E, enfim, chegamos a dezembro, e o ano de 2025 está chegando ao seu final, com a maioria dos campeonatos do mundo da velocidade tendo encerrado suas disputas, com raras exceções, como a Stock Car Brasil. E logo chegaremos a 2026, com muitas expectativas que todo início de ano nos traz para as competições do esporte a motor. Mas claro, antes de avançarmos para o ano ano que chegará em breve, precisamos dar uma pequena revisada em alguns dos acontecimentos deste mês que se passou, e por isso mesmo, chegou a hora de mais uma sessão da Flying Laps, relacionando alguns dos eventos do mundo da velocidade no mês de novembro que se encerrou, nos mais variados campeonatos, sempre com alguns comentários rápidos a respeito de cada assunto. Então, uma boa leitura a todos, e até a próxima sessão Flying Laps no próximo mês, já no próximo ano...
E Mick Schumacher está de volta aos monopostos. Sem lugar na F-1, o filho do heptacampeão mundial Michael Schumacher acertou para disputar a temporada 2026 da Indycar pela equipe Rahal/Letterman/Lanigan. O piloto fez testes com o carro da escuderia no traçado misto do Indianapolis Motor Speedway, e causou excelente impressão na escuderia, que ao fim de mais um mês de negociações, optou pela contratação de Mick, que terá a companhia de Graham Rahal e Louis Foster, fechando o trio titular da escuderia para a próxima temporada da Indycar. Ao mesmo tempo, Mick também confirmou o encerramento de seu vínculo com a Alpine no Mundial de Endurance, onde competiu este ano, justificando sua escolha em retornar a um campeonato de monopostos em tempo integral. O filho de Michael Schumacher minimizou as preocupações em relação aos circuitos ovais que fazem parte do calendário da categoria, lembrando que o automobilismo, por si só, já é um esporte perigoso, mas claro que sem menosprezar os riscos inerentes deste tipo de circuito, onde as velocidades são bem mais altas que nos circuitos mistos. E obviamente, Mick está entusiasmado em conseguir produzir um bom trabalho com a tradicional escuderia na categoria de monopostos dos Estados Unidos, onde definiu que o ambiente é mais voltado de fato para as corridas em si, e que isso já o deixa empolgado para voltar a competir em monopostos. Certamente, é um ambiente menos carregado que o da F-1, mas por ser bem mais competitivo, ele que se prepare para as disputas mais renhidas que certamente irá enfrentar por lá, e que pelo menos a Rahal/Letterman/Lanigan consiga prover carros competitivos para todo o seu trio de pilotos, já que em tempos recentes o desempenho dos carros da escuderia fundada por Bobby Rahal em 1992 alternou mais más performances do que boas...
E o Brasil terá dois pilotos competindo pela Indy NEXT no próximo ano.Nicholas Monteiro acertou com a Foyt para disputar a categoria de acesso à Indycar, onde já teremos Enzo Fittipaldi competindo em 2026, e com boas chances, caso faça uma boa temporada, de chamar atenção e ir para a categoria principal, a Indycar, onde Caio Collet, que disputou o certame este ano, já fechou contrato para defender o time da Foyt na Indycar. Enzo irá correr pela HMD Motorsports. Com Collet na Indycar, e duas boas promessas na Indy NEXT, as perspectivas do Brasil voltar a ter uma presença firma na categoria de monopostos dos Estados Unidos, lembrando os bons tempos onde nossos representantes chegavam a ocupar vários lugares nas equipes na F-Indy original, nos anos 1990.
