sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

LANDO NORRIS CAMPEÃO

Lando Norris: o novo campeão da F-1. Mas não sem ter tido alguns sustos na temporada deste ano.

            E a Fórmula 1 conheceu seu novo campeão. Lando Norris chegou ao tão sonhado título, e tirou a McLaren de um jejum que já vinha desde 2008, quando Lewis Hamilton foi o último piloto a erguer uma taça de campeão competindo pelo time de Woking. Foi também a coroação de um trabalho técnico irretocável da escuderia inglesa, que pelo segundo ano teve o melhor carro no cômputo geral da competição, devolvendo à McLaren o seu status de protagonista da categoria máxima do automobilismo mundial, e quebrando o ciclo de campeonatos que, desde 2010, era vencido somente por dois times, Mercedes e Red Bull. Curiosamente, em 2009, o título foi conquistado pela Brawn GP, que no ano seguinte, se tornaria a nova e atual equipe da Mercedes na F-1.

            Mas podemos dizer que a McLaren flertou absurdamente com o perigo. E em Yas Marina, apesar de tudo ter seguido o “figurino” da corrida tática e seguro, não é exagero dizer que tudo poderia ter dado muito errado, e em alguns momentos, não se podia garantir que não desse errado mesmo. Na classificação, Max Verstappen assustou de novo conquistando a pole-position, e em uma pista de ultrapassagens complicadas, tudo poderia ir pelo ralo, apesar de que bastava um terceiro lugar para Lando Norris fechar a conquista, independente do que os outros fizessem, o que ele conseguiu fazer, e bem.

            Mas mesmo assim, muita coisa poderia dar errado, especialmente na largada, se houvesse algum percalço, como já tínhamos visto na largada da prova Sprint em Austin, nos Estados Unidos, onde as McLaren se tocaram e ficaram logo de fora. A tentativa de um ataque para assumir a liderança, e evitar que Max Verstappen assumisse o controle da corrida poderia dar tanto certo quanto errado. Mas, felizmente, nada de anormal aconteceu. O holandês manteve-se firme na ponta, e lá estaria na bandeirada de chegada, que com o 3º lugar de Norris, ficou com o vice-campeonato, a apenas dois pontos do inglês, campeão do mundo… Uma margem mínima, que confirma que, se algo desse errado, estaríamos agora vendo um novo pentacampeão mundial, e não um novo campeão.

Max Verstappen: o "campeão moral" de 2025, que venceu mais corridas no ano, e quase levou mais um título.

            Oscar Piastri bem que poderia ter conseguido vencer a corrida, e pelo menos, mostrar sair em alta. Mas o australiano acabou como o grande derrotado do fim de semana em Abu Dhabi. Ele precisava de uma conjunção de resultados para chegar ao título, o que até poderia acontecer, mas em uma corrida sem sal, e sem maiores sustos, pelo menos no pelotão da frente, ele apenas terminou o ano como 3º colocado, situação certamente desabonadora para quem, até o início de setembro, era o grande favorito ao título da competição. Dali em diante, foram oportunidades perdidas, tanto do lado de dentro dos boxes, como fora dele. Além de erros crassos da McLaren, Piastri também cometeu erros inaceitáveis para um postulante ao título. Não que Norris também não tenha cometido, e foram vários, mas na reta final, quem errou menos se sobressaiu, e levou a recompensa. Merecida pode ter sido, mas ninguém expressaria que, quem de fato foi o grande destaque da decisão foi Verstappen, que com a terceira vitória consecutiva nas três provas finais da temporada, foi não apenas o piloto que mais venceu no ano, e campeão moral da competição.

            Isso porque o holandês descontou mais de 100 pontos a partir de setembro, com vitórias e atuações irrepreensíveis, que graças também à colaboração voluntária da McLaren e de seus pilotos, permitiu uma recuperação que, em condições ideais, dado o potencial e capacidade do time inglês, certamente teriam feito a decisão do título ficar unicamente dentro do time de Woking, por mais que o piloto da Red Bull fizesse milagres na pista. Não é desmerecer o esforço e a capacidade de Verstappen, e até da Red Bull, que conseguiu transformar um carro complicado no início do ano para dar a ele condições de performance bem mais aceitáveis, e deixar que Max fizesse o resto. E se a McLaren ou seus pilotos erraram, Verstappen só aproveitou porque soube se colocar na posição ideal para capitalizar com os erros alheios, algo que outros rivais não conseguiram aproveitar.

