quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

FLYING LAPS – NOVEMBRO DE 2025

E, enfim, chegamos a dezembro, e o ano de 2025 está chegando ao seu final, com a maioria dos campeonatos do mundo da velocidade tendo encerrado suas disputas, com raras exceções, como a Stock Car Brasil. E logo chegaremos a 2026, com muitas expectativas que todo início de ano nos traz para as competições do esporte a motor. Mas claro, antes de avançarmos para o ano ano que chegará em breve, precisamos dar uma pequena revisada em alguns dos acontecimentos deste mês que se passou, e por isso mesmo, chegou a hora de mais uma sessão da Flying Laps, relacionando alguns dos eventos do mundo da velocidade no mês de novembro que se encerrou, nos mais variados campeonatos, sempre com alguns comentários rápidos a respeito de cada assunto. Então, uma boa leitura a todos, e até a próxima sessão Flying Laps no próximo mês, já no próximo ano...

E Mick Schumacher está de volta aos monopostos. Sem lugar na F-1, o filho do heptacampeão mundial Michael Schumacher acertou para disputar a temporada 2026 da Indycar pela equipe Rahal/Letterman/Lanigan. O piloto fez testes com o carro da escuderia no traçado misto do Indianapolis Motor Speedway, e causou excelente impressão na escuderia, que ao fim de mais um mês de negociações, optou pela contratação de Mick, que terá a companhia de Graham Rahal e Louis Foster, fechando o trio titular da escuderia para a próxima temporada da Indycar. Ao mesmo tempo, Mick também confirmou o encerramento de seu vínculo com a Alpine no Mundial de Endurance, onde competiu este ano, justificando sua escolha em retornar a um campeonato de monopostos em tempo integral. O filho de Michael Schumacher minimizou as preocupações em relação aos circuitos ovais que fazem parte do calendário da categoria, lembrando que o automobilismo, por si só, já é um esporte perigoso, mas claro que sem menosprezar os riscos inerentes deste tipo de circuito, onde as velocidades são bem mais altas que nos circuitos mistos. E obviamente, Mick está entusiasmado em conseguir produzir um bom trabalho com a tradicional escuderia na categoria de monopostos dos Estados Unidos, onde definiu que o ambiente é mais voltado de fato para as corridas em si, e que isso já o deixa empolgado para voltar a competir em monopostos. Certamente, é um ambiente menos carregado que o da F-1, mas por ser bem mais competitivo, ele que se prepare para as disputas mais renhidas que certamente irá enfrentar por lá, e que pelo menos a Rahal/Letterman/Lanigan consiga prover carros competitivos para todo o seu trio de pilotos, já que em tempos recentes o desempenho dos carros da escuderia fundada por Bobby Rahal em 1992 alternou mais más performances do que boas...

 

 

E o Brasil terá dois pilotos competindo pela Indy NEXT no próximo ano.Nicholas Monteiro acertou com a Foyt para disputar a categoria de acesso à Indycar, onde já teremos Enzo Fittipaldi competindo em 2026, e com boas chances, caso faça uma boa temporada, de chamar atenção e ir para a categoria principal, a Indycar, onde Caio Collet, que disputou o certame este ano, já fechou contrato para defender o time da Foyt na Indycar. Enzo irá correr pela HMD Motorsports. Com Collet na Indycar, e duas boas promessas na Indy NEXT, as perspectivas do Brasil voltar a ter uma presença firma na categoria de monopostos dos Estados Unidos, lembrando os bons tempos onde nossos representantes chegavam a ocupar vários lugares nas equipes na F-Indy original, nos anos 1990.

