sexta-feira, 31 de maio de 2019

A VOLTA POR CIMA DE PAGENAUD

Simon Pagenaud foi preciso na pista e nos boxes (acima), e venceu com categoria sua primeira Indy500, trazendo o piloto francês de volta à luta pelo título da Indycar (abaixo).

            Como de costume, as 500 Milhas de Indianápolis reservaram algumas surpresas para a sua 103ª edição. A maior delas, obviamente, foi o fracasso da tentativa de Fernando Alonso em se classificar para a corrida, obtendo apenas o 34º tempo, e ficando de fora do grid, em uma operação onde a McLaren, em uma associação com a equipe Carlin, cometeu diversos erros que fulminaram o sonho de Alonso em tentar a vitória na mais famosa corrida do continente americano. Outra surpresa, foi o vencedor da corrida, alguém que, nos últimos tempos, vinha tendo um desempenho apenas mediano, considerando-se pilotar para o mais poderoso time da Indycar, a Penske: Simon Pagenaud, que até chegar ao Indianapolis Motor Speedway este ano, vinha muito atrás de seus companheiros de time em termos de resultados na pista.
            Mas eis que o piloto francês da Penske, que largara em 8º lugar na prova disputado no circuito misto do famoso autódromo da capital do Estado de Indiana, faz uma bela corrida, supera os adversários, e vence a prova, um resultado que ele não obtinha desde a corrida de encerramento da temporada de 2017, na pista de Sonoma, na Califórnia. Sim, Pagenaud estava há praticamente um ano e meio sem vencer, enquanto seus companheiros de equipe venciam corridas, e obtinham melhores classificações no campeonato do ano passado. Pagenaud terminou a temporada de 2018 em 6º lugar, com 492 pontos, enquanto Will Power foi o 3º colocado, com 582 pontos; e Josef Newgarden o 5º, com 560.
            E, para completar, com a cereja do bolo, Pagenaud surpreende, e conquista a pole-position para a Indy500, algo que por si só já chama a atenção de todos, mostrando que teria o que demonstrar na corrida para calar seus críticos. Mas posição de largada, apesar de importante, é algo apenas relativo nas chances de vitória numa corrida de 500 milhas. Mas Simon mostrou que a forma exibida no treino de classificação não era mero fogo de palha: o piloto francês andou sempre nas primeiras colocações da corrida, e nas voltas finais, sofrendo o assédio de dois pilotos que já venceram a Indy500 recentemente, Alexander Rossi e Takuma Sato, mostrou categoria para não apenas refutar as investidas dos rivais, como sobrepuja-los, e vencer a corrida. Sato, apesar de chegar junto, nunca conseguiu ameaçar seriamente o francês da Penske, mas Rossi, mostrando um ritmo fortíssimo, partiu para o ataque, obrigando Pagenaud a adotar uma trajetória defensiva na entrada das retas, para impedir que Alexander embutisse no seu vácuo de forma a tentar uma ultrapassagem por dentro, obrigando-o a ir para o lado externo da pista, num caminho mais difícil de se obter êxito na manobra. Mesmo assim, Rossi conseguiu ir para a liderança, a poucas voltas do fim. Pagenaud, contudo, manteve a cabeça fria, e tratou de retomar a dianteira logo a seguir, partindo para o triunfo, o seu primeiro nas 500 Milhas de Indianápolis, e a 18ª vitória da Penske no Brickyard Line, recordista absoluta de vitórias na Indy500.
            E quem vence a Indy500 entra para a história. Mas o melhor também foi recolocar Pagenaud, que vinha até a corrida de Long Beach sem empolgar, na disputa pelo título. O francês é o novo líder do campeonato, com 250 pontos, contra 249 de seu companheiro de equipe Josef Newgarden, que era o principal favorito a chegar ao bicampeonato. Pois agora, Simon também está na luta pelo seu segundo título. Mas é cedo para ambos comemorarem: ainda temos 11 corridas no campeonato, e muita coisa pode acontecer. Depois de praticamente renascer, Pagenaud não pode voltar à rotina de resultados medianos que vinha tendo desde a temporada passada, sob o risco de perder o bonde na luta pelo título.
            Aconteça o que acontecer, Pagenaud já lucra por antecipação: Roger Penske já se adiantou em anunciar que o francês segue firme no seu time em 2020, a despeito das fofocas e boatos que até já o davam fora da escuderia para o próximo ano, quando poderia ser substituído por Alexander Rossi, atualmente na Andretti, mas cujo contrato vence ao final deste ano. Alguns chegaram até mesmo a especular uma troca nas equipes de Roger Penske, com o retorno de Hélio Castro Neves à Indycar em tempo integral, enquanto Pagenaud seria realocado para o IMSA Wheater Tech Sportscar. Penske, aliás, não gostou dos boatos envolvendo seu piloto para a próxima temporada, e criticou a forma como a mídia “inventou” essa situação toda. Mas, pode ser também que tenha ficado chateado pelo possível interesse em Alexander Rossi vir à tona, o que poderia complicar eventuais negociações com o piloto, que poderia usar de sua posição valorizada para garantir um contrato mais vantajoso financeiramente, fosse com a Penske, e principalmente, em uma renovação com o time de Michael Andretti. Afinal, foi dessa forma que tanto Pagenaud quanto Newgarden chegaram à Penske, mostrando grandes performances em times rivais, e sendo arregimentados para a esquadra de Roger, dono do mais poderoso e vencedor time da categoria. E quem recusaria?
