sexta-feira, 16 de setembro de 2016

MUDAR É PRECISO, MAS...



Depois de uma década sob "controle" da CVC, a F-1 passa a ser "propriedade" do grupo americano Liberty Media. Oportunidade para implantar mudanças positivas na categoria, mas é preciso tomar cuidado para não atropelar as expectativas e esperanças...

            Um dos assuntos mais discutidos na última semana é a aquisição, por parte do grupo Liberty Media, dos Estados Unidos, do “controle” da F-1, com o atual detentor principal, o grupo CVC Partners, repassando sua participação acionária da holding que é “dona” da categoria máxima do automobilismo mundial, e as mudanças que podem advir desta mudança de propriedade. Tenho lido relatos e comentários de que a F-1 tem muito a ganhar com uma mudança de mentalidade na sua forma de gerenciamento, que precisa urgentemente de um ar de renovação, para voltar a atrair a atenção do grande público, e não apenas de uma torcida ferrenha que corre o risco de sumir em pouco tempo.
            O grupo CVC sempre teve uma postura mais “passiva” em seu controle na F-1, deixando tudo nas mãos da FIA e de Bernie Ecclestone, e o resultado todos conhecem muito bem: campeonatos com regras exageradas, punições disciplinares aos pilotos dentro da pista inibindo a competição, corridas em lugares sem tradição ou apelo (desde que as taxas da FOM fossem aceitas sem restrições), etc. Agora, todo mundo fala que existe enfim uma luz no fim do túnel, pois os americanos, com sua postura diferente em relação aos europeus, podem recuperar a F-1 e trazer sua popularidade de volta. De fato, as possibilidades são imensas de novos ares no comando ajudarem a arejar a categoria, não apenas nas regras de competição, mas na própria mentalidade de se conduzir as coisas, e como se portar perante o grande público. Mas é preciso ir devagar com o andor dos anseios por mudanças... Não dá para mudar tudo de uma hora para a outra, e é preciso respeitar o que já está firmado entre todos os participantes.
            Entre o respeito ao que já está acordado entre todos, está o Pacto de Concórdia, cujas regras atuais foram acertadas até o fim de 2019, e regem todas as relações dos times com a FOM e a FIA, estabelecendo direitos, regras e deveres de todos. O respeito aos contratos já firmados é algo que deve ser mantido, sob o risco de se cair no descrédito e na ruptura unilateral das regras estabelecidas, o que nunca costuma trazer benefícios, muito pelo contrário. Da mesma forma, o regulamento técnico atual precisa ser mantido, tomando-se o cuidado de aparar certas arestas que, por si só, já terão grande impacto no desenrolar das corridas, e que podem ajudar a tornar a disputa muito mais interessante. E, mais à frente, promover mudanças mais substanciais na área, de modo a tornar a competição mais equilibrada e acessível a todos. É preciso dar tempo a todos para se prepararem para estas mudança que porventura sejam realizadas, de modo que todos possam se programar adequadamente, sem sobressaltos que podem ter justamente o efeito contrário do que se deseja, e acabem piorando a situação, ao invés de melhorá-la.
            Mas, a princípio, o que pode, e deve mudar, é a forma como a F-1 se relaciona com o seu público alvo. E nesse quesito, muita coisa pode ser feita no curto prazo. Diferentemente do certame europeu, nos Estados Unidos as competições automobilísticas tem na relação com seu público uma de suas prioridades máximas. Por conta disso, os pilotos que participam das competições são “vendidos” ao público como as estrelas do show, ao lado de seus times. O acesso aos pilotos é muito mais fácil e cordado que na F-1, onde tudo é regrado ao extremo, e conseguir chegar perto de seu ídolo é tarefa quase impossível. Um paddock de F-1 é quase uma fortaleza, e mesmo para quem acesso ao lugar, caso de jornalistas e repórteres, muitas vezes não se consegue chegar a determinados pilotos com a facilidade necessária, e mesmo quando isso é fácil, ainda tem de se tomar cuidado com os “leões de chácara” (leia-se assessores de imprensa) das equipes que estão sempre ao lado dos pilotos em suas entrevistas, como que vigiando o que eles estão falando. Imagine então para o público em geral disputar um autógrafo com seus pilotos favoritos? A coisa só é um pouco mais simples com aqueles que são meio desconhecidos, mas mesmo assim, a F-1 dá a impressão de que o público por vezes é um estorvo “tolerado”, e esse é um