            E isso se aplicou muito bem na prova de Yas Marina, onde Verstappen mais uma vez foi o único a se intrometer nos duelos de pista com o duo da McLaren. Mercedes e Ferrari se mostraram incapazes de entrar na briga pelo pódio, o que poderia ter complicado seriamente a posição de Norris, que poderia ter perdido o título se a concorrência se mostrasse mais à altura, como vimos em momentos esporádicos da temporada. No início da corrida, Charles LeClerc, da Ferrari, até pressionou Norris com força, mas com o ritmo estabilizado, Lando abriu vantagem para não ser ameaçado mais até o final. Da mesma forma, George Russell, com a Mercedes, teve outro final de semana abaixo do esperado, não conseguindo entrar na briga, como fizera em algumas corridas no ano. Não foi a mais empolgante das decisões de título, e mesmo a ameaça que Oscar Piastri poderia ter apresentado ao triunfo de Max Verstappen, nem isso foi executado a contento. O australiano foi decidido ao superar Norris logo nas primeiras voltas da corrida, mas dali em diante seu ritmo de corrida nunca foi suficiente para tirar o triunfo do piloto da Red Bull, e até mesmo sua última parada de troca de pneus veio muito tarde, e com os compostos menos adequados se quisesse de fato brigar com Verstappen pela vitória, já que o holandês em momento algum perdeu o controle da prova, mesmo quando fez suas paradas para troca de pneus.

A prova de encerramento da temporada não trouxe emoções como se esperava, apesar de alguns bons duelos no pelotão de trás.

            Em que pese Lando Norris ter feito o mínimo necessário para ser campeão, o piloto inglês pelo menos foi decidido quando voltou dos boxes após a troca de pneus para superar os pilotos à sua frente na pista e retomar a posição original. Ele não podia perder tempo, caso contrário, ocorresse algum problema, poderia sofrer o undercut com Charles LeClerc. Yuki Tsunoda, tentando cumprir seu papel de ajudar Verstappen na briga pelo título, até que tentou dificultar a vida de Lando, mas errou na dose, sendo não apenas superado pelo inglês da McLaren com uma manobra no extremo, mas sem perda de tempo substancial, como ainda rendeu ao japonês uma punição de 5s por ziguezaguer na frente do piloto da McLaren em franca infração do regulamento. Tsunoda poderia tomar lições com Sergio Perez, que em 2021 fez o seu papel de escudeiro na decisão que ocorreu entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, conseguindo segurar o heptacampeão por algumas voltas, e sem recorrer a manobras desleais.

            De ressaltar também a performance de Norris nas etapas da Cidade do México e São Paulo, onde o inglês acertou as pole-positions e venceu de forma categórica, não deixando espaço para azares e problemas alheios, como ele ainda estava devendo na temporada. Nunca se discutiu a competitividade do carro da McLaren, mas desde a etapa da Itália, o que se viu foi tanto a McLaren quanto seus pilotos desperdiçarem as oportunidades de vitória. Com Oscar Piastri entrando em uma espiral descendente, o risco de perderem o campeonato de pilotos, com a aproximação de Max Verstappen era real, mesmo com a vantagem de pontos. A reação de Lando nas duas provas latinas brecou essa escalada do holandês no momento certo, enquanto Piastri ainda se mostrava incapaz de oferecer o mesmo tipo de reação.

