Um
dos assuntos mais discutidos na última semana é a aquisição, por parte do grupo
Liberty Media, dos Estados Unidos, do “controle” da F-1, com o atual detentor
principal, o grupo CVC Partners, repassando sua participação acionária da
holding que é “dona” da categoria máxima do automobilismo mundial, e as
mudanças que podem advir desta mudança de propriedade. Tenho lido relatos e
comentários de que a F-1 tem muito a ganhar com uma mudança de mentalidade na
sua forma de gerenciamento, que precisa urgentemente de um ar de renovação,
para voltar a atrair a atenção do grande público, e não apenas de uma torcida
ferrenha que corre o risco de sumir em pouco tempo.
O
grupo CVC sempre teve uma postura mais “passiva” em seu controle na F-1,
deixando tudo nas mãos da FIA e de Bernie Ecclestone, e o resultado todos
conhecem muito bem: campeonatos com regras exageradas, punições disciplinares
aos pilotos dentro da pista inibindo a competição, corridas em lugares sem
tradição ou apelo (desde que as taxas da FOM fossem aceitas sem restrições),
etc. Agora, todo mundo fala que existe enfim uma luz no fim do túnel, pois os
americanos, com sua postura diferente em relação aos europeus, podem recuperar
a F-1 e trazer sua popularidade de volta. De fato, as possibilidades são
imensas de novos ares no comando ajudarem a arejar a categoria, não apenas nas
regras de competição, mas na própria mentalidade de se conduzir as coisas, e
como se portar perante o grande público. Mas é preciso ir devagar com o andor
dos anseios por mudanças... Não dá para mudar tudo de uma hora para a outra, e
é preciso respeitar o que já está firmado entre todos os participantes.
Entre
o respeito ao que já está acordado entre todos, está o Pacto de Concórdia,
cujas regras atuais foram acertadas até o fim de 2019, e regem todas as
relações dos times com a FOM e a FIA, estabelecendo direitos, regras e deveres
de todos. O respeito aos contratos já firmados é algo que deve ser mantido, sob
o risco de se cair no descrédito e na ruptura unilateral das regras
estabelecidas, o que nunca costuma trazer benefícios, muito pelo contrário. Da
mesma forma, o regulamento técnico atual precisa ser mantido, tomando-se o
cuidado de aparar certas arestas que, por si só, já terão grande impacto no
desenrolar das corridas, e que podem ajudar a tornar a disputa muito mais
interessante. E, mais à frente, promover mudanças mais substanciais na área, de
modo a tornar a competição mais equilibrada e acessível a todos. É preciso dar
tempo a todos para se prepararem para estas mudança que porventura sejam
realizadas, de modo que todos possam se programar adequadamente, sem
sobressaltos que podem ter justamente o efeito contrário do que se deseja, e
acabem piorando a situação, ao invés de melhorá-la.
Mas,
a princípio, o que pode, e deve mudar, é a forma como a F-1 se relaciona com o
seu público alvo. E nesse quesito, muita coisa pode ser feita no curto prazo.
Diferentemente do certame europeu, nos Estados Unidos as competições automobilísticas
tem na relação com seu público uma de suas prioridades máximas. Por conta
disso, os pilotos que participam das competições são “vendidos” ao público como
as estrelas do show, ao lado de seus times. O acesso aos pilotos é muito mais
fácil e cordado que na F-1, onde tudo é regrado ao extremo, e conseguir chegar
perto de seu ídolo é tarefa quase impossível. Um paddock de F-1 é quase uma
fortaleza, e mesmo para quem acesso ao lugar, caso de jornalistas e repórteres,
muitas vezes não se consegue chegar a determinados pilotos com a facilidade
necessária, e mesmo quando isso é fácil, ainda tem de se tomar cuidado com os
“leões de chácara” (leia-se assessores de imprensa) das equipes que estão
sempre ao lado dos pilotos em suas entrevistas, como que vigiando o que eles
estão falando. Imagine então para o público em geral disputar um autógrafo com
seus pilotos favoritos? A coisa só é um pouco mais simples com aqueles que são
meio desconhecidos, mas mesmo assim, a F-1 dá a impressão de que o público por
vezes é um estorvo “tolerado”, e esse é um comportamento que só ajuda a afastar
os fãs. A F-1 tem uma imagem esnobe e arrogante. Até Bernie Ecclestone já falou
certa vez que preferia ter um autódromo dentro de um estúdio de TV, dando a
entender que o público presente na pista é algo desnecessário no seu entender.