comportamento que só ajuda a afastar os fãs. A F-1 tem uma imagem esnobe e arrogante. Até Bernie Ecclestone já falou certa vez que preferia ter um autódromo dentro de um estúdio de TV, dando a entender que o público presente na pista é algo desnecessário no seu entender. Bem diferente dos Estados Unidos, onde a interação do público com as estrelas da competição é uma das grandes atrações nos autódromos, onde todos os pilotos recebem seus fãs em filas em horários pré-agendados, recebendo-os com um sorriso e muita simpatia. E todos eles sabem que devem sua fama a estes fãs, que reconhecem seu talento e os apoiam, e é esse tipo de relacionamento que seus patrocinadores desejam. Não uma turma que faz propaganda de seu produto e mal olha para o público consumidor, como se estivessem fazendo um favor de se apresentarem para eles.
            Outro ponto em que a F-1 precisa tirar o seu atraso é na sua relação com a internet. A rede mundial há tempos é uma das ferramentas essenciais para conquista do público jovem, mas esse é um terreno em que Bernie Ecclestone mais resiste a entrar. Alguns dizem ser por desconhecimento de seu potencial, mas na verdade é que na internet, controlar a divulgação da F-1 se tornaria algo muito mais difuso e descentralizado, muito mais difícil de ser monopolizado, e isso poderia colocar em xeque as altas taxas cobradas pela FOM às emissoras que transmitem a categoria em todo o mundo. Mesmo vendo o exemplo de outras competições que já fazem uso intenso da rede mundial, Ecclestone prefere se manter ao seu estilo, que até era bem conduzido, mas os tempos atuais são outros. E os americanos sabem que a internet é uma aliada poderosa, e que se bem utilizada, pode render muitos frutos. No caso da F-1, seria tirar da categoria sua aura “arcaica” e elitizada, passando a interagir com os fãs de forma muito mais efetiva, e sem passar aquela imagem de “mundo fechado em si mesmo” que a categoria máxima do automobilismo passa, de simplesmente ignorar o que o resto do mundo faz.
            Outro ponto importante é a seleção de provas do campeonato. É preciso levar as corridas aonde estão seus fãs, mas nos últimos anos, Bernie Ecclestone levou a F-1 a quem simplesmente pagasse mais, não importando se o mercado apresentava ou não fãs. O resultado foram GPs em países onde a categoria não conseguiu cativar o público, mas que aceitava pagar as altas taxas impostas por Ecclestone. Dessa forma, corridas tradicionais passaram a correr perigo, enquanto provas como a de Baku, com as arquibancadas praticamente vazias, se tornaram parte da tônica das novas etapas do calendário. Até recentemente, a pista de Monza corria o risco de ficar de fora da F-1, tudo porque Ecclestone queria impor taxas mais altas para renovação do contrato. Corridas como a da Coréia do Sul, Turquia, Índia, e mesmo Valência, chegaram na F-1 e sumiram tão rápido quanto. Bernie levou a ferro e fogo sua máxima de lucrar o máximo possível sobre menos vendas, enquanto a boa prática do mercado é ganhar cada vez menos vendendo cada vez mais. Por esse parâmetro, os americanos podem reduzir as taxas a níveis mais aceitáveis, permitindo às corridas serem mais viáveis para todos os envolvidos, e não apenas para a FOM.
            Com relação ao regulamento técnico, em virtude dos trabalhos de projetos dos carros precisarem ser definidos com grande antecedência, é preciso ir mudando aos poucos, de forma a não impactar no trabalho desenvolvido pelos times. Mas o regulamento atual pode ser modificado em alguns itens que não vão tirar o sono de ninguém. Cito como exemplo o lance do congelamento dos motores, que até aqui não serviu para muita coisa, e da mesma forma, o lance de haver apenas um fornecedor de pneus na F-1. Competição sempre é bom, e quanto mais, melhor. Da mesma maneira, poderia ser facilitado o ingresso de novos times na categoria, com algumas permissões a escuderias novatas em seus primeiros anos de competição, como comprar chassis de terceiros e opções alternativas de equipamentos. Há muitas idéias que poderiam ser discutidas com todos, na obtenção de um acordo comum que agradasse não apenas a quem já está estabelecido, mas a quem deseja entrar na competição. E acabar com a limitação ridícula de motores, câmbios e outras peças, o que ajudaria a evitar punições ridículas que obrigam os pilotos a largar praticamente do fundo do grid, como ocorreu na Bélgica com Lewis Hamilton e Fernando Alonso.
 