 

 

Sébastien Ogier conquistou o 9º título no Mundial de Rally, ao chegar na 3ª colocação no Rally da Arábia Saudita, um verdadeiro feito para os anais do esporte, uma vez que Ogier não disputou a temporada completa, tendo se ausentado por 3 etapas, Suécia, Kenya, e Estônia, e mesmo assim, chegou ao título sendo ainda o maior vencedor da temporada, com 6 triunfos na competição. Ele superou o companheiro na equipe Toyota, Elfyn Evans, que disputou toda a temporada, por apenas 4 pontos. Evans, contudo, venceu apenas 2 etapas, um terço do que Ogier faturou na temporada, e isso foi determinante para o piloto francês se sagrar campeão, mesmo sem disputar 3 etapas. Ogier, quando conquistou o 8º título, tinha decidido participar apenas parcialmente do WRC a partir dali, frustrando o sonho de muitos fãs que sonhavam em ver o piloto igualar o número de títulos do compatriota Sébastien Loeb, que fora nove vezes campeão consecutivo do Mundial de Rali. Isso havia acontecido em 2021, quando Ogier conquistou seu último título competindo integralmente no WRC. Desde então, ele participa do campeonato, mas nunca disputando todas as etapas, e este ano não foi diferente, mas sua campanha, mesmo com três provas a menos, e as seis vitórias no ano, foram suficientes para, na etapa final, conseguir o título. E, com isso, o sonho de seus fãs de verem Ogier igualar o número de conquistas de campeonatos de Loeb finalmente se concretizou. E, claro, abre agora a expectativa: novamente campeão, Ogier vai tentar o 10º título? Quando Loeb deixou de competir a tempo integral após conquistar o eneacampeonato, os fãs ficaram desiludidos porque o piloto tinha todas as condições de faturar mais um campeonato, e fechar o que poderia ser uma década completa de glórias no WRC. Em seguida, começou a era de Sébastien Ogier, que agora, mais de uma década após o último triunfo de Loeb na competição, iguala o compatriota, mas pode ir além, se continuar na competição. Um novo título, mesmo competindo parcialmente no campeonato, pode ser mais difícil de conseguir, mas seria um feito ainda mais impressionante. Cabe a Ogier decidir se vai tentar essa conquista…

 

 

A prova da Arábia Saudita, aliás, teve vitória de Thierry Neuville, que tinha sido o campeão do WRC em 2024, mas que neste ano não conseguiu manter a mesma performance, e terminou a temporada apenas na 5ª posição, com 99 pontos a menos o campeão Ogier (293 a 194). O triunfo impediu Neuville de passar em branco a temporada, quando parecia que iria ficar sem vencer uma etapa sequer. Com uma campanha irregular durante o ano, Kalle Rovanperä ficou apenas em 3º lugar no campeonato, mesmo tendo vencido 3 etapas, uma a mais que o vice-campeão Elfyn Evans. Mas ficou à frente de Ott Tänak, que venceu apenas uma prova e foi o 4º colocado, com sobras. Na prática, a disputa pelo título acabou virando um duelo entre Sébastien Ogier e Elfyn Evans, com Kalle Rovanperä, que tinha conquistado os títulos de 2022 e 2023, não conseguindo se meter na briga particular entre a dupla da Toyota. A marca japonesa, aliás, faturou mais um título de fabricantes, desbancando a Hyundai com folga.

 

 

A Ferrari terminou a temporada 2025 do Mundial de Endurance fazendo barba, cabelo, e bigode na classificação final. O carro Nº83  51, pilotado pelo trio James Calado, Antonio Giovinazzi e Alessandro Pier Guidi, ficou com o título de pilotos do campeonato, superando por 16 pontos o carro Nº 83 do time da AF Course, na prática uma extensão do time oficial da escuderia de Maranello, que foi conduzido pelo trio Robert Kubica, Yifei Ye e Philip Hanson. E, completando a festa, o carro Nº 50 do time de fábrica, pilotado pelo trio Miguel Molina, Nicklas Nielsen e Antonio Fuoco fechando o TOP-3 perfeito da esquadra italiana no Mundial de Endurance. Não apenas na trifeta da classificação de pilotos, a Ferrari também foi campeã de construtores do Mundial de Endurance na classe Hypercar. O bom momento serviu para a Ferrari confirmar a extensão do contrato da escuderia com o WEC até o fim da temporada 2029, assegurando a permanência na classe Hypercars com o protótipo 499P. O acordo inicial da Ferrari era entre os anos de 2023, quando retornou à competição como time de fábrica na principal classe, a Hypercar, e ia até 2027, o que significa uma extensão de mais dois anos de compromisso com o Mundial de Endurance. A decisão segue a atualização do ciclo de regulamentos promovida pela FIA e pelo Automobile Club de l’Ouest, detentor dos direitos comerciais do campeonato, que esticou a validade das regras atuais também até 2029.

