quarta-feira, 28 de agosto de 2013

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - AGOSTO DE 2013



            E mais um mês vai terminando. E com o final de cada mês, vem sempre mais uma edição da COTAÇÃO AUTOBILÍSTICA, com um pequeno balanço do que andou acontecendo nas últimas semanas no mundo das corridas. O esquema do texto segue o padrão de sempre: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Uma boa leitura para todos, e espero estar de volta no mês que vem, com mais uma edição da Cotação. E até a próxima postagem...



EM ALTA:

Marc Márquez: O piloto prodígio da MotoGP conquistou sua 5ª vitória na temporada de estréia na categoria máxima do motociclismo e caminha firme para conquistar o título. Como a performance da Honda tem se mostrado ligeiramente superior à rival Yamaha, o único que parece ter condições de desafiar o jovem espanhol é seu compatriota e companheiro de equipe Dani Pedrosa. Mas, do jeito que o moleque está pilotando, tudo indica que Pedrosa vai passar mais um ano na fila. O garoto está endiabrado, e não pretende ficar comportado tão cedo...

Scott Dixon: Apesar de alguns azares, o piloto neozelandês da equipe Chip Ganassi assumiu de vez o papel de principal rival de Hélio Castro Neves na luta pelo título da Indy Racing League. Tanto em Mid-ohio quanto em Sonoma, Dixon mostrou uma pilotagem forte e consistente, e só não acabou com a desvantagem na pontuação para o brasileiro da Penske por pequenos detalhes. Mas a hora que tudo se encaixar, o bicampeão vai vir com tudo, e ele mostra que está com bastante ímpeto de conquistar o tricampeonato na categoria...

Sebastian Vettel: Como a Red Bull parece ter ainda o melhor, e mais constante carro da temporada 2013 da Fórmula 1, o atual tricampeão está fazendo o que sabe fazer melhor: acelerar fundo, e com a vitória na Bélgica, caminha a passos largos para o tetracampeonato consecutivo, abrindo quase 50 pontos de vantagem para o rival mais próximo na classificação. De quebra, ainda vai dando uma surra maior ainda no companheiro de equipe Mark Webber, o que não significa muito, já que o australiano entrou num clima de "dane-se a F-1" no restante do campeonato. Se vencer o campeonato, Vettel repetirá o feito de Juan Manuel Fangio e Michael Schumacher, que conquistaram 4 títulos consecutivos na história da F-1.

Kimmi Raikkonem: o piloto finlandês é o principal nome da temporada de boatos na F-1 este ano. Cogitado para a Red Bull e até a Ferrari, Kimmi ainda tem a opção de ficar na Lotus, mas o time inglês luta contra dificuldades financeiras que já tem ajudado a desgastar a relação do finlandês com a escuderia, que estaria atrasando salários, e pior, ficando sem condições de desenvolver plenamente o bom modelo E21. As maiores chances são na própria Lotus, uma vez que sua ida para a Red Bull já teria sido vetada por Helmut Marko, que não quer que Sebastian Vettel enfrente concorrência "desestabilizadora" dentro do próprio time; e na Ferrari, o problema maior é Lucca de Montezemolo, que o dispensou sem cerimônias em 2009, para a contratação de Fernando Alonso, e sendo que o espanhol também não engoliria ter um companheiro do nível de Raikkonem. Apesar de tudo, o finlandês continua com tudo desde que retornou à F-1, e ser disputado pelos times não é algo muito comum hoje em dia na categoria máxima do automobilismo...

Stéphane Peterhansel: O piloto francês, a exemplo do que fizera no ano passado, veio, viu, e venceu mais uma edição do Rali dos Sertões, conquistando o bicampeonato na mais famosa prova off-road do Brasil. Precisa dizer algo mais? E ele já avisou que pretende estar novamente presente na edição da prova em 2014, portanto, os concorrentes que comecem a se preocupar...



NA MESMA:

Hélio Castro Neves: O piloto brasileiro da equipe Penske segue firme na liderança do campeonato da Indy Racing League, e deu uma tremenda sorte na corrida de Sonoma, pelo incidente ocorrido com seu principal rival ao atropelar mecânicos da Penske no box. Mas Hélio não pode ficar contando sempre com a sorte, e embora tenha tido bons motivos para comemorar o resultado na pista californiana, devido aos atritos que sofreu no carro, precisa voltar a andar na frente para ganhar autoridade e minar as esperanças de Dixon, que mesmo com todos os percalços sofridos, vem mostrando muito mais poder de reação e favoritismo do que o brasileiro. Não há campeão sem sorte, é verdade, mas Hélio não pode deixar que apenas a sorte ajude, e ele também precisa se ajudar na pista com performances mais qualitativas. Constância ele está mostrando neste campeonato, e isso já é muito importante, mas precisa dar um golpe decisivo na moral dos adversários para garantir que sua vantagem de pontos não diminua num eventual azar nas etapas que faltam.