            Simon Pagenaud teve estes bons momentos, nas temporadas de 2012, 2013, e 2014, defendendo o time de Sam Schmidt. O francês, na base da regularidade, foi o 5º colocado em 2012, com 387 pontos. Em 2013, venceu sua primeira corrida, em Detroit, e finalizou a temporada em 3º lugar, com 508 pontos. No ano seguinte, venceu mais uma corrida, no traçado misto de Indianápolis, e foi 5º colocado no final da temporada, com 565 pontos. E o grande prêmio de ser contratado para pilotar para a Penske na temporada de 2015. É verdade que seu primeiro ano na escuderia não foi lá essas coisas, tendo que se adaptar a uma nova escuderia, o que justifica ter terminado apenas em 11º lugar, com 384 pontos, ficando bem abaixo de seus novos companheiros de equipe. Mas era apenas questão de dar tempo ao tempo. E Simon mostrou a que veio na temporada de 2016, com a conquista do título, vencendo 5 corridas, em um duelo onde Will Power perdeu feio na tentativa de ser bicampeão. Mais uma vez, Roger Penske mostrou que seu faro para contratações andava afiado, e o “capitão” repetiria a dose com a contratação de Josef Newgarden, nova estrela em ascenção na Indycar, para a temporada de 2017.
O toque entre James Davison e Hélio Castro Neves (acima) arruinou as chances do brasileiro brilhar na Indy500 deste ano. Hélio acabou punido e ainda ficou com o carro danificado. Já Tony Kanaan (abaixo) brilhou para terminar em 9º, com um carro que ainda deixa muito a desejar na equipe Foyt.
          Newgarden chegou à Penske “chegando”, e deixando seus novos colegas de equipe comendo poeira, vencendo 4 corridas, e conquistando o título logo em seu primeiro ano no time. Mas Pagenaud deu luta ao novo parceiro de equipe, e mesmo vencendo apenas 2 provas, só foi perder o título na prova final, em Sonoma. A diferença foi apertada: Newgarden foi campeão com 642 pontos, enquanto Pagenaud, o vice, somou 629. O francês mostrava que o reinado de Newgarden na Penske não seria tão tranquilo como ele imaginava. Mas a temporada de 2018 mostrou um Simon Pagenaud menos eficiente, sendo suplantado até com certa facilidade por seus companheiros de time. Não se pode dizer que foi exatamente um mau ano, até porque a própria Penske ficou alijada da luta pelo título na reta final da competição, tendo de assistir de longe o duelo travado por Scott Dixon e Alexander Rossi, e vendo Will Power ter muito azar em algumas corridas, que deixaram o australiano como azarão na disputa. Mas o problema estava na performance do francês, que parecia meio acomodado, enquanto em outros momentos, as coisas não se encaixavam de modo que ele pudesse ter os resultados esperados. Mas, até aí, Hélio Castro Neves também teve alguns anos de resultados um pouco aquém do esperado na Penske, chegando a ficar mais de dois anos sem vencer uma única corrida, mesmo andando na frente.
            O problema é que a temporada de 2019 começou, e mais uma vez, Will Power e Josef Newgarden colocavam a faca entre os dentes e iam para a luta, enquanto Pagenaud ficava para trás, sendo superado por muitos pilotos os quais tinha obrigação de superar. Daí, o surgimento dos boatos que davam seu lugar na Penske estando em risco. Afinal, Roger costuma ser um bom patrão, mas exige dedicação e empenho de seus contratados, o que significa obter resultados. Não era nada difícil imaginar que Simon poderia correr risco, se permanecesse naquele ritmo de resultados. Mas toda fase, seja de bons, maus, ou médios resultados, uma hora acaba, com sorte, e Pagenaud conseguiu reverter as expectativas no melhor palco de todos, Indianápolis, tanto na prova da pista mista, como no circuito oval, com performances que chamaram a atenção de todos, não podendo ser creditadas apenas ao bom carro que tinha em mãos.
            Passada a euforia de Indianápolis, Pagenaud tem de mostrar que o momento mágico vivido neste mês de maio não foi apenas um acaso. Se quiser de fato lutar pelo bicampeonato, o francês terá de se aplicar a fundo, afinal, um dos maiores rivais é seu próprio companheiro de equipe Josef Newgarden, que vem mostrando performances sólidas e constantes na atual temporada. E não há tempo para descansar, pois hoje mesmo a turma toda da Indycar já está novamente na pista, para a rodada dupla de Detroit, com corridas neste sábado e no domingo, no horário das 16:30 horas, com transmissão ao vivo pelo canal pago Bandsports nos dois dias. E os duelos recomeçam com tudo. Pagenaud tem de aproveitar e partir para o ataque. Resta ver se os rivais vão ficar parados vendo o renascimento do piloto francês no campeonato...


