A foto é do ano passado, mas não importa: o resultado de 2013 foi o mesmo: vitória de Peterhansel no Sertões 2013 na categoria carros... |
A
edição 2013 dos Sertões, que foi a 21ª edição realizada, teve uma área de
competição um pouco mais restrita este ano, passando apenas pelos Estados de
Goías e Tocantins, com um percurso total de 4.115 Km. No ano passado,
o rali passou por nada menos do que 5 Estados: Maranhã, Tocantins, Piauí,
Pernanbuco, e Ceará. Neste ano, o governo do Maranhão teria recusado apoiar o
rali, e sem apoio financeiro do governo maranhense, a organização da competição
precisou modificar o trajeto da prova, de forma a cortar custos, e ao mesmo
tempo, manter a prova difícil como sempre foi. Uma tarefa difícil, mas que no
final acabou sendo concretizada. A largada foi no dia 25 de julho, em Goiânia,
de onde os competidores partiram para Pirenópolis, seguindo então para as
cidades de Uruaçu, Porangatu, Natividade, e finalmente chegando em Palmas. Da capital do
Tocantins, os competidores seguiram para Minaçu, e a seguir, Goianésia, até
enfrentarem a etapa final de volta à Goiânia, capital de Goiás, no último dia
3. Foram pouco mais de 120 veículos inscritos, com mais de 180 participantes.
Entre
os pontos altos da competição este ano, esteve o fato de a FIM, a Federação
Internacional de Motociclismo incluiu os Sertões como parte do Mundial de
Cross-Country, na competição de motos e quadriciclos. A presença de nomes
internacionais na competição, com Peterhansel, Coma e Cyril Després ajudam a
elevar o prestígio da prova brasileira, que já é uma das principais provas
off-road de todo o continente americano. Para tornar a competição mais
desafiadora, o novo traçado da prova este ano incluiu aproximadamente 61% do
percurso em trechos cronometrados, onde a regularidade e constância foram
fundamentais, muito mais do que simplesmente a velocidade.
Na
competição de carros, a disputa ficou polarizada mesmo entre a dupla Stéphane
Peterhansel/Jean-Paul Cottret, e Guilherme Spinelli /Youssef Haddad. Spinelli
acabou ficando em 2° lugar no resultado final, com quase 2 horas de desvantagem
para Peterhansel, que venceu nada menos do que 8 das 10 etapas da competição.
Foi uma vitória sem sustos, praticamente. na disputa das motos, quando todo
mundo achava que o centro da competição ficaria entre os franceses Eric Coma e
Cyril Després, eis que ambos tiveram vários altos e baixos durante a
competição, e o título acabou ficando para Paulo Gonçalves, que fechou a disputa
com cerca de 25 minutos de vantagem para Després. Este, por sua vez, teve mesmo
uma briga ferrenha com o compatriota Coma, tendo chegado apenas 11 minutos à
sua frente no acumulado geral.
E,
claro, os Sertões também teve sua cota de acidentes este ano. Felizmente, quase
ninguém se feriu de maneira grave, mas teve competidores que precisaram
encerrar sua participação na competição em virtude dos machucados. Foi o caso
de Nielsen Bueno, que competia nas motos, que acabou sofrendo uma queda e
quebrou o punho direito, e terá de passar por uma cirurgia para corrigir a
fratura. Quem também ficou fora de combate foi Guto Klaumann, que fraturou a
mão em uma queda, e que também iria passar por cirurgia para consertar o
ferimento. Quem teve um dos maiores acidentes e ficou com ferimentos mais
sérios foi Dilmas Mattos, que levou um tombo feio após colidir com um
mata-burros e acabou tendo uma lesão pulmonar, e uma fratura exposta no braço
esquerdo. Operado, o piloto já passa bem e seu maiores riscos.
Apesar
do sucesso da competição, a edição deste ano teve alguns problemas. O principal
deles foi financeiro, tendo perdido o suporte do governo do Maranhão, o que
motivou a criação de um percurso mais enxuto em termos de área. Logo no início,
Peterhansel acabou tomando uma punição equivocada que, felizmente, foi
revertida. Mas os problemas financeiros devem continuar sendo uma preocupação
séria, e para o ano que vem, segundo notícia do site Tazio, a Dunas Race,
empresa que organiza o Rali dos Sertões, confirmou que a edição 2014 deve ter
menos dias de duração. A ordem é cortar custos, especialmente pelo momento em
que a economia, tanto nacional quanto internacional, estão patinando, e os
patrocinadores, mais escassos para este tipo de competição.