            Mas aí, a desclassificação da dupla papaia em Las Vegas, onde caminhavam para a administração de danos, colocou quase tudo a perder, e por culpa da equipe, já que os pilotos pouco podiam fazer em relação ao problema da altura do assoalho. A margem de erro potencial que a McLaren poderia se permitir, dessa maneira, praticamente acabou gasta logo de início, deixando a reta final do campeonato ainda mais ouriçada. E, como desgraça pouca é bobagem, como diz o ditado, o time inglês ainda cometeu um erro crasso na etapa seguinte, em Losail, ao perder a oportunidade ideal de pit stop de seus pilotos no momento em que houve a entrada do carro de segurança na pista, após um entrevero entre dois pilotos, sendo o único time a não efetuar a parada durante o momento de bandeira amarela. O resultado, que sugeria uma vitória de Oscar Piastri, e Norris no pódio, como se viu na prova Sprint, deu no que deu: novo triunfo de Max Verstappen, com Piastri em 2º lugar, e Lando apenas em 4º, e deixando a decisão para Abu Dhabi, com risco potencial de o título escorrer pelos dedos da McLaren, e com o potencial pentacampeonato de Verstappen se tornando um resultado quase contundente. Afinal, com dois erros em provas consecutivas, ou a McLaren se aprumava de vez, ou daria o maior vexame em quase duas décadas, vendo o triunfo do campeonato de pilotos ruir por culpa própria.

            Mas, a McLaren fez o seu dever, e seus pilotos, a grosso modo, também. Mas, foi o mínimo, e mesmo assim, quase que poderiam ter perdido. A margem de apenas 2 pontos ilustra exatamente quão próximo eles flertaram com o desastre, e por culpa própria. Por mais que a situação estivesse sob controle, em tese, a margem de segurança foi extremamente tênue. Um erro de Norris, ou um problema mecânico, ou algum percalço inesperado, tudo poderia ter dado o título a Verstappen. E seria mais do que merecido. Não foi, e eis que temos um novo e inédito campeão da F-1.

Lando Norris só precisava de um 3º lugar para ser campeão, e fez o que foi preciso, e mostrou garra quando precisou recuperar posições após as paradas nos boxes.

            E assim terminou o ano de 2025, com o primeiro campeonato de Lando Norris. Dado que em 2026 entra em vigor um novo regulamento técnico, não é possível inferir quem ditará as normas na pista, sendo impossível, no presente momento, afirmar quem virá forte, ou não, no próximo campeonato. O título de Norris, na pior das hipóteses, pode até vir a ser o seu único, a depender de como a McLaren estará no próximo ano, para não mencionar que, mesmo que a McLaren siga forte, ele certamente terá a oposição de Oscar Piastri, que certamente não vai querer ser um “número dois” dentro da McLaren, e certamente tirou várias lições deste campeonato de 2025, onde o australiano infelizmente fraquejou justo na reta final da competição, permitindo-se sofrer a virada que resultou no título indo parar nas mãos de Lando, depois de uma primeira metade onde Piastri dominou o inglês na maior parte do campeonato.

            Max Verstappen e a Red Bull saem como campeões morais de 2025, mesmo sem terem conquistado o título, diante da impressionante recuperação do holandês a partir da etapa da Itália, com o tetracampeão vindo a se tornar uma ameaça real no retrovisor dos carros papaias de Woking, e mostrando que o pentacampeonato esteve muito, muito perto de se concretizar, para desepero dos fãs da McLaren. Mas mesmo Verstappen não sai de 2025 ileso como se imagina. Sua atitude destemperada em Barcelona, onde precisou devolver uma posição ganha irregularmente de George Russell, e logo em seguida jogou o seu carro contra a Mercedes de George, numa atitude claramente antidesportiva, e que motivou uma punição que fez Max despencar da 5ª para a 10ª posição, podemos até dizer que foi crucial para Max perder o título, diante da pequena diferença de pontos apresentada no encerramento da competição.

            Olhando para trás, é fácil apontar este momento, como também é fácil apontar que o erro crucial de Piastri em Baku também foi decisivo para ele ter perdido pelo menos o vice-campeonato. Mas não é assim que as coisas funcionam. Olhando para trás, podemos até ter este lance de “tal detalhe foi principal responsável” pelo final da competição, mas o campeonato é um passo coletivo, de vários resultados. Ganhou quem, no cômputo geral, errou menos, aproveitou melhor as oportunidades, teve o melhor carro, o melhor time, etc., nem sempre tudo contando junto em cada momento, mas fazendo uma obra que durou 24 corridas e seis provas sprints, onde cada concorrente deu o seu melhor, ou não.