Sébastien Ogier conquistou o 9º título no Mundial de Rally, ao chegar na 3ª colocação no Rally da Arábia Saudita, um verdadeiro feito para os anais do esporte, uma vez que Ogier não disputou a temporada completa, tendo se ausentado por 3 etapas, Suécia, Kenya, e Estônia, e mesmo assim, chegou ao título sendo ainda o maior vencedor da temporada, com 6 triunfos na competição. Ele superou o companheiro na equipe Toyota, Elfyn Evans, que disputou toda a temporada, por apenas 4 pontos. Evans, contudo, venceu apenas 2 etapas, um terço do que Ogier faturou na temporada, e isso foi determinante para o piloto francês se sagrar campeão, mesmo sem disputar 3 etapas. Ogier, quando conquistou o 8º título, tinha decidido participar apenas parcialmente do WRC a partir dali, frustrando o sonho de muitos fãs que sonhavam em ver o piloto igualar o número de títulos do compatriota Sébastien Loeb, que fora nove vezes campeão consecutivo do Mundial de Rali. Isso havia acontecido em 2021, quando Ogier conquistou seu último título competindo integralmente no WRC. Desde então, ele participa do campeonato, mas nunca disputando todas as etapas, e este ano não foi diferente, mas sua campanha, mesmo com três provas a menos, e as seis vitórias no ano, foram suficientes para, na etapa final, conseguir o título. E, com isso, o sonho de seus fãs de verem Ogier igualar o número de conquistas de campeonatos de Loeb finalmente se concretizou. E, claro, abre agora a expectativa: novamente campeão, Ogier vai tentar o 10º título? Quando Loeb deixou de competir a tempo integral após conquistar o eneacampeonato, os fãs ficaram desiludidos porque o piloto tinha todas as condições de faturar mais um campeonato, e fechar o que poderia ser uma década completa de glórias no WRC. Em seguida, começou a era de Sébastien Ogier, que agora, mais de uma década após o último triunfo de Loeb na competição, iguala o compatriota, mas pode ir além, se continuar na competição. Um novo título, mesmo competindo parcialmente no campeonato, pode ser mais difícil de conseguir, mas seria um feito ainda mais impressionante. Cabe a Ogier decidir se vai tentar essa conquista…
A prova da Arábia Saudita, aliás, teve vitória de Thierry Neuville, que tinha sido o campeão do WRC em 2024, mas que neste ano não conseguiu manter a mesma performance, e terminou a temporada apenas na 5ª posição, com 99 pontos a menos o campeão Ogier (293 a 194). O triunfo impediu Neuville de passar em branco a temporada, quando parecia que iria ficar sem vencer uma etapa sequer. Com uma campanha irregular durante o ano, Kalle Rovanperä ficou apenas em 3º lugar no campeonato, mesmo tendo vencido 3 etapas, uma a mais que o vice-campeão Elfyn Evans. Mas ficou à frente de Ott Tänak, que venceu apenas uma prova e foi o 4º colocado, com sobras. Na prática, a disputa pelo título acabou virando um duelo entre Sébastien Ogier e Elfyn Evans, com Kalle Rovanperä, que tinha conquistado os títulos de 2022 e 2023, não conseguindo se meter na briga particular entre a dupla da Toyota. A marca japonesa, aliás, faturou mais um título de fabricantes, desbancando a Hyundai com folga.
A Ferrari terminou a temporada 2025 do Mundial de Endurance fazendo barba, cabelo, e bigode na classificação final. O carro Nº83 51, pilotado pelo trio James Calado, Antonio Giovinazzi e Alessandro Pier Guidi, ficou com o título de pilotos do campeonato, superando por 16 pontos o carro Nº 83 do time da AF Course, na prática uma extensão do time oficial da escuderia de Maranello, que foi conduzido pelo trio Robert Kubica, Yifei Ye e Philip Hanson. E, completando a festa, o carro Nº 50 do time de fábrica, pilotado pelo trio Miguel Molina, Nicklas Nielsen e Antonio Fuoco fechando o TOP-3 perfeito da esquadra italiana no Mundial de Endurance. Não apenas na trifeta da classificação de pilotos, a Ferrari também foi campeã de construtores do Mundial de Endurance na classe Hypercar. O bom momento serviu para a Ferrari confirmar a extensão do contrato da escuderia com o WEC até o fim da temporada 2029, assegurando a permanência na classe Hypercars com o protótipo 499P. O acordo inicial da Ferrari era entre os anos de 2023, quando retornou à competição como time de fábrica na principal classe, a Hypercar, e ia até 2027, o que significa uma extensão de mais dois anos de compromisso com o Mundial de Endurance. A decisão segue a atualização do ciclo de regulamentos promovida pela FIA e pelo Automobile Club de l’Ouest, detentor dos direitos comerciais do campeonato, que esticou a validade das regras atuais também até 2029.