Bem diferente dos Estados Unidos, onde a interação do público com as estrelas
da competição é uma das grandes atrações nos autódromos, onde todos os pilotos
recebem seus fãs em filas em horários pré-agendados, recebendo-os com um
sorriso e muita simpatia. E todos eles sabem que devem sua fama a estes fãs,
que reconhecem seu talento e os apoiam, e é esse tipo de relacionamento que
seus patrocinadores desejam. Não uma turma que faz propaganda de seu produto e
mal olha para o público consumidor, como se estivessem fazendo um favor de se
apresentarem para eles.
Outro
ponto em que a F-1 precisa tirar o seu atraso é na sua relação com a internet.
A rede mundial há tempos é uma das ferramentas essenciais para conquista do
público jovem, mas esse é um terreno em que Bernie Ecclestone mais resiste a
entrar. Alguns dizem ser por desconhecimento de seu potencial, mas na verdade é
que na internet, controlar a divulgação da F-1 se tornaria algo muito mais
difuso e descentralizado, muito mais difícil de ser monopolizado, e isso
poderia colocar em xeque as altas taxas cobradas pela FOM às emissoras que
transmitem a categoria em todo o mundo. Mesmo vendo o exemplo de outras
competições que já fazem uso intenso da rede mundial, Ecclestone prefere se
manter ao seu estilo, que até era bem conduzido, mas os tempos atuais são
outros. E os americanos sabem que a internet é uma aliada poderosa, e que se
bem utilizada, pode render muitos frutos. No caso da F-1, seria tirar da categoria
sua aura “arcaica” e elitizada, passando a interagir com os fãs de forma muito
mais efetiva, e sem passar aquela imagem de “mundo fechado em si mesmo” que a
categoria máxima do automobilismo passa, de simplesmente ignorar o que o resto
do mundo faz.
Outro
ponto importante é a seleção de provas do campeonato. É preciso levar as
corridas aonde estão seus fãs, mas nos últimos anos, Bernie Ecclestone levou a
F-1 a quem simplesmente pagasse mais, não importando se o mercado apresentava
ou não fãs. O resultado foram GPs em países onde a categoria não conseguiu
cativar o público, mas que aceitava pagar as altas taxas impostas por
Ecclestone. Dessa forma, corridas tradicionais passaram a correr perigo,
enquanto provas como a de Baku, com as arquibancadas praticamente vazias, se
tornaram parte da tônica das novas etapas do calendário. Até recentemente, a
pista de Monza corria o risco de ficar de fora da F-1, tudo porque Ecclestone
queria impor taxas mais altas para renovação do contrato. Corridas como a da
Coréia do Sul, Turquia, Índia, e mesmo Valência, chegaram na F-1 e sumiram tão
rápido quanto. Bernie levou a ferro e fogo sua máxima de lucrar o máximo
possível sobre menos vendas, enquanto a boa prática do mercado é ganhar cada
vez menos vendendo cada vez mais. Por esse parâmetro, os americanos podem
reduzir as taxas a níveis mais aceitáveis, permitindo às corridas serem mais
viáveis para todos os envolvidos, e não apenas para a FOM.
Com
relação ao regulamento técnico, em virtude dos trabalhos de projetos dos carros
precisarem ser definidos com grande antecedência, é preciso ir mudando aos
poucos, de forma a não impactar no trabalho desenvolvido pelos times. Mas o
regulamento atual pode ser modificado em alguns itens que não vão tirar o sono
de ninguém. Cito como exemplo o lance do congelamento dos motores, que até aqui
não serviu para muita coisa, e da mesma forma, o lance de haver apenas um
fornecedor de pneus na F-1. Competição sempre é bom, e quanto mais, melhor. Da
mesma maneira, poderia ser facilitado o ingresso de novos times na categoria,
com algumas permissões a escuderias novatas em seus primeiros anos de
competição, como comprar chassis de terceiros e opções alternativas de
equipamentos. Há muitas idéias que poderiam ser discutidas com todos, na
obtenção de um acordo comum que agradasse não apenas a quem já está
estabelecido, mas a quem deseja entrar na competição. E acabar com a limitação
ridícula de motores, câmbios e outras peças, o que ajudaria a evitar punições
ridículas que obrigam os pilotos a largar praticamente do fundo do grid, como
ocorreu na Bélgica com Lewis Hamilton e Fernando Alonso.
