E o mês de abril já está indo
embora, e portanto, é hora de mais uma postagem da Cotação Automobilística, com
uma avaliação de alguns dos principais acontecimentos do panorama do mundo da velocidade
nestas últimas semanas, com meus comentários de costume a respeito. Estejam ou
não de acordo, apreciem e curtam o texto, no tradicional esquema de sempre: em
alta (cor verde), na mesma (cor azul), e em baixa (cor vermelha). Uma boa
leitura a todos, e até a próxima edição da Cotação Automobilística do mês que
vem, com as avaliações dos acontecimentos do mundo das corridas no mês de maio.
Até lá...
EM ALTA:
Lewis
Hamilton: O piloto inglês já assume a posição de favorito ao título da
temporada, depois de duas vitórias consecutivas no campeonato, tendo inclusive
vencido a milésima corrida da história da F-1, e sendo o primeiro piloto a
vencer mais de uma prova centenária. Hamilton foi preciso na pilotagem na
China, não dando chances de Valtteri Bottas ameaça-lo na luta pela vitória, e
graças a uma pilotagem aguerrida, e a um pouco de sorte, venceu também a prova
do Bahrein, onde a Mercedes havia sido superada pela Ferrari com sobras.
Invertendo o favoritismo da pré-temporada, que apontava para a Ferrari, Lewis,
a exemplo do que fez em 2018, vem aproveitando todas as oportunidades na pista,
e já assumiu a liderança do campeonato, aproveitando para tentar abrir uma
dianteira confortável, para a eventualidade da situação mudar no decorrer do
ano. E parece que vai ser difícil impedir que o piloto inglês some mais um
título ao seu já vitorioso currículo. Ainda é cedo para dizer que Hamilton não
terá adversários na luta pelo título, mas a julgar pelo que seus rivais na
pista fizeram até agora, tudo parece caminhar neste sentido, a menos que haja
mudanças na competição, o que não é impossível, mas parece ser meio complicado
de ocorrer.
Campeonato
da Formula-E 2018/2019: A atual temporada do campeonato de carros monopostos
elétricos segue completamente indefinida no que tange à luta pelo título. Com 7
provas disputadas até o momento, tivemos a incrível marca de 7 vencedores
diferentes, de iguais 7 times também diferentes. Na classificação, temos nada
menos que 9 pilotos separados por apenas 13 pontos, e todos eles com potencial
para engrossar a luta pelo título. O panorama muda de corrida para corrida, e
quem é visto como favorito em um momento pode ser suplantado por outro
concorrente no momento seguinte, de modo que, iniciando a segunda metade do
campeonato, nenhum piloto está conseguindo estabelecer primazia na disputa, que
está mais parelha e equilibrada do que jamais se viu na categoria desde sua
criação. Apenas Dragon, Nio, HWA e e.dams não venceram até o presente momento
na temporada, o que pesa contra justamente mais sobre esta última, time que já
foi campeão com Sébastien Buemi, e ainda possui grande capacidade técnica e
competitividade, podendo vencer a qualquer momento. Mesmo os favoritos de
costume, pelo histórico na competição, estão no meio do bolo, sem conseguirem
impor-se aos demais. Todos estão centrados em manter a constância de
resultados, pois o menor vacilo pode jogá-los lá para trás, e minarem suas
chances de se manter na luta pelo título. Se é verdade que a F-E ainda tem
problemas que precisam ser resolvidos, no campo da competitividade e
imprevisibilidade, o certame está imbatível. Quem conseguirá ser o campeão
deste ano?
Alex
Rins: O piloto da equipe Suzuki vem fazendo uma temporada de destaque na
MotoGP, mostrando que a fábrica japonesa vem firme para tentar se juntar às
compatriotas Honda e Yamaha na busca pelo sucesso na classe rainha do
motociclismo. Com um equipamento mais competitivo, Rins fez uma bela exibição
no GP dos Estados Unidos, passando a lutar firme pela vitória após a queda de
Marc Márquez, junto com Valentino Rossi. E Alex soube dar o bote no momento
certo para tomar a liderança do “Doutor”, e se garantir na pista para cruzar a
linha de chegada em primeiro lugar pela primeira vez na categoria, resgatando
para a Suzuki os bons momentos obtidos por Maverick Viñalez quando este
defendia a escuderia. O triunfo alçou Rins à 3ª colocação do campeonato, com 49
pontos, apenas 5 atrás do líder Andrea Dovizioso, e 2 atrás do vice-líder
Valentino Rossi. Rins sabe que o campeonato será bem mais difícil,
especialmente quando Márquez não tiver problemas nas corridas, mas sabe que
pode incomodar os ponteiros, e quem sabe, lutar por outras vitórias, mostrando
toda a sua capacidade com uma moto que vem evoluindo bastante. E em um
campeonato que até o presente momento vem tendo resultados mais ou menos
equilibrados, apesar do favoritismo teórico e prático do atual campeão da
equipe Honda, aproveitar todas as oportunidades será crucial para realizar uma
boa temporada. Os rivais que fiquem atentos ao seu novo adversário, porque ele
promete dar trabalho para eles na pista...