A Indy500 de 2019 não foi das mais felizes para os pilotos brasileiros, mas um deles não tem muito o que reclamar: Tony Kanaan obteve um excelente 9º lugar na bandeirada, resultado considerado muito bom para as condições de seu time, a Foyt, que apesar da boa preparação para a corrida das 500 milhas, teve sua cota de problemas na prova, depois de ficar bem entusiasmada com o 1º lugar de Kanaan no Carburation Day, o treino de warm-up da prova, realizado na sexta-feira anterior à corrida. Matheus Leist também foi relativamente bem, diante das circunstâncias, terminando em 15º. Quem não teve o que comemorar foi Hélio Castro Neves, que acabou atingindo o carro de James Davison nos boxes, e acabou sofrendo uma punição por causa disso, além dos danos sofridos em seu carro, que o fizeram perder 2 voltas em relação aos líderes, e quaisquer chances de tentar sua 4ª vitória nas 500 milhas, uma vez que tinha um bom carro, e podia entrar na disputa pelos primeiros lugares. O sonho de uma nova vitória de Helinho fica para 2020. Já para a dupla brasileira da Foyt, agora é tentar evoluir no campeonato, algo que ainda deve ser bem difícil, uma vez que o carro demonstra ainda precisar de muito trabalho para melhorar a performance.


Se as 500 Milhas de Indianápolis tiveram bem mais emoção e disputas do que em 2018, o mesmo não se pode dizer do Grande Prêmio de Mônaco de F-1, que mais uma vez, mostrou aquela fila quase interminável de carros onde ninguém passava ninguém. Ou quase: Charles LeClerc, vítima de mais um erro da Ferrari, acabou tendo o desprazer de cair logo no Q1 do treino de classificação para a corrida em casa, e tendo de largar de 15º, a única alternativa mesmo era tentar ser agressivo na prova para tentar um melhor resultado. E Charles até foi à luta, conseguindo duas ultrapassagens, uma delas na Rascasse, muito bonita, sobre Romain Grosjean. Mas, ao tentar a mesma manobra sobre Nico Hulkenberg, o alemão não deu mole, e houve um toque entre os carros dos pilotos, resultando em um pneu traseiro furado para a Ferrari do monegasco, que apesar de ter ido ao box, trocado os compostos, e voltado à pista, os danos decorrentes do incidente em seu carro o fizeram abandonar a corrida. LeClerc acabou sendo o único piloto a abandonar a prova no Principado, um tremendo desalento para a torcida, que tinha nele seu grande destaque, já que Charles nasceu em Mônaco. A Ferrari pediu desculpas pelo erro tático na classificação que acabou complicando as chances de LeClerc na corrida, mas se a situação de erros persistir, as chances de o time de Maranello desgastar a motivação de seu jovem piloto podem crescer bastante, e para alguns, poderia significar “queimar” a carreira de Charles, e até incentivá-lo a procurar outro time para correr futuramente. Pode ser até um exagero, mas a Ferrari, de sonho de qualquer piloto, está mais virando pesadelo do que qualquer outra coisa...


Uma pole-position obtida com perfeição, e uma boa largada sacramentaram o triunfo de Lewis Hamilton na etapa de Mônaco. Mas não foi uma vitória exatamente fácil. Ao trocar os pneus do carro do inglês para compostos macios durante a bandeira amarela desencadeada para limpar a pista dos detritos do pneu furado de Charles LeClerc, a Mercedes apostava numa chuva que até apareceu, mas foi muito fraca para alterar o andamento da corrida. Como fazer uma nova troca significaria perder a liderança da corrida, e consequentemente, a vitória, Hamilton teve que guiar a maior parte da corrida com luva de pelica, moderando seu ritmo para não desgastar prematuramente seus pneus, enquanto seus perseguidores diretos, Max Verstappen e Sebastian Vettel, com compostos duros, tinham pneus em melhores condições. Mas a tarefa de segurar a liderança foi muito facilitada por ser a pista de Mônaco, onde ninguém passa ninguém, se o piloto que vai à frente não cometer um erro ou abrir sua defesa. E Hamilton, apesar da choradeira dramática pelo rádio com o time, não cometeu nenhuma falha durante todas as voltas em que teve Verstappen e Vettel atrás de si, o que não é pouca coisa, se lembrarmos que em Mônaco os guard-rails estão bem ali ao lado, e ao menor deslize com o carro, algo que pode ser potencializado pelo estado desgastado dos pneus, é batida na certa. E Lewis ainda deu sorte quando Max fez uma tentativa, já no finalzinho da corrida, que felizmente não resultou em problemas nos carros de ambos. Com isso, Lewis venceu sua 4ª prova no ano, e com o 3º lugar de seu companheiro Valtteri Bottas, abriu 17 pontos de vantagem para o finlandês. Para a concorrência, o único “consolo”, se é que pode se dizer isso, foi o fato de a Mercedes não ter conquistado sua 6ª dobradinha consecutiva, muito pouco para garantir a emoção do campeonato de 2019.


