Já
estamos em novembro, então, chegou o momento de mais um pequeno apanho com meus
comentários sobre alguns acontecimentos no mundo da velocidade no mês de
outubro, em mais uma sessão Flying Laps. Uma boa leitura, pessoal, e até a
sessão do mês que vem...
Sébastian Loeb conseguiu de novo. Ao vencer a etapa da França do
Mundial de Rali, o piloto francês da Citroen conseguiu nada menos do que seu 9º
título consecutivo na categoria, que praticamente há uma década não vê ninguém
mais além de Loeb ser campeão, uma marca que é praticamente um fenômeno na
história do automobilismo mundial. E, para dar alguma alegria aos rivais, o
piloto francês declarou que vai deixar a categoria para desenvolver novos
projetos em 2013, uma vez que, segundo ele, já teria conquistado tudo o que
podia no rali. Mas, ainda assim, deu outra declaração que já deixa a
concorrência de cabelo em pé: ele ainda pretende disputar algumas corridas do
Mundial de Rali, cerca de 5 provas, pelo menos. O risco é de que Loeb acabe
vencendo todas estas corridas, e ainda assim acabe campeão mais uma vez.
Improvável? Talvez. Muito difícil? Igualmente. Impossível? Talvez. De qualquer
maneira, por mais incríveis que sejam os números de sua carreira, seria
interessante se ele ainda conseguisse conquistar um 10º campeonato no rali, o
que daria uma conta redonda, ainda mais impressionante do que seus 9 títulos
consecutivos, que por sua vez, também não são nem um pouco desprezíveis. Haverá
alguém que consiga superar o número de títulos de Loeb no rali? Durante muito
tempo, se fez essa pergunta na F-1, sobre os 5 títulos de Juan Manuel Fangio,
até que Michael Schumacher chegou a 7 títulos. Mas conseguir repetir a proeza
de Loeb no rali vai ser ainda mais difícil, se não tanto pelo número de
títulos, ainda mais pelo fato de serem 9 anos direto vendo o francês ser
campeão da categoria. Os desafiantes que comecem a se preparar para o ano que
vem, e a torcida contra para Loeb não ter uma recaída em suas participações
“especiais” e querer disputar mais algumas corridas só para matar vontade, pois
do contrário, ainda poderemos ver mais um título de Sébastian...
No Mundial de Endurance, a Toyota desembestou depois de vencer a etapa
de Interlagos. Os japoneses, capitaneados por Alexander Wurz e Nicolas Lapierre
no comando do modelo Toyota TS030 Hybrid, venceram também as etapas de Fuji, no
Japão, e de Shangai, na China, etapa que encerrou o campeonato de 2012. Mas o
título foi para a Audi, que disputou integralmente o campeonato, e levou o caneco
do primeiro ano da nova categoria de competição com seu modelo R18 e-tron
quattro, comandado por Marcel Fassler/ André Lotterer/ Bénoît Tréluyer. O
primeiro ano de competição da Endurance foi altamente positivo, e as
perspectivas são de que a Audi terá muito trabalho para manter sua dianteira em
2013, pois os japoneses da Toyota já mostraram a que vieram. Depois do projeto
fracassado da Fórmula 1, a
maior fábrica japonesa de automóveis está encontrando sua redenção no WEC,
conforme demonstraram suas 3 vitórias consecutivas, ainda mais com um modelo
híbrido, que combina um sistema tradicional de combustão com as mais avançadas
técnica de recuperação de energia, que podem vir a ser um grande trunfo para os
automóveis no futuro, quando os combustíveis atuais não se mostrarem mais
disponíveis como são hoje.
Na penúltima corrida antes de sua aposentadoria da MotoGP, o
australiano Casey Stoner mostrou novamente porque é o “rei” da Austrália: o
piloto conseguiu vencer novamente em casa, no circuito de Phillip Island, no
que foi a sua 6ª vitória consecutiva na pista australiana, no que deve ter sido
a sua última vitória na categoria. Mas quem saiu mesmo festejando da etapa da
Austrália foi o espanhol Jorge Lorenzo, que chegou ao bicampeonato, após ver
seu rival direto na luta pelo título, Dany Pedrosa, cair da moto logo no início
da prova australiana. Pedrosa era o único ainda com chances matemáticas de
impedir o bi de Lorenzo, e com sua saída da corrida, bastou administrar a
situação, e com o 2º lugar, o piloto da Yamaha faturou o caneco da competição,
tornando-se o primeiro piloto espanhol a conquistar um bicampeonato no
motociclismo. O pódio em Phillip Island foi completado pelo inglês Cal
Crutchlow. Valentino Rossi, que se prepara para retornar à Yamaha no próximo
ano, teve uma atuação combativa no meio do pelotão, mas terminou apenas em 7º
lugar, à frente do companheiro de equipe Nick Hayden. Rossi já encara seu
retorno ao time japonês, onde foi campeão, com realismo, admitindo que será
tratado como 2º piloto pela escuderia, em virtude do bi de Lorenzo, e precisará
conquistar novamente o seu espaço no time. Vai ser mesmo um desafio e tanto
para Rossi.