Josef
Newgarden: O piloto da equipe Penske, campeão em 2017, vai construindo aos
poucos seu caminho rumo ao bicampeonato da Indycar. Josef vem mantendo uma
grande regularidade no atual campeonato, tendo subido ao pódio em 3 das 4
corridas, sendo que um deles foi pela vitória na prova inaugural, em São Petesburgo,
na Flórida. Seu pior resultado até aqui foi o 4º lugar na etapa do Alabama,
tendo sido 2º colocado em Austin e Long Beach, etapas em que conseguiu garantir
muitos pontos na frente dos demais concorrentes, já que as outras vitórias
ficaram para Colton Herta, Takuma Sato, e Alexander Rossi. Com a constância de
resultados, Newgarden lidera o campeonato com 28 pontos sobre Rossi, o
vice-líder, que por sua vez, tem apenas 5 pontos de vantagem para Scott Dixon,
e ambos são dois pilotos que mostraram do que são capazes no ano passado,
quando duelaram pelo título até a última corrida. Em um campeonato onde vários
pilotos podem vencer corridas, manter-se sempre no pódio, ou perto dele, com
resultados constantes e regulares, é uma arma poderosa para se manter firme na
luta pelo título, o que não quer dizer que Josef não lutará por vitórias ao
longo do ano. Contando com um carro competitivo e um time de ponta como a
Penske, Newgarden vem dando um baile em seus companheiros de equipe, Will Power
e Simon Pagenaud, que ou vem tendo muitos azares (Power) ou apresentando
performances muito aquém do esperado (Pagenaud). Os rivais que não fiquem
atentos com o piloto, que já mostrou sua capacidade em várias oportunidades.
Max
Verstappen: Ter de assumir definitivamente a liderança da Red Bull na pista
parece ter feito bem ao intrépido piloto holandês, que vem mostrando uma
pilotagem precisa, e sem se meter em confusões, ao menos até o presente momento
na atual temporada da F-1. Max parece ter finalmente entendido que não precisa
deixar de ser arrojado, bastando apenas ter um pouco mais bom senso para evitar
se envolver em problemas. Verstappen subiu ao pódio na Austrália, e foi 4º
colocado tanto no Bahrein quanto na China, obtendo o máximo que o carro da Red
Bull permite sonhar neste momento. Nem mesmo quando duelou com Sebastian Vettel
por posição em Shanghai o holandês mostrou precipitação na disputa roda a roda,
como havia feito no ano passado, quando estragou sua corrida, e deixou a
vitória para seu companheiro de equipe Daniel Ricciardo. Max tem tudo para
fazer uma grande temporada, aproveitando dos erros dos rivais na pista, desde
que não se complique por si só, como vem fazendo a Ferrari com sua dupla de
pilotos. Por outro lado, Max tem corrido boa parte das provas sozinho em sua
posição, sem ser ameaçado, o que tem contribuído para o piloto se concentrar em
tentar chegar o mais próximo possível dos adversários à sua frente. Vamos ver
se ele continua a manter o controle quando estiver sendo acossado em alguma
disputa ferrenha de posição na pista. Até o momento, Max vem cumprindo seu
papel à risca, e com Pierre Gasly ainda devendo em termos de performance, o
time dos energéticos neste momento precisa contar com Verstappen em sua melhor
forma mais do que nunca, e ele parece ter compreendido que não pode comprometer
o time arrumando confusão na pista. Se ele não se enrolar novamente em algum
percalço, será muito ruim para seus adversários, que terão um rival muito mais
forte e competitivo na pista para terem de superar...
