Nem
bem iniciamos o segundo semestre de 2016, e o mês de julho já está ficando para
trás. O mundo do esporte a motor não pára, e seus diversos campeonatos
realizados por todo o mundo seguem em frente, com a disputa firme pelo título
da competição. E, como é de praxe ao final de todos os meses, é novamente a
hora de trazer o habitual balanço dos acontecimentos vividos pelo mundo da
velocidade ao redor do mundo nestas últimas semanas, com mais uma edição da
Cotação Automobilística, fazendo sempre a sua tradicional avaliação do panorama
do mês no velho esquema de sempre já conhecido por todos: EM ALTA (caixa na cor
verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro).
Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima avaliação no mês que vem...
EM ALTA:
Lewis
Hamilton: O atual tricampeão mundial engatou três vitórias consecutivas neste
mês de julho, e com o último triunfo, na Hungria, assumiu a liderança do
campeonato de F-1 de 2016, superando Nico Rosberg por 6 pontos. Ainda tem muito
chão pela frente, e o inglês prefere adotar uma postura cautelosa, não
comemorando antes do tempo, no que faz bem. Mas o favoritismo da luta pelo
título agora está pendendo para o lado de Hamilton, que recuperou-se de uma
desvantagem de 43 pontos exibida para seu parceiro de equipe após o GP da
Rússia. Resta saber se ele vai permitir a reação de Rosberg nesta segunda
metade do campeonato. Mas as probabilidades de a F-1 ver um novo tetracampeão
mundial ao fim da temporada começam a aumentar, e se Lewis faturar seu quarto
título, se tornará o piloto mais vitorioso da F-1 atual, superando Sebastian
Vettel, que apesar de ter menos vitórias que o inglês, tem quatro títulos no
currículo.
Max
Verstappen: O piloto holandês, desde que foi alçado à Red Bull numa manobra
polêmica de Helmut Marko, vem mostrando que está aproveitando a oportunidade
como ninguém, marcando pontos com consistência e fazendo até Daniel Ricciardo
perder o seu costumeiro sorriso com a postura atrevida do rapaz, que chegou no
time principal dos energéticos provocando um verdadeiro terremoto. Dois pódios
na Áustria e Inglaterra mostraram a fibra do pequeno holandês, que na Hungria
deu outro show na defesa de sua posição perante uma Kimi Raikkonen agressivo na
disputa na pista. Ricciardo, se não se cuidar, vai ser atropelado por
Verstappen no fim do ano. O australiano deu o troco em Hungaroring, mas Max não
vai dar moleza até Abu Dhabi. E os rivais na pista que se cuidem, porque ele
vem com tudo mesmo...
Marc
Márquez: A “Formiga Atômica” vem comandando a classificação no campeonato da
MotoGP com uma nova característica ao seu estilo de pilotar: a cautela.
Conhecido até então por seu excesso de arrojo e perícia, depois de vários
tombos, o bicampeão espanhol parece ter aprendido que quando não dá para
ganhar, o importante é marcar pontos. Assim, debaixo da chuva e na pista
traiçoeira de Assen, na Holanda, o piloto da Honda se contentou em marcar
pontos enquanto seus rivais diretos ou caíam ou ficavam muito lá atrás. Mas que
ninguém se engane: Márquez não está deixando de acelerar fundo, e quando vê as
oportunidades, ele vai para cima, como ocorreu na Alemanha, onde fez a troca de
moto no momento certo e veio acelerando fundo para assumir a liderança e vencer
novamente. Mas a disputa pelo tricampeonato ainda vai longe, e a dupla da
Yamaha ainda pode aprontar das suas. Mas vai ter de se aplicar para neutralizar
a grande vantagem na pontuação aberta por Márquez, que segue firme na
liderança.
Will
Power: O piloto australiano da equipe Penske venceu em Toronto, obtendo sua 3ª
vitória na atual temporada da Indycar, e reduzindo paulatinamente a vantagem
para o líder da competição, Simon Pagenaud, que ainda está confortável, mas que
pode se reduzir ainda mais se Power continuar em sua atual escalada na classificação.
