauber, o
temor é que a exigência dos sócios russos de promover a estréia do novato Sergey
Sirotkin possa ser precipitada, pelo fato do garoto ainda ter apenas 17 anos, e
comprometer resultados pela inexperiência. São dois times que vão ter de se
virar muito bem para poderem competir decentemente no próximo ano sem
atropelos...
Cobertura
da Globo na F-1: Ao abrir um pouco mais de espaço para as corridas de F-1 na
sua engessada e apertada grade de programação, surgiu a esperança de que a
emissora carioca pudesse aproveitar o seu grande acervo para mostrar um pouco
mais da categoria máxima do automobilismo e tentar aprofundar um pouco a
intimidade do torcedor com a F-1. Mas, mais de um ano depois de implantarem o
novo horário, o que se vê são falatórios na maior parte do tempo inócuos no
grid de largada, quando se poderia mostrar um pouco mais da história da prova
além de curiosidades do local. No caso de Spa, uma matéria que poderia ter
caído bem no domingo, antes da corrida, era sobre a curva Eau Rouge, e o
córrego que passa debaixo da pista e dá nome à curva. Só que a matéria foi
veiculada dentro do Jornal Nacional. E Rubens Barrichello precisa saber dar
mais utilidade à sua grande experiência como piloto, pois apenas ficar trocando
cumprimentos no grid toda hora cansa. A Globo precisa tentar fazer o torcedor
gostar da F-1 em si, e não apenas ficar teclando sempre no mesmo assunto de
capitalizar somente quando Felipe Massa vai bem, pois se ficarmos sem piloto,
corremos sim o risco de ficarmos sem F-1, o que seria lamentável especialmente
pelo tipo de atitude da emissora que não procura melhorar a compreensão do
torcedor comum sobre a categoria...
EM BAIXA:
Felipe
Massa: Novamente com a cabeça "a prêmio" dentro da Ferrari, o
brasileiro precisa iniciar uma reação fulminante como a do ano passado, quando
tudo indicava que perderia seu lugar em Maranello, e voltou a mostrar
performances sólidas e consistentes. Mas na Bélgica, o brasileiro teve um resultado
apenas mediano, enquanto o companheiro de equipe chegava ao pódio com uma
exibição primorosa e firme. Felipe começou o ano bem, mas perdeu boas
oportunidades a meio do campeonato, e estes resultados ruins novamente o deixam
na berlinda na F-1. Ao anunciar que prefere deixar a F-1 a ficar sem um carro
competitivo, Massa também limita seu leque de opções, embora o maior problema
hoje seja descobrir que escuderia teria interesse no piloto brasileiro. Mas
surpresas ainda podem acontecer no restante do campeonato, só que Felipe tem de
mostrar serviço de qualquer maneira, para não depender de nenhum golpe de
sorte.
Fernando
Alonso: O piloto espanhol fez uma corrida firme e arrojada em
Spa-Francorchamps, saindo da 9ª posição para o 2° lugar, no pódio, mas sua cara
amarrada no pódio não deixa dúvidas: Alonso está sem clima na Ferrari depois
das críticas que fez ao time, e ainda por cima depois que seu empresário foi
visto conversando com o diretor da Red Bull, Christian Horner, negociando uma
possível contratação do espanhol pelo time austríaco, quando ainda tem contrato
com Maranello até 2016. Se a paciência de Alonso com a Ferrari anda se
esgotando, tudo indica que a da Ferrari com o espanhol anda pelo mesmo caminho.
A questão agora é quem perde mais com uma separação entre ambos. Sobraria um
belo rescaldo tanto para Fernando quanto para a Ferrari...
Juan
Pablo Montoya: O piloto colombiano foi comunicado de que estará a pé na Nascar
em 2014. A
Chip Ganassi, que o acolheu após sua saída da F-1, já perdeu o entusiasmo com
Montoya, que desde que estreou na Sprint Cup em tempo integral em 2007, teve
resultados pífios e se tornou "apenas mais um" no meio do grid da
Stock Car americana. Lembrando pelas belas performances que teve na F-Indy,
Michael Andretti está tentando viabilizar sua contratação para seu time e
levá-lo para a Indy Racing League, mas até o momento, ainda não teve
resultados. Montoya chegou causando sensação na F-1, mas sua passagem pela
McLaren causou vários atritos entre ele e o time inglês, culminando com seu
despedimento a meio da temporada de 2006, após várias batidas, algumas até com
o próprio companheiro de equipe, Kimmi Raikkonem. Na Nascar, Montoya
infelizmente não conseguiu demonstrar o brilho que exibiu na F-Indy e na F-1.
Seria interessante vê-lo na IRL e conferir se ainda pode brilhar nos monopostos
como já fez há anos atrás. Resta saber se Andretti conseguirá patrocinador para
bancar a idéia...
Alex
Tagliani: o piloto canadense passou a engrossar a fileira dos pilotos
desempregados da IRL neste ano. Demitido da equipe Herta Motorsport, que
promoveu a estréia do italiano Luca Filippi já na etapa de Mid-Ohio, Tagliani
foi descartado pela escuderia para as demais corridas restantes neste ano, em
virtude da falta de resultados. Quem deu sorte com o azar do canadense foi J.R.
Hildebrand, que competirá pelo time na etapa de encerramento do campeonato, em
Fontana, além de ter defendido a escuderia em Sonoma. Felippi,
por sua vez, ganhou chance para as etapas de Baltimore e Houston. Quando a
Alex, é iniciar a busca por um lugar para o campeonato de 2014...
Equipe
KV Racing: O time de Jimmy Vasser e Kevin Kalkhoven parece ter atingido seu
limite em termos de competição na IRL. Se no ano passado houve a contratação
inesperada de Rubens Barrichello, que teria bagunçado parte do planejamento da
escuderia para o campeonato de 2012, este ano, com apenas 2 carros, e muito
mais cuidado e preparação, está mostrando resultados similares. Tirando a
vitória de Tony Kanaan em Indianápolis, no restante do campeonato os resultados
têm sido uma montanha-russa, e na comparação com 2012, com 15 corridas, os
resultados deste ano têm sido ligeiramente inferiores. Tony tem feito o que
pode, mas nas últimas corridas a equipe parece ter se perdido no
desenvolvimento do carro, obrigando o brasileiro a largar do meio do grid para
trás, e a ter de fazer muita estratégia para conseguir chegar ao pelotão da
frente na disputa por posições. A falta de evolução pode fazer o time perder
seu principal recurso, o brasileiro Tony Kanaan, que pode mudar de escuderia
para o próximo ano, e é quem tem conseguido os melhores resultados do time.
Para complicar, a KV não tem orçamento programado para manter o brasileiro na
próxima temporada, o que só ajuda a piorar o panorama. A vitória de Tony na
Indy500 ajudou a garantir o restante da temporada deste ano, mas a situação de
2014 continua incerta. E ainda teve gente que comemorou quando Rubens
Barrichello decidiu não renovar com o time para este ano, sem ter conseguido
verba para tanto...
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