            Lando Norris e a McLaren agora que aproveitem para comemorar o resultado, e que aprendam as lições necessárias para manter o nível, e evitar a repetição de erros cruciais no próximo campeonato, onde por enquanto tudo é imprevisível. Eles conseguiram aproveitar a última oportunidade que tinham para capitalizar

 

 

Helmut Marko anunciou sua saída do Grupo Red Bull, após praticamente 20 anos junto ao time dos energéticos, e mais do que isso, coordenando o programa de apoio de pilotos da marca, que sob seu comando se tornou mais um pesadelo para jovens pilotos do que um programa de incentivo forte para impulsionar carreiras no mundo do automobilismo. Se é verdade que através do programa muitos conseguiram chegar à F-1, muitos foram literalmente “queimados” no programa, ou depois de chegar à categoria máxima do automobilismo, pelos métodos de cobrança brutais do conselheiro, que usava, e até abusava da confiança e amizade que tinha com Dietrich Mateschitz, fundador da Red Bull. Embora muitos pilotos afirmem que compreendem os métodos, e até a brutalidade das maneiras do dirigente, a verdade é que muito poucos irão tê-lo de fato em consideração, sem guardarem mágoas e ressentimentos. Sua grosseria e críticas muitas vezes exageradas e descabidas promoveram muitas vezes uma saraivada de críticas à sua pessoa, e até à Red Bull. Em outras palavras, ele não deixará saudades, e para mim, já vai tarde… Curiosamente, ele nem teve muito o que comemorar com a demissão de Christian Horner no meio do ano, uma vez que ambos travaram uma batalha de poder dentro do time depois que Mateschitz morreu, com vitória aparente de Horner a princípio. Mas os boatos dizem que Marko já andava com a corda estreita nos últimos meses também, e apesar de seu contrato ir até o fim de 2026, o consultor resolveu se despedir agora. Obviamente, ele não disse muito sobre o motivo de pular fora agora, dizendo apenas que sentiu muito que Verstappen não tenha conquistado o título deste ano, perdendo por pouco. E, convenhamos, aos 82 anos, podemos dizer que, a bem ou mal, ele já cumpriu sua tarefa de vida, e que vá aproveitar uma aposentadoria tranquila nos anos que ainda tem pela frente…

 

 

Um dos motivos para a aposentadoria precipitada de Helmut Marko pode ter sido uma dor de cabeça que ele arrumou para a Red Bull esse ano, envolvendo um jovem piloto chamado  Alexander Dunne, que teria sido contratado para uma vaga na academia taurina de formação de pilotos sem o conhecimento da alta cúpula da organização dos energéticos, em informação que foi veiculada pelo jornal De Teelegraf nesta semana. Dunne pertencia ao programa da academia de pilotos da McLaren, e chegou a realizar dois treinos livres com o time papaia este ano. O consultor  foi atrás do irlandês de 20 anos, e por causa disso, Alexander rescindiu contrato com  a McLaren e assinou acordo com o consultor. Só que a direção da Red Bull não tinha interesse no piloto, e nem sabia da negociação, o que resultou no cancelamento do acordo, e ainda tendo que indenizar o piloto, que acreditou que estava pulando para um barco mais promissor, e acabou ficando sem nada, já que perdeu sua vaga no programa da McLaren.

 

 

A Sauber despediu-se da F-1 com dignidade, e marcando pontos em sua última corrida, com o 9º lugar de Nico Hulkenberg. O time, que teve inclusive a presença de seu fundador, Peter Sauber, na sua última participação, em Abu Dhabi, se tornará o time da Audi no próximo ano, mantendo a dupla Hulkenberg e Gabriel Bortoleto, que só não conseguiu pontuar diante de seu carro ter perdido performance, e o time ter errado na sua estratégia. A Sauber estreou na F-1 em 1993, e desde então, passou por algumas denominações, tendo sido inclusive o time oficial da BMW por algumas temporadas, e em termos mais recentes, ter usado o nome da Alfa Romeo, até ser adquirida pela Audi, em um processo para a estréia oficial da marca em 2026, inclusive produzindo sua própria unidade de potência. De 1993 para cá, foram 513 GPs na F-1, com apenas uma vitória, de Robert Kubica no GP do Canadá de 2008. O time também anotou 1 pole-position, e conquistou 28 pódios em sua história, sendo o último dele no GP da Inglaterra deste ano, com Nico Hulkenberg.