Há algum tempo atrás, Power era considerado o piloto a ser batido na categoria,
em especial em pistas mistas. Com apenas duas provas em pista oval a serem
disputadas no restante da atual temporada, o australiano certamente vai dar trabalho
a Pagenaud na disputa pelo título da competição.
Sebástien
Buemi: Numa decisão que foi eletrizante, e ao mesmo tempo, anticlimática, o
piloto suíço sagrou-se campeão da F-E na segunda prova da rodada dupla final de
Londres. Buemi havia perdido o duelo para Lucas Di Grassi na primeira corrida,
mas reagiu para empatar a classificação com a pole na segunda prova. Um erro
grosseiro de Lucas acabou tirando ambos da luta pela vitória, e ao suíço restou
somente retornar para fazer a volta mais rápida e marcar o ponto extra que lhe
daria o troféu do campeonato, o que conseguiu com sobras para o brasileiro, que
tentou a mesma manobra mas não conseguiu ter o mesmo desempenho do piloto da
e.dams. Depois de perder o título também em Londres no ano passado, Buemi lavou
a alma este ano, e já se coloca como principal favorito para a disputa da
terceira temporada do certame de carros elétricos, que começa em outubro.
NA MESMA:
Lucas
Di Grassi: O piloto brasileiro chegou pelo segundo ano consecutivo com chances
de conquistar o título da F-E, e acabou novamente perdendo a parada. Lucas
havia conseguido manter-se firme na disputa na primeira corrida da rodada dupla
final, em Londres, mas errou feio na prova de domingo e causou um acidente que
tirou ele e seu rival, Sebástien Buemi, da luta pela vitória e até por lugares
pontuáveis na prova. Sobrou tentar ganhar o ponto pela volta mais rápida, luta
na qual o brasileiro perdeu, ficando com o vice-campeonato da competição. Tal
como em 2015, pesou a vitória perdida com a desclassificação na Cidade do
México, onde Lucas não teve culpa por seu carro ter ficado abaixo do peso
regulamentar mínimo. O piloto brasileiro segue firme no time Audi ABT,
esperando ter melhor sorte no próximo campeonato da categoria.
Duelo
Ferrari/Red Bull: O clima anda esquentando na Ferrari, após os resultados
apenas medianos obtidos na Inglaterra, e pior de tudo, vendo a Red Bull
chegando mais perto do que nunca na luta pelo posto de segunda força da F-1 na
classificação do campeonato de construtores. E o resultado na Hungria,
confirmando a teoria, mostrou que a pressão em Maranello vai continuar em alta.
Não apenas os carros vermelhos foram batidos na classificação como sua dupla de
pilotos terminou a corrida em duelo direto com a dupla do time dos energéticos,
que levou a melhor, apesar do ritmo melhor dos carros vermelhos. Sebastian
Vettel ficou de fora do pódio, batido por Daniel Ricciardo, enquanto Kimi
Raikkonen empacou na pilotagem aguerrida de Max Verstappen, que defendeu sua
posição com unhas e dentes até a bandeirada. Fosse outro circuito, talvez o resultado
fosse favorável ao time vermelho, mas se tratando da Hungria... Não importa, o
problema é que a Ferrari agora está apenas um ponto à frente da Red Bull na
classificação de equipes, enquanto no campeonato de pilotos Ricciardo já
assumiu a 3ª posição, à frente da dupla ferrarista, e com Max Verstappen
chegando rápido nos dois. As férias de agosto vão ser complicadas para os lados
de Maranello e muito comemoradas em Milton Keynes...
Equipe
Mercedes na F-1: O ano até que começou com ares promissores de que seria um
pouco mais competitivo do que no ano passado. Mesmo com as vitórias de Nico
Rosberg no início, dava a impressão de que o time alemão vinha tendo seus percalços,
e que poderia a qualquer momento ser surpreendido pela concorrência. Mas o
campeonato foi avançando, avançando, e o que vemos hoje é um domínio tão ou até
maior do que o do ano passado, onde a Mercedes falhou em vencer em 3 corridas,
com méritos reais dos adversários, no caso, a Ferrari. Este ano, entretanto,
houve apenas uma vitória não-Mercedes, que ocorreu somente na Espanha, onde a
dupla prateada se envolveu em um acidente e se eliminou da competição. Nas
demais corridas, não deu pra ninguém: foram 5 vitórias de Lewis Hamilton e 5
vitórias de Nico Rosberg, um palmarés respeitável e equilibrado que demonstra
que a Mercedes só perde para ela mesma. Pelo isto, o domínio prateado não será
abalado neste ano na F-1. Quem sabe em 2017 as coisas mudem...