 

 

O sucesso no Mundial de Endurance foi o que motivou duras críticas de Johnn Elkaan ao time da F-1, especialmente aos pilotos, criticando-os sobre “falarem demais e pilotarem de menos”, algo que não caiu bem no meio especializado, e muito menos na torcida italiana, que até o presente momento vê que o problema mesmo da Ferrari na F-1 foi um carro instável e que foi mal concebido, depois do bem-sucedido campeonato de 2024 onde eles brigaram com a McLaren até o final do ano pelo título de construtores, com várias vitórias e disputas. E neste ano, ficaram a ver navios, e embora Charles LeClerc tenha conseguido vários pódios, Lewis Hamilton ficou praticamente zerado no ano. Elkaan apenas esqueceu de mencionar que o projeto do WEC já vem de vários anos, antes da estréia oficial no WEC, e o time do Mundial de Endurance tem mantido boa estabilidade, usando o mesmo protótipo de base nos campeonatos, o que não é o que tem sido visto na F-1, infelizmente…

 

 

Tendo competido na classe LMGT3 do Mundial de Endurance este ano, Dudu Barrichello foi eleito a Revelação do Ano na competição do WEC. O brasileiro foi um dos pilotos do carro Nº 10 da equipe da Racing Spirit of Léman, tendo terminado o ano em 15º lugar na categoria, com um total de 32 pontos marcados no ano, dividindo o modelo Aston Martin da escuderia com os pilotos Anthony McIntosh, Derek DeBoer e Valentin Hasse-Clot. Dudu conquistou duas pole-positions na LMGT3. Apesar do reconhecimento da direção da categoria, Dudu resolveu mudar de ares em 2026, preferindo ir disputar o IMSA WeatherTech, o campeonato de endurance norte-americano. Apesar de elogiar o ano de muito aprendizado no WEC, Dudu classificou que o certame dos Estados Unidos é mais “profissional” e competitivo, e será ser próximo desafio de carreira.

 

 

Em um ano de praticamente só baixas e nenhum alto na MotoGP, Jorge Martin, campeão da classe rainha do motociclismo no ano passado, garante que a temporada de 2025 não vai definir sua carreira, e que lutará para voltar com tudo em 2026, especificamente em se tornar um piloto melhor. Não foi um ano para ser lembrado, onde o espanhol participou de apenas 8 provas na competição, ficando ausente das demais devido a lesões sofridas por acidentes e tombos, que começaram logo no primeiro dia da pré-temporada, e voltaram a ocorrer durante o ano. O espanhol, inclusive, chegou a criar um mal-estar dentro da Aprilia, querendo rescindir seu contrato para buscar novos ares no próximo ano, o que a fabricante italiana recusou completamente, prometendo até ir à justiça para valer seus direitos. Tudo indica que a crise ficou para trás, e Martin não pode dizer que a Aprilia não mostrou serviço em 2025: Marco Bezzecchi, seu companheiro de equipe, venceu 3 provas e terminou o ano na 3ª colocação final do campeonato, comandando o time nas pistas, e prometendo vôos mais altos no próximo campeonato, se a Aprilia conseguir manter o ritmo de ascenção. Caberá a Martin entrar no ritmo e voltar com tudo em 2026, se não quiser ser ofuscado por Bezzecchi, que fez um campeonato acima da média, e terminou o ano em alta, e sendo agora o centro das atenções da Aprilia. Se Martin realmente recuperar-se a contento, tem tudo para contribuir ainda mais para o crescimento da Aprilia no próximo ano. Vamos ver se ele coloca a cabeça no lugar, e tem menos azar também..

