Lutando pelo título da classe Moto2, Diogo Moreira foi confirmado como titular da equipe LCR para a temporada 2026 da MotoGP.
Os fãs brasileiros da
velocidade terão um motivo a mais para comemora o ano de 2026, diante de dois
retornos de nosso país a um dos mais famosos campeonatos do mundo do esporte a
motor. Primeiro, o retorno de nosso país ao calendário da MotoGP, encerrando um
jejum de décadas, com a competição sendo realizada em Goiânia, com prova
marcada para 22 de março do ano que vem, na capital do Estado de Goiás, sendo a
segunda etapa do campeonato, que terá sua prova de abertura na Tailândia, na
pista de Buriram, três semanas antes.
Mas, mais do que tudo, o Brasil voltará a ter um representante no grid na classe rainha: Digo Moreira, que este ano disputa o campeonato da Moto2, categoria logo abaixo da classe rainha, foi anunciado como piloto da equipe LCR, time satélite da Honda na competição, encerrando uma ausência de 19 anos desde que Alexandre Barros, nosso último piloto na competição, aposentou o capacete. Moreira será o novo companheiro de Johaan Zarco na escuderia, ocupando o lugar que este ano é de Somkiat Chantra, uma vez que o tailandês não apresentou os resultados esperados.
Alexandre Barros, aliás, teve participação no desenvolvimento de Diogo Moreira, de modo que o pupilo será agora o seu sucessor na classe rainha do motociclismo. Barros “descobriu” Moreira, sendo responsável direto por Moreira ser um piloto de motovelocidade, quando identificou o talento do piloto de em Guarulhos ainda dando seus passos no motocross e resolveu tirá-lo do off-road, redirecionando suas atividades para o motociclismo de pista. Filho de um ex-piloto de motocross, Moreira começou a carreira na modalidade de competições off-road, mas na época, com a decisão da empresa Estrella Galicia resolver investir na formação de jovens talentos do esporte no Brasil, Alexandre Barros acabou sendo escolhido para conduzir o projeto no Brasil. Assim, Diogo foi recrutado ainda aos 10 anos, em 2015, quando já somava o título de Campeão Brasileiro de Motocross nas 50cc. E ele gostou da nova modalidade de competição, mudando em definitivo para a motovelocidade.
Alexandre Barros foi o mais bem-sucedido piloto brasileiro no mundial de motovelocidade, permanecendo de 1990 a 2007 na competição.
Como o programa com a
Estrella Galicia previa um intercâmbio com a Monlau, a escola-técnica que já
formou talentos como os irmãos Álex e Marc Márquez, eis Diogo foi para a Europa
em 2014, onde teve acesso à base mais forte da atualidade nas competições de
moto, a espanhola, onde trilhou o mesmo caminho de muitos dos rivais com quem
compete no Mundial. E assim, em 2022, Diogo Moreira chegou à MotoGP, iniciando
na primeira categoria de acesso, a Moto3, defendendo a equipe MSi, um time
também novato na competição. Na sua primeira temporada, Diogo fechou o ano em
oitavo, com um pódio, sendo o melhor novato da competição. No ano seguinte, com
a mesma equipe, repetiu a mesma posição na classificação, mas tendo conquistado
uma vitória e alcançado três pódios no ano. Em 2024, ele subiu para o degrau
seguinte, na Moto2, competindo pela equipe Italtrans. O grande salto de
performance de Moreira veio na segunda metade do ano, com a estreia no pódio acontecendo
na corrida final da temporada 2024, com direito a uma ultrapassagem na última
curva da última volta em Barcelona, da mesma maneira que Valentino Rossi tinha
feito em 2008 em cima de Jorge Lorenzo. Diogo novamente ganhou o título de
estreante do ano.
E neste ano, Moreira começou forte desde o início da temporada, colocando-se entre os postulantes potenciais ao título, o que claramente despertou o interesse de todas as fábricas presentes no campeonato, com exceção foi a Aprilia. A primeira vitória na Moto2 ― dele e de um brasileiro nessa competição, foi no GP dos Países Baixos, depois de um duelo que durou a corrida inteira contra Arón Canet. Mas antes mesmo desse primeiro triunfo, em Aragón, a vitória já tinha escapado por míseros 0s003, no duelo com Deniz Öncü conseguindo passar na linha de chegada. Já na prova da Alemanha, onde teve dificuldades na classificação na pista molhada e largou do fim do grid, ele fez uma impressionante prova de recuperação, ainda que tivesse se envolvido em uma confusão que acabou resultando em abandono, mas o brasileiro cada vez mais dava o seu recado de que tinha potencial para muito mais. E estava mesmo chamando a atenção no paddock da MotoGP. mas um toque com Jake Dixon na disputa pelo terceiro posto colocou tudo a perder.
O início da carreia de Diogo foi no motocross.
