Novembro
está acabando, e trago agora a última edição da Cotação Automobilística,
fazendo uma consideração do que a F-1 apresentou neste ano, em algumas linhas
gerais. Não deu para falar de tudo e de todos, mas espero ter relacionado o que
achei mais interessante de se comentar. O mesmo esquema de sempre: EM ALTA
(caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor
vermelho-claro). Uma boa leitura a todos, e até a próxima Cotação, já em
2013...
EM ALTA:
Sebastian
Vettel: O piloto alemão da Red Bull conquistou seu 3° título na F-1 e tornou-se
o 3° piloto na história da categoria a vencer 3 campeonatos consecutivos. O
primeiro a conseguir tal feito foi Juan Manuel Fangio, na década de 1950.
Michael Schumacher foi o segundo piloto a faturar 3 títulos, na década passada.
O jovem alemão ainda tornou-se o mais precoce de todos os tricampeões da
história da F-1, ao vencer seu 3° campeonato com apenas 25 anos, e por pouco
também não bateu o recorde de Jackie Stewart, que foi tricampeão com apenas 99
corridas disputadas: Vettel disputou seu 101° GP em Interlagos. Foi uma
conquista cheia de drama e dificuldades, pois no início do ano, ninguém
apostaria que a Red Bull conseguiria dar a volta por cima. E, quando conseguiu
ter novamente um carro mais competitivo, coube a Sebastian aproveitar a
oportunidade como ninguém, o que não foi conseguido por seu colega de time,
Mark Webber, que acabou ficando novamente na sombra do seu parceiro de time.
Red
Bull Racing: O time das bebidas energéticas conquistou seu 3° título
consecutivo de pilotos e também de construtores. Vítima da mudança do
regulamento que proibiu dos difusores aerodinâmicos, a escuderia austríaca
havia perdido boa parte de sua competitividade, mas uma revisão no modelo RB-08
promovida durante as férias de agosto devolveram o time à dianteira na
competição, ainda que sem aquela força monstruosa que havia demonstrado em
2011. E como a concorrência ficou meio perdida na segunda metade do campeonato,
coube a Sebastian Vettel e ao time capitalizarem sua reconquistada
competitividade, arrebatando 4 vitórias consecutivas que tornaram o jovem
bicampeão o favorito ao título. A escuderia conviveu durante boa parte do ano
com o preconceito dos outros times de ponta, por não ter a “tradição” nem ser
uma escuderia ligada a algum grupo automobilístico, mas a Red Bull deu a melhor
resposta dentro da pista. Não importa de onde o time tenha surgido e qual o seu
principal controlador, pois dentro da pista o time sempre mostrou coesão e
soube trabalhar os talentos que possui em seu staff técnico e de pilotos. E,
desde já, é novamente a favorita ao campeonato de 2013. Os demais times que
corram atrás, se não quiserem tomar outra lavada dos austríacos.
Campeonato
2012 da F-1: A categoria máxima do automobilismo teve este ano o seu maior
campeonato de todos os tempos, com nada menos do que 20 corridas disputadas por
todos os continentes (exceto a África). E a grande maioria das provas foi
totalmente empolgante, com duelos a rodos, vencedores variados, alternância de
líderes, disputas ferrenhas, etc. Tivemos 8 pilotos vencendo em 2012, por nada
menos do que 6 times diferentes, e embora o campeonato tenha se afunilado na
reta final para apenas 2 postulantes ao título, nem por isso as corridas finais
deixaram de reservar emoção e competição aos amantes do esporte a motor.
Interlagos viu uma decisão quase tão dramática e eletrizante quanto a de 2008,
em um cenário de chove-não-molha que deixou público, equipes e pilotos tensos
como não se via em uma decisão de campeonato. E a competição ainda viu o
retorno de nomes tradicionais a vencerem uma corrida, ainda que tenham sido
resultados esporádicos: Mercedes, Williams, e Lótus. Boa parte das emoções de
várias corridas foram proporcionadas pelos pneus da Pirelli, que se mostraram
mais difíceis de serem compreendidos este ano do que em 2011, deixando equipes
e pilotos perdidos em muitas situações. Para 2013, espera-se que a situação se
mantenha, e vejamos outro campeonato de perder o fôlego...