As equipes HVM e KV devem unir seus esforços para o campeonato 2013 da
Indy Racing League. Para isso, já foi anunciado que Simona de Silvestro deverá
ser a nova companheira de equipe de Tony Kanan na próxima temporada. A KV
decidiu reduzir suas operações em virtude de manter seu foco mais concentrado
no próximo ano. Rubens Barrichello partiu para negociar com outros times, e
Ernesto Viso também pulou fora, para criar sua própria escuderia. Isso já
significa pelo menos 2 carros a menos no grid no próximo ano da categoria, que
ainda precisa mostrar mais a que veio.
Falando em IRL, a Indycar, entidade que comanda a categoria, está de
presidente novo. Saiu Randy Bernard, entrou Jeff Belskus, que assumiu a direção
interinamente. Mas a categoria esteve perto de sofrer um retrocesso, pois Tony
George, que havia sido destituído da direção da IRL há alguns anos, tentou recomprar
a categoria, e a nova direção da Indycar teria recusado veemente sua oferta,
dizendo que a categoria não está à venda. Vale lembrar que Tony George criou a
IRL em 2006, por querer comandar sozinho o certame, o que não conseguia na
CART. Usando as 500
Milhas de Indianápolis como trunfo, George fundou a
categoria, e durante mais de uma década, moveu uma briga com a F-Indy original.
Mas a IRL, como ele havia concebido, nunca foi estável financeiramente, e
quando se descobriu que ele usava o patrimônio de sua família para sustentar o
campeonato, acabou destituído da direção tanto da IRL quando do circuito de
Indianápolis. Em um momento em que o que sobrou das categorias Indy tenta
reencontrar o seu rumo, a volta de George ao comando poderia ser complicada.
Randy Bernard, por sua vez, acabou comprando briga com alguns times, como a
Andretti, e por isso acabou caindo de seu cargo. Que a IRL precisa reencontrar
seu rumo, isso é notório, mas quando os próprios integrantes da categoria não
se entendem direito, a coisa fica mais complicada do que normalmente já é...
Em sua primeira participação na Stock Car, Rubens Barrichello largou na
15ª posição, na etapa disputada em Curitiba. A pole-position ficou com Átila
Abreu, que venceu a prova praticamente de ponta a ponta. Já o recordista de
largadas da F-1 acabou se envolvendo em algumas confusões, apesar de ter
começado bem a corrida: Rubens recebeu um toque logo na largada, caindo para
19º e precisando recuperar o tempo perdido. Chegou a andar em 16º, mas o azar bateu
novamente à sua porta, quando um pneu furado o obrigou a uma parada nos boxes,
voltando entre os últimos, e terminando a prova na 22ª colocação. Terminando na
5ª posição, Cacá Bueno manteve-se na liderança da competição, com 147 pontos, 12
de vantagem para Daniel Serra, que ocupa a 2ª posição na classificação. Com a
vitória nesta etapa, Átila Abreu também entra na perseguição a Cacá Bueno,
estando apenas 13 pontos atrás do piloto da equipe Mattheis/Red Bull. O fim do
campeonato promete uma disputa acirrada entre os pilotos. E não apenas entre os
três ponteiros na classificação: Ricardo Maurício (129 pontos), Valdeno Brito
(126), Max Wilson (116), e Thiago Camillo e Allam Khodair (112 pontos) ainda
podem aprontar alguma, embora isso seja mais difícil. Faltam apenas duas etapas
para fechar o ano: dia 11 de novembro, em Brasília; e no dia 09 de dezembro, em
Interlagos, na famosa Corrida do Milhão. Cacá Bueno mantém sua constância e
regularidade, e muito provavelmente, se não enfrentar percalços inesperados, é
o favorito ao título.
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