Saudações, pessoal. Hoje trago mais
uma de minhas antigas colunas, publicada em 29 de maio de 1998, praticamente há
20 anos atrás. O assunto em questão era como Mika Hakkinen parecia caminhar
firme e decididamente rumo ao título da F-1 naquela temporada, sem que seu
companheiro de equipe David Coulthard conseguisse ao menos dificultar um pouco
as coisas, a fim de deixar a disputa um pouco mais emocionante. Restava a esperança
de que Michael Schumacher e a Ferrari conseguissem complicar um pouco as coisas
para evitar que o campeonato ficasse na disputa de um piloto só, e o bicampeão
alemão até que conseguiu reagir e fazer com que a disputa pelo título se
estendesse até o final do ano. Mas naquele momento, findo o GP de Mônaco, a
situação era um pouco menos inspiradora, uma vez que Schumacher descobriu que
precisava lidar com mais pilotos na pista do que simplesmente a dupla da
arquirrival McLaren, e que nem todo mundo tinha intenção de abrir passagem para
ele numa ultrapassagem. De quebra, a coluna traz também tópicos rápidos a
respeito da IRL, que havia realizado a Indy500 no fim de semana anterior, e um
pouco sobre a F-CART, e sobre nossos pilotos na F-3 Inglesa e na F-Vauhall. Uma
boa leitura a todos, e em breve trago mais colunas antigas por aqui...
HAKKINEN CAMPEÃO?
No
final das contas, o Grande Prêmio de Mônaco de Fórmula 1 acabou sendo uma ducha
de água fria para Michael Schumacher, seus torcedores, e todos aqueles que
esperavam um pouco mais de emoção e disputa no campeonato. Não houve nem mesmo
briga pela vitória nas ruas do Principado, um circuito que tradicionalmente
privilegia os pilotos mais habilidosos e hábeis ao volante, o que fazia de
Michael Schumacher o nome mais provável para derrubar a supremacia da McLaren.
Só
que Schumacher cometeu um erro crasso, ao achar que só há 4 carros na F-1, os
da McLaren e da Ferrari, e não contava com outros pilotos atrapalhando seus
planos, e também disputando posições na corrida. E foi nisto que o bicampeão
alemão se deu mal: ficou em 4º no treino de classificação, e na corrida, ao
invés de disputar posição com as McLaren, Michael se viu brigando com os
pilotos da Benetton na pista, que mostraram estar mais competitivos do que a
Ferrari nas ruas monegascas. Depois de tentar sem sucesso passar Giancarlo
Fisichella na pista, Schumacher conseguiu a posição nos boxes, graças ao
trabalho de pit stop mais eficiente da Ferrari, mas na volta à pista encontrou
outro piloto da Benetton, Alexander Wurz, no seu caminho. Schumacher, como já
fizera algumas vezes, forçou a ultrapassagem, mas Wurz não arredou o pé:
tocaram rodas durante algumas curvas e a Ferrari acabou com a suspensão
danificada. O austríaco nem pôde comemorar muito, pois algumas voltas depois
bateu sozinho na saída do Túnel e deu adeus à corrida. Já o alemão foi ao Box,
consertou o carro e terminou a corrida em último.
Lá
na frente, para variar, Mika Hakkinen correu praticamente sozinho.
Pole-position, o finlandês pulou na frente e não largou mais a liderança. David
Coulthard só não fez mais uma dobradinha para a McLaren porque o seu motor
Mercedes estourou no meio da corrida, deixando o escocês a pé. Agora, com 22
pontos de vantagem para Schumacher e 7 para Coulthard, Hakkinen é mesmo o
favorito para ser campeão este ano.
A
Ferrari, que até o momento se autoproclamava a rival da McLaren no campeonato,
vai ter de se cuidar para não ser atropelada pelas outras equipes, como a
Benetton, e a se levar em conta que a Williams estreará um carro revisado no
Canadá que, teoricamente, deve aumentar a competitividade do time inglês, o
time de Maranello deverá ter mais dores de cabeça para encarar. O pior é que,
teoricamente, a expectativa é a Benetton, Ferrari e Williams se emparelharem,
com performances similares, e isso deve aumentar as disputas e brigas na pista.