Kimmi
Raikkonem: de volta à F-1 após dois anos afastado disputando ralis, o piloto
finlandês foi uma das grandes e boas surpresas da temporada. Raikkonem levou a
ex-Renault, agora com o nome Lótus, a figurar entre os primeiros lugares em
vários GPs, mesmo sem o time ter a mesma performance dos principais nomes da
categoria. Mas Kimmi fez da regularidade e constância sua principal arma, e
enquanto seu colega de equipe Romains Grossjean acumulava encrencas e batidas,
o finlandês nunca se envolveu em nenhuma confusão, deixando de pontuar apenas
em uma corrida durante todo o ano, e completando praticamente todas as provas e
voltas do campeonato mundial, alcançando e terminando o certame numa bela 3ª
colocação, e ainda arrumando espaço para vencer novamente, em Abu Dhabi,
quando ninguém esperava mais que a
equipe fosse capaz. Não fosse seu time se perder em estratégias conservadoras
em algumas provas, o campeonato de Raikkonem poderia ter sido ainda mais impressionante
nos resultados. De contrato renovado para 2013 com a Lótus, Kimmi tem tudo para
continuar brilhando, basta que seu time acerte a mão no carro. Motivação,
parece que Raikkonem já a recuperou, e isso é sua principal arma, pois seu
talento nunca esteve em dúvida...
Fernando
Alonso: o piloto espanhol mostrou que, mesmo na F-1 atual, o piloto ainda pode
fazer a diferença, e mesmo não contando com um equipamento tão bom quanto o dos
rivais em boa parte da temporada, conseguiu não apenas se manter entre os
ponteiros como ainda liderar a classificação do campeonato por muito tempo.
Tirando do F2012 mais do que o carro tinha para dar em várias ocasiões, Alonso
praticamente não cometeu erros na pista durante o campeonato, vindo a sofrer
dois abandonos por circunstâncias alheias a seu controle, que fulminaram com
boa parte de suas expectativas de conquistar o tricampeonato mundial. Nas
ocasiões em que teve um carro mais à altura para brigar com os rivais, Fernando
não deixou escapar as oportunidades que teve para vencer, e conseguiu levar a
disputa do título para a última corrida, feito que é reconhecido por todos no
paddock e na imprensa especializada. E, diferente de 2010, quando o espanhol e
a Ferrari perderam o título na corrida final por erro da estratégia, desta vez
quem ficou devendo mais foi o time mesmo. Se Alonso tiver um carro competitivo
desde o início em 2013, será um oponente dificílimo de bater...
NA MESMA:
Felipe
Massa: O piloto brasileiro conseguiu não apenas reverter a sua má fase na F-1,
e conseguir o que muitos consideravam impossível, que era renovar com a Ferrari
por mais uma temporada, voltou a andar como nos velhos tempos, conseguindo
voltar ao pódio, e fazer boas corridas, como na Coréia do Sul, nos Estados
Unidos, e no Brasil, mas suas chances de conseguir melhores resultados tiveram
de ser tolhidas pela equipe, que não permitiu que o brasileiro ultrapassasse
Fernando Alonso na pista, tendo obrigatoriamente de terminar atrás do espanhol,
devido à disputa do título, mesmo quando o brasileiro estava andando mais
rápido que o asturiano. O episódio de Austin, quando o time ainda o fez tomar
uma punição desnecessária apenas para privilegiar Alonso já dá uma amostra que
o espera possivelmente no próximo ano: liberdade para correr, apenas se Alonso
estiver fora de combate, do contrário, deverá continuar ficando em 2º plano.
