quarta-feira, 1 de novembro de 2023

FLYING LAPS – OUTUBRO DE 2023

            E já chegamos ao mês de novembro, tendo deixado outubro para trás. Já estamos no penúltimo mês de 2023, e o ano se encaminha para sua reta final, com uma velocidade que parece tão ou até maior do que a dos bólidos de competição, e logo estaremos em 2024. Portanto, com mais um início de mês, é hora de relacionar aqui alguns acontecimentos do mundo da velocidade deste mês de outubro que se foi, em mais uma edição da sessão Flying Laps, como é de praxe, sempre com alguns comentários rápidos sobre os eventos citados. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início de dezembro, cada vez mais perto do fim de 2023...

E eis que a FIM divulgou o calendário do primeiro Campeonato Mundial Feminino de Motovelocidade, nova categoria que estréia em 2024, e como o nome diz, será disputada apenas por mulheres. A criação da nova categoria de competições feminina já tinha sido anunciada meses atrás, mas apenas neste mês de outubro a entidade que comanda o motociclismo mundial deu maiores detalhes e anunciou enfim as etapas que comporão a temporada de disputa, que será realizada junto com etapas do Mundial de Superbike. Teremos um total de seis etapas, nas datas a seguir anunciadas, e os respectivos circuitos que sediarão as provas: 14 a 16/06: GP da Emília-Romagna (Misano); 12 a 14/07: GP Da Grã-Bretanha (Donington Park); 9 a 11/08: GP De Portugal (Portimão); 23 a 25/08: GP Da Hungria (Balaton): 20 a 22/09: GP Da Itália (Cremona); e 11 a 13/10: GP Da Espanha (Jerez de La Frontera). As etapas do novo campeonato seguirão o esquema de competição do Mundial de Superbike, com cada etapa sendo composta de duas provas no fim de semana, de modo que teremos então 12 corridas. A FIM havia anunciado no momento da criação da nova competição que seria uma categoria monomarca, a fim de possibilitar a todas igualdade de equipamento, e onde o talento de cada competidora pudesse se sobressair. E junto com a apresentação do calendário, anunciou que todas vão correr com motos Yamaha modelo YZF-R7. As inscrições para o certame devem ser feitas até 31 de janeiro do próximo ano, com o anúncio das vagas ocorrendo em fevereiro de 2024. As competidoras interessadas em participar do campeonato precisam ter pelo menos 18 anos e podem optar por correr com uma equipe ou serem independentes. Haverá um teste de pré-temporada em data e local ainda a ser divulgado. A nova categoria deve ser uma boa oportunidade para as mulheres que desejam competir a fundo no motociclismo, já que na MotoGp até hoje nunca tivemos mulheres na competição na pista. Não deixa de ser uma iniciativa importante para as garotas que anseavam por uma competição de maior nível para mostrar sua capacidade e talento no comando de uma máquina mais possante. O fato de ser uma competição monomarca dará a todas as participantes condições iguais na pista, de modo que o talento de cada uma possa se destacar. Agora é esperar para ver quantas competidoras teremos, e como as corridas se apresentarão. Que a empreitada seja bem- sucedida, e se mostre viável, oferecendo uma excelente oportunidade de competição para as mulheres, que merecem ter seu lugar no mundo do esporte a motor.

 

 