Depois da pausa da
categoria para as férias de verão, Diogo voltou mostrando força, começando a
descontar a desvantagem na pontuação, para o líder Manuel González, que com o
triunfo em Mandalika, na Indonésia, aliada à desclassificação de González por
uma infração técnica deixou os dois separados por só nove pontos, e em disputa
direta pelo título da temporada. Seria o clímax para Moreira alcançar o título
da Moto2, de forma que, garantido na LCR Honda para 2026, Diogo completaria o
ciclo com chave de ouro, preparando-se para o seu novo desafio, agora na classe
rainha do motociclismo. E fazendo o Brasil voltar a torcer por um piloto no
grid. Atualmente, o que chama mais atenção é Franco Morbidelli, por ser
ítalo-brasileiro, competindo pela VR46, o time de Valentino Rossi. Mas ano que
vem, teremos um brasileiro “nato” na competição, o que só aumenta o interesse
dos torcedores.
A LCR, usando motos da Honda, tem tido um desempenho instável, mas em boa parte provocado pela própria Honda, que precisou se reinventar depois da perda de Marc Márquez, vendo que seu protótipo tinha perdido para quase todas as motos do grid recentemente, rivalizando com a Yamaha no fundo do grid da competição, depois dos anos de glória vividos com a “Formiga Atômica” no time oficial de fábrica. A marca da asa dourada tem se esforçado para voltar a ser competitiva, e na etapa do Japão, em Motegi, até conseguiu resultados encorajadores, que mostram que voltar a vencer pode ser uma realidade possível no curto prazo, sem depender de fatores externos, como foi o triunfo de Johaan Zarco em Le Mans este ano, onde o francês tirou partido da corrida sob chuva para surpreender a todos na melhor hora de trocar de moto. Isso faz com que Moreira possa ter um equipamento minimamente competitivo. Pode não ser suficiente para disputar vitórias, mas quem sabe um pódio aqui e ali, e principalmente, mostrar serviço e saber aprender com as nuances e macetes que só a classe rainha possui, que são muito diferentes da Moto3 e da Moto2.
Alexandre Barros, comandando programa de buscar novos talentos, foi quem descobriu Diogo, e o conduziu para as competições de pista.
No dia 18 de novembro,
após o encerramento da temporada, Diogo já terá seu primeiro contado com a
RC213V, e poderá começar de fato seus trabalhos. Apesar do contrato ser
anunciado como “plurianual”, ele revelou que o contrato é de 3 anos, e isso lhe
dará mais tranquilidade para aprender e desenvolver melhor o seu trabalho,
ressaltando o óbvio: precisa manter os pés no chão, e compreendendo que a
MotoGP é outro nível, completamente diferente da Moto3 e da Moto2, e que terá
de manter a calma e aprender tudo o que for possível. Moreira cita o momento da
Honda na MotoGP como ideal para somar forças e ajudar a crescer junto com a
reconstrução da marca na competição, depois de ocupar as últimas posições no
grid e no campeonato no ano passado.
É de fato uma postura lógica, até porque, a exemplo da Fórmula 1, não importa o que você fez ou conquistou nas categorias de base: quando você chega à categoria do topo, você está na estaca zero, e precisa “construir” seu currículo e marcas ali. Diogo terá as ferramentas para fazer um bom trabalho, se a moto permitir, e ele manter a cabeça com foco e objetivos claros. Boa sorte a nosso mais novo representante na motovelocidade, e que ele possa desenvolver uma carreira de sucesso enquanto estiver por lá. E que os brasileiros saibam apoiar devidamente mais esta conquista de um piloto brasileiro de competição, que chega a uma das categorias de topo do esporte a motor mundial.
Diogo Moreira é apenas 5º brasileiro a chegar à classe principal do Mundial de Motovelocidade. Nosso primeiro representante na classe foi Adu-Celso Santos, que disputou apenas nove provas entre as temporadas de 1974 e 1976. Correndo com uma moto Yamaha, o seu melhor resultado foi o nono lugar no GP da Alemanha de 1975. Edmar Ferreira, por sua vez, disputou apenas seis etapas entre as temporadas de 1975 e 1976, tendo registrado como melhor resultado um oitavo lugar no GP da Suécia de 1975, também correndo com uma moto da marca dos três diapasões. Nosso representante seguinte foi Marco Greco, que estreou na competição em 1981, e até 1986, competiu em apenas 13 corridas, tendo tendo como melhor resultado o 16º lugar do GP da África do Sul de 1983, quando corria com uma moto Suzuki. Nosso último representante Alexandre Barros, justamente o mais bem sucedido de todos, disputando nada menos do que 245 GPs entre as temporadas de 1990 e 2007, estando presente no grid por 18 anos. Neste tempo, Barros conquistou sete vitórias, 32 pódios, cinco poles, 14 voltas mais rápidas e acumulou 2.079 pontos ao longo da sua carreira na elite da motovelocidade mundial. Com sua saída, o Brasil ficou novamente sem um piloto no grid, ausência que só terminará agora com a chegada de Diogo ao grid como titular na temporada de 2026.