O sucesso no Mundial de Endurance foi o que motivou duras críticas de Johnn Elkaan ao time da F-1, especialmente aos pilotos, criticando-os sobre “falarem demais e pilotarem de menos”, algo que não caiu bem no meio especializado, e muito menos na torcida italiana, que até o presente momento vê que o problema mesmo da Ferrari na F-1 foi um carro instável e que foi mal concebido, depois do bem-sucedido campeonato de 2024 onde eles brigaram com a McLaren até o final do ano pelo título de construtores, com várias vitórias e disputas. E neste ano, ficaram a ver navios, e embora Charles LeClerc tenha conseguido vários pódios, Lewis Hamilton ficou praticamente zerado no ano. Elkaan apenas esqueceu de mencionar que o projeto do WEC já vem de vários anos, antes da estréia oficial no WEC, e o time do Mundial de Endurance tem mantido boa estabilidade, usando o mesmo protótipo de base nos campeonatos, o que não é o que tem sido visto na F-1, infelizmente…
Tendo competido na classe LMGT3 do Mundial de Endurance este ano, Dudu Barrichello foi eleito a Revelação do Ano na competição do WEC. O brasileiro foi um dos pilotos do carro Nº 10 da equipe da Racing Spirit of Léman, tendo terminado o ano em 15º lugar na categoria, com um total de 32 pontos marcados no ano, dividindo o modelo Aston Martin da escuderia com os pilotos Anthony McIntosh, Derek DeBoer e Valentin Hasse-Clot. Dudu conquistou duas pole-positions na LMGT3. Apesar do reconhecimento da direção da categoria, Dudu resolveu mudar de ares em 2026, preferindo ir disputar o IMSA WeatherTech, o campeonato de endurance norte-americano. Apesar de elogiar o ano de muito aprendizado no WEC, Dudu classificou que o certame dos Estados Unidos é mais “profissional” e competitivo, e será ser próximo desafio de carreira.
Em um ano de praticamente só baixas e nenhum alto na MotoGP, Jorge Martin, campeão da classe rainha do motociclismo no ano passado, garante que a temporada de 2025 não vai definir sua carreira, e que lutará para voltar com tudo em 2026, especificamente em se tornar um piloto melhor. Não foi um ano para ser lembrado, onde o espanhol participou de apenas 8 provas na competição, ficando ausente das demais devido a lesões sofridas por acidentes e tombos, que começaram logo no primeiro dia da pré-temporada, e voltaram a ocorrer durante o ano. O espanhol, inclusive, chegou a criar um mal-estar dentro da Aprilia, querendo rescindir seu contrato para buscar novos ares no próximo ano, o que a fabricante italiana recusou completamente, prometendo até ir à justiça para valer seus direitos. Tudo indica que a crise ficou para trás, e Martin não pode dizer que a Aprilia não mostrou serviço em 2025: Marco Bezzecchi, seu companheiro de equipe, venceu 3 provas e terminou o ano na 3ª colocação final do campeonato, comandando o time nas pistas, e prometendo vôos mais altos no próximo campeonato, se a Aprilia conseguir manter o ritmo de ascenção. Caberá a Martin entrar no ritmo e voltar com tudo em 2026, se não quiser ser ofuscado por Bezzecchi, que fez um campeonato acima da média, e terminou o ano em alta, e sendo agora o centro das atenções da Aprilia. Se Martin realmente recuperar-se a contento, tem tudo para contribuir ainda mais para o crescimento da Aprilia no próximo ano. Vamos ver se ele coloca a cabeça no lugar, e tem menos azar também..