John Malone, presidente do grupo Liberty Media, já teria entrado em rota de colisão com Bernie Ecclestone e Sergio Marchionne. Presidente da Ferrari prometeu processá-lo, e ele simplesmente disse que o italiano pode vir com tudo se quiser briga...
          
O problema é que a princípio será complicado chegar a certos acordos. A F-1, desde que se conhece por categoria, sempre foi européia em sua concepção e modo de agir. Em muitos aspectos, não tem nada errado nisso. Mas é preciso mudar alguns parâmetros, e nesse momento, é preciso também saber o que mudar, para que a própria F-1 não deixe de ser exatamente a F-1. Mudar tudo para o que os americanos acham o mais correto pode ser, ao contrário do que muitos esperam, prejudicial à F-1, e não benéfico. Alguém gostaria que a F-1 fosse “transformada” na Indycar? Ou ficasse tão parecida que praticamente tirasse o interesse do pessoal pela F-1, já que na prática, existiria a Indy para isso? Há lugar para ambas as categorias com folga, mas para isso, cada uma delas precisa ter sua própria personalidade, que a ajude a ser diferente da outra. Os americanos também não são infalíveis... E algumas decisões, que podem muito bem ser válidas para o estilo deles de apreciar uma corrida poderiam não ser os mais convenientes para a F-1. É preciso mudar sim vários aspectos que atualmente mais atrapalham do que ajudam a categoria máxima do automobilismo, mas é preciso saber o que mudar, e como mudar.
            E, a julgar pelo que já aconteceu esta semana, a nova direção pode começar mal. O presidente do Liberty Media, John Malone, já andou batendo de frente com Bernie Ecclestone e Sergio Marchionne. Malone condenou a premiação que a Ferrari recebe todo ano a título de “equipe histórica”, dando a entender que as bonificações por “história” na categoria podem estar com os dias contados. Até concordo com o ponto de vista de Malone, mas esse tipo de bonificação é algo que é preciso ser respeitado no Pacto de Concórdia. O novo acordo deve vigorar a partir de 2020, então, é preciso iniciar as negociações entre todos os envolvidos para com os novos termos que serão implantados, com todas as mudança que daí advirão, entre elas uma distribuição mais igualitária e justa dos lucros da categoria, que poderá beneficiar a todos os times, e boa parte deles hoje em dia vem tendo problemas para fechar o seu balanço financeiro.
            Acredito que com um pouco mais de paciência e negociação, todo mundo conseguirá chegar a um consenso sobre o que precisa ser mudado e como isso deverá ser feito, sem criar traumas ou rupturas desnecessárias. Mudanças muito radicais de um momento para o outro não ajudarão nessa tarefa, e se o Liberty Media quiser de fato lucrar com uma F-1 renovada, precisa se entender de forma civilizada com todos lá estabelecidos, sabendo respeitar os acordos atualmente vigentes, e ir renovando-os com as mudanças necessárias para melhorar o que precisar ser revisto nas oportunidades que cada contrato estabelecer.
            O desafio é imenso, pois a F-1 estabeleceu uma cultura refratária às mudanças, e quando as faz, é praticamente para deixar tudo como já se encontra, ainda que em modelos que possam parecer diferentes. Muitas conversas e negociações terão lugar entre os diretores do Liberty Media, Bernie Ecclestone, FIA e equipes, para se chegar a denominadores comuns que todos aceitem. A oportunidade de todos encontrarem soluções que ajudem a transformar a F-1 em uma competição melhor e mais moderna está à frente. O modelo concebido por Bernie Ecclestone chegou a um beco sem saída, e que precisa ser revisto, ou corre-se o risco da F-1 só olhar cada vez mais para o próprio umbigo, e com isso, quando tudo entrar em colapso, não haver como salvar a categoria.
            Mas de nada adiantará se tudo partir para a radicalização, implementando mudanças a torto e a direito, e batendo de frente com os integrantes da categoria. É hora de todos conversarem à mesa e se entenderem, e não de brigarem para manter seus pontos de vista. Infelizmente, todos os envolvidos terão de ceder em algum ponto para se acertarem e poderem conceber uma nova F-1. O problema é que a cartolagem da categoria, e nisso se inclui a FIA também, só costumam aceitar mudanças se os outros, e não eles, sofrerem perdas. A persistirem nesse esquema egoísta e prepotente, as chances de se obter soluções consensuais que beneficiem a todos tanto quanto possível, equipes, público, dirigentes, etc, poderão ser bem reduzidas, e aí, talvez a única solução seja forçar soluções goela abaixo de todos que poderão não ser as mais adequadas.
            Vale lembrar que o pessoal do Media Liberty também precisa entender como a F-1 funciona, e para isso, um bom relacionamento com quem já está na categoria é essencial. Não por acaso Bernie Ecclestone disse que permaneceria no comando da FOM por mais três anos, e ele, apesar de algumas opções arcaicas, conhece a F-1 como ninguém. Se os americanos resolverem mudar as coisas a seu bel prazer, desconsiderando as posições e opiniões de quem conhece e trabalha na categoria, pode ajudar a piorar tudo, ao invés de melhorar. E o embate dos pontos de vista nesta semana já foi tal que há quem afirme que Bernie pode pensar melhor e pular fora ao fim deste ano, por sentir que não terá como defender seus argumentos perante a nova direção. E Malone e seu pessoal podem acabar metendo os pés pelas mãos no gerenciamento da F-1. O Liberty Media já declarou que não pretende “americanizar” a F-1, mas vamos ver o que eles realmente farão para revitalizar a categoria, respeitando suas tradições. Dá para achar o ponto de equilíbrio entre o lado positivo do modo americano de tratar o esporte e o lado europeu. Vejamos como chegarão a esse ponto.
            Aguardemos para ver como se darão as próximas conversas entre o Liberty Media e o pessoal da F-1. A rigor, o grupo americano só assume mesmo as rédeas da F-1 a partir do ano que vem, portanto, haverá tempo para se discutir muito o que pode e o que não pode ser mudado de imediato. Por enquanto, a maioria do pessoal envolvido na categoria está empolgada com as possibilidades que o novo proprietário pode trazer de positivo para a gestão da F-1. Esperemos que esse clima positivo continue, e permita a todos fazer um bom trabalho para trazer de volta à F-1 todo o seu atrativo perante o grande público.