Porsche
no Mundial de Endurance: Depois de conquistar uma vitória que parecia
improvável em Le Mans, tudo indicava que talvez víssemos a Porsche passar a
enfrentar oposição mais consistente no Mundial de Endurance, mas em
Nurburgring, novamente os carros da marca alemã sobraram na na
corrida, e só não fizeram dobradinha porque um deles se envolveu em confusões
pelo caminho. Com isso, o outro carro rumou solitário para a vitória, com quase
1 minuto de vantagem para o concorrente mais próximo, da Audi, que subiu ao
pódio na classe LMP1 em Nurburg com seus dois carros. E a Toyota? Não teve nem
de longe o mesmo brilho de Le Mans, terminando com 1 volta de atraso em relação
ao vencedor em seu melhor carro. Na classificação de construtores, a Porsche
tem 164 pontos, contra 129 da Audi, e apenas 97 pontos da Toyota. Com 5
corridas pela frente, ainda tem muito chão a ser percorrido até o encerramento
do campeonato, mas tudo indica que a atual campeã da WEC tem tudo para repetir
o título do ano passado, para azar dos rivais...
Brasileiros
sem vitória na Indycar: O campeonato 2016 da Indycar já teve praticamente dois
terços cumpridos até o momento, e Tony Kanaan e Hélio Castro Neves, apesar de
estarem bem classificados, ainda não conseguiram vencer nenhuma corrida, tendo
como melhores resultados segundas colocações nas provas de Indianápolis
(circuito misto), Elkhart Lake, e Toronto. Hélio já largou duas vezes na
pole-position na atual temporada, mas nem assim conseguiu converter a posição
de honra da largada em vitória. Se a situação de Kanaan não anda fácil, a de
seu companheiro Scott Dixon não anda tão melhor assim, mas o neozelandês já
venceu uma corrida este ano. Por outro lado, em relação a Helinho, ele é o
único piloto do quarteto da Penske que não venceu até agora na temporada, sendo
que até Juan Pablo Montoya, que não vem fazendo uma temporada brilhante, já
conseguiu pelo menos vencer uma corrida. Ainda temos 5 provas pela frente, e
Tony e Helinho precisarão se aplicar para não passarem outro ano em branco em
termos de vitórias na categoria...
EM BAIXA:
Peter
Sauber: A F-1 perdeu um de seus últimos garagistas. Para garantir a
sobrevivência de sua escuderia, Peter Sauber vendeu seu time a um grupo de
investimentos suíços que assumirá todo o time daqui para a frente. Com isso, o
agora ex-proprietário está se aposentando do automobilismo, onde começou há
décadas atrás, e resistia bravamente aos tempos bicudos da F-1 atual, onde seu
time não atravessava um bom momento e poderia fechar antes mesmo do final da
atual temporada. O nome do time certamente permanecerá na próxima temporada,
por questões contratuais exigidas pela FOM, mas para 2018, é muito provável que
desapareça da categoria. Resta esperar que os novos proprietários permitam que
a escuderia renasça na F-1, onde vem tendo um desempenho pífio neste ano, com
um carro que é um dos piores do grid.
