quarta-feira, 28 de novembro de 2012

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – NOVEMBRO DE 2012



            Novembro está acabando, e trago agora a última edição da Cotação Automobilística, fazendo uma consideração do que a F-1 apresentou neste ano, em algumas linhas gerais. Não deu para falar de tudo e de todos, mas espero ter relacionado o que achei mais interessante de se comentar. O mesmo esquema de sempre: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Uma boa leitura a todos, e até a próxima Cotação, já em 2013...



EM ALTA:

Sebastian Vettel: O piloto alemão da Red Bull conquistou seu 3° título na F-1 e tornou-se o 3° piloto na história da categoria a vencer 3 campeonatos consecutivos. O primeiro a conseguir tal feito foi Juan Manuel Fangio, na década de 1950. Michael Schumacher foi o segundo piloto a faturar 3 títulos, na década passada. O jovem alemão ainda tornou-se o mais precoce de todos os tricampeões da história da F-1, ao vencer seu 3° campeonato com apenas 25 anos, e por pouco também não bateu o recorde de Jackie Stewart, que foi tricampeão com apenas 99 corridas disputadas: Vettel disputou seu 101° GP em Interlagos. Foi uma conquista cheia de drama e dificuldades, pois no início do ano, ninguém apostaria que a Red Bull conseguiria dar a volta por cima. E, quando conseguiu ter novamente um carro mais competitivo, coube a Sebastian aproveitar a oportunidade como ninguém, o que não foi conseguido por seu colega de time, Mark Webber, que acabou ficando novamente na sombra do seu parceiro de time.

Red Bull Racing: O time das bebidas energéticas conquistou seu 3° título consecutivo de pilotos e também de construtores. Vítima da mudança do regulamento que proibiu dos difusores aerodinâmicos, a escuderia austríaca havia perdido boa parte de sua competitividade, mas uma revisão no modelo RB-08 promovida durante as férias de agosto devolveram o time à dianteira na competição, ainda que sem aquela força monstruosa que havia demonstrado em 2011. E como a concorrência ficou meio perdida na segunda metade do campeonato, coube a Sebastian Vettel e ao time capitalizarem sua reconquistada competitividade, arrebatando 4 vitórias consecutivas que tornaram o jovem bicampeão o favorito ao título. A escuderia conviveu durante boa parte do ano com o preconceito dos outros times de ponta, por não ter a “tradição” nem ser uma escuderia ligada a algum grupo automobilístico, mas a Red Bull deu a melhor resposta dentro da pista. Não importa de onde o time tenha surgido e qual o seu principal controlador, pois dentro da pista o time sempre mostrou coesão e soube trabalhar os talentos que possui em seu staff técnico e de pilotos. E, desde já, é novamente a favorita ao campeonato de 2013. Os demais times que corram atrás, se não quiserem tomar outra lavada dos austríacos.

Campeonato 2012 da F-1: A categoria máxima do automobilismo teve este ano o seu maior campeonato de todos os tempos, com nada menos do que 20 corridas disputadas por todos os continentes (exceto a África). E a grande maioria das provas foi totalmente empolgante, com duelos a rodos, vencedores variados, alternância de líderes, disputas ferrenhas, etc. Tivemos 8 pilotos vencendo em 2012, por nada menos do que 6 times diferentes, e embora o campeonato tenha se afunilado na reta final para apenas 2 postulantes ao título, nem por isso as corridas finais deixaram de reservar emoção e competição aos amantes do esporte a motor. Interlagos viu uma decisão quase tão dramática e eletrizante quanto a de 2008, em um cenário de chove-não-molha que deixou público, equipes e pilotos tensos como não se via em uma decisão de campeonato. E a competição ainda viu o retorno de nomes tradicionais a vencerem uma corrida, ainda que tenham sido resultados esporádicos: Mercedes, Williams, e Lótus. Boa parte das emoções de várias corridas foram proporcionadas pelos pneus da Pirelli, que se mostraram mais difíceis de serem compreendidos este ano do que em 2011, deixando equipes e pilotos perdidos em muitas situações. Para 2013, espera-se que a situação se mantenha, e vejamos outro campeonato de perder o fôlego...