 

 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

LARGADA DA FÓRMULA-E 2025/2026

Oliver Rowland, da Nissan, vai tentar o bicampeonato da F-E. Mas falta combinar com os rivais, que prometem dar trabalho na nova temporada.

            O ano da velocidade está acabando para a Fórmula 1, mas para a Formula-E, está no começo de um novo campeonato, e o palco está montado aqui na Zona Norte de São Paulo, capital, no traçado urbano montado junto ao Sambódromo do Anhembi, com a etapa brasileira indo para sua 4ª edição no campeonato de carros monopostos 100% elétricos. E as expectativas são de mais uma corrida empolgante, disputada, e imprevisível, como tem sido todas as edições de nosso ePrix caseiro desde que ele passou a fazer parte do calendário da competição.

            A disputa, claro, promete muito. Oliver Rowland, como o atual campeão, logicamente, é o homem a ser batido, mas os rivais prometem entrar com vontade na briga. Quando todos esperavam uma revanche de Porsche e Jaguar na temporada passada, Rowland e a Nissan surgiram como uma força quase demolidora por completo, com o inglês vencendo quatro provas na primeira metade da temporada, e sumindo sozinho na liderança, enquanto os rivais ficavam pelo caminho, com os mais diversos problemas e percalços, enquanto o piloto da Nissan praticamente não sofria nada de errado.

            A Jaguar, apesar da vitória espetacular aqui no Brasil, quando Mith Evans saiu em último no grid para cruzar a linha de chegada em primeiro, perdeu o rumo em boa parte da competição, só se reencontrando na parte final do campeonato, quando Nick Cassidy, numa arrancada fenomenal, chegou ao vice-campeonato, salvando a honra do time inglês, e desbancando um claudicante Pascal Wehrlein que fracassou em defender seu título, com o alemão, e a própria Porsche, a não mostrarem a coesão necessária de ações dentro e fora da pista necessárias para brigar pelo título. O time da marca felina, contudo, parece ter reencontrado sua forma, e espera voltar a brigar efetivamente pelo título, até porque sua nova dupla de pilotos, Mith Evans e Antonio Felix da Costa tem muitas contas a ajustar com a concorrência, e estão a fim de ir à forra.

Treino cancelado nesta sexta, por problemas técnicos no sistema de comunicações.

            Só que a briga promete engrossar bastante. A Porsche espera retomar sua supremacia na competição, e batalhar pelo título com afinco. O potencial está lá, resta esperar que eles consigam a sinergia para combinar todos os elementos necessários para o sucesso que ambicionam. Pascal Wehrlein é a principal aposta do time alemão para a disputa, uma vez que Nico Muller chega ao time precisando mostrar serviço depois de uma passagem abaixo das expectativas na Andretti, que também usa o eficiente trem de força alemão, e quer recuperar a boa forma de quando foi campeã com Jake Dennis há pouco tempo atrás.

            A Mahindra é cercada de expectativas. O time indiano já tinha dado mostras de recuperar sua competitividade na temporada passada, onde obteve cinco pódios, e até flertou com a vitória, que acabou por não vir, mas redimiu a marca depois de duas temporadas onde a escuderia tinha um dos carros mais fracos do grid. A Mahindra passou por uma verdadeira reorganização interna, otimizando seus recursos e refinando seu projeto técnico para voltar a ganhar competitividade, e o momento de voltar a vencer na categoria parece cada vez mais próximo. A escuderia, que está na F-E desde a primeira temporada, já chegou a disputar o título, pelo menos até metade de algumas temporadas, mas perdia fôlego na reta final, frente aos adversários. Será que agora, confirmado o bom momento, evitará esse panorama? Edoardo Mortara e Nyck de Vries querem muito voltar ao topo da competição.