A última prova da Sauber na F-1, com Nico Hulkenberg e Gabriel Bortoleto. Uma despedida digna de mais de três décadas de participação na competição.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

FLYING LAPS – NOVEMBRO DE 2025

E, enfim, chegamos a dezembro, e o ano de 2025 está chegando ao seu final, com a maioria dos campeonatos do mundo da velocidade tendo encerrado suas disputas, com raras exceções, como a Stock Car Brasil. E logo chegaremos a 2026, com muitas expectativas que todo início de ano nos traz para as competições do esporte a motor. Mas claro, antes de avançarmos para o ano ano que chegará em breve, precisamos dar uma pequena revisada em alguns dos acontecimentos deste mês que se passou, e por isso mesmo, chegou a hora de mais uma sessão da Flying Laps, relacionando alguns dos eventos do mundo da velocidade no mês de novembro que se encerrou, nos mais variados campeonatos, sempre com alguns comentários rápidos a respeito de cada assunto. Então, uma boa leitura a todos, e até a próxima sessão Flying Laps no próximo mês, já no próximo ano...

E Mick Schumacher está de volta aos monopostos. Sem lugar na F-1, o filho do heptacampeão mundial Michael Schumacher acertou para disputar a temporada 2026 da Indycar pela equipe Rahal/Letterman/Lanigan. O piloto fez testes com o carro da escuderia no traçado misto do Indianapolis Motor Speedway, e causou excelente impressão na escuderia, que ao fim de mais um mês de negociações, optou pela contratação de Mick, que terá a companhia de Graham Rahal e Louis Foster, fechando o trio titular da escuderia para a próxima temporada da Indycar. Ao mesmo tempo, Mick também confirmou o encerramento de seu vínculo com a Alpine no Mundial de Endurance, onde competiu este ano, justificando sua escolha em retornar a um campeonato de monopostos em tempo integral. O filho de Michael Schumacher minimizou as preocupações em relação aos circuitos ovais que fazem parte do calendário da categoria, lembrando que o automobilismo, por si só, já é um esporte perigoso, mas claro que sem menosprezar os riscos inerentes deste tipo de circuito, onde as velocidades são bem mais altas que nos circuitos mistos. E obviamente, Mick está entusiasmado em conseguir produzir um bom trabalho com a tradicional escuderia na categoria de monopostos dos Estados Unidos, onde definiu que o ambiente é mais voltado de fato para as corridas em si, e que isso já o deixa empolgado para voltar a competir em monopostos. Certamente, é um ambiente menos carregado que o da F-1, mas por ser bem mais competitivo, ele que se prepare para as disputas mais renhidas que certamente irá enfrentar por lá, e que pelo menos a Rahal/Letterman/Lanigan consiga prover carros competitivos para todo o seu trio de pilotos, já que em tempos recentes o desempenho dos carros da escuderia fundada por Bobby Rahal em 1992 alternou mais más performances do que boas...

 

 

E o Brasil terá dois pilotos competindo pela Indy NEXT no próximo ano.Nicholas Monteiro acertou com a Foyt para disputar a categoria de acesso à Indycar, onde já teremos Enzo Fittipaldi competindo em 2026, e com boas chances, caso faça uma boa temporada, de chamar atenção e ir para a categoria principal, a Indycar, onde Caio Collet, que disputou o certame este ano, já fechou contrato para defender o time da Foyt na Indycar. Enzo irá correr pela HMD Motorsports. Com Collet na Indycar, e duas boas promessas na Indy NEXT, as perspectivas do Brasil voltar a ter uma presença firma na categoria de monopostos dos Estados Unidos, lembrando os bons tempos onde nossos representantes chegavam a ocupar vários lugares nas equipes na F-Indy original, nos anos 1990.