A Indycar inicia hoje os treinos oficiais para a etapa final do campeonato deste ano, no Infineon Raceway, em Sonoma, na Califórnia. E Roger Penske terá motivos para se orgulhar: no ano em que comemorou 50 anos de fundação de seu time de competições, irá faturar o título da categoria, pois apenas Simon Pagenaud e Will Power podem levantar a taça. Mesmo com a pontuação dobrada para a corrida de Sonoma, critério na minha opinião equivocado, pois esse tipo de recurso devia ficar restrito às etapas de 500 Milhas, como o foi em 2014, Scott Dixon e Hélio Castro Neves, com 451 pontos, não tem como superar Pagenaud, com 555 pontos, e líder da classificação. Por outro lado, dependendo do que acontecer, eles podem superar Power, que tem 512 pontos, e precisará contar não apenas com um bom desempenho, mas também com um mau resultado de Pagenaud, que conseguiu aumentar sua vantagem na pontuação em Watkins Glen, enquanto o australiano deu azar de se envolver em um acidente com Charlie Kimball e perder a chance de um bom resultado. Aliás, a força da batida colocou até a participação do australiano em dúvida para a prova de domingo, mas em exame médico conduzido pelo Dr. Steve Olwey, em Miami, ele foi liberado para disputar a corrida. Do contrário, Pagenaud já poderia comemorar o seu primeiro título, embora esteja perto de conseguir isso. Na prática, basta um 4° lugar para o piloto francês garantir o título, independentemente de Power vencer, fazer a pole e liderar o maior número de voltas. Mas não se pode menosprezar a chance de Power, apesar de estar bem atrás, virar o jogo. Foi assim que vimos Juan Pablo Montoya perder o título ano passado, e para quem vinha literalmente como azarão na competição, Scott Dixon. E a luta pelo título começa com tudo já nos treinos de hoje, pois largar na frente é passo importante para vencer na pista californiana. O traçado usado pela Indy, de cerca de 3,57 Km de extensão, é cheio de subidas e descidas, e os trechos de reta são escassos, tornando as ultrapassagens bem complicadas. Não é incomum também haverem acidentes durante a prova, exigindo a intervenção do Pace Car, o que pode tanto ser uma ajuda quanto um revés, dependendo da estratégia do piloto ou do momento da corrida. O canal pago Bandsports transmite a prova ao vivo a partir das 19:30 hrs. neste domingo.
A pista de Infineon, em Sonoma, na Califórnia, recebe mais uma decisão de título da Indycar neste domingo. Will Power ou Simon Pagenaud? Façam suas apostas...