            No restante do grid, claro, muitas expectativas de melhores tempos, e com mais disputas elevadas. A Stellantis assumiu a Maserati e a transformou na nova equipe Citroen, aumentando seus investimentos para otimizar seus resultados com seu trem de força, que também abastece a DS Penske. Se o time de Jay Penske procura se aproximar mais do pelotão da frente, no caso da Citroen, como todo time novo na competição, fica a expectativa de como eles irão se comportar. Pilotos não serão problema, já que contarão com Jean-Éric Vergne e Nick Cassidy. Já a Penske contratou a revelação Taylor Barnard para fazer dupla com Maxximilian Gunhter. A Kiro, que renasceu na competição no ano passado, continua apostando em Dan Ticktun para brigar pelos melhores resultados, mesmo usando o trem de força de especificação anterior da Porsche. Já a Envision faz uma aposta em Joel Ericksson, enquanto Sebastien Buemi ainda tenta voltar a seus melhores dias.

            No que tange ao Brasil, voltamos a ter dois representantes no grid em tempo integral. Lucas Di Grassi segue na Lola Yamaha ABT, depois de uma temporada cheia de dificuldades com a nova estrutura e o novo trem de força, e espera pelo menos ter chance de marcar pontos com maior regularidade. Lucas não deu sorte na competição nos últimos anos, estando há três temporadas sem vencer, desde seu último triunfo, obtido com a Venturi, antes desta equipe se tornar a Maserati. A escolha pela Mahindra pegou o ponto mais baixo da equipe, e sua mudança para a ABT, seu antigo time, logo a seguir, foi o seu ponto mais baixo, tendo marcado míseros 4 pontos, enquanto Nico Muller, seu companheiro de time à época, marcou 52 pontos. E, na temporada passada, iniciando o projeto Lola Yamaha que todos dizem ter potencial, mas até isso ser devidamente desenvolvido, vai um bom tempo, e certamente, talvez não seja nesta temporada que ele irá conseguir voltar a frequentar as primeiras posições como nos velhos tempos da Audi ABT, onde foi campeão.

Lucas Di Grassi: desempenho na nova temporada definirá continuidade do piloto na era Gen4 da F-E.

            Aos 41 anos, Lucas pode estar disputando sua última temporada na competição dos carros elétricos, onde ajudou a categoria a nascer propriamente, mas dependendo de seus resultados de pista, certamente a ABT vê no brasileiro uma peça fundamental para voltar aos tempos de glória com a nova associação com a Lola/Yamaha, ainda mais quando, na temporada passada, foi responsável por praticamente todos os pontos conquistados pela equipe, enquanto seu companheiro de time, Zane Maloney, ficou zerado em todo o campeonato. Muito provavelmente será interessante se Di Grassi permanecer na F-E na nova era dos carros Gen4, onde quem sabe possa começar a colher os frutos do trabalho duro iniciado na temporada passada.

            Já Felipe Drugovich chega como nova esperança brasileira na competição. Depois de amargar a posição de reserva na Aston Martin nos três últimos anos, e vendo suas oportunidades de um assento na F-1 se esvaírem, Felipe enfim aproveitou a chance de embarcar no campeonato da F-E. A Andretti é um time bem estruturado, que já venceu o campeonato, e pode dar a Drugovich a chance de conseguir bons resultados, e quem sabe, até a chance de vencer corridas. Felipe contará com o trem de força da Porsche, e se a Andretti acertar o rumo, pode surpreender na temporada. Mesmo assim, Felipe ainda prefere manter o pé no chão, dizendo que a temporada será um grande aprendizado, e que ele tem muito a entender a respeito do modo como as coisas acontecem na categoria de carros elétricos, de como se deve conduzir o carro propriamente, entre diversos outros detalhes que sempre fazem a diferença na pista e nos boxes.

Estreando como titular na F-E com a Andretti, Felipe espera fazer uma boa corrida na sua primeira prova pela Andretti.