O
problema é que a princípio será complicado chegar a certos acordos. A F-1,
desde que se conhece por categoria, sempre foi européia em sua concepção e modo
de agir. Em muitos aspectos, não tem nada errado nisso. Mas é preciso mudar
alguns parâmetros, e nesse momento, é preciso também saber o que mudar, para
que a própria F-1 não deixe de ser exatamente a F-1. Mudar tudo para o que os
americanos acham o mais correto pode ser, ao contrário do que muitos esperam,
prejudicial à F-1, e não benéfico. Alguém gostaria que a F-1 fosse
“transformada” na Indycar? Ou ficasse tão parecida que praticamente tirasse o
interesse do pessoal pela F-1, já que na prática, existiria a Indy para isso?
Há lugar para ambas as categorias com folga, mas para isso, cada uma delas
precisa ter sua própria personalidade, que a ajude a ser diferente da outra. Os
americanos também não são infalíveis... E algumas decisões, que podem muito bem
ser válidas para o estilo deles de apreciar uma corrida poderiam não ser os
mais convenientes para a F-1. É preciso mudar sim vários aspectos que
atualmente mais atrapalham do que ajudam a categoria máxima do automobilismo,
mas é preciso saber o que mudar, e como mudar.
E,
a julgar pelo que já aconteceu esta semana, a nova direção pode começar mal. O
presidente do Liberty Media, John Malone, já andou batendo de frente com Bernie
Ecclestone e Sergio Marchionne. Malone condenou a premiação que a Ferrari
recebe todo ano a título de “equipe histórica”, dando a entender que as
bonificações por “história” na categoria podem estar com os dias contados. Até
concordo com o ponto de vista de Malone, mas esse tipo de bonificação é algo
que é preciso ser respeitado no Pacto de Concórdia. O novo acordo deve vigorar
a partir de 2020, então, é preciso iniciar as negociações entre todos os
envolvidos para com os novos termos que serão implantados, com todas as mudança
que daí advirão, entre elas uma distribuição mais igualitária e justa dos
lucros da categoria, que poderá beneficiar a todos os times, e boa parte deles
hoje em dia vem tendo problemas para fechar o seu balanço financeiro.
Acredito
que com um pouco mais de paciência e negociação, todo mundo conseguirá chegar a
um consenso sobre o que precisa ser mudado e como isso deverá ser feito, sem
criar traumas ou rupturas desnecessárias. Mudanças muito radicais de um momento
para o outro não ajudarão nessa tarefa, e se o Liberty Media quiser de fato
lucrar com uma F-1 renovada, precisa se entender de forma civilizada com todos
lá estabelecidos, sabendo respeitar os acordos atualmente vigentes, e ir
renovando-os com as mudanças necessárias para melhorar o que precisar ser
revisto nas oportunidades que cada contrato estabelecer.
O
desafio é imenso, pois a F-1 estabeleceu uma cultura refratária às mudanças, e
quando as faz, é praticamente para deixar tudo como já se encontra, ainda que
em modelos que possam parecer diferentes. Muitas conversas e negociações terão
lugar entre os diretores do Liberty Media, Bernie Ecclestone, FIA e equipes,
para se chegar a denominadores comuns que todos aceitem. A oportunidade de
todos encontrarem soluções que ajudem a transformar a F-1 em uma competição
melhor e mais moderna está à frente. O modelo concebido por Bernie Ecclestone
chegou a um beco sem saída, e que precisa ser revisto, ou corre-se o risco da
F-1 só olhar cada vez mais para o próprio umbigo, e com isso, quando tudo
entrar em colapso, não haver como salvar a categoria.
Mas
de nada adiantará se tudo partir para a radicalização, implementando mudanças a
torto e a direito, e batendo de frente com os integrantes da categoria. É hora
de todos conversarem à mesa e se entenderem, e não de brigarem para manter seus
pontos de vista. Infelizmente, todos os envolvidos terão de ceder em algum
ponto para se acertarem e poderem conceber uma nova F-1. O problema é que a
cartolagem da categoria, e nisso se inclui a FIA também, só costumam aceitar
mudanças se os outros, e não eles, sofrerem perdas. A persistirem nesse esquema
egoísta e prepotente, as chances de se obter soluções consensuais que
beneficiem a todos tanto quanto possível, equipes, público, dirigentes, etc,
poderão ser bem reduzidas, e aí, talvez a única solução seja forçar soluções
goela abaixo de todos que poderão não ser as mais adequadas.