 

 

Sébastien Ogier conquistou o 9º título no Mundial de Rally, ao chegar na 3ª colocação no Rally da Arábia Saudita, um verdadeiro feito para os anais do esporte, uma vez que Ogier não disputou a temporada completa, tendo se ausentado por 3 etapas, Suécia, Kenya, e Estônia, e mesmo assim, chegou ao título sendo ainda o maior vencedor da temporada, com 6 triunfos na competição. Ele superou o companheiro na equipe Toyota, Elfyn Evans, que disputou toda a temporada, por apenas 4 pontos. Evans, contudo, venceu apenas 2 etapas, um terço do que Ogier faturou na temporada, e isso foi determinante para o piloto francês se sagrar campeão, mesmo sem disputar 3 etapas. Ogier, quando conquistou o 8º título, tinha decidido participar apenas parcialmente do WRC a partir dali, frustrando o sonho de muitos fãs que sonhavam em ver o piloto igualar o número de títulos do compatriota Sébastien Loeb, que fora nove vezes campeão consecutivo do Mundial de Rali. Isso havia acontecido em 2021, quando Ogier conquistou seu último título competindo integralmente no WRC. Desde então, ele participa do campeonato, mas nunca disputando todas as etapas, e este ano não foi diferente, mas sua campanha, mesmo com três provas a menos, e as seis vitórias no ano, foram suficientes para, na etapa final, conseguir o título. E, com isso, o sonho de seus fãs de verem Ogier igualar o número de conquistas de campeonatos de Loeb finalmente se concretizou. E, claro, abre agora a expectativa: novamente campeão, Ogier vai tentar o 10º título? Quando Loeb deixou de competir a tempo integral após conquistar o eneacampeonato, os fãs ficaram desiludidos porque o piloto tinha todas as condições de faturar mais um campeonato, e fechar o que poderia ser uma década completa de glórias no WRC. Em seguida, começou a era de Sébastien Ogier, que agora, mais de uma década após o último triunfo de Loeb na competição, iguala o compatriota, mas pode ir além, se continuar na competição. Um novo título, mesmo competindo parcialmente no campeonato, pode ser mais difícil de conseguir, mas seria um feito ainda mais impressionante. Cabe a Ogier decidir se vai tentar essa conquista…

 

 

A prova da Arábia Saudita, aliás, teve vitória de Thierry Neuville, que tinha sido o campeão do WRC em 2024, mas que neste ano não conseguiu manter a mesma performance, e terminou a temporada apenas na 5ª posição, com 99 pontos a menos o campeão Ogier (293 a 194). O triunfo impediu Neuville de passar em branco a temporada, quando parecia que iria ficar sem vencer uma etapa sequer. Com uma campanha irregular durante o ano, Kalle Rovanperä ficou apenas em 3º lugar no campeonato, mesmo tendo vencido 3 etapas, uma a mais que o vice-campeão Elfyn Evans. Mas ficou à frente de Ott Tänak, que venceu apenas uma prova e foi o 4º colocado, com sobras. Na prática, a disputa pelo título acabou virando um duelo entre Sébastien Ogier e Elfyn Evans, com Kalle Rovanperä, que tinha conquistado os títulos de 2022 e 2023, não conseguindo se meter na briga particular entre a dupla da Toyota. A marca japonesa, aliás, faturou mais um título de fabricantes, desbancando a Hyundai com folga.

 

 

A Ferrari terminou a temporada 2025 do Mundial de Endurance fazendo barba, cabelo, e bigode na classificação final. O carro Nº83  51, pilotado pelo trio James Calado, Antonio Giovinazzi e Alessandro Pier Guidi, ficou com o título de pilotos do campeonato, superando por 16 pontos o carro Nº 83 do time da AF Course, na prática uma extensão do time oficial da escuderia de Maranello, que foi conduzido pelo trio Robert Kubica, Yifei Ye e Philip Hanson. E, completando a festa, o carro Nº 50 do time de fábrica, pilotado pelo trio Miguel Molina, Nicklas Nielsen e Antonio Fuoco fechando o TOP-3 perfeito da esquadra italiana no Mundial de Endurance. Não apenas na trifeta da classificação de pilotos, a Ferrari também foi campeã de construtores do Mundial de Endurance na classe Hypercar. O bom momento serviu para a Ferrari confirmar a extensão do contrato da escuderia com o WEC até o fim da temporada 2029, assegurando a permanência na classe Hypercars com o protótipo 499P. O acordo inicial da Ferrari era entre os anos de 2023, quando retornou à competição como time de fábrica na principal classe, a Hypercar, e ia até 2027, o que significa uma extensão de mais dois anos de compromisso com o Mundial de Endurance. A decisão segue a atualização do ciclo de regulamentos promovida pela FIA e pelo Automobile Club de l’Ouest, detentor dos direitos comerciais do campeonato, que esticou a validade das regras atuais também até 2029.