Mas Felipe deve aproveitar a oportunidade para se relançar no mercado, e se
mantiver a performance demonstrada nesta segunda metade de campeonato, tem tudo
para se tornar um nome importante a ser considerado no mercado de pilotos para
2014, quando teoricamente várias vagas em potencial poderão se abrir. Neste
ano, além das vagas terem sido poucas, seu péssimo início de temporada o
fizeram ser praticamente ignorado como opção pelos demais times. Ganhou uma
renovação com a Ferrari mais pela falta de opções do time italiano, que
provavelmente não encontrou ninguém que aceitasse se submeter à política do
time de preferência por Alonso do que por suas qualidades como piloto. Massa
terá de ser a perfeição em pessoa no início de 2013 para anular as
possibilidades de o time se focar em Alonso, e com isso ganhar mais chances de
competir a fundo pelo campeonato. Vai ser uma tarefa hercúlea, mas Felipe
demonstrou nas últimas corridas que tem condições de fazer isso. Resta saber se
vai conseguir...
Equipe
Ferrari: O time italiano trabalhou como um louco durante todo o ano para
finalmente voltar a ser campeão mundial, e novamente a taça escapou por pouco.
Mais por culpa do time do que por Alonso, que fez dentro da pista tudo o que
estava a seu alcance. Já a Ferrari teve um início de temporada que só não foi
completamente catastrófico porque o espanhol salvou uma vitória completamente
inesperada em Sepang, em um momento em que o F2012 mal permitia a seus pilotos
largar entre os 10 primeiros no grid. A escuderia conseguiu maravilhas ao
tornar o carro competitivo, mas o modelo 2012 raramente foi tão eficiente nas
classificações como em corrida, e na parte final da temporada, exibiu sinais
claros de ter alcançado o limite de seu desenvolvimento, uma vez que a base
fraca do carro ainda permanecia. O grande mérito do time foi a fiabilidade de
seus carros, que nunca apresentaram problemas em corrida. Por outro lado,
continuando a praticar suas táticas de jogo de equipe lamentáveis, como a
punição impingida a Felipe Massa no GP dos EUA, apenas para fazer Alonso largar
mais à frente no grid e do melhor lado da pista, muitos preferiram ver o time
italiano perder novamente um campeonato como forma de castigo por tais atos antiéticos
e antidesportivos, ainda que não ilegais de acordo com o regulamento da
categoria. O pior de tudo é que isso não fará diferença alguma em Maranello,
que já demonstrou várias vezes que irá fazer novamente tais jogos, se
necessário, e que na opinião deles dane-se o que os torcedores e o mundo irão
achar...
Equipe
McLaren: o time de Woking começou bem a temporada, mas infelizmente se perdeu a
meio dela, tropeçando para entender melhor o comportamento dos pneus Pirelli
deste ano. O fato de ser um ano muito equilibrado ajudou a mascarar a queda do
time na classificação e na luta pelo título por algum tempo. Mas, mesmo quando
corrigiu os defeitos de performance, voltando a ser o carro a ser batido, o
time acabou vítima da falta de confiabilidade, que lhe roubou pelo menos duas
vitórias certas, que poderiam ter deixado Lewis Hamilton em condições de
disputar o título da temporada. Nem mesmo Jenson Button, com sua costumeira
capacidade de guiar o carro com o fino da precisão, conseguiu se entender com
os pneus durante todo o ano, ficando várias provas sem conseguir pontuar,
quando também não era atingido por quebras mecânicas do próprio monoposto. A
falta de fiabilidade, aliás, foi o principal calcanhar de Aquiles do time, que
não conseguiu nem mesmo o vice-campeonato de construtores. O time ainda viu sua
maior estrela, Lewis Hamilton, partir para a Mercedes. A maior aposta da
McLaren agora é em seu novo contratado, Sérgio Perez, que terá enfim um carro
vencedor para mostrar do que é capaz. Button, por sua vez, terá mais
responsabilidade do que nunca em 2013, cabendo a ele liderar o time dentro da
pista.
