Fechando
as postagens de 2012, trago mais uma antiga coluna na seção Arquivo. Esta,
lançada em 12 de abril de 1996, fazia um pequeno balanço do campeonato de
Fórmula 1 daquele ano, após as 3 corridas iniciais da temporada terem sido
disputadas. Haviam sido realizados os GPs da Austrália, do Brasil, e da
Argentina. E Damon Hill havia ganho todos eles. Verdade que a Williams,
naqueles tempos, era o time a ser batido, mas Hill também teve méritos de
cumprir o que se esperava dele, é verdade. Fiquem agora com o texto, e até
2013, com novas postagens aqui no Blog PISTA & BOX. Boas festas de fim de
ano para todos, e grato por todos os leitores que estiveram por aqui. Agradeço
a visita de todos vocês, e os convido a retornarem no próximo ano...
F-1 OU F-HILL?
Terminada
a primeira fase do campeonato de F-1 de 1996, é hora de fazer alguns balanços e
considerações sobre estas 3 primeiras etapas, e traçar um horizonte do que
ocorreu até agora. A primeira nota é, obviamente, a superioridade da Williams
até o momento. E não é uma superioridade tão manifesta como em anos de 92 ou
93, mas é clara. E, como não poderia deixar de ser, Damon Hill é o centro das
atenções do campeonato. O piloto inglês averbou em Buenos Aires a sua 3ª
vitória consecutiva no campeonato, em 3 provas disputadas, e se contarmos com a
última corrida de 95, o GP da Austrália, Hill passa a contabilizar 4 vitórias
consecutivas. Todos já esperavam que a Williams saísse na frente na disputa pelo
campeonato deste ano, e até se previa que Hill teria a sua melhor chance de ser
campeão. Pelo visto até aqui, Hill vem cumprindo o roteiro com tal perfeição
que chega até a assustar.
Um
dos maiores jornais argentinos estampou a seguinte manchete na cobertura do GP
de seu país: “Ninguém pode deter Hill.” A hipótese de Jacques Villeneuve ser o
maior adversário do inglês na luta pelo título, após seu impressionante
desempenho em Melbourne perdeu força depois da fraca atuação em Interlagos e
Buenos Aires. E a próxima corrida é em Nurburgring, outro circuito desconhecido
para o jovem canadense, o que joga todo o favoritismo de novo em Hill.
A
Benetton até o momento parece a maior adversária da Williams. Jean Alesi fez
provas arrojadas e subiu ao pódio nas duas últimas corridas, e só não ficou em
2º na Argentina por um pit stop ruim na parte final da prova. Flavio Briatore
declarou no início do ano que a Benetton continua a ser uma equipe de ponta,
mesmo sem Michael Schumacher. Quem conhece Briatore sabe que ele não costuma se
superestimar à toa. E, para provar isso, a Benetton também começou o campeonato
de 95 bem inferior à Williams, mas depois cresceu bastante no certame e levou
ambos os títulos de pilotos e construtores. E até o momento, a Benetton vem
superando a Ferrari em corrida e pode voltar a surpreender a Williams. É
esperar pra ver.
A
Ferrari está com a crise na vizinhança, novamente. Michael Schumacher não
esconde que não está contente com o carro e tenta fazer o que pode. Em breve, a
situação pode piorar. Se a Ferrari continuar do jeito que está, não vai demorar
para a torcida italiana “cair” em cima da escuderia. E quando isso acontece, é
duro superar a crise. Schumacher até que conseguiu pressionar Hill em Buenos Aires , mas
acabou ficando pelo caminho, enquanto Irvinne chegava em 5º lugar. Resultado: o
piloto irlandês já tem 6 pontos no mundial, enquanto o bicampeão alemão conta
com apenas 4 pontos. Vamos ver até quando Schumacher leva na esportiva esta
situação de ficar atrás do companheiro de equipe...