Antes tarde do que nunca, diz um ditado popular. Pietro Fittipaldi, após ficar “empacado” como piloto de testes e reserva da equipe Haas na F-1, decidiu dar novos ares à sua carreira, e em 2024, irá disputar o campeonato da Indycar em tempo integral, tendo assinado contrato com a Rahal/Letterman/Lanigan, ocupando um dos carros da escuderia sediada em Ohio, no Estados Unidos. Pietro já disputou o certame de monopostos dos Estados Unidos alguns anos atrás, mas em participações apenas em determinadas corridas, e na época, também deu azar de se acidentar em uma corrida do Mundial de Endurance, o que comprometeu seu desempenho nas corridas, impedindo de aproveitar a oportunidade como deveria. Mas agora Pietro irá cumprir toda a temporada da Indycar, como piloto titular efetivo do time comandado por Bobby Rahal, e em teoria disporá de um carro competitivo onde poderá mostrar o seu talento e capacidade. Pietro ocupará o carro Nº 30, que neste ano foi ocupado por Jack Harvey nas primeiras 14 provas da temporada, quando o piloto britânico acabou dispensado por falta de resultados. Este ano, apesar de alguns percalços, a escuderia teve bom desempenho em algumas provas, com direito até a algumas pole-positions com seus pilotos Graham Rahal e Christian Lundgaard, sendo que este venceu o GP de Toronto, e terminou a temporada em 8º lugar, à frente até dos pilotos da Andretti na competição. Rahal, por outro lado, teve uma temporada menos vistosa, e foi apenas o 15º colocado na competição. Pietro terá competição forte no time, que busca recuperar protagonismo na categoria, e por isso mesmo, a oportunidade vem a calhar para o piloto dar uma retomada firme em sua carreira, depois de ver que, sendo piloto reserva e de testes da Haas, não iria a lugar nenhum, apesar de ter feito algumas provas em outras categorias, como o Mundial de Endurance, mas de forma ocasional, aqui e ali, sem dar um foco claro sobre qual competição se dedicar. Na verdade, meio que já deu para o piloto perceber que a Haas, apesar dos discursos de “valorização” sobre o piloto brasileiro, na verdade virou uma conversa para boi dormir, pois o time nestes últimos dois anos preferiu repatriar ex-pilotos da F-1 de volta ao grid da categoria máxima do automobilismo do que apostar na “prata da casa” como poderia ter feito se quisesse de fato mostrar que valoriza o trabalho desempenhado pelo brasileiro nos bastidores. Não que Kevin Magnussen e Nico Hulkenberg não merecessem a chance, mas Pietro nem chegou a ser cogitado para uma análise válida para ocupar um dos lugares titulares da escuderia, então, está mais do que na hora de procurar um lugar mais efetivo para competir, se quiser de fato ter maior destaque como piloto. Pietro ainda cogita, contudo, seguir como piloto de testes da Haas na F-1, algo que será bem complicado diante de muitas datas dos dois campeonatos, pelo menos até o mês de setembro, quando a Indycar encerra sua competição, mas a escuderia de Gene Haas ainda não se manifestou a respeito disso. Ao menos, com Pietro, o Brasil ainda mantém um piloto no grid da Indycar, que até então, pelo menos em 2024, ficaria restrito a Hélio Castro Neves nas 500 Milhas de Indianápolis, e agora teremos um brasileiro em toda a temporada, além de vermos o nome Fittipaldi de volta a uma categoria Indy, depois das passagens de seu avô Émerson e de Christian na antiga F-Indy, décadas atrás.

 

 

E Pietro pode não ser o único brasileiro novo na Indycar em 2024. Segundo notícia recente, seu irmão mais novo, Enzo, que disputa a F-2 este ano, fará um teste com e equipe Dale Coyne agora em novembro, na pista de Sebring. A Red Bull confirmou que o brasileiro não fará mais parte de sua academia de pilotos no próximo ano, o que em tese indica que o brasileiro pode ter começado a procurar alternativas, e o teste com a equipe da Indycar pode já visar lutar por uma vaga para competir na próxima temporada. Nada está garantido, porém, de que Enzo tenha chances efetivas de alinhar no grid, mas seria uma boa opção e mudança de ares. Se tiver um bom patrocínio, isso ajudará a lutar pela vaga no time, que geralmente depende muito dos patrocínios trazidos por seus pilotos. Pietro e Enzo já manifestaram desejo de poderem competir juntos em uma mesma categoria, e os Fittipaldi não seriam os primeiros a ter feito isso, lembrando de quando Mario e Michael Andretti competiam na antiga F-Indy, que em determinado momento contou também com a presença de John Andretti, lembrando que Al Unser e seu filho Al Unser Jr. também dividiram pistas na antiga Indy nos anos 1980. E a própria família Fittipaldi também teve Émerson disputando o campeonato de 1995 e 1996 com seu sobrinho Christian na competição. Mas cabe a Enzo mostrar sua capacidade para impressionar a escuderia norte-americana, se quiser realmente brigar por uma vaga, pois certamente não vai ser o único interessado nessa vaga. Mas seria interessante ver os irmãos Fittipaldi dando seguimento à presença do clã nas categorias Indy, além de garantir um interesse maior dos torcedores nacionais pelo campeonato dos Estados Unidos.

 

 