Pastor
Maldonado: o intrépido piloto venezuelano assumiu a liderança da equipe
Williams em 2013, e conseguiu o que muitos achavam impossível: fazer o time do
velho Frank voltar a vencer, o que conseguiu em Barcelona, com direito a
pole-position. O resultado, porém, foi ocasional, pois a partir dali, Maldonado
envolveu-se em confusões durante quase todo o restante do campeonato, só
conseguindo pontuar novamente nas últimas corridas da temporada. Piloto
extremamente rápido, Pastor não perdeu o hábito de se envolver em confusões nas
corridas e nos treinos, tendo tomado várias punições por causa disso, e
perdendo inúmeras chances de pontuar. Seu maior mérito foi mostrar a velocidade
do carro nas classificações, quase sempre indo para o Q3 na grande maioria das
corridas. Infelizmente, as boas posições de largada acabaram comprometidas com
as confusões em que Maldonado se envolveu, fazendo valer novamente o apelido de
“Maldanado”. A vitória e pole em Barcelona foi o ponto alto de sua temporada, e
ele tem seu lugar garantido na Williams para 2013, embora isso se deva muito
mais ao polpudo patrocínio da PDVSA do que à sua capacidade de pilotagem, pois
os inúmeros acidentes em que se envolveu custaram caro para o time. Em 2013,
ele terá novamente chance para amadurecer sua pilotagem sem perder sua
velocidade.
Equipe
Sauber: o time de Peter Sauber teve sua melhor temporada em muitos anos.
Conquistou pódios e, em alguns momentos, dava até pinta de conseguir poder
vencer corridas. Mas a escuderia pecou durante parte do ano com uma certa
instabilidade de performance de seu carro, que ora rendia muito, ora não rendia
nada. Assim, enquanto em algumas pistas seus pilotos eram até candidatos ao
pódio, em outras eles se mostravam incapazes até de pontuar. Conseguir uma
performance mais estável será o principal foco do modelo 2013, pois neste ano,
se o time suíço conseguiu até mesmo ter a expectativa de superar a Mercedes na
classificação de construtores – o que faltou pouco para acontecer, é de se
esperar que a concorrência venha mais forte no próximo ano. O ponto positivo é
que o time manterá o vasto patrocínio da Telmex, graças à efetivação do jovem
mexicano Esteban Gutierrez para o lugar de Sérgio Perez, que foi para a
McLaren. E com a contratação de Nico Hulkenberg, a Sauber reforça seu caixa
para ter um ano mais calmo em termos financeiros. A lamentar o despedimento de
Kamui Kobayashi, que sem ter como arrumar patrocínios, foi rifado sem dó nem
piedade pelo time, em prol de quem trouxesse verba.
EM BAIXA:
Michael
Schumacher: o maior vencedor da história da F-1 se aposentou em definitivo neste
fim temporada, novamente na pista de Interlagos. Diferente de 2006, quando deu
um show de pilotagem e levou o público ao delírio com o que seria sua última
prova, desta vez Michael sai pela porta dos fundos, sem maiores comoções. Dispensado
pela Mercedes, que contratou Lewis Hamilton para seu lugar, Schumacher ainda
teria tentado arrumar lugar em outros times, no que não conseguiu ser
bem-sucedido. Michael teve um ano apático em sua maior parte, e se o carro não
ajudou, é verdade que o piloto alemão também não conseguiu demonstrar aquela
tenacidade aguerrida que sempre o caracterizou. Michael não conseguiu superar
as limitações atuais da competição, e embora tenha voltado a competir em níveis
satisfatórios, não conseguiu superar as deficiências do equipamento como fazia
em seus tempos áureos. A ausência de 3 anos acabou por se mostrar implacável
para ele, e embora ele tivesse todo o direito de ter voltado a competir, muitos
consideram que seu retorno foi um erro mesmo. A idade parece ter cobrado seu
preço, mas Michael foi dispensado mesmo porque a Mercedes precisa de maiores
resultados, e o heptacampeão deu mostras de que não poderia mais dar este tipo
de contribuição ao time.