A MotoGP, aliás, prepara-se para a prova da Austrália, em Phillip Island. Com Jorge Martin praticamente de fora de todo o restante da temporada depois do acidente protagonizado em Motegi, a Aprilia confirmou Lorenzo Savadori como seu substituto, ao lado de Marco Bezzecchi, que por sua vez, por ter causado o acidente que tirou ele e Marc Márquez da corrida principal da etapa da Indonésia, terá que pagar punição de volta longa dupla, já complicando a situação da Aprilia para a prova australiana. A corrida Sprint terá largada à 01:00 Hrs. de sexta para sábado, enquanto a corrida principal terá largada à partir da meia-noite de sábado para domingo, com transmissão ao vivo do canal pago ESPN.
Se Jorge Martin é dúvida para retornar ainda este ano, Marc Márquez também pode estar na mesma situação: o agora heptacampeão sofreu uma fratura ao atingir a brita na corrida principal da Indonésia ao ser atingido por Marco Bezzecchi, e inicialmente, esperava-se que o tratamento poderia ser feito de forma mais conservadora, mas os exames indicaram a necessidade de cirurgia para correção do problema, o que irá demandar mais tempo para sua recuperação, já colocando em dúvida até uma possível participação na etapa de Portugal.Ángel Charte, médico-chefe da MotoGP, declarou que a fratura sofrida pelo piloto da Ducati, se não recuperada adequadamente, poderá deixar sequelas, e reviver o período turbulento que Márquez passou após se acidentar em Jerez de La Frontera, em 2020, onde uma recuperação apressada por parte do piloto complicou todo o pós-operatório e fez o piloto voltar plenamente recuperado somente em 2023, após três anos de mais baixos que altos.
A Fórmula 1 chegou a Austin, no Texas, para o Grande Prêmio dos Estados Unidos, no belo Circuito das Américas, e a expectativa é se veremos Max Verstappen surpreendendo novamente os rivais após seus bons desempenhos desde a etapa da Holanda, onde o piloto da Red Bull esteve sempre no pódio. A disputa do título ainda está restrita a Oscar Piastri, o líder, e Lando Norris, o vice-líder, mas o time inglês não vence há 3 provas, desde o triunfo de Piastri em Zandvoort. De lá para cá, vimos duas vitórias de Verstappen, e o triunfo de George Russell em Singapura. Na pista de Marina Bay, a McLaren liquidou oficialmente a conquista do campeonato de construtores, o 10º da equipe, ficando atrás somente da Ferrari, com 16 conquistas. Falta ver agora quem será o campeão, ou se Verstappen, mesmo ainda tão atrás, ainda pode desequilibrar a disputa, e colocar calor na dupla papaia neste fim de campeonato, deixando em dúvida se ele conseguiria alcançar ou pelo menos chegar perto. E vai ser um fim de semana corrido, já que teremos prova sprint no sábado. Hoje teremos o único treino livre, seguido da classificação para a prova sprint às 18:30 Hrs., que terá largada às 14:00 Hrs. deste sábado. A classificação para a corrida de domingo será realizada a partir das 18:00 Hrs., com a corrida no domingo com largada programada para as 16:00 Hrs., com transmissão ao vivo da Bandeirantes.
A Mercedes encerrou o suspense e confirmou manutenção de sua dupla de pilotos atual para a temporada de 2026. George Russell faz uma temporada muito sólida, e já venceu duas corridas no ano, com uma Mercedes que ainda não voltou a seus melhores tempos. Andrea Kimi Antonelli, por sua vez, até começou bem a temporada, para um novato, mas seus resultados despencaram no meio do ano, e depois de ser cobrado por Toto Wolf, voltou a andar um pouco melhor, mas ganhou o voto de confiança para seguir no time no próximo ano, onde precisará mostrar serviço de fato, se quiser se garantir, já que para 2027 rolam os boatos de que o time prateado tentará seduzir Max Verstappen para defender a escuderia, decisão que irá depender unicamente de como a Red Bull se portar no próximo ano, quando estreará seus novos propulsores oriundos da nova parceria com a Ford.
A questão é que, até a renovação, Russell ficou travado na renovação, onde se especulou que o problema seria a duração da renovação do contrato, com o inglês querendo um contrato longo, enquanto a Mercedes tinha intenção de um contrato de apenas um ano para ficar provavelmente livre para acomodar Max Verstappen em 2027, e talvez manter Antonelli pelo fato de que o italiano certamente não incomodaria Max como Russell dá a entender que fará, se tiver o holandês como colega de time. E Toto Wolf não estaria interessado em ver outra disputa explosiva dentro da escuderia, como a que vivenciou com Lewis Hamilton e Nico Rosberg nas temporadas de 2014 a 2016..