Lewis Hamilton e Sebastian Vettel homenagearam Niki Lauda, competindo com capacete com os desenhos usados pelo austríaco durante sua carreira. Hamilton usou o desenho de quando Lauda correu pela McLaren, e obviamente, dedicou sua vitória em Mônaco ao amigo, falecido na semana passada. Vettel usou o desenho de quando Lauda defendeu a Ferrari, e dedicou o resultado também ao ex-campeão, cujo velório foi feito nesta última quarta-feira, na Catedral de Santo Estevão, em Viena, na Áustria, com a presença de vários pilotos e ex-pilotos, que foram se despedir de Niki.
Alain Prost, Lewis Hamilton, Jean Alesi, Nélson Piquet, Gerhard Berger, Valtteri Bottas, entre outros, acompanharam o funeral de Niki Lauda em Viena.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – MAIO DE 2019


E o mês de maio já está se despedindo, e estamos prestes a começar junho, o último mês da primeira metade do ano. Isso significa que quase metade de 2019 já se foi, e todo fim de mês é hora de mais uma postagem da Cotação Automobilística, com uma avaliação de alguns dos principais acontecimentos do panorama do mundo da velocidade nestas últimas semanas, com meus comentários de costume a respeito. Estejam ou não de acordo, apreciem e curtam o texto, no tradicional esquema de sempre: em alta (cor verde), na mesma (cor azul), e em baixa (cor vermelha). Uma boa leitura a todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística do mês que vem, com as avaliações dos acontecimentos do mundo das corridas no mês de junho. Até lá, então...



EM ALTA:

Lewis Hamilton: O atual pentacampeão mundial ruma de forma inexorável rumo ao seu sexto título na categoria máxima do automobilismo. Batido na luta pela pole em Barcelona, Lewis foi preciso na largada para assumir a liderança, e deixar Valtteri Bottas na saudade, comandando a prova espanhola como bem quis. E o inglês arrebatou uma pole com perfeição onde a posição de honra no grid era a mais importante de todas, em Mônaco, de onde novamente largou bem para assumir a dianteira que manteria até a bandeirada, apesar de guiar a maior parte da corrida abaixo do que poderia fazer, para não desgastar demasiadamente seus compostos, mais macios do que os dos rivais que vinham logo atrás. Com 4 triunfos em 6 provas, em um campeonato onde a Mercedes está deitando e rolando até mais do que todos esperavam, Hamilton se coloca como favorito único ao título, pois ninguém acredita que seu companheiro de equipe Bottas possa de fato lutar a fundo pelo título da temporada. O finlandês pode até dificultar o trabalho do parceiro em algumas corridas, mas não o suficiente para tirar o sono de Lewis, que não só vai em busca dos recordes de Michael Schumacher, como deve superá-los, no ritmo em que vai, e com a forma atual de seu time, a Mercedes.

Simon Pagenaud: O piloto francês da equipe Penske vinha de uma temporada bem mediana em 2018, tendo ficado bem abaixo das performances exibidas por seus companheiros de equipe Josef Newgarden e Will Power, a ponto de já correrem rumores de uma possível substituição por Alexander Rossi para 2020, já que o contrato do piloto da Andretti vence ao fim deste ano. Mas eis que Simon deu a volta por cima, não apenas vencendo o GP de Indianápolis, prova disputada no traçado misto do Indianapolis Motor Speedway, como ainda deu o tom de que vinha muito mais, ao marcar a pole-position para as 500 Milhas de Indianápolis, a prova mais famosa da competição. E o francês teve uma performance digna de elogios, andando sempre entre os primeiros, e sabendo se defender e atacar de forma precisa nas voltas finais para rechaçar as investidas dos adversários, e vencer pela primeira vez a Indy500. De quebra, Pagenaud ainda assumiu a liderança do campeonato, superando Newgarden, que vinha com pinta de favorito para lutar pelo bicampeonato, posição que agora também pode ser aventada pelo francês. Se Simon não decair de produção nas próximas corridas, voltando ao nível discreto do ano passado, ele tem todas as chances de lutar pelo segundo título na Indycar. Inscrever o nome na galeria de vencedores da Indy500, por si só, já fez valer o ano inteiro, mas o piloto pode, e vai querer muito mais do que isso.