Equipe Ferrari: O time italiano vem trabalhando duro e firme para dar a seus pilotos um carro mais competitivo, e até tem conseguido algum resultado, mas parece não sair do lugar, porque a concorrência também está evoluindo, de modo que tudo continua igual. Se no ano passado a escuderia conseguiu transformar um carro inicialmente problemático em potencial campeão, este ano o resultado está sendo inverso, com um modelo inicialmente bem nascido não conseguindo dar um salto de performance que seja visível. Para complicar, o time ainda arrumou uma crise interna com seu melhor piloto, o que só ajuda a deixar o ambiente mais instável. Tudo indica que deve passar mais um ano na fila, sem ganhar o título. Já seriam 6 anos desde a última conquista, em 2007...

Felipe Nasr: O piloto brasileiro continua lutando pelo título da GP2, mas ainda não conseguiu vencer no atual campeonato, e ainda por cima, cometeu um erro crasso na primeira corrida de Spa-Francorchamps, ao dividir posição com o próprio companheiro de equipe e ficar fora dos pontos. Apesar de uma boa performance na segunda corrida, Felipe perdeu uma boa oportunidade de assumir a liderança da competição, que continua com o monegasco Stefano Coletti, com 135 pontos. O brasileiro tem agora 130 pontos, e embora ainda seja o vice-líder, deixou outros adversários chegarem perto na classificação, como o suíço Fabio Leimer, que chegou a 128 pontos, e o inglês Sam Bird, com 121 pontos. Nasr precisa mostrar a que veio, se quiser chegar ao título do certame, que é requisito indispensável para se chegar à F-1, e agora vai precisar não apenas alcançar Coletti, mas também fugir de Leimer e Bird na pontuação.

Equipes financeiramente na berlinda na F-1: Sauber e Lotus firmaram parcerias com grupos durante este campeonato, visando reforçar seus caixas e tampar alguns rombos de dívidas não pagas, mas até o momento, a grana das parcerias ainda não parece ter pintado no caixa das escuderias, que continuam contabilizando prejuízos no balancete, e que podem comprometer o desenvolvimento técnico dos projetos para 2014. Na Lotus, as pendências podem fazer o time perder Kimmi Raikkonem para a próxima temporada, devido a atrasos salariais. Na Sauber, o temor é que a exigência dos sócios russos de promover a estréia do novato Sergey Sirotkin possa ser precipitada, pelo fato do garoto ainda ter apenas 17 anos, e comprometer resultados pela inexperiência. São dois times que vão ter de se virar muito bem para poderem competir decentemente no próximo ano sem atropelos...

Cobertura da Globo na F-1: Ao abrir um pouco mais de espaço para as corridas de F-1 na sua engessada e apertada grade de programação, surgiu a esperança de que a emissora carioca pudesse aproveitar o seu grande acervo para mostrar um pouco mais da categoria máxima do automobilismo e tentar aprofundar um pouco a intimidade do torcedor com a F-1. Mas, mais de um ano depois de implantarem o novo horário, o que se vê são falatórios na maior parte do tempo inócuos no grid de largada, quando se poderia mostrar um pouco mais da história da prova além de curiosidades do local. No caso de Spa, uma matéria que poderia ter caído bem no domingo, antes da corrida, era sobre a curva Eau Rouge, e o córrego que passa debaixo da pista e dá nome à curva. Só que a matéria foi veiculada dentro do Jornal Nacional. E Rubens Barrichello precisa saber dar mais utilidade à sua grande experiência como piloto, pois apenas ficar trocando cumprimentos no grid toda hora cansa. A Globo precisa tentar fazer o torcedor gostar da F-1 em si, e não apenas ficar teclando sempre no mesmo assunto de capitalizar somente quando Felipe Massa vai bem, pois se ficarmos sem piloto, corremos sim o risco de ficarmos sem F-1, o que seria lamentável especialmente pelo tipo de atitude da emissora que não procura melhorar a compreensão do torcedor comum sobre a categoria...