Kimmi Raikkonem: de volta à F-1 após dois anos afastado disputando ralis, o piloto finlandês foi uma das grandes e boas surpresas da temporada. Raikkonem levou a ex-Renault, agora com o nome Lótus, a figurar entre os primeiros lugares em vários GPs, mesmo sem o time ter a mesma performance dos principais nomes da categoria. Mas Kimmi fez da regularidade e constância sua principal arma, e enquanto seu colega de equipe Romains Grossjean acumulava encrencas e batidas, o finlandês nunca se envolveu em nenhuma confusão, deixando de pontuar apenas em uma corrida durante todo o ano, e completando praticamente todas as provas e voltas do campeonato mundial, alcançando e terminando o certame numa bela 3ª colocação, e ainda arrumando espaço para vencer novamente, em Abu Dhabi, quando  ninguém esperava mais que a equipe fosse capaz. Não fosse seu time se perder em estratégias conservadoras em algumas provas, o campeonato de Raikkonem poderia ter sido ainda mais impressionante nos resultados. De contrato renovado para 2013 com a Lótus, Kimmi tem tudo para continuar brilhando, basta que seu time acerte a mão no carro. Motivação, parece que Raikkonem já a recuperou, e isso é sua principal arma, pois seu talento nunca esteve em dúvida...

Fernando Alonso: o piloto espanhol mostrou que, mesmo na F-1 atual, o piloto ainda pode fazer a diferença, e mesmo não contando com um equipamento tão bom quanto o dos rivais em boa parte da temporada, conseguiu não apenas se manter entre os ponteiros como ainda liderar a classificação do campeonato por muito tempo. Tirando do F2012 mais do que o carro tinha para dar em várias ocasiões, Alonso praticamente não cometeu erros na pista durante o campeonato, vindo a sofrer dois abandonos por circunstâncias alheias a seu controle, que fulminaram com boa parte de suas expectativas de conquistar o tricampeonato mundial. Nas ocasiões em que teve um carro mais à altura para brigar com os rivais, Fernando não deixou escapar as oportunidades que teve para vencer, e conseguiu levar a disputa do título para a última corrida, feito que é reconhecido por todos no paddock e na imprensa especializada. E, diferente de 2010, quando o espanhol e a Ferrari perderam o título na corrida final por erro da estratégia, desta vez quem ficou devendo mais foi o time mesmo. Se Alonso tiver um carro competitivo desde o início em 2013, será um oponente dificílimo de bater...



NA MESMA:

Felipe Massa: O piloto brasileiro conseguiu não apenas reverter a sua má fase na F-1, e conseguir o que muitos consideravam impossível, que era renovar com a Ferrari por mais uma temporada, voltou a andar como nos velhos tempos, conseguindo voltar ao pódio, e fazer boas corridas, como na Coréia do Sul, nos Estados Unidos, e no Brasil, mas suas chances de conseguir melhores resultados tiveram de ser tolhidas pela equipe, que não permitiu que o brasileiro ultrapassasse Fernando Alonso na pista, tendo obrigatoriamente de terminar atrás do espanhol, devido à disputa do título, mesmo quando o brasileiro estava andando mais rápido que o asturiano. O episódio de Austin, quando o time ainda o fez tomar uma punição desnecessária apenas para privilegiar Alonso já dá uma amostra que o espera possivelmente no próximo ano: liberdade para correr, apenas se Alonso estiver fora de combate, do contrário, deverá continuar ficando em 2º plano. Mas Felipe deve aproveitar a oportunidade para se relançar no mercado, e se mantiver a performance demonstrada nesta segunda metade de campeonato, tem tudo para se tornar um nome importante a ser considerado no mercado de pilotos para 2014, quando teoricamente várias vagas em potencial poderão se abrir. Neste ano, além das vagas terem sido poucas, seu péssimo início de temporada o fizeram ser praticamente ignorado como opção pelos demais times. Ganhou uma renovação com a Ferrari mais pela falta de opções do time italiano, que provavelmente não encontrou ninguém que aceitasse se submeter à política do time de preferência por Alonso do que por suas qualidades como piloto. Massa terá de ser a perfeição em pessoa no início de 2013 para anular as possibilidades de o time se focar em Alonso, e com isso ganhar mais chances de competir a fundo pelo campeonato. Vai ser uma tarefa hercúlea, mas Felipe demonstrou nas últimas corridas que tem condições de fazer isso. Resta saber se vai conseguir...