Na
McLaren, um misto de decepção e otimismo. A decepção, em maior parte, Fica pelo
fato de a equipe não conseguir disputar a ponta com a Williams, Ferrari e
Benetton. Em 95, ficou patente que a McLaren tinha mais motor que carro. Este
ano, a situação parece ter se invertido. O chassi MP4/11 já mostrou ter
qualidade de renome, mas o propulsor alemão não parece corresponder às
expectativas. No que tange ao otimismo, Mika Hakkinem mostra que está guiando
como nunca, apesar de ainda não estar totalmente recuperado fisicamente do
acidente sofrido em Adelaide, em novembro passado. Espera-se que, estando 100%,
Hakkinem seja ainda mais rápido. Já Couthard não vem correspondendo às
expectativas: foi mais lento que Hakkinem em todas as ocasiões, com exceção do
GP argentino, onde andou à frente do finlandês, mas não conseguiu chegar nos
pontos. Couthard vem alegando que a McLaren está favorecendo o finlandês, mas à
vista de seu desempenho, o escocês não está sendo mesmo lá essas coisas.
Destaque
positivo para a Jordan, que mostra estar atingindo o nível de próxima escuderia
de ponta da categoria. Rubens Barrichello andou muito bem em Interlagos,
desafiando Williams, Benetton e Ferrari. Independentemente da rodada do piloto
brasileiro no circuito paulistano, todas as outras equipes ficaram
impressionadas com o desempenho da escuderia de Eddie Jordan. Na Argentina,
ciente de que não poderia discutir as primeiras posições, Rubinho correu com a
cabeça, marcando seus primeiros pontos no campeonato e pronto para alçar vôos
mais altos este ano.
Quem
também merece um ponto positivo é a Arrows, que com um orçamento limitado, está
conseguindo um elevado índice de competitividade. Jos Verstappen, de novo em
seus melhores dias, exibe a velocidade que lhe valeu o apelido de “a besta
holandesa” nos campeonatos europeus de acesso à F-1. Verstappen deu um show em
Interlagos até abandonar por quebra mecânica, e repetiu a dose na Argentina,
desafiando até a Ferrari de Eddie Irvinne e andando sempre no ritmo das McLaren
e até batendo-as. Desta vez o piloto holandês conseguiu cruzar a linha de
chegada antes do motor quebrar.
Das
outras equipes, destaque para a Tyrrel, que pontuou duas vezes com Mika Salo e
mostra ter potencial para mais. A Sauber ainda não se acertou direito, mas assim
que o fizer, Heinz-Harald Frentzen e Johnny Herbert irão mostrar do que são
capazes. A Minardi tenta competir com o que pode, enquanto a Forti tenta se
manter na competição. A Ligier também mostra potencial, tanto com Olivier Panis
como com Pedro Paulo Diniz.
Agora,
é nos prepararmos para a fase européia do campeonato. Apesar do domínio de Hill
até agora, a emoção está presente, e tende a aumentar. Vamos conferir...
Este não é bem o assunto que costumo tratar nesta coluna, mas devo
parabenizar o excelente desempenho do piloto brasileiro Alexandre Barros neste
início do campeonato do Mundial de Motovelocidad, categoria 500cc. Com dois
segundos lugares nas duas etapas disputadas até agora, Barros ocupa a liderança
do campeonato. Continue a brilhar, Alexandre!
A F-Indy volta a se reunir este fim de semana. O palco é a cidade de
Long Beach, na costa da Califórnia, e marca o retorno da categoria aos Estados
Unidos, depois de duas etapas realizadas no Hemisfério Sul. Na pauta, a
concorrência pretende ir à forra contra a Honda e a Firestone, cujos motores e
pneus equipam os carros que venceram todas as corridas até agora...
Nas palavras de Francisco Santos, este será o ano do “vai ou racha”
para a equipe Sauber. Já está acertado que a futura equipe de Jackie Stewart
será a nova escuderia oficial da Ford na F-1, em 1997. Se a Sauber não mostrar
serviço nesta temporada, perde os motores da fábrica americana. Na melhor das
hipóteses, continua com os motores Ford, mas terá de pagar por eles,
tornando-se uma simples equipe cliente...
São cada vez mais fortes os rumores de que a Bridgestone entrará na F-1
em 97, através da marca Firestone. A julgar pelo desempenho dos pneus da marca
na F-Indy, a Goodyear terá sérios problemas pela frente também na F-1...
A situação de Schumacher tende a ficar complicada nas próximas duas
etapas da F-1. O GP da Europa, próxima corrida, será em Nurburgring, na
Alemanha, e a torcida vai cobrar um vitória de seu campeão a qualquer custo;
depois, é a vez de San Marino, em Ímola, onde a fanática torcida italiana
poderá “pedir a cabeça” do piloto alemão se Damon Hill continuar ganhando tudo
até lá...
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