NA MESMA:
Equipe
Ferrari: O time italiano não vem tendo o início de temporada que se esperava,
depois dos excelentes resultados demonstrados na pré-temporada. Mesmo
relativizando os dados dos testes, ninguém esperava ver a escuderia de
Maranello ter uma performance tão inferior à da Mercedes, que vem nadando de
braçada nos resultados até aqui. Pior é ver o time rosso ainda se perdendo nas
estratégias de corrida, e na preferência descarada a Sebastian Vettel, tanto
que acabaram por prejudicar o novo piloto do time, o talentoso Charles LeClerc,
que já sentiu o problema afetando seus esforços nas corridas, impedindo-o de
obter melhores resultados. Ordens de equipe não são novidade no time italiano,
mas o pior é ver isso ser feito desde a primeira corrida da temporada, e em
todas as provas disputadas até aqui, demonstrando falta de confiança em seu
principal piloto, e sem obter os resultados práticos que obrigatoriamente
deveria ter com tal artifício, cuja maior consequência até aqui tem sido
comprometer a imagem da escuderia, e de Sebastian Vettel. Não bastando estes
problemas gerenciais, a escuderia também está descobrindo que seu equipamento
não é tão fiável como se esperava, já tendo apresentado problemas mecânicos em
uma corrida, e obrigando-os a limitar a performance nas outras provas, a fim de
manterem a confiabilidade. A persistirem estes problemas, a Ferrari estará mais
uma vez entregando o campeonato nas mãos da arquirrival Mercedes, e ficando
mais um ano na fila de espera, que já completou mais de uma década, sem
conseguir um novo título de campeão na Fórmula 1. E um grande revés para o novo
diretor Mattia Binotto, promovido para a função por acharem ser capaz de
entregar os resultados que Maurizio Arrivabene não conseguiu prover. Seria o
terceiro ano consecutivo que a Ferrari demonstra potencial para ser campeã, e
fica de novo de mãos abanando, vendo os rivais sendo mais competentes que ela.
Não vai demorar para a torcida cair novamente de pau nas críticas sobre a
atitude da escuderia...
Equipe
Williams: A má impressão sobre a falta de competitividade do modelo FW42
infelizmente confirmou-se nas etapas seguintes da competição, com o monoposto
do time de Grove infelizmente condenando sua dupla de pilotos a apenas fazerem
figuração nos GPs. Como se não bastasse o carro ser lento, George Russell ainda
afirmou que as reações do carro não são as mais confiáveis, afirmando que não
dá para andar a 100% com o bólido justamente por não ter uma base de como ele
vai se comportar na curva seguinte, indicando que o desempenho do carro é
completamente irregular e até imprevisível. O time vai ter muito trabalho para
corrigir as deficiências do modelo, e as atualizações já implantadas nestas
primeiras corridas praticamente não surtiram resultados práticos. Com Paddy Lowe
afastado, a escuderia trouxe de volta Patrick Head, um dos fundadores do time,
que até o início da década ocupava o cargo de diretor técnico, como consultor,
a fim de encontrar um rumo para o desenvolvimento do bólido, e tentar ao menos
salvar parte da temporada, que se prenuncia a mais sombria da história da
tradicional escuderia, que ocupa a última colocação na classificação de
construtores, sendo o único time a não pontuar até aqui, e que pelo andar da
carruagem, digo, dos carros, vai ser um objetivo bem difícil de se alcançar,
pelo déficit de performance para os demais carros do grid. O time espera
corrigir parte dos problemas a partir da prova da Espanha, mas já há quem
afirme que o novo carro é tão ruim que o melhor mesmo é esquecer 2019 e se preparar
para 2020. Quem achava que 2018 foi ruim...
Romain
Grosjean: Grosjean está vivendo um incômodo repeteco em 2019 da situação vivida
no início da temporada do ano passado, quando passou várias corridas sem
pontuar, em boa parte por erros próprios, enquanto seu companheiro Kevin
Magnussen pontuava regularmente, e levava o time sozinho adiante. Romain até
agora não conseguiu pontuar na temporada, mas diferente de 2018, por problemas
alheios a seu controle, e não a burradas ao volante. O piloto acabou abandonando
a corrida australiana por problemas de suspensão, e no Bahrein, acabou
abalroado logo no início da corrida. Grosjean só foi receber a bandeirada no GP
da China, mas numa etapa onde a Hass não conseguiu se acertar e ter um bom
desempenho, tendo terminado em 11º lugar, continuando sem pontos na competição.