EM BAIXA:

Felipe Massa: Novamente com a cabeça "a prêmio" dentro da Ferrari, o brasileiro precisa iniciar uma reação fulminante como a do ano passado, quando tudo indicava que perderia seu lugar em Maranello, e voltou a mostrar performances sólidas e consistentes. Mas na Bélgica, o brasileiro teve um resultado apenas mediano, enquanto o companheiro de equipe chegava ao pódio com uma exibição primorosa e firme. Felipe começou o ano bem, mas perdeu boas oportunidades a meio do campeonato, e estes resultados ruins novamente o deixam na berlinda na F-1. Ao anunciar que prefere deixar a F-1 a ficar sem um carro competitivo, Massa também limita seu leque de opções, embora o maior problema hoje seja descobrir que escuderia teria interesse no piloto brasileiro. Mas surpresas ainda podem acontecer no restante do campeonato, só que Felipe tem de mostrar serviço de qualquer maneira, para não depender de nenhum golpe de sorte.

Fernando Alonso: O piloto espanhol fez uma corrida firme e arrojada em Spa-Francorchamps, saindo da 9ª posição para o 2° lugar, no pódio, mas sua cara amarrada no pódio não deixa dúvidas: Alonso está sem clima na Ferrari depois das críticas que fez ao time, e ainda por cima depois que seu empresário foi visto conversando com o diretor da Red Bull, Christian Horner, negociando uma possível contratação do espanhol pelo time austríaco, quando ainda tem contrato com Maranello até 2016. Se a paciência de Alonso com a Ferrari anda se esgotando, tudo indica que a da Ferrari com o espanhol anda pelo mesmo caminho. A questão agora é quem perde mais com uma separação entre ambos. Sobraria um belo rescaldo tanto para Fernando quanto para a Ferrari...

Juan Pablo Montoya: O piloto colombiano foi comunicado de que estará a pé na Nascar em 2014. A Chip Ganassi, que o acolheu após sua saída da F-1, já perdeu o entusiasmo com Montoya, que desde que estreou na Sprint Cup em tempo integral em 2007, teve resultados pífios e se tornou "apenas mais um" no meio do grid da Stock Car americana. Lembrando pelas belas performances que teve na F-Indy, Michael Andretti está tentando viabilizar sua contratação para seu time e levá-lo para a Indy Racing League, mas até o momento, ainda não teve resultados. Montoya chegou causando sensação na F-1, mas sua passagem pela McLaren causou vários atritos entre ele e o time inglês, culminando com seu despedimento a meio da temporada de 2006, após várias batidas, algumas até com o próprio companheiro de equipe, Kimmi Raikkonem. Na Nascar, Montoya infelizmente não conseguiu demonstrar o brilho que exibiu na F-Indy e na F-1. Seria interessante vê-lo na IRL e conferir se ainda pode brilhar nos monopostos como já fez há anos atrás. Resta saber se Andretti conseguirá patrocinador para bancar a idéia...

Alex Tagliani: o piloto canadense passou a engrossar a fileira dos pilotos desempregados da IRL neste ano. Demitido da equipe Herta Motorsport, que promoveu a estréia do italiano Luca Filippi já na etapa de Mid-Ohio, Tagliani foi descartado pela escuderia para as demais corridas restantes neste ano, em virtude da falta de resultados. Quem deu sorte com o azar do canadense foi J.R. Hildebrand, que competirá pelo time na etapa de encerramento do campeonato, em Fontana, além de ter defendido a escuderia em Sonoma. Felippi, por sua vez, ganhou chance para as etapas de Baltimore e Houston. Quando a Alex, é iniciar a busca por um lugar para o campeonato de 2014...

Equipe KV Racing: O time de Jimmy Vasser e Kevin Kalkhoven parece ter atingido seu limite em termos de competição na IRL. Se no ano passado houve a contratação inesperada de Rubens Barrichello, que teria bagunçado parte do planejamento da escuderia para o campeonato de 2012, este ano, com apenas 2 carros, e muito mais cuidado e preparação, está mostrando resultados similares. Tirando a vitória de Tony Kanaan em Indianápolis, no restante do campeonato os resultados têm sido uma montanha-russa, e na comparação com 2012, com 15 corridas, os resultados deste ano têm sido ligeiramente inferiores. Tony tem feito o que pode, mas nas últimas corridas a equipe parece ter se perdido no desenvolvimento do carro, obrigando o brasileiro a largar do meio do grid para trás, e a ter de fazer muita estratégia para conseguir chegar ao pelotão da frente na disputa por posições. A falta de evolução pode fazer o time perder seu principal recurso, o brasileiro Tony Kanaan, que pode mudar de escuderia para o próximo ano, e é quem tem conseguido os melhores resultados do time. Para complicar, a KV não tem orçamento programado para manter o brasileiro na próxima temporada, o que só ajuda a piorar o panorama. A vitória de Tony na Indy500 ajudou a garantir o restante da temporada deste ano, mas a situação de 2014 continua incerta. E ainda teve gente que comemorou quando Rubens Barrichello decidiu não renovar com o time para este ano, sem ter conseguido verba para tanto...

 



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