Por outro lado, como a McLaren está sobrando, a expectativa de luta pelo
título, a não ser que David Coulthard consiga melhorar na classificação do
campeonato e se aproximar do seu colega de equipe finlandês, ficará restrita à
corrida isolada de Hakkinen ao título. Se a McLaren conservar sua supremacia,
Ron Dennis deixará que seus pilotos lutem livremente pelo título. Mas até o
momento atual, Coulthard meio que está devendo, e se a concorrência se
aproximar, o escocês poderá ter, nas provas finais, que se conformar em ser
segundo piloto do time, se necessário.
Pelo
bem da competição, é bom que Coulthard se recupere logo. Já a Ferrari, Benetton
e Williams...
Eddie Cheever venceu domingo passado a 82ª edição das 500 Milhas de
Indianápolis. Em segundo lugar ficou Buddy Lazier, que havia vencido a corrida
em 1996. Steve Knapp, estreante na prova, ficou em 3º lugar. Marco Greco e Raul
Boesel, únicos brasileiros presentes na corrida, tiveram problemas mecânicos e
não completaram a corrida, ficando em 14º e 19º, respectivamente. Os maiores
favoritos da corrida, Tony Stewart e Arie Luyendick, ficaram pelo caminho
quando tudo estava ótimo na prova para eles, quando ambos ocupavam a liderança:
Stewart liderava quando seu motor GM-Aurora quebrou na primeira metade da
corrida. Já Luyendick, que venceu a prova em 1990 e 1997, estava na frente
quando parou para fazer seu último pit stop. Mas na hora de sair, o câmbio
quebrou, deixando o piloto holandês a pé. A prova ainda foi marcada por um
forte acidente na 47ª volta, quando Jim Guthrie e mais 6 carros bateram forte
numa das curvas. Guthrie foi parar no Hospital Metodista com um braço quebrado,
além de outros ferimentos menores. Antes da prova, houve até um incidente
curioso: um cachorro apareceu andando pela pista. O bicho acabou indo para os
boxes, onde muitas pessoas tentaram agarrar o animal, sem sucesso, que ameaçava
morder qualquer um que tentasse pegá-lo. Depois de cruzar todo o pit line, o
cachorro voltou à pista e depois sumiu de vista na área interna do autódromo.
Pela vitória nas 500 Milhas, Eddie Cheever embolsou cerca de US$ 1,5 milhão.
Em 3 anos competindo na Indy Racing League (IRL), Tony Stewart
tornou-se o maior nome da categoria como piloto. A partir de 1999, Stewart vai
mudar de ares: o americano assinou contrato de cerca de US$ 30 milhões para
competir na Nascar, a mais popular categoria automobilística dos EUA. O
contrato é válido por 5 temporadas.
Na 8ª etapa da F-3 Inglesa, disputada no circuito de Croft, e pela 8ª
vez, tivemos vitória brasileira. Desta vez, foi Mário Haberfeld que venceu,
enquanto Luciano Burti garantiu a maioria verde-amarela no pódio ao terminar a
prova em 3º lugar. Enrique Bernoldi, líder absoluto do campeonato, abandonou a
corrida. Continuamos matando a cobra e mostrando o pau aos ingleses, que até o
momento continuam comendo poeira de nossos pilotos este ano...
E, para não dizer que é só na F-3 Inglesa, na F-Vauxhall Jr.,
continuamos detonando a concorrência. Em Oulton Park, na 6ª etapa do campeonato, Antonio
Pizzonia faturou a 4ª vitória consecutiva, disparando na liderança do certame.
Procuram-se adversários...
A F-CART está reunida em
West Allis, no Estado de Wisconsin, para a disputa das 200
Milhas de Milwaukee neste domingo. A prova será a última a ser disputada em circuito
oval este ano, até a US500, as 500 Milhas da Califórnia, no fim do campeonato,
que será em uma pista superspeedway...
Roberto Moreno assinou contrato para ser piloto de testes da equipe
Penske até o fim do ano. A contratação do brasileiro é uma tentativa de Roger
Penske de acelerar o desenvolvimento do chassi PC27, que já demonstrou em
Gateway-Madison uma recuperação de competitividade, mas cujo desempenho nas
pistas mistas ainda é incerto...
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