Marc Márquez: A “Formiga Atômica” continua em ponto de bala, comandando o campeonato da MotoGP rumo à conquista de mais um título, e mostrando que os rivais vão precisar de um milagre, ou algo próximo disso, para impedir o piloto espanhol. Fora mais duas vitórias, em Jerez de La Fronteira e Le Mans, onde praticamente ninguém conseguiu contestar a pilotagem do piloto da Honda. Aliás, atrás de Márquez a competição vem bem acirrada, com Andrea Dovizioso, Alex Rins, Valentino Rossi, e um pouco mais atrás, Jack Miller e Danilo Petrucci, que tem se engalfinhado por posições, enquanto Marc vence as corridas. E com Jorge Lorenzo negando fogo na Honda até o presente momento, e com a dupla da Yamaha tendo altos e baixos com um equipamento que não rende o suficiente, Márquez só tem que se preocupar mesmo é com Andrea Dovizioso, cuja performance vem sofrendo alguns altos e baixos, e até tem conseguido se manter próximo, mas sem tirar o sono seriamente do atual campeão da classe rainha do motociclismo. Se na F-1 Lewis Hamilton caminha a passos firmes para seu 6º título, Márquez parece vir fazendo isso de forma ainda mais contundente na MotoGP, para abocanhar também o seu 6º campeonato. Ainda há tempo dos rivais reagirem, mas a julgar pelo ritmo desse pessoal, se Marc não fizer nenhuma bobeira, ele tem tudo para comemorar mais um título, e bem em breve...

Jean-Éric Vergne: O piloto da Techeetah assumiu a dianteira do campeonato da F-E ao ser o primeiro piloto da atual temporada a repetir uma vitória, ao triunfar em Mônaco, e ainda fez uma corrida bem agressiva em Berlim, para subir ao pódio em 3º lugar, e manter a liderança recém-conquistada no certame, do qual é o atual campeão, e promete lutar a fundo para ser o primeiro bicampeão da categoria de carros de competição totalmente elétricos. Mas o francês sabe que ainda é cedo para comemorar: a vantagem para Lucas Di Grassi, o vice-líder, é de apenas 6 pontos, e com três corridas pela frente para encerrar a temporada, muita coisa ainda pode acontecer, especialmente em um ano onde por várias provas o panorama foi mudando etapa a etapa, de acordo com os resultados. Um fim de semana abaixo das expectativas, ou com algum percalço ou azar, pode fazer tudo mudar. E a F-E tem sido pródiga em corridas com alguns resultados inesperados, portanto, todo cuidado é pouco, lembrando que, no início da temporada, pela performance apresentada, a Techeetah tinha tudo para disparar na competição, mas não foi isso que acabamos vendo. Só agora, mais perto do fim da atual temporada, é que Vergne está finalmente conseguindo assumir ares de favoritismo, junto com seu colega de equipe André Lotterer, que vem um pouco atrás no campeonato, mas pode também entrar firme na briga pelo título, dependendo dos acontecimentos, e se Vergne deixar, claro...

Holanda de volta ao calendário da F-1 em 2020: O GP da Holanda, prova tradicional no calendário da F-1 por cerca de 30 temporadas, estará de volta à competição no próximo ano, e no tradicional palco das provas anteriores, o autódromo de Zandvoort. O retorno é consequência do fim dos apoios financeiros governamentais a alguns GPs, como o da Espanha, e do México, que estão proporcionando vagas para novas provas entrarem na competição, a exemplo do GP do Vietnã, que também estreará na categoria em 2020. E, sobretudo, é uma força do fenômeno Max Verstappen, novo ídolo dos holandeses, que tem se deslocado em peso para outras provas no continente europeu acompanhar o seu mais novo representante no mundo do esporte a motor, onde já é um dos grandes destaques. Fica a expectativa, contudo, se a pista de Zandvoort, que precisará passar por obras de adequação para receber a F-1, poderá proporcionar uma boa corrida, pois o traçado atual da pista é muito travado e estreito, bem diferente do traçado original usado até 1985, que proporcionava altas velocidades, mas que atualmente, pelo novo design, tem tudo para ser mais travado até do que Hungaroring. Que o digam alguns pilotos da F-1 que já tiveram oportunidade de correr lá em outras categorias menos velozes que a F-1, e disseram que a pista praticamente não tinha pontos favoráveis de ultrapassagens. O retorno da Holanda é algo a se comemorar, mas se for para termos outra corrida estilo “procissão” e sem chances de ultrapassagens decentes, será um contraponto muito ruim para um país que durante muitos anos esteve presente no calendário, e há muito merecia retornar...