Equipe
Williams: De candidata a terceira força da competição na F-1, o time do velho
Frank teve um mês de julho para esquecer. Se não era surpresa ter uma
performance risível numa pista travada como a da Hungria, como explicar a queda
de rendimento vertiginosa nas pistas de alta velocidade de Zeltweg e
Silverstone? O time inglês, que já deu por perdido o duelo com a Red Bull,
agora se vê às voltas com a aproximação perigosa da Force India, que no patamar
atual, tem tudo para superar a Williams em breve, estando apenas 20 pontos
atrás. Será que acabou o “gás” do time do velho Frank, que passou por
temporadas terríveis recentemente, e renasceu em 2014, dando pinta de que
voltaria a disputar pódios com regularidade, e até vitórias? A sorte da
Williams é que a McLaren ainda está tendo muitos problemas em sua nova parceria
com a Honda, do contrário, poderia ter até mais problemas...
Frescuras
do regulamento da F-1: A categoria máximo do automobilismo anda um porre no que
tange aos seus regulamentos e à aplicação de regras questão dando o que falar,
além de procedimentos que beiram a covardia naquela que deveria ser o maior
campeonato automobilístico do mundo. O lance das regras sobre o que pode ou não
ser dito pelo rádio aos pilotos fez Nico Rosberg e Jenson Button de vítimas na
Inglaterra e na Hungria, respectivamente. Se pra Button a situação em nada se
alterou, para Rosberg significou a perda de seu 2° lugar em Silverstone, após
receber instrução para evitar uma marcha que estava dando problemas e poderia
causar o seu abandono. Outra chateação foi sobre os limites da pista, com a FIA
fazendo marcação cerrada e enchendo o saco de pilotos e do público sobre
“excessos” cometidos em determinadas áreas da pista. E a gota d’água foi a
covardia de enfiarem o Safety Car em Silverstone durante quase todo o tempo de
pista molhada, irritando pilotos e público presente, que queriam ver a prova se
desenrolar, e que foi liberada quando já estava quase tudo seco. Risível, para não
dizer ridículo...
Jorge
Lorenzo e a chuva: Definitivamente, Jorge Lorenzo e São Pedro não estão
combinando nesta temporada. O tricampeão da Yamaha teve dois desempenhos
vergonhosos nas provas da Holanda e da Alemanha, não conseguindo se entender
com o piso molhado. Em Assen, Lorenzo foi com muito custo o 10° colocado, e
isso porque à sua frente vários pilotos caíram no traiçoeiro asfalto molhado,
entre eles seu próprio companheiro de equipe Valentino Rossi. Em Sachsenring
foi ainda pior: Jorge terminou a prova em 15°, e ne mesmo a troca de motos na
parte final da prova, com o piso já seco, conseguiu ajudar a melhorar a sua
fraca atuação. A sorte de Lorenzo é que Rossi teve problemas nas duas corridas
sob chuva, cometendo erros que minaram suas possibilidades de um bom resultado,
mas em compensação, Marc Márquez vai disparando na liderança, com praticamente
uma vitória de diferença de vantagem para o piloto da Honda, que segue firme
para o tricampeonato. No que depender de Lorenzo, São Pedro terá sua credencial
cassada para futuras etapas da categoria rainha do motociclismo...
Daniil
Kvyat: Decididamente, os tempos não andam bons para o piloto russo que iniciou
a temporada correndo pela Red Bull e acabou “removido” para a Toro Rosso, sob a
desculpa furada de não expô-lo a mais pressão, quando tudo o que queriam era
segurar o holandês Max Verstappen de qualquer jeito. E, se Max está
aproveitando a chance que sua promoção lhe deu, a “remoção” de Kvyat também se
mostra igualmente cruel, com o piloto sem conseguir marcar os mesmos resultados
de Carlos Sainz no time “B” dos energéticos. Tanto que já começam a circular
rumores de que ele será mesmo dispensado ao fim da atual temporada, indo
juntar-se ao rol de pilotos expurgados sem dó nem piedade por Helmut Marko, que
não está nem aí com essa turma, desde que consiga extrair o seus queridinhos no
meio do processo. No momento em que mais precisaria mostrar reação, Daniil
infelizmente parece estar mesmo é em queda livre no que tange aos resultados na
pista. O piloto russo vai precisar agora cavar lugar em outro time, onde poderá
tentar refazer sua carreira na F-1, se quiser permanecer na categoria máxima do
automobilismo. E isso pode ser complicado, quando se é preciso mostrar
resultados...
Nenhum comentário:
Postar um comentário