Equipe Ferrari: O time italiano trabalhou como um louco durante todo o ano para finalmente voltar a ser campeão mundial, e novamente a taça escapou por pouco. Mais por culpa do time do que por Alonso, que fez dentro da pista tudo o que estava a seu alcance. Já a Ferrari teve um início de temporada que só não foi completamente catastrófico porque o espanhol salvou uma vitória completamente inesperada em Sepang, em um momento em que o F2012 mal permitia a seus pilotos largar entre os 10 primeiros no grid. A escuderia conseguiu maravilhas ao tornar o carro competitivo, mas o modelo 2012 raramente foi tão eficiente nas classificações como em corrida, e na parte final da temporada, exibiu sinais claros de ter alcançado o limite de seu desenvolvimento, uma vez que a base fraca do carro ainda permanecia. O grande mérito do time foi a fiabilidade de seus carros, que nunca apresentaram problemas em corrida. Por outro lado, continuando a praticar suas táticas de jogo de equipe lamentáveis, como a punição impingida a Felipe Massa no GP dos EUA, apenas para fazer Alonso largar mais à frente no grid e do melhor lado da pista, muitos preferiram ver o time italiano perder novamente um campeonato como forma de castigo por tais atos antiéticos e antidesportivos, ainda que não ilegais de acordo com o regulamento da categoria. O pior de tudo é que isso não fará diferença alguma em Maranello, que já demonstrou várias vezes que irá fazer novamente tais jogos, se necessário, e que na opinião deles dane-se o que os torcedores e o mundo irão achar...

Equipe McLaren: o time de Woking começou bem a temporada, mas infelizmente se perdeu a meio dela, tropeçando para entender melhor o comportamento dos pneus Pirelli deste ano. O fato de ser um ano muito equilibrado ajudou a mascarar a queda do time na classificação e na luta pelo título por algum tempo. Mas, mesmo quando corrigiu os defeitos de performance, voltando a ser o carro a ser batido, o time acabou vítima da falta de confiabilidade, que lhe roubou pelo menos duas vitórias certas, que poderiam ter deixado Lewis Hamilton em condições de disputar o título da temporada. Nem mesmo Jenson Button, com sua costumeira capacidade de guiar o carro com o fino da precisão, conseguiu se entender com os pneus durante todo o ano, ficando várias provas sem conseguir pontuar, quando também não era atingido por quebras mecânicas do próprio monoposto. A falta de fiabilidade, aliás, foi o principal calcanhar de Aquiles do time, que não conseguiu nem mesmo o vice-campeonato de construtores. O time ainda viu sua maior estrela, Lewis Hamilton, partir para a Mercedes. A maior aposta da McLaren agora é em seu novo contratado, Sérgio Perez, que terá enfim um carro vencedor para mostrar do que é capaz. Button, por sua vez, terá mais responsabilidade do que nunca em 2013, cabendo a ele liderar o time dentro da pista.

Pastor Maldonado: o intrépido piloto venezuelano assumiu a liderança da equipe Williams em 2013, e conseguiu o que muitos achavam impossível: fazer o time do velho Frank voltar a vencer, o que conseguiu em Barcelona, com direito a pole-position. O resultado, porém, foi ocasional, pois a partir dali, Maldonado envolveu-se em confusões durante quase todo o restante do campeonato, só conseguindo pontuar novamente nas últimas corridas da temporada. Piloto extremamente rápido, Pastor não perdeu o hábito de se envolver em confusões nas corridas e nos treinos, tendo tomado várias punições por causa disso, e perdendo inúmeras chances de pontuar. Seu maior mérito foi mostrar a velocidade do carro nas classificações, quase sempre indo para o Q3 na grande maioria das corridas. Infelizmente, as boas posições de largada acabaram comprometidas com as confusões em que Maldonado se envolveu, fazendo valer novamente o apelido de “Maldanado”. A vitória e pole em Barcelona foi o ponto alto de sua temporada, e ele tem seu lugar garantido na Williams para 2013, embora isso se deva muito mais ao polpudo patrocínio da PDVSA do que à sua capacidade de pilotagem, pois os inúmeros acidentes em que se envolveu custaram caro para o time. Em 2013, ele terá novamente chance para amadurecer sua pilotagem sem perder sua velocidade.

Equipe Sauber: o time de Peter Sauber teve sua melhor temporada em muitos anos. Conquistou pódios e, em alguns momentos, dava até pinta de conseguir poder vencer corridas. Mas a escuderia pecou durante parte do ano com uma certa instabilidade de performance de seu carro, que ora rendia muito, ora não rendia nada. Assim, enquanto em algumas pistas seus pilotos eram até candidatos ao pódio, em outras eles se mostravam incapazes até de pontuar. Conseguir uma performance mais estável será o principal foco do modelo 2013, pois neste ano, se o time suíço conseguiu até mesmo ter a expectativa de superar a Mercedes na classificação de construtores – o que faltou pouco para acontecer, é de se esperar que a concorrência venha mais forte no próximo ano. O ponto positivo é que o time manterá o vasto patrocínio da Telmex, graças à efetivação do jovem mexicano Esteban Gutierrez para o lugar de Sérgio Perez, que foi para a McLaren. E com a contratação de Nico Hulkenberg, a Sauber reforça seu caixa para ter um ano mais calmo em termos financeiros. A lamentar o despedimento de Kamui Kobayashi, que sem ter como arrumar patrocínios, foi rifado sem dó nem piedade pelo time, em prol de quem trouxesse verba.