Para os brasileiros participantes do campeonato Indy de 2016, a corrida de Sonoma é a chance de tentarem terminar o ano de forma mais positiva. Hélio Castro Neves está empatado com Scott Dixon com 451 pontos, mas o brasileiro, ao contrário do neozelandês, não venceu ainda no ano, e no critério de desempate, sai perdendo. Um bom resultado, porém, poderia levar Helinho ao vice-campeonato, ou no mínimo ao 3° lugar na classificação, o que não seria exatamente um mau resultado, pois agradaria muito a Roger Penske ver pelo menos 3 de seus pilotos terminarem nas 3 primeiras colocações do campeonato. Para Tony Kanaan, a situação é similar: o baiano faz uma temporada regular, e está bem próximo de Dixon na classificação. Terminar o ano à frente dele seria muito bom para elevar a moral do piloto no time. E se conseguir vencer, melhor ainda: a Ganassi só tem duas vitórias no ano, justamente com Dixon, enquanto Tony, a exemplo de Hélio, está sem vencer nenhuma prova. E, mais do que tudo, terminar o ano em alta é garantia de manterem seus lugares para a próxima temporada da Indy, se bem que, no aspecto geral, ambos praticamente estão garantidos em suas respectivas escuderias. Mesmo sem vitórias, tanto Tony quanto Hélio foram extremamente regulares durante o ano, e se não foram brilhantes, também não comprometeram, e ainda tem lenha para queimar na competição. Mesmo assim, enquanto não saírem as confirmações oficiais, fica sempre aquela dúvida se ambos continuam firmes.


Hoje começam os treinos livres em Cingapura, para a corrida noturna na cidade-estado do sudeste asiático. No ano passado, esta prova foi marcada pela ausência do domínio da Mercedes sobre os concorrentes, com os carros prateados tendo de se render à melhor forma da Ferrari e da Red Bull. Na prova, em tese, não houve nada que indicasse problemas nos carros de Nico Rosberg e Lewis Hamilton para a performance inferior à dos concorrentes, o que dá esperança a muitos no paddock de que a situação se repita este ano e promova uma corrida muito mais disputada e equilibrada, para agitar um pouco a monotonia do campeonato, que vem sendo amplamente dominado pela Mercedes, mais até do que em 2015. Resta saber se o time alemão vai mesmo ter um desempenho inferior como o do ano passado. Nada garante que Ferrari e Red Bull tenham a mesma vantagem demonstrado em 2015 neste ano. Mesmo assim, a corrida noturna em Marina Bay tem seus atrativos, pois é uma pista de rua, onde sempre pode acontecer algo inesperado, e onde alguns pilotos conseguem se sobressair perante outros. E a disputa entre Ferrari e Red Bull promete voltar com tudo. Em Monza, uma pista onde o motor era fundamental, o time dos energéticos acabou capitulando frente à deficiência de sua unidade motriz perante a dos italianos, mas em Cingapura a conversa será completamente diferente, e não custa lembrar que o modelo RB12 possui um equilíbrio muito melhor do que o SF16-H de Maranello. É claro que o clima no time italiano não desanuviou muito em Monza, devido a Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen não conseguirem se aproximar dos carros da Mercedes como esperavam, e se voltarem a serem superados por Daniel Ricciardo e Max Verstappen, o ambiente no time já não será dos mais agradáveis. Mas como desgraça pouca é bobagem, Sergio Marchionne, presidente do grupo Ferrari, já tem motivos para bater boca ainda mais depois que o presidente do grupo Liberty Media, John Malone, declarar nestes últimos dias, que deve extinguir a bonificação de times históricos, do qual a Ferrari é a maior beneficiada, na divisão de lucros para os times da F-1. Sem dúvida que o clima nos boxes do time italiano não será dos mais amenos em Marina Bay... E olhe que a temperatura para o fim de semana não ajuda muito...
O belo visual noturno da pista de Marina Bay, em Cingapura, é de encher os olhos. A pista costuma ser complicada para os pilotos, e sempre pode haver surpresas pelos muros muito próximos à pista, que não perdoam erros dos pilotos.

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