 

 

O sucesso no Mundial de Endurance foi o que motivou duras críticas de Johnn Elkaan ao time da F-1, especialmente aos pilotos, criticando-os sobre “falarem demais e pilotarem de menos”, algo que não caiu bem no meio especializado, e muito menos na torcida italiana, que até o presente momento vê que o problema mesmo da Ferrari na F-1 foi um carro instável e que foi mal concebido, depois do bem-sucedido campeonato de 2024 onde eles brigaram com a McLaren até o final do ano pelo título de construtores, com várias vitórias e disputas. E neste ano, ficaram a ver navios, e embora Charles LeClerc tenha conseguido vários pódios, Lewis Hamilton ficou praticamente zerado no ano. Elkaan apenas esqueceu de mencionar que o projeto do WEC já vem de vários anos, antes da estréia oficial no WEC, e o time do Mundial de Endurance tem mantido boa estabilidade, usando o mesmo protótipo de base nos campeonatos, o que não é o que tem sido visto na F-1, infelizmente…

 

 

Tendo competido na classe LMGT3 do Mundial de Endurance este ano, Dudu Barrichello foi eleito a Revelação do Ano na competição do WEC. O brasileiro foi um dos pilotos do carro Nº 10 da equipe da Racing Spirit of Léman, tendo terminado o ano em 15º lugar na categoria, com um total de 32 pontos marcados no ano, dividindo o modelo Aston Martin da escuderia com os pilotos Anthony McIntosh, Derek DeBoer e Valentin Hasse-Clot. Dudu conquistou duas pole-positions na LMGT3. Apesar do reconhecimento da direção da categoria, Dudu resolveu mudar de ares em 2026, preferindo ir disputar o IMSA WeatherTech, o campeonato de endurance norte-americano. Apesar de elogiar o ano de muito aprendizado no WEC, Dudu classificou que o certame dos Estados Unidos é mais “profissional” e competitivo, e será ser próximo desafio de carreira.

 

 

Em um ano de praticamente só baixas e nenhum alto na MotoGP, Jorge Martin, campeão da classe rainha do motociclismo no ano passado, garante que a temporada de 2025 não vai definir sua carreira, e que lutará para voltar com tudo em 2026, especificamente em se tornar um piloto melhor. Não foi um ano para ser lembrado, onde o espanhol participou de apenas 8 provas na competição, ficando ausente das demais devido a lesões sofridas por acidentes e tombos, que começaram logo no primeiro dia da pré-temporada, e voltaram a ocorrer durante o ano. O espanhol, inclusive, chegou a criar um mal-estar dentro da Aprilia, querendo rescindir seu contrato para buscar novos ares no próximo ano, o que a fabricante italiana recusou completamente, prometendo até ir à justiça para valer seus direitos. Tudo indica que a crise ficou para trás, e Martin não pode dizer que a Aprilia não mostrou serviço em 2025: Marco Bezzecchi, seu companheiro de equipe, venceu 3 provas e terminou o ano na 3ª colocação final do campeonato, comandando o time nas pistas, e prometendo vôos mais altos no próximo campeonato, se a Aprilia conseguir manter o ritmo de ascenção. Caberá a Martin entrar no ritmo e voltar com tudo em 2026, se não quiser ser ofuscado por Bezzecchi, que fez um campeonato acima da média, e terminou o ano em alta, e sendo agora o centro das atenções da Aprilia. Se Martin realmente recuperar-se a contento, tem tudo para contribuir ainda mais para o crescimento da Aprilia no próximo ano. Vamos ver se ele coloca a cabeça no lugar, e tem menos azar também..