NA MESMA:

Charles LeClerc: O piloto monegasco pode estar começando a ver que pilotar para o time dos sonhos da F-1, a Ferrari, pode ser na verdade uma tremenda ferrada. Em Barcelona, o time demorou para coordenar direito a estratégia de corrida de seus pilotos, e Charles, pra variar, acabou sendo o mais prejudicado, ficando sem chances de discutir o pódio na prova catalã. E em Mônaco, onde era o centro das atenções por correr em casa, acabou vendo suas chances na corrida irem para o brejo por erro tático do time, que não o mandou de volta à pista no Q1, quando o próprio LeClerc via que seu tempo não o garantiria no Q2. Acabou caindo no Q1, e largando em 15°, ainda mais numa pista sem chances efetivas de ultrapassagem como é Monte Carlo, não havia outro jeito senão arriscar e acelerar, e o piloto até que conseguiu algumas ultrapassagens interessantes, mas ao tentar o mesmo sobre Nico Hulkenberg, as coisas deram errado, e um pneu furado praticamente acabou com as esperanças de Charles obter um bom resultado no principado. E não adianta criticar o piloto por ser abusado e tentar arriscar além da conta: como as provas em Mônaco costumam ser “procissões” onde ninguém consegue passar ninguém, só lhe restava mesmo partir para o tudo ou nada, depois da palhaçada que sofreu por causa do time. Infelizmente, não deu certo, e começam a surgir alguns rumores até de que LeClerc poderia pensar em sair do time italiano, se as coisas continuarem nessa toada, onde o time não apenas vem errando várias vezes com o piloto, como em outros momentos, impedindo-o de competir livremente, para proteger Sebastian Vettel.

Campeonato da F-1 2019: A temporada deste ano da categoria máxima do automobilismo infelizmente não está dando maiores expectativas com relação à qualidade das corridas. A etapa da Espanha, em Barcelona, mais uma vez foi uma prova de arranque decidida na largada, com muito poucas emoções em termos de disputa de posições, mesmo no pelotão intermediário, mantendo a tradição de provas chatas no circuito da Catalunha, onde os times testam sempre na pré-temporada, e isso acaba se traduzindo em um conhecimento tão grande da pista que praticamente elimina quaisquer chances de surpresas na corrida. E Mônaco, infelizmente, só sobrevive mesmo pelo charme e tradição, porque na pista, quase ninguém consegue passar ninguém, como mostrou o duelo entre Lewis Hamilton e Max Verstappen, mesmo que Charles LeClerc tenha até conseguido dar um certo ânimo com sua recuperação nas voltas iniciais da prova, com um arrojo e agressividade que cobraram o seu preço, quando uma das manobras deu errado, e dali em diante com a prova monegasca virando sua tradicional “procissão” nas ruas do Principado. E Lewis Hamilton começando a virar candidato quase único ao título não ajuda muito a empolgar o fã da velocidade que quer disputas e duelos na pista. O jeito é esperar que a situação tenha alguma mudança nas próximas corridas, nem que seja um maior duelo no pelotão intermediário, que é o que resta de emoção para tentar salvar a temporada da F-1, porque o duelo contra as Mercedes já está perdido...

Hélio Castro Neves nas provas de Indianápolis: Pelo segundo ano consecutivo, Hélio Castro Neves disputou apenas as corridas de Indianápolis e a Indy500, depois que Roger Penske remanejou o brasileiro para competir no campeonato do IMSA Wheater Tech Sportscars. O sonho de Hélio, assim como de Roger, é a conquista de uma 4ª vitória, que colocaria o brasileiro ao lado dos gigantes da história da Indy500 que venceram em 4 oportunidades a mítica corrida, como Rick Mears, Al Unser, e A. J. Foyt. E, pelo segundo ano consecutivo, as esperanças de Helinho não se confirmaram. Mesmo tendo um carro bem rápido e competitivo, o brasileiro não deu sorte novamente este ano. Se em 2018 Hélio se acidentou, pego de surpresa pelo comportamento arredio do no chassi utilizado pela categoria (o que também pegou alguns outros pilotos na prova), este ano tudo foi arruinado por um toque do brasileiro no carro de James Davison nos boxes, quando o piloto da Dale Coyne errou a parada no seu box, e numa freada brusca, acabou sendo atingido pelo carro do brasileiro, que vinha entrando no pit line. E Hélio acabou levando a pior: além de ter trocar o bico do seu carro, ainda foi considerado culpado pela batida, e levou uma punição que o obrigou a uma passagem pelos box que o fez perder 2 voltas em relação aos líderes, sem chance de se recuperar na prova. Melhor sorte em 2020. Já vão 10 anos do último triunfo de Hélio na Brickyard. E a torcida por um novo triunfo do “Homem-Aranha” não é pouca em Indianápolis, sem falar que, obtendo a 4ª vitória, quem sabe o objetivo não seria obter uma 5ª, e estabelecer um novo recorde para a história da Indy500?