Vale
lembrar que o pessoal do Media Liberty também precisa entender como a F-1
funciona, e para isso, um bom relacionamento com quem já está na categoria é
essencial. Não por acaso Bernie Ecclestone disse que permaneceria no comando da
FOM por mais três anos, e ele, apesar de algumas opções arcaicas, conhece a F-1
como ninguém. Se os americanos resolverem mudar as coisas a seu bel prazer,
desconsiderando as posições e opiniões de quem conhece e trabalha na categoria,
pode ajudar a piorar tudo, ao invés de melhorar. E o embate dos pontos de vista
nesta semana já foi tal que há quem afirme que Bernie pode pensar melhor e
pular fora ao fim deste ano, por sentir que não terá como defender seus
argumentos perante a nova direção. E Malone e seu pessoal podem acabar metendo
os pés pelas mãos no gerenciamento da F-1. O Liberty Media já declarou que não
pretende “americanizar” a F-1, mas vamos ver o que eles realmente farão para
revitalizar a categoria, respeitando suas tradições. Dá para achar o ponto de
equilíbrio entre o lado positivo do modo americano de tratar o esporte e o lado
europeu. Vejamos como chegarão a esse ponto.
Aguardemos
para ver como se darão as próximas conversas entre o Liberty Media e o pessoal
da F-1. A rigor, o grupo americano só assume mesmo as rédeas da F-1 a partir do
ano que vem, portanto, haverá tempo para se discutir muito o que pode e o que
não pode ser mudado de imediato. Por enquanto, a maioria do pessoal envolvido
na categoria está empolgada com as possibilidades que o novo proprietário pode
trazer de positivo para a gestão da F-1. Esperemos que esse clima positivo
continue, e permita a todos fazer um bom trabalho para trazer de volta à F-1
todo o seu atrativo perante o grande público.
A Indycar inicia hoje os treinos oficiais para a etapa final do
campeonato deste ano, no Infineon Raceway, em Sonoma, na Califórnia. E Roger
Penske terá motivos para se orgulhar: no ano em que comemorou 50 anos de
fundação de seu time de competições, irá faturar o título da categoria, pois
apenas Simon Pagenaud e Will Power podem levantar a taça. Mesmo com a pontuação
dobrada para a corrida de Sonoma, critério na minha opinião equivocado, pois
esse tipo de recurso devia ficar restrito às etapas de 500 Milhas, como o foi
em 2014, Scott Dixon e Hélio Castro Neves, com 451 pontos, não tem como superar
Pagenaud, com 555 pontos, e líder da classificação. Por outro lado, dependendo
do que acontecer, eles podem superar Power, que tem 512 pontos, e precisará
contar não apenas com um bom desempenho, mas também com um mau resultado de
Pagenaud, que conseguiu aumentar sua vantagem na pontuação em Watkins Glen,
enquanto o australiano deu azar de se envolver em um acidente com Charlie
Kimball e perder a chance de um bom resultado. Aliás, a força da batida colocou
até a participação do australiano em dúvida para a prova de domingo, mas em
exame médico conduzido pelo Dr. Steve Olwey, em Miami, ele foi liberado para
disputar a corrida. Do contrário, Pagenaud já poderia comemorar o seu primeiro
título, embora esteja perto de conseguir isso. Na prática, basta um 4° lugar
para o piloto francês garantir o título, independentemente de Power vencer,
fazer a pole e liderar o maior número de voltas. Mas não se pode menosprezar a
chance de Power, apesar de estar bem atrás, virar o jogo. Foi assim que vimos
Juan Pablo Montoya perder o título ano passado, e para quem vinha literalmente
como azarão na competição, Scott Dixon. E a luta pelo título começa com tudo já
nos treinos de hoje, pois largar na frente é passo importante para vencer na
pista californiana. O traçado usado pela Indy, de cerca de 3,57 Km de extensão,
é cheio de subidas e descidas, e os trechos de reta são escassos, tornando as
ultrapassagens bem complicadas. Não é incomum também haverem acidentes durante
a prova, exigindo a intervenção do Pace Car, o que pode tanto ser uma ajuda
quanto um revés, dependendo da estratégia do piloto ou do momento da corrida. O
canal pago Bandsports transmite a prova ao vivo a partir das 19:30 hrs. neste
domingo.