Equipes
nanicas da F-1: Caterham, Marussia e Hispania (vulgo HRT) completaram seu 3°
ano de competição na categoria máxima do automobilismo do mesmo jeito que
começaram: sem conseguir marcar presença, a não ser na hora de virarem
retardatárias nas corridas. Enquanto a Caterham continua demonstrando ser a
única que parece levar a coisa mais a sério e de forma mais propensa a alcançar
de fato o pelotão intermediário, a Marussia não parece ir a lugar algum, embora
a resistência de seu carro este ano tenha levado o time a ficar teoricamente à
frente da escuderia de Tony Fernandes. Esta, porém, não conseguiu evoluir este
ano tanto quanto desejava, mesmo com maior experiência e contando pelo segundo
ano consecutivo com o motor Renault, o mesmo da campioníssima Red Bull. E ainda
temos o time espanhol, que há algumas semanas foi colocado à venda, e
praticamente disputou as últimas duas corridas com o dinheiro contado. A
corrida de Interlagos pode ter sido muito bem o adeus do time espanhol, que
nunca conseguiu deixar de ser o pior do pelotão, ainda mais pelo modo como
nasceu, mal gerido e sem conseguir demonstrar nenhuma qualidade técnica,
situação que perdurou durante todas as 3 temporadas que disputou. No ritmo que
a coisa vai, fica cada vez mais patente que a idéia de Max Mosley de incluir
novos times era válida, mas seus critérios de escolha foram totalmente errados,
preferindo escolher candidatos mais pelo perfil político do que pela
competência técnica, e olhe que times de comprovado histórico, como a Prodrive,
acabaram barrados para se aceitar estes times. Apenas a Caterham mostrou
merecer a chance, enquanto tivemos até outro time que nem sequer chegou a
estrear. Até os times pequenos de antigamente da F-1 pareciam que tinham mais
capacidade, mas infelizmente a F-1 atual é ainda mais cruel com os pequenos do
que antigamente...
Romain
Grossjean: o piloto franco-suíço ganhou uma nova chance na F-1, embora muitos
considerem que sua estréia, em 2009, não conte muito por ter sido jogado
literalmente na fogueira que era a equipe Renault, com um carro pra lá de
problemático, e ainda por cima com o time voltado unicamente para Fernando
Alonso, além do clima quente no time pelo escândalo de Cingapura ocorrido no
ano anterior. Grossjean precisou refazer a carreira, e ganhou sua nova chance
na F-1 com todos os méritos. O piloto mostrou-se muito rápido desde o início,
chegando a colocar em xeque a posição de Kimmi Raikkonem no time como líder da
equipe. Mas Grossjean foi forte mesmo em colecionar confusões nas pistas
durante toda a temporada, tendo como ponto “alto” o strike que criou na largada
do GP da Bélgica, onde tirou vários pilotos da corrida, o que lhe valeu uma
suspensão para a corrida seguinte, em Monza, além de uma bela multa. Os
enroscos em que Romain se envolveu durante o ano lhe valeram a reprimenda de
vários outros pilotos no grid, com críticas especialmente à sua postura
demasiado agressiva na primeira volta, onde aconteceu a maioria dos acidentes.
Mas Grossjean também mostrou certa predisposição para estar no lugar errado na
hora errada, ou fazer a manobra errada, como na classificação para o GP do
Brasil, onde acertou o guard-rail tentando passar um carro logo na tangência da
curva para a reta dos boxes. Foi um ano cheio de altos e baixos, e com tantos
acidentes pelo caminho, perdeu feio o duelo para Raikkonem conforme a temporada
avançava, ainda mais com o finlandês não tendo se envolvido em praticamente
nenhuma confusão o ano inteiro. Neste momento, sua posição no time é posta em
dúvida para 2013. Seu maior trunfo é ter Eric Boullier como empresário, uma vez
que ele também é diretor geral da Lótus.