Sebastian Vettel: O tetracampeão mundial continua sem convencer na atual temporada da F-1. Apesar de ter conseguido um 2º lugar na etapa de Mônaco, o resultado foi mais devido á punição de Max Verstappen do que ao mérito do piloto alemão, que se deixou superar pelo jovem e atrevido holandês no treino de classificação, em uma pista onde a Red Bull costuma ir bem. Mas Vettel também ficou devendo em performance na Espanha, onde as demoras da Ferrari na estratégia para seus pilotos acabou complicando suas chances, mas Sebastian não conseguiu mostrar uma performance de forma a minimizar as escolhas feitas pelo time. Parece que Vettel ainda não recuperou a confiança total em sua tocada, e ainda por cima, anda desconcentrado pela pressão que sofre do jovem Charles LeClerc como companheiro de equipe, o que teria motivado sua batida nos pneus no terceiro treino livre em Monte Carlo, quando o monegasco alcançou o melhor tempo da sessão. Com contrato válido para 2020, Vettel em tese está garantido na Ferrari até o final do ano que vem, mas já começaram a surgir alguns boatos afirmando que o alemão poderia pendurar o capacete ao fim da atual temporada, motivado pela falta de perspectivas de lutar pelo título com a Ferrari. Seria uma perda para a F-1, mas mais um prego no caixão da reputação de Vettel, se lembrarmos de como ele pulou fora da Red Bull após ser superado por Daniel Ricciardo em 2014, buscando refúgio na Ferrari. Vettel tem tudo para pelo menos recuperar a auto estima na Ferrari, com ou sem as trapalhadas do time. Depende só dele.

Equipe Yamaha na MotoGP: O time dos três diapasões mostra que deve ficar novamente de fora da luta pelo título na classe rainha do motociclismo na atual temporada da MotoGP. Valentino Rossi até tem tirado leite de pedra e obtido alguns resultados razoáveis, mas tem se revelado incapaz de duelar pelas vitórias nas etapas da competição, afirmando que está faltando potência às motos da escuderia. Já Maverick Viñales tem pego a peça de “cavalo paraguaio” de treinos, uma vez que o espanhol até tem se classificado bem, mas quase sempre perde várias posições na largada, sendo obrigado a tentar fazer uma corrida de recuperação. E a marca japonesa mostra que está inferior em termos de competitividade não apenas em relação à arquirrival Honda, mas também face à Ducati, e dependendo do momento, até mesmo em relação à Suzuki. Com Rossi dando tudo de si, mas não conseguindo driblar certas limitações do equipamento, e Viñales tendo uma temporada de mais baixos que altos, as chances da Yamaha não são nada boas com relação a tentar disputar o título, ainda mais com Marc Márquez mostrando estar em ponto de bala, como sempre. Será que ainda veremos Rossi disputar e levar um 8º título na MotoGP? O “Doutor” mostra que ainda está rendendo muito, mas sem um equipamento à altura, fica bem complicado...



EM BAIXA:

Superbike Brasil: O campeonato de Superbike Brasil está em um momento bem complicado. A categoria viu outro piloto morrer em suas provas neste último domingo, com o falecimento de Danilo Berto após um acidente na pista de Interlagos, aumentando para 4 o número de competidores que perderam a vida no autódromo paulistano nos últimos três anos, um número que pode ser considerado muito alto para uma categoria, e um circuito. E, querendo melhores condições de segurança para a competição, Honda, Yamaha e Kawasaki decidiram suspender sua participação no campeonato, até que a organização coloque ordem na casa, o que terá sérias consequências para a competição. E urge apresentar providências a respeito, para dar satisfações sobre as condições de competição dos pilotos, lembrando que em abril último, outro piloto, Mauricio Paludete, já havia falecido também em Interlagos, vítima de outro acidente em outra etapa da Superbike Brasil. Vale mencionar que o autódromo paulistano é considerado ainda inseguro para competições de motociclismo, e infelizmente, os fatos de 4 mortes em 3 anos no circuito mais do que corroboram para tal avaliação. O esporte a motor nacional já não anda muito bem, sobrevivendo como pode no cenário de instabilidade econômica, e não precisa de tragédias como essa para complicar ainda mais a situação.

Equipe Ferrari: O time de Maranello parece mais perdido que cego em tiroteio na atual temporada de F-1. A escuderia antecipou algumas atualizações para a pista do Azerbaijão procurando minimizar a desvantagem para a Mercedes, mas a grande esperança era mesmo o grande pacote de atualizações previsto para a etapa da Espanha, no mesmo circuito onde, na pré-temporada, a escuderia italiana deixou todos empolgados com a possibilidade de a hegemonia da Mercedes ser finalmente desafiada, e quem sabe, encerrada, com a Ferrari a lutar mais forte do que nunca pelo título. Mas o que se viu foi uma escuderia que, além de não conseguir diminuir sua desvantagem, ainda se perdeu nas estratégias de corrida. E nem mesmo em Mônaco, onde em tese as chances de um melhor resultado poderiam ser maiores, a rossa conseguiu se acertar, chegando ao cúmulo de humilhar Charles LeClerc com um erro crasso na classificação que deixou o monegasco fora já no Q1 do treino classificatório. E já começaram algumas trocas entre os staffs da escuderia, denotando que a cobrança pela falta de performance do projeto de 2019 já começou, o que pode levar a algumas reestruturações dentro do time, que se vê mais numa luta renhida com a Red Bull, que começa a ameaçar cada vez mais, do que em tentar desafiar a Mercedes, que venceu todas as corridas na temporada até agora, e dá pinta de que pode repetir a dose em todas as demais provas da temporada.