A pista de Infineon, em Sonoma, na Califórnia, recebe mais uma decisão de título da Indycar neste domingo. Will Power ou Simon Pagenaud? Façam suas apostas... |
Para os brasileiros participantes do campeonato Indy de 2016, a corrida
de Sonoma é a chance de tentarem terminar o ano de forma mais positiva. Hélio
Castro Neves está empatado com Scott Dixon com 451 pontos, mas o brasileiro, ao
contrário do neozelandês, não venceu ainda no ano, e no critério de desempate,
sai perdendo. Um bom resultado, porém, poderia levar Helinho ao
vice-campeonato, ou no mínimo ao 3° lugar na classificação, o que não seria
exatamente um mau resultado, pois agradaria muito a Roger Penske ver pelo menos
3 de seus pilotos terminarem nas 3 primeiras colocações do campeonato. Para
Tony Kanaan, a situação é similar: o baiano faz uma temporada regular, e está
bem próximo de Dixon na classificação. Terminar o ano à frente dele seria muito
bom para elevar a moral do piloto no time. E se conseguir vencer, melhor ainda:
a Ganassi só tem duas vitórias no ano, justamente com Dixon, enquanto Tony, a
exemplo de Hélio, está sem vencer nenhuma prova. E, mais do que tudo, terminar
o ano em alta é garantia de manterem seus lugares para a próxima temporada da
Indy, se bem que, no aspecto geral, ambos praticamente estão garantidos em suas
respectivas escuderias. Mesmo sem vitórias, tanto Tony quanto Hélio foram
extremamente regulares durante o ano, e se não foram brilhantes, também não
comprometeram, e ainda tem lenha para queimar na competição. Mesmo assim,
enquanto não saírem as confirmações oficiais, fica sempre aquela dúvida se
ambos continuam firmes.
Hoje começam os treinos livres em Cingapura, para a corrida noturna na
cidade-estado do sudeste asiático. No ano passado, esta prova foi marcada pela
ausência do domínio da Mercedes sobre os concorrentes, com os carros prateados
tendo de se render à melhor forma da Ferrari e da Red Bull. Na prova, em tese,
não houve nada que indicasse problemas nos carros de Nico Rosberg e Lewis
Hamilton para a performance inferior à dos concorrentes, o que dá esperança a
muitos no paddock de que a situação se repita este ano e promova uma corrida
muito mais disputada e equilibrada, para agitar um pouco a monotonia do
campeonato, que vem sendo amplamente dominado pela Mercedes, mais até do que em
2015. Resta saber se o time alemão vai mesmo ter um desempenho inferior como o
do ano passado. Nada garante que Ferrari e Red Bull tenham a mesma vantagem
demonstrado em 2015 neste ano. Mesmo assim, a corrida noturna em Marina Bay tem
seus atrativos, pois é uma pista de rua, onde sempre pode acontecer algo
inesperado, e onde alguns pilotos conseguem se sobressair perante outros. E a
disputa entre Ferrari e Red Bull promete voltar com tudo. Em Monza, uma pista
onde o motor era fundamental, o time dos energéticos acabou capitulando frente
à deficiência de sua unidade motriz perante a dos italianos, mas em Cingapura a
conversa será completamente diferente, e não custa lembrar que o modelo RB12
possui um equilíbrio muito melhor do que o SF16-H de Maranello. É claro que o
clima no time italiano não desanuviou muito em Monza, devido a Sebastian Vettel
e Kimi Raikkonen não conseguirem se aproximar dos carros da Mercedes como
esperavam, e se voltarem a serem superados por Daniel Ricciardo e Max
Verstappen, o ambiente no time já não será dos mais agradáveis. Mas como
desgraça pouca é bobagem, Sergio Marchionne, presidente do grupo Ferrari, já
tem motivos para bater boca ainda mais depois que o presidente do grupo Liberty
Media, John Malone, declarar nestes últimos dias, que deve extinguir a
bonificação de times históricos, do qual a Ferrari é a maior beneficiada, na
divisão de lucros para os times da F-1. Sem dúvida que o clima nos boxes do
time italiano não será dos mais amenos em Marina Bay... E olhe que a
temperatura para o fim de semana não ajuda muito...
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