EM BAIXA:

Michael Schumacher: o maior vencedor da história da F-1 se aposentou em definitivo neste fim temporada, novamente na pista de Interlagos. Diferente de 2006, quando deu um show de pilotagem e levou o público ao delírio com o que seria sua última prova, desta vez Michael sai pela porta dos fundos, sem maiores comoções. Dispensado pela Mercedes, que contratou Lewis Hamilton para seu lugar, Schumacher ainda teria tentado arrumar lugar em outros times, no que não conseguiu ser bem-sucedido. Michael teve um ano apático em sua maior parte, e se o carro não ajudou, é verdade que o piloto alemão também não conseguiu demonstrar aquela tenacidade aguerrida que sempre o caracterizou. Michael não conseguiu superar as limitações atuais da competição, e embora tenha voltado a competir em níveis satisfatórios, não conseguiu superar as deficiências do equipamento como fazia em seus tempos áureos. A ausência de 3 anos acabou por se mostrar implacável para ele, e embora ele tivesse todo o direito de ter voltado a competir, muitos consideram que seu retorno foi um erro mesmo. A idade parece ter cobrado seu preço, mas Michael foi dispensado mesmo porque a Mercedes precisa de maiores resultados, e o heptacampeão deu mostras de que não poderia mais dar este tipo de contribuição ao time.

Equipes nanicas da F-1: Caterham, Marussia e Hispania (vulgo HRT) completaram seu 3° ano de competição na categoria máxima do automobilismo do mesmo jeito que começaram: sem conseguir marcar presença, a não ser na hora de virarem retardatárias nas corridas. Enquanto a Caterham continua demonstrando ser a única que parece levar a coisa mais a sério e de forma mais propensa a alcançar de fato o pelotão intermediário, a Marussia não parece ir a lugar algum, embora a resistência de seu carro este ano tenha levado o time a ficar teoricamente à frente da escuderia de Tony Fernandes. Esta, porém, não conseguiu evoluir este ano tanto quanto desejava, mesmo com maior experiência e contando pelo segundo ano consecutivo com o motor Renault, o mesmo da campioníssima Red Bull. E ainda temos o time espanhol, que há algumas semanas foi colocado à venda, e praticamente disputou as últimas duas corridas com o dinheiro contado. A corrida de Interlagos pode ter sido muito bem o adeus do time espanhol, que nunca conseguiu deixar de ser o pior do pelotão, ainda mais pelo modo como nasceu, mal gerido e sem conseguir demonstrar nenhuma qualidade técnica, situação que perdurou durante todas as 3 temporadas que disputou. No ritmo que a coisa vai, fica cada vez mais patente que a idéia de Max Mosley de incluir novos times era válida, mas seus critérios de escolha foram totalmente errados, preferindo escolher candidatos mais pelo perfil político do que pela competência técnica, e olhe que times de comprovado histórico, como a Prodrive, acabaram barrados para se aceitar estes times. Apenas a Caterham mostrou merecer a chance, enquanto tivemos até outro time que nem sequer chegou a estrear. Até os times pequenos de antigamente da F-1 pareciam que tinham mais capacidade, mas infelizmente a F-1 atual é ainda mais cruel com os pequenos do que antigamente...