Outro consolo, se é que se pode chamar assim, é que Magnussen não está indo tão
bem este ano quanto em 2019: o dinamarquês só marcou pontos na Austrália, tendo
ficado zerado nas outras duas corridas, tendo apenas 8 pontos na classificação,
um pouco menos desproporcional do que no ano passado, quando Kevin tinha
marcado 11 pontos nas primeiras três corridas. Mesmo assim, a perspectiva de
continuar zerado na pontuação certamente não é algo que agrade muito o piloto
francês, uma vez que a Hass não tem nenhum piloto garantido para 2020.
Portanto, resultados urgem ser conquistados...
Valtteri
Bottas: O piloto finlandês iniciou a temporada com o pé direito em Melbourne,
conseguindo assumir a liderança da corrida australiana logo na primeira curva e
vencendo sem ser contestado, dando a impressão de que não seria mais o piloto
passivo visto em 2018. Bem, Lewis Hamilton tratou de colocar ordem na casa, e
deixou Bottas comendo sua poeira nas duas provas seguintes, que ganhou com uma
pilotagem bem mais aguerrida e determinada. Valtteri acabou caindo para a 2ª
posição na classificação, mas tirando a etapa barenita, onde foi amplamente
superado pelo inglês na pista, na China, apesar de não ter ameaçado Lewis na
luta pela vitória, andou forte e próximo do atual campeão o tempo todo,
contribuindo para a Mercedes deter três dobradinhas nas 3 corridas disputadas
até aqui em 2019, algo que não pode ser menosprezado. Tanto que Toto Wolf até
já insinua em pode não mexer na formação do time para a próxima temporada,
dando a entender que Bottas pode ganhar mais um ano no time, desde que
mantenha-se firme na pista, e vença as corridas que porventura Hamilton acabar
não conseguindo faturar. Mas o finlandês não pode esmorecer durante o ano, como
ocorreu em 2018, quando iniciou a competição com desempenho parelho ao de
Lewis, e despencou com o andamento do campeonato, sendo superado por Sebastian
Vettel, Kimi Raikkonen, e até Max Verstappen, na classificação final do ano.
Maverick
Viñalez: O piloto espanhol não vem tendo o início de temporada que todos
imaginavam. Chegando à Yamaha no ano passado depois de mostrar sua capacidade
com a Suzuki, Maverick acabou sendo pego pela queda de performance do time dos
três diapasões, que ficou sem conseguir disputar o título pela primeira vez em
muitos anos, ficando à sombra do duelo Honda X Ducati. Mas ao menos Viñalez
conseguiu evitar que a equipe japonesa passasse o ano sem nenhuma vitória, o
que elevou o seu astral, mesmo tendo terminado o ano de 2018 atrás de Valentino
Rossi na classificação, o que fez o time da Yamaha basear-se mais nas suas
indicações do que nas do italiano para conceber a moto de 2019. Mas até agora,
o que se tem visto é Maverick se complicar sozinho, caindo para trás nas
corridas, e tendo de recuperar o terreno perdido, sem muito êxito. Em
contrapartida, Rossi até pode ter largado atrás do colega de time espanhol, mas
sempre avançou à frente, e no presente momento, o “Doutor” é o vice-líder da
competição, com 51 pontos, enquanto o “Mavecão” é apenas o 12º colocado, com
apenas 14 pontos, levando Viñalez a já ser chamado de “cavalo paraguaio” por
vários torcedores, por conseguir até boas posições de largada, mas não render o
mesmo na corrida, sendo superado por vários rivais. Situação mais complicada,
só a de Jorge Lorenzo em relação a Marc Márquez no time oficial da Honda.
Enquanto Rossi, mesmo quarentão, vai dando aula de como se manter competitivo
na pista a essa idade, Viñalez está devendo muito, e se não reagir, pode acabar
sendo rifado do time japonês para 2020, embora conversas neste sentido ainda
sejam completamente prematuras. Mas, se ele não se cuidar... Sabe-se lá o que
pode acontecer...