Para
tentar melhorar a prova, está sendo estudado um ajuste melhor da data da edição
2014, de modo a evitar concorrer com outras provas do gênero, tanto no
continente americano quanto no europeu, de modo a facilitar a vinda de mais
pilotos de prestígio internacional. Outro desafio importante é cortar os custos
de forma a facilitar a participação de mais pilotos nacionais. Apesar de ter
tido um bom número de participantes, o número e veículos inscritos tem
permanecido estável nos últimos anos, e se isso é algo bom, por outro lado,
significa também que a competição parou de crescer. Outro desafio é conseguir
atrair mais estrangeiros sem criar um abismo entre os astros internacionais e
os nacionais no quesito equipamento. Geralmente os competidores estrangeiros
trazem seus equipamentos, muitos deles desenvolvidos para provas como o próprio
Dakar, e os participantes nacionais, sem ter verba que lhes permita ter o mesmo
tipo de veículo, podem ficar alijados da disputa pelo título em suas
categorias.
A
Dunas Race vem conseguindo fazer um bom trabalho na condução do Rali dos
Sertões. Espera-se que consiga equalizar e resolver as importantes questões que
exigem contenção maior dos custos de competição, sem fazer com que a prova
perca seu prestígio, atratividade, e dificuldade. Um ponto positivo é que o
assunto já começou a ser tratado desde já, o que demonstra seriedade para com o
assunto, que merece mesmo ser tratado com respeito e dedicação. E aguardemos
por 2014, onde esperamos contar com mais uma desafiante e prestigiada edição do
Rali dos Sertões.
Atenção, fãs da Fórmula 1, da McLaren, e de Ayrton Senna: a editora
Planeta de Agostini acabou de lançar uma coleção em fascículos nas bancas
nacionais que vai permitir a quem juntar todas as edições montar um dos modelos
mais vitoriosos da McLaren e da história da F-1: o MP4/4, de 1988. Cada
fascículo, que terá publicação quinzenal até a edição 23, e depois será lançado
semanalmente nas bancas brasileiras, trará componentes para a montagem do
modelo, que terá escala de 1:8, contará com todos os detalhes fielmente
reproduzidos. Terá fundição em metal, ABS, HIPS (Poliestireno de Alto Impacto) além
de outros materiais que devem dar ao modelo a sensação de um carro de verdade.
O colorido promete reproduzir os tons utilizados no carro original, e segundo a
editora, deverá ser fácil de montar, mesmo para iniciantes no assunto. E como
atrativo extra, partes do monoposto, como o capô, para-lama, pneu, chassi e
motor poderão ser retirados mesmo após a montagem final. A primeira edição, em
preço promocional, de R$ 4,99, traz peças para começar a montagem do bico do
carro com o qual Ayrton Senna conquistou seu primeiro título mundial. Mas, além
de montar o carro, cada edição trará matérias sobre a vida e carreira do
tricampeão mundial de F-1, além de fotos de Senna ao volante de todos os carros
com os quais já competiu. O problema, entretanto, é que será preciso muita
paciência para poder completar esta coleção, pois serão nada menos do que 90
fascículos, e levará mais de 2 anos para terminar de lançar todas as edições. E
vai sair bem caro, pois a partir da segunda edição o preço deve saltar para R$ 19,99, até chegar a R$ 42,99 cada fascículo. No site da editora (http://www.planetadeagostini.com.br) é
oferecida uma opção de assinatura, mas por enquanto válida apenas para os primeiros
3 fascículos, pelo preço "promocional" de R$ 62,98 que dá direito a
um brinde: uma caixa expositora para alojar o modelo, tão logo seja completado,
para quem fizer a assinatura, além de um arquivador para guardar os fascículos.
Não deixa de ser uma coleção interessante para os aficcionados em
automobilismo, mas certamente o custo da coleção deve desanimar boa parte dos
fãs, ainda mais em um momento em que a economia brasileira não anda em sua
melhor forma. Boa sorte aos que quiserem tentar vencer o desafio de colecionar
e montar esta série.
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