Romain Grossjean: o piloto franco-suíço ganhou uma nova chance na F-1, embora muitos considerem que sua estréia, em 2009, não conte muito por ter sido jogado literalmente na fogueira que era a equipe Renault, com um carro pra lá de problemático, e ainda por cima com o time voltado unicamente para Fernando Alonso, além do clima quente no time pelo escândalo de Cingapura ocorrido no ano anterior. Grossjean precisou refazer a carreira, e ganhou sua nova chance na F-1 com todos os méritos. O piloto mostrou-se muito rápido desde o início, chegando a colocar em xeque a posição de Kimmi Raikkonem no time como líder da equipe. Mas Grossjean foi forte mesmo em colecionar confusões nas pistas durante toda a temporada, tendo como ponto “alto” o strike que criou na largada do GP da Bélgica, onde tirou vários pilotos da corrida, o que lhe valeu uma suspensão para a corrida seguinte, em Monza, além de uma bela multa. Os enroscos em que Romain se envolveu durante o ano lhe valeram a reprimenda de vários outros pilotos no grid, com críticas especialmente à sua postura demasiado agressiva na primeira volta, onde aconteceu a maioria dos acidentes. Mas Grossjean também mostrou certa predisposição para estar no lugar errado na hora errada, ou fazer a manobra errada, como na classificação para o GP do Brasil, onde acertou o guard-rail tentando passar um carro logo na tangência da curva para a reta dos boxes. Foi um ano cheio de altos e baixos, e com tantos acidentes pelo caminho, perdeu feio o duelo para Raikkonem conforme a temporada avançava, ainda mais com o finlandês não tendo se envolvido em praticamente nenhuma confusão o ano inteiro. Neste momento, sua posição no time é posta em dúvida para 2013. Seu maior trunfo é ter Eric Boullier como empresário, uma vez que ele também é diretor geral da Lótus.

Equipe Williams: O time de Frank Williams não podia ter um ano igual ao de 2011, precisando sair do buraco a qualquer custo. De certa forma, o time conseguiu, produzindo um carro que tinha muito potencial. Mas, ao escolher dois pilotos pagantes, a escuderia também assumiu o risco de os resultados não ficarem à altura do potencial do time, e foi isso que aconteceu: Pastor Maldonado mostrou-se muito rápido, especialmente nas classificações, mostrando a velocidade que o FW34 podia dar, dando esperança de um ano muito promissor. Mas o venezuelano, tirando a etapa de Barcelona, onde conseguiu uma pole, e principalmente, vitória, inesperadas até para o mais otimista dos membros do time, passou boa parte do campeonato envolvendo-se em confusões e acidentes durante as corridas, o que jogou muitos resultados potenciais no lixo, além dos prejuízos do conserto dos carros. Bruno Senna, por sua vez, embora envolve-se menos em confusões, também teve sua cota de batidas, e pior, demonstrou um ponto fraco persistente nas classificações durante todo o ano, raramente conseguindo demonstrar o potencial do carro como Maldonado. Bruno pontuou com mais constância que seu companheiro venezuelano, mas como largava sempre mais lá atrás, seus resultados eram muito menores, por ter de batalhar muito no pelotão intermediário. Todos no paddock concordaram que a dispensa de Rubens Barrichello foi um erro por parte da direção da equipe, pois o veterano piloto estava no mesmo nível de velocidade de Maldonado, e com certeza teria conseguido muito mais pontos para o time se tivesse permanecido. O resultado é que, mesmo tendo um ano muito melhor do que o de 2011, a Williams continuou na rabeira da classificação de construtores, superando apenas a Toro Rosso. A inexperiência, e as confusões em que seus pilotos se envolveram, minaram as chances de ficar à frente de outros times, como Sauber, e Force Índia, que tiveram anos muito mais expressivos.

Equipe Mercedes: pelo terceiro ano consecutivo, o time de Stutgart não conseguiu mostrar efetivamente a que veio na F-1. Uma pole e uma vitória, na China, deram a impressão de que o time prateado poderia enfim sonhar em desafiar os poderosos Red Bull, McLaren e Ferrari, mas tudo não passou de fogo de palha: o carro continuou não se entendendo com os pneus da Pirelli, os quais consumia demasiado, e a escuderia perdeu-se no desenvolvimento do modelo W-03. Michael Schumacher, apesar de ter voltado a recuperar boa parte de sua garra de pilotagem, começou a cometer diversos erros, e sua indefinição sobre o futuro indicava que o time precisaria de outro piloto para atingir seus objetivos. Assim, tudo ficou focado em concentrar forças para o campeonato de 2013, quando o time terá Lewis Hamilton para liderar a escuderia dentro da pista, e por tabela, alcançar os resultados que até agora não foram alcançados. Deve, também, ser a última cartada da Mercedes, que estuda seriamente voltar a ser apenas fornecedora de motores na categoria, se o time não demonstrar resultados condizentes ao investimento feito pela fábrica alemã, que nos últimos 3 anos, só viu sucesso com seus motores equipando seu ex-time oficial, a McLaren. Nico Rosberg que se cuide, pois se ele conseguiu cuidar de Schumacher, vai ter maiores dificuldades em domar Hamilton, que chega no time alemão aceitando o desafio de tornar a equipe uma potência na F-1. Há recursos e material técnico para isso. Resta saber se Ross Brawn e Norbert Haug vão finalmente acertar o passo e fazer o time desencantar de vez no próximo ano...


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