EM BAIXA:
Sebastian
Vettel: O tetracampeão alemão iniciou a temporada com o status de grande
desafiante ao título para Lewis Hamilton. Com a Ferrari ostentando um
favoritismo velado na pré-temporada, esperava-se que Vettel repetisse a
excelente arrancada inicial de 2018, com um carro em tese mais competitivo que
o da rival Mercedes. E contando com a preferência da direção da escuderia, que
obviamente lhe daria todo o apoio para a disputa, que muitos dizem ter falhado
no ano passado, permitindo a reação do rival Hamilton. Mas o que se viu até
agora não correspondeu às expectativas. Vettel em momento algum brigou pela
vitória nas três provas realizadas até o momento, tendo precisado de uma ordem
de equipe para terminar a prova da Austrália à frente de seu novo companheiro
Charles LeClerc, e repetindo a dose na etapa da China, o que pegou mal para sua
imagem, de precisar de ordens de equipe escancaradas já nas primeiras provas
para não ser superado pelo novo companheiro de equipe. Para piorar, Sebastian
ainda levou um baile de LeClerc no Bahrein, e enquanto o parceiro comandava a
corrida, que só não venceu por um problema no carro, Vettel se viu em uma
disputa com Hamilton pela segunda posição, a qual perdeu novamente, por rodar
sozinho na tentativa de devolver a ultrapassagem feita pelo inglês. Questionado
pelo seu rendimento, o alemão preferiu sair acusando a imprensa de “mau
jornalismo”, além de acusar também a Mercedes e o rival Hamilton de usarem os
mesmos expedientes da Ferrari no que tangem às ordens de equipe, e isso depois
de Hamilton ainda defender Vettel das críticas sofridas. Pelo visto, ou Vettel
reage na pista e mostra porque foi tetracampeão na Red Bull, ou corre o risco
de ser crucificado muito em breve pela exigente torcida ferrarista, que já vê
em LeClerc alguém mais combativo e determinado para lutar pelos melhores resultados
na pista do que Sebastian, que pode ser mais um campeão a sair de Maranello
pela porta dos fundos...
Nelsinho
Piquet: Primeiro campeão da Formula-E, o brasileiro Nelsinho Piquet encerrou
sua participação na categoria, após uma saída em comum acordo com o seu time
atual, a Jaguar, depois de marcar apenas 1 ponto nas corridas da primeira
metade da atual temporada da categoria. Nelsinho nunca mais conseguiu obter na
F-E o mesmo sucesso obtido na temporada de estréia. Muito disso se deveu ao
fato de seu time adotar equipamentos pouco competitivos, restringindo as
chances de Piquet defender seu título e lutar por melhores resultados.
Contratado pela Jaguar, Nelsinho até começou bem em sua nova escuderia, o que
dava esperança de voltar a disputar as primeiras colocações, e quem sabe,
voltar a vencer na F-E. Mas, a partir de certo momento, tudo começou a dar
errado, e mais do que apenas azar, o próprio piloto começou a ir mal nas
corridas, especialmente na temporada atual, quando Piquet acabou sendo batido sistematicamente
por seu companheiro de equipe Mith Evans. O brasileiro acertou para disputar o
campeonato da Stock Car, e preferiu se concentrar apenas neste certame, visando
dar maior foco à sua atividade. Na prática, Piquet saiu por não mostrar mais o talento
que o levou a ser campeão da F-E. O brasileiro saiu por baixo, e terá muito
trabalho para resgatar sua imagem mesmo na Stock Car, onde seu desempenho no
ano passado também ficou a dever. Resta saber se o filho do tricampeão de F-1
Nélson Piquet irá recuperar o rumo de sua carreira a partir de agora. Talento e
capacidade ela já mostrou que tem, mas que nos últimos tempos, não conseguiu
mostrar resultados.
Robert
Kubica: O piloto polonês conseguiu fazer um retorno que muitos não imaginavam
ser possível, depois do forte acidente que sofreu em uma etapa de rali no
início de 2011, ao voltar a pilotar um carro de F-1 em 2017. Derrotado na luta
por uma vaga de titular na Williams em 2018, Robert acabou efetivado neste ano,
mas acabou pegando uma verdadeira bomba, que é o péssimo carro que o time de
Grove projetou para esta temporada, que já mostrou ser o pior do grid sem
nenhuma sombra de dúvidas. O que deveria ser um retorno triunfante, de uma luta
de superação para voltar a ser o piloto que já foi considerado um campeão em
potencial na F-1, tornou-se um pesadelo, e em mais de um aspecto: Kubica vem
sendo superado pelo companheiro de equipe, o inglês George Russell, em todas as
corridas desde o início do ano, e muitos já começam a descer a lenha no
polonês, como se seu sonho de voltar a competir na F-1 fosse um erro, já que
ele não tem se mostrado tão rápido quanto o novato companheiro de equipe. É uma
percepção errada, pois Kubica, de certo modo, hoje é tão novato quanto Russell
na F-1, pelos anos que ficou afastado, e que as atividades do ano passado não
conseguiram compensar adequadamente. E Russell, a exemplo de Lando Norris, é
considerado um grande talento, advindo da F-2, onde foi campeão no ano passado.