E Kalle Rovanperä, atual campeão do Mundial de Rali, conquistou o bicampeonato na penúltima etapa da temporada, ao terminar na 2ª colocação o Rally da Europa Central. Kalle, que já havia feito história na competição em 2022 ao se tornar o mais jovem campeão da competição, com apenas 22 anos, disputava o título com seu companheiro da equipe Toyota, Elfyn Evans, que precisava descontar uma grande vantagem para tentar tirar o título do finlandês, que só precisava chegar à sua frente para garantir o segundo título. Mas Evans acabou sofrendo um acidente com seu carro, abandonando a etapa, o que garantiu o título de Kalle Rovanperä pelo segundo ano consecutivo. Com seu único adversário fora de combate, o finlandês até abrandou o ritmo para evitar problemas, e com isso, acabou superado pelo belga Thierry Neuville, da Hyundai, que venceu pela segunda vez na temporada. Resta agora apenas o Rally do Japão, em Aichi, no mês de novembro, para fechar o campeonato, e a disputa ainda não acabou. Com o abandono de Evans, e a vitória de Neuville, o belga ficou agora com 184 pontos, contra 191 de Elfyn Evans, que vê até seu vice-campeonato em perigo, diante da aproximação do piloto da Hyundai, ameaçando a dobradinha da Toyota na classificação. Neuville, por sua vez, deve ir para o ataque, buscando a 2ª colocação na tabela, já que tem uma certa folga para o 4º colocado, Ott Tanak, da Ford, em 22 pontos, o que lhe dá tranquilidade para atacar Evans sem se preocupar tanto em perder sua colocação para Tanak. Será que estamos vendo o início de uma nova dinastia no Mundial de Rali? Sébastien Loeb reinou por 9 anos consecutivos, enquanto Sébastien Ogier, por sua vez, também obteve vários títulos consecutivos, e até poderia ter lutado pelo caneco em 2023 se estivesse competindo a tempo integral na competição, e não apenas em algumas etapas. Mas é o segundo título consecutivo de Kalle Rovanperä, com o mesmo time, a Toyota, e isso já faz dele o homem a ser batido na temporada de 2024. Será que vem aí um terceiro título consecutivo? Os rivais já começam a ficar com a pulga atrás da orelha com a possibilidade de verem uma nova dinastia na competição, e para piorar a situação, o novo bicampeão é bem novo, muito mais novo que seus principais rivais, o que pode significar que seu reinado, se vier a se confirmar, pode ter tudo para ser beeem longo...

 

 

A Formula-E teve neste mês de outubro sua sessão de testes de pré-temporada para 2024, e as coisas ficaram literalmente quentes na pista de Valência, onde mais uma vez a categoria dos carros monopostos elétricos fizeram sua preparação. Ocorreu um incêndio no box da Williams Advanced Engineering, empresa que fornece as baterias para todos os carros da competição, que chegou a preocupar, a ponto de o autódromo ter sido evacuado por precaução. O incidente acabou interrompendo os testes por quase dois dias, o que fez com que parte do tempo de preparação das equipes fosse perdido. Parte dos treinos posteriores tiveram sua duração aumentada, mas mesmo assim, o tempo de preparação dos times acabou inferior ao programado. Não se sabe ainda se a direção da categoria irá repor este tempo perdido, realizando uma nova sessão de testes coletivos, o que seria bem-vindo para as escuderias completarem sua preparação, já que com o incêndio, alguns pilotos e times não conseguiram realizar suas atividades a contento, por problemas derivados do incêndio. A Mahindra, por exemplo, teve danos significativos, perdendo boa parte de sua programação de testes. Felizmente, ninguém se feriu, e depois de vários trabalhos das equipes de segurança inclusive nos dias seguintes, parte da programação pode ser retomada. Mesmo assim, o incêndio preocupou, por ter sido originado de uma bateria que havia sido usada por um dos carros da equipe DS Penske no primeiro treino do dia, quando o mesmo acabou tendo um percalço na pista. A bateria foi encaminhada para análise depois do encerramento do treino matutino, e houve uma explosão no box, ocasionando o incêndio. Em praticamente dez anos de existência, a F-E nunca teve um problema desse tipo com os sistemas de baterias utilizados nos carros da competição, e estando para iniciar a segunda temporada com os novos carros Gen3, com seus novos sistemas de baterias bem mais potentes, é de se verificar se as condições de segurança do equipamento estão de fato em ordem, e se não oferecem nenhum problema que possa colocar os pilotos e a competição em risco.

 

 

A Formula-E também oficializou o seu calendário para a temporada de 2024, com 16 corridas programadas. A temporada começa no dia 13 de janeiro, com a etapa da Cidade do México, no Autódromo Hermanos Rodriguez. Nos dias 26 e 27 de janeiro, teremos a rodada dupla em Diryah, na Arábia Saudita. Dia 10 de fevereiro é a vez de Hyderabad, na Índia, prova que estava em risco, mas acabou garantida na competição. No dia 16 de março é o ePrix de São Paulo, aqui no Brasil; e no dia 30 de março, a nova etapa de Tóquio, no Japão. Dias 13 e 14 de abril deverá ser na Itália, em cidade ainda a ser anunciada. Dia 27 de abril, teremos Mônaco. Dias 11 e 12 de maio em Berlim, Alemanha; 25 e 26 em Xanghai, China; 29 de junho em Portland, Estados Unidos; e dias 20 e 21 de julho fechando a competição, em Londres, na Inglaterra.

 

 

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