            Só que hoje, acabou não tendo a realização do primeiro treino livre, devido a problemas técnicos nos sistemas de comunicações, que inviabilizavam o contato dos times com seus pilotos. O treino foi sendo adiado, até que as condições de iluminação não fossem mais as ideais, o que fez com a direção da F-E aumentasse o segundo treino livre, marcado para a manhã deste sábado, para 60 minutos, ao invés dos tradicionais 40 minutos, como forma de compensação pelo tempo perdido. Então, praticamente todas as atividades de pista ficarão concentradas no sábado, com o segundo treino livre a partir das 07:10 Hrs., a classificação a partir das 10:00 Hrs., e a largada a partir das 14:00 Hrs., tudo com transmissão ao vivo do canal de You Tube do site Grande Prêmio, bem como de sua GPTV, além da transmissão da Bandeirantes/Bandsports.

            E aguardemos quem sairá na frente na nova temporada da Formula-E...

 

 

Semana passada, às vésperas da prova do Qatar, eu havia mencionado que a McLaren havia esgotado em Las Vegas a sua cota de erros potenciais, se não quisesse colocar em sério risco o campeonato de pilotos, que ainda poderia ser conquistado por Lando Norris, e até, numa reviravolta, por Oscar Piastri. De fato, o fim de semana em Losail começou muito bem para o time de Woking, que conquistou a pole-position, crucial em um circuito de difíceis ultrapassagens, e com Piastri repentinamente voltando a dar as cartas, se não para a conquista do título, pelo menos para garantir o vice-campeonato com méritos, afastando a ameaça de Max Verstappen, que com a desclassificação do time inglês em Las Vegas, havia empatado em pontos com o australiano na tabela do mundial. Piastri executou sua tarefa na corrida sprint com perfeição: largou na pole e venceu, e Norris, bem, o 3º lugar na corrida curta não foi nenhum desastre, ainda mais porque Verstappn foi o 4º colocado. Para a corrida de domingo, nova pole de Piastri, e Norris a seu lado na 1ª fila, mas largando do lado sujo, o que o fazia ser uma presa fácil para Verstappen, que largava em 3º. E assim foi. Até aí, dava para gerenciar a situação, com Piastri firme na liderança, e apesar de tudo, Norris iria marcar mais pontos importantes para diminuir a necessidade primal de um resultado mais perfeito em Abu Dhabi. Mas, na hora em que surgiu uma bandeira amarela, consequência do entrevero entre Nico Hulkenberg e Pierre Gasly, a McLaren cometeu o erro mais primário de todos: não parou seus dois pilotos sob a bandeira amarela, enquanto todo mundo foi para os boxes para a primeira troca obrigatória da corrida. O resultado todos sabem: Verstappen, que parou no momento certo, assumiu a liderança, e de lá não mais saiu, porque Piastri e Norris fizeram suas paradas em ritmo normal de corrida, e caíram várias posições, que não foram recuperadas como se deveria, diante das dificuldades de ultrapassagem na pista catari. Piastri ainda retomou o 2º lugar, e Norris ainda ganhou de presente a 4ª posição na volta final, quando Andrea Kimi Antonelli escapou ligeiramente da pista e permitiu a ultrapassagem do inglês. E agora, com nova vitória de Max Verstappen, o campeonato embolou de vez: O holandês assumiu a vice-liderança do campeonato, estando apenas 12 pontos atrás de Lando Norris, e 4 pontos à frente de Oscar Piastri. E deixando a decisão, que já se prenunciava para Yas Marina, ficar dramática. E por conta da própria McLaren, que excedeu sua cota de erros, e agora, mais do que nunca, pode ver escapar o título de pilotos de modo que ninguém poderia imaginar isso na primeira metade do campeonato.