Equipe
Williams: O time de Frank Williams não podia ter um ano igual ao de 2011,
precisando sair do buraco a qualquer custo. De certa forma, o time conseguiu,
produzindo um carro que tinha muito potencial. Mas, ao escolher dois pilotos
pagantes, a escuderia também assumiu o risco de os resultados não ficarem à
altura do potencial do time, e foi isso que aconteceu: Pastor Maldonado
mostrou-se muito rápido, especialmente nas classificações, mostrando a
velocidade que o FW34 podia dar, dando esperança de um ano muito promissor. Mas
o venezuelano, tirando a etapa de Barcelona, onde conseguiu uma pole, e
principalmente, vitória, inesperadas até para o mais otimista dos membros do
time, passou boa parte do campeonato envolvendo-se em confusões e acidentes
durante as corridas, o que jogou muitos resultados potenciais no lixo, além dos
prejuízos do conserto dos carros. Bruno Senna, por sua vez, embora envolve-se
menos em confusões, também teve sua cota de batidas, e pior, demonstrou um
ponto fraco persistente nas classificações durante todo o ano, raramente
conseguindo demonstrar o potencial do carro como Maldonado. Bruno pontuou com
mais constância que seu companheiro venezuelano, mas como largava sempre mais
lá atrás, seus resultados eram muito menores, por ter de batalhar muito no
pelotão intermediário. Todos no paddock concordaram que a dispensa de Rubens
Barrichello foi um erro por parte da direção da equipe, pois o veterano piloto
estava no mesmo nível de velocidade de Maldonado, e com certeza teria
conseguido muito mais pontos para o time se tivesse permanecido. O resultado é
que, mesmo tendo um ano muito melhor do que o de 2011, a Williams continuou
na rabeira da classificação de construtores, superando apenas a Toro Rosso. A
inexperiência, e as confusões em que seus pilotos se envolveram, minaram as
chances de ficar à frente de outros times, como Sauber, e Force Índia, que
tiveram anos muito mais expressivos.
Equipe
Mercedes: pelo terceiro ano consecutivo, o time de Stutgart não conseguiu
mostrar efetivamente a que veio na F-1. Uma pole e uma vitória, na China, deram
a impressão de que o time prateado poderia enfim sonhar em desafiar os
poderosos Red Bull, McLaren e Ferrari, mas tudo não passou de fogo de palha: o
carro continuou não se entendendo com os pneus da Pirelli, os quais consumia
demasiado, e a escuderia perdeu-se no desenvolvimento do modelo W-03. Michael
Schumacher, apesar de ter voltado a recuperar boa parte de sua garra de
pilotagem, começou a cometer diversos erros, e sua indefinição sobre o futuro
indicava que o time precisaria de outro piloto para atingir seus objetivos.
Assim, tudo ficou focado em concentrar forças para o campeonato de 2013, quando
o time terá Lewis Hamilton para liderar a escuderia dentro da pista, e por
tabela, alcançar os resultados que até agora não foram alcançados. Deve,
também, ser a última cartada da Mercedes, que estuda seriamente voltar a ser
apenas fornecedora de motores na categoria, se o time não demonstrar resultados
condizentes ao investimento feito pela fábrica alemã, que nos últimos 3 anos,
só viu sucesso com seus motores equipando seu ex-time oficial, a McLaren. Nico
Rosberg que se cuide, pois se ele conseguiu cuidar de Schumacher, vai ter
maiores dificuldades em domar Hamilton, que chega no time alemão aceitando o
desafio de tornar a equipe uma potência na F-1. Há recursos e material técnico
para isso. Resta saber se Ross Brawn e Norbert Haug vão finalmente acertar o
passo e fazer o time desencantar de vez no próximo ano...
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