Assim, em tese, perder para Russell não deveria ser encarado como algo
vergonhoso, pois reafirma o grande talento do inglês, que também está no auge
de sua forma física. Infelizmente, o fracasso da Williams este ano também
resvala em Kubica, que como piloto de testes da escuderia inglesa no ano
passado, tinha condições de fornecer parâmetros decentes para o projeto do novo
carro. Como as coisas deram errado, estão culpando o piloto também pelo fiasco
do novo carro, assim como seu retorno à F-1. É uma pena o que está acontecendo
com Robert, e lamentavelmente, isso só ofusca a grande luta que ele fez para
voltar a competir, e na atual situação, muito dificilmente ele conseguirá
mostrar sua capacidade novamente na categoria máxima do automobilismo.
Comemoração
do 1.000º GP de Fórmula 1: A marca histórica de mil corridas atingida pela
categoria máxima do automobilismo no Grande Prêmio da China deste ano tinha
tudo para ser um evento histórico, mas que acabou ficando muito aquém do que
todos esperavam. Disputada em um país que não tem a mesma intimidade e paixão do
torcedor pelo automobilismo, a prova chinesa viu homenagens bem fracas em
relação à história da F-1 que ali atingia uma marca de respeito. Para piorar, o
próprio Liberty Media parece não ter feito muito esforço para tornar o momento
mais relevante, com a implantação de atividades e eventos mais respeitosos.
Acabou parecendo demais com uma corrida como as demais, sem nada especial, e
infelizmente, não se pode culpar os torcedores chineses por não se empolgarem
muito com o evento especial que estavam presenciando naquele dia. Ficava a
esperança de uma grande corrida para agitar o público, e honrar as 999 corridas
anteriores, mas tivemos uma prova bem chinfrim em termos de disputas, com Lewis
Hamilton, vencedor da corrida, e seu time, a Mercedes, serem os únicos a
comemorarem de fato a corrida, por motivos óbvios. E nem mesmo no pelotão
intermediário tivemos disputas que fossem capazes de levantar o torcedor, fosse
na arquibancada, ou no sofá de casa. E nem é preciso dizer que a Ferrari, com
sua ordem para LeClerc deixar Vettel passa-lo na pista, só deu mais
descredibilidade ao momento, e depois, muitos ainda vão ficar questionando
porque a F-1 está perdendo popularidade e fãs pelo mundo afora, quando não
conseguem nem comemorar uma data histórica devidamente, e apresentar uma prova
decente que faça juz à importância da categoria máxima do automobilismo, que no
momento, não parece ser tão máxima assim...
Mudança
nas regras de classificação nas 500 Milhas de Indianápolis: Que a Indycar vem
conseguindo recuperar algum terreno nos últimos anos, isso é muito positivo.
Mas quando alguém sugere fazer um tipo de “reserva de vagas” para a corrida
mais importante e famosa do calendário, isso significa jogar no lixo a
seriedade e profissionalismo que muitos se esforçaram tanto para construir nos
últimos anos. Agora, Roger Penske e Chip Ganassi estão propondo à direção da
categoria que os times “tradicionais” que competem o ano inteiro tenham vagas
garantidas no grid de Indianápolis, alegando que uma eliminação numa não classificação
para a corrida é uma injustiça com quem se dedica a todo o campeonato, e que
não deveria ficar de fora da tradicional prova, por sua vaga ter sido ocupada
por alguém que compete apenas na Indy500, e que por um golpe de sorte, andou
melhor que quem anda toda a temporada. Um absurdo. Isso só serve para minar a
imagem de um campeonato sério e organizado. O que deve valer é o cronômetro, e
nada mais. Roger Penske amargou a desclassificação de seu time na prova de
1995, quando nenhum de seus pilotos conseguiu tempo para alinhar nas 33 vagas
do grid. A Penske não entrou em crise por causa disso, por mais desagradável
que tenha sido o momento vergonhoso do time mais bem-sucedido nas categorias
Indy não conseguir alinhar na prova. EW, curiosamente, quando Tony George
estipulou vagas restritas para pilotos “forasteiros” na segunda metade dos anos
1990, quando criou a IRL (atual Indycar), Roger Penske foi um dos que
repudiaram veementemente a idéia. Como os tempos mudam... E pior, é Mark
Milles, diretor da categoria, anunciar que vai analisar seriamente a idéia, que
consistiria em deixar também o treino do Bump Day apenas para os carros que
disputam somente a Indy500...
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