 

 

A F-1 chegou a Yas Marina, em Abu Dhabi, com três pilotos em condições de serem campeões, Max Verstappen, e a dupla da McLaren, Lando Norris e Oscar Piastri, e na última vez que vimos situação similar, foi lá mesmo em Yas Marina, em 2010, quando Fernando Alonso, Max Webber e Sebastian Vettel chegaram na briga pelo título. Mas Alonso e a Ferrari miraram no australiano da Red Bull, e deixaram a guarda aberta para Vettel, que venceu a corrida, e levou o título, enquanto Alonso ficou “preso” atrás da Renault de Vitaly Petrov, sem conseguir ultrapassar o russo diante das dificuldades que a F-1 tinha na época, quando ainda não havia o DRS, a asa móvel. Mas hoje, mesmo com esse recurso, ultrapassar continua sendo uma tarefa complicada na pista de Abu Dhabi, e a expectativa de a história se repetir certamente está ressoando fortemente em todo mundo no paddock. Norris precisa apenas de um 3º lugar para ser campeão, independente das posições dos outros pilotos. Verstappen precisa vencer, e torcer para Lando ser no máximo 4º colocado, e mesmo assim, levando o título no desempate de vitórias. Piastri, como azarão, precisa vencer, e torcer por azares de Max e Lando. Só que a situação agora está no fio da navalha: não apenas a dupla da McLaren precisará ser impecável na pista, mas o time também precisará evitar de cometer erros que podem jogar tudo por terra. Verstappen está no ataque, modo franco atirador, e ele não precisa se preocupar com nada absolutamente, já está no lucro tendo chegado à última etapa da competição em condições de ser campeão, no que seria um título mais épico do que o primeiro, de 2021, porque aqui se veria uma inversão dramática de expectativas, onde a McLaren jogou no colo o título fora, se isso acontecer, e lamentavelmente, pelo modo como a escuderia andou errando em determinados momentos, assim como seus pilotos, seria, para muitos, um castigo mais do que merecido, pois um time que quer vencer o campeonato não pode cometer tais besteiras, dentro e fora da pista…

 

 

Ao menos hoje, Lando Norris comandou os dois treinos livres em Yas Marina, e se mantiver a cabeça no lugar, e claro, se o time não se embananar novamente e complicar o inglês, Norris tem tudo para não só sair de Abu Dhabi como novo campeão mundial como vencer a corrida com categoria, mas ainda é cedo para comemorar, e Max Verstappen, como sempre, está ali à espreita. Mas a McLaren deixou para cumprir na última corrida do ano a cota de usar um piloto novato em um dos treinos livres, ocupando o carro de Oscar Piastri com o mexicano Patrício O’Ward, em um momento mais do que crucial para o time na competição de pilotos. E, para complicar, Piastri teve problemas no segundo treino livre, ficando apenas no meio do pelotão na tabela de tempos. Não é o fim do mundo, ainda… Temos o terceiro treino livre amanhã, e a prova de fogo que é a classificação… E todo cuidado, e mais um pouco, ainda vai ser… Pouco, e isso não é ser redundante, é ser realista...

Lando Norris começou bem o fim de semana da última prova da temporada 2025, mas conseguirá terminar bem, e campeão?

 

 

Helmut Marko, cretino como sempre, falou mais uma de suas asneiras após a prova do Qatar, acusando Andrea Kimi Antonelli de ter “entregado” deliberadamente sua 4ª colocação na prova de Losail para Lando Norris como parte de uma “conspiração” para prejudicar Max Verstappen. O piloto da Mercedes estava defendendo arduamente sua posição do piloto da McLaren, quando escorregou levemente para fora em uma curva, e Norris, claro, aproveitou a bobeada. A “acusação” de Marko parece ter disparado uma saraivada de críticas virtuais ao jovem piloto, chegando até mesmo a receber até ameaças de morte, o que é um completo absurdo, e motivou uma “retratação” por parte de Marko, e da própria Red Bull, certamente mais preocupado com a repercussão negativa, que ultrapassou todos os limites do razoável, e com a Mercedes fazendo uma queixa à própria FIA a respeito desta “incitação” e “acusação” que partiu do consultor da Red Bull. Definitivamente, Marko já deveria cair fora da F-1, depois de tantas cretinices que anda falando..