Transmissão da Globo das corridas de F-1: Sempre dizem que não há nada que não esteja tão ruim que não possa piorar, certo? Bem, em se tratando das transmissões da Globo na categoria máxima do automobilismo, eis que a emissora carioca resolveu inovar na sua forma de transmitir as corridas, mas que se por um lado tornou a cobertura mais ampla, por outro, especialmente para quem vê as provas apenas pela TV aberta, acabou ficando pior do que já era. Com a decisão de dividir a transmissão das provas entre a emissora de sinal aberto, e a internet, através do site do Globoesporte.com, a Globo deu mais um tiro no pé. Se por um lado está oferecendo um material bem interessante do que acontece antes da largada, com um início de até uma hora antes, cortar a cerimônia do pódio após a bandeirada, para deixar isso apenas na transmissão de internet deixou muita gente furiosa, pois tal cerimônia é parte da prova, e com o seu encerramento, aí sim poderia até se concentrar em mostrar mais do pós-corrida pela internet. A Globo, que já não manda uma equipe de transmissão completa para as corridas há alguns anos, preferindo mandar apenas uma equipe de reportagem, erra no timing e abusa da paciência dos fãs, especialmente aqueles que não tem outra opção de acompanhar as corridas que não seja pela emissora brasileira. Fazer uma transmissão picada e misturada com dois meios de comunicação pode parecer interessante, mas a Globo preferiu o caminho que lhe é mais cômodo, sem se esforçar em realmente oferecer uma transmissão melhor. Desse jeito, melhor levar as corridas em definitivo para o SporTV, e fazer lá uma transmissão mais decente, na opinião de muitos. E chego a concordar com eles...

Punições na Stock Car: A maior categoria automobilística do Brasil comemorou 40 anos no início de 2019, e isso não é pouca coisa, lembrando que muitos certames mundo afora não tem tantos anos de existência para se vangloriar assim. Mas o campeonato que deveria coroar estas 4 décadas de existência está vendo várias punições que tem deixado até mesmo a Vicar horrorizada com a situação, uma vez que o cumprimento do regulamento fica a cargo da CBA, e a Vicar tem considerado que nunca o tratamento da CBA para com a Stock foi tão amador, jogando na entidade que comanda o automobilismo nacional toda a responsabilidade pelas punições que cassaram a vitória de Ricardo Zonta no Velocitá, e mais recentemente, de Thiago Camilo. Afinal, a CBA desclassificou Zonta da corrida que venceu, mas sem dar satisfações oficiais do motivo da punição, o que deixou a direção da Stock Car numa saia justa com os torcedores. Já não é a primeira vez que a categoria tem punições questionáveis, seja pela regra, seja pelo modo como a aplicam. E Cacá Bueno já disse cobras e lagartos sobre isso tempos atrás, quando foi claramente prejudicado, no que chamou de “perseguição” à sua pessoa. Carlos Col deu uma entrevista esta semana, e chamou até o presidente da CBA de amador, mostrando irritação com as atitudes da entidade, que podem comprometer a imagem de seriedade que a Vicar tenta construir para a Stock. Realmente, o Brasil está mesmo lascado com o pessoal da CBA, e isso já não é de hoje. A exemplo de outras entidades que comandam esportes neste país, a CBA precisa passar por uma limpa e um expurgo completo, para se eliminar um bando de cretinos e imbecis que de positivo nada fazem realmente pelo esporte nacional...

Tentativa de Fernando Alonso de competir na Indy500 2019: Se a primeira incursão de Fernando Alonso nas 500 Milhas de Indianápolis, em 2017, foi cercada de pompa e expectativa, com o espanhol sendo um dos destaques da corrida, que chegou até a liderar, a nova investida da McLaren e do piloto agora em 2019 foi um fracasso monumental. Menos pelo equipamento em si, e mais pelo péssimo gerenciamento do projeto, que fez a McLaren tentar um vôo bem mais solo do que o de 2017, com um chassi e motor completamente novos, e associado a um time sem tradição ou expectativa de bom desempenho na corrida centenária do Indianapolis Motor Speedway. Foram vários erros na preparação, e muito pouca disposição em corrigi-los, de modo que quando Alonso foi para a pista, não havia muito o que o talento do espanhol pudesse fazer para compensar. Bem que o asturiano tentou, mas seus tempos não foram suficientes para lhe garantir um lugar entre os 33 carros que largariam na corrida. Ao menos, tiveram a decência de não “comprar” um lugar para Alonso competir entre os carros que se classificaram para a prova, procedimento que já ocorreu várias vezes em sua longa história. Mas, mesmo que tivesse conseguido um lugar no grid, pela performance, ou melhor, falta de performance, Alonso não passaria de um coadjuvante na edição 2019 da Indy500, sem chance alguma de lutar pela vitória, o seu grande objetivo de alcançar a Tríplice Coroa do Automobilismo. O jeito é tentar de novo no ano que vem, usando os acontecimentos deste ano como lição para que não se cometam os mesmos equívocos...