quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

FLYING LAPS - DEZEMBRO DE 2015



            E chegamos a 2016, mais um ano se inicia, e antes de começar a acompanhar as atividades do mundo da velocidade nesta nova temporada, é hora de mais uma sessão Flying Laps, com algumas notas de acontecimentos do mundo do esporte a motor ocorridas neste último mês de dezembro, com alguns comentários rápidos. Portanto, boa leitura para todos, e vejamos o que poderemos ver neste ano de 2016. Até mais.


Os leitores de automobilismo sofreram mais uma baixa neste mês de dezembro. Reginaldo Leme, um dos mais experientes profissionais da imprensa especializada em automobilismo, encerrou suas colunas semanais no jornal O Estado de São Paulo, onde começou a escrever sobre automobilismo em 1972, passando depois para a TV Globo, onde é comentarista até hoje. Reginaldo escrevia a coluna "Grand Prix" desde 1991 no jornal, que nos últimos tempos praticamente desmantelou sua estrutura de cobertura de corridas, quando dispensou os trabalhos de Livio Oricchio, que cobria as provas de F-1 há mais de 20 anos para o jornal. A empresa comunicou Leme de que não contaria mais com seus textos praticamente às vésperas do dia de Natal. Em seu último texto, Reginaldo despediu-se de seus leitores, sem explicitar se continuará a escrever colunas regulares e outro veículo. Reginaldo possui um blog no portal de esportes da TV Globo, no endereço http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/sinal-verde, onde colocava parte das colunas que eram publicadas no jornal, mas a última atualização é do dia 19 de dezembro. Até fevereiro, contudo, não deve aparecer novidades por lá, pois Reginaldo deve aproveitar para curtir umas merecidas férias. Resta esperar que ele siga lá com seus textos, pois um profissional com suas credenciais certamente faz muita falta, e vale lembrar que seu espaço anda cada vez mais reduzido nos canais da Globo/SporTV, depois que o canal pago cancelou o programa Linha de Chegada.


Depois de ficar a ver navios na etapa de Putrajaya, a segunda prova da temporada 2015/2016 da F-E, o suíço Sébastien Buemi, da equipe e.dams, venceu a etapa de Punta Del Este, no Uuruguai, no último dia 19 de dezembro. Largando em 6° lugar por conta de alguns erros na classificação, o suíço partiu logo para o ataque, e foi superando os adversários à sua frente na pista do balneário uruguaio. Ao fim da rodada de pit stops, onde todos trocaram de carros, Buemi assumiu a ponta para não mais perdê-la. Lucas Di Grassi, que havia largado em 5°, começou a subir posições, mas ficou trancado atrás de Jérôme D'Ambrosio e Loic Duval. O brasileiro da Audi ABT contou com o excelente trabalho de seu time para assumir a 2ª posição, e tentou um ataque a Buemi. Mas o suíço tratou de acelerar fundo, e ao contrário do ocorrido na etapa anterior, desta vez nenhum problema surgiu nos carros da e.dams, e Sébastien venceu pela segunda vez na atual temporada da F-E. D'Ambrosio, sem conseguir discutir o andamento superior de Buemi, e superado por Di Grassi, manteve um ritmo firme e finalizou a prova em 3° lugar. Com o resultad, Buemi reassumiu a liderança da competição, com 62 pontos. Lucas Di Grassi fez o que estava ao seu alcance, e o 3° pódio consecutivo o mantém colado em Buemi na classificação, com 61 pontos. Ambos já se distanciam dos demais pilotos na competição, com Jérôme D'Ambrosio ocupando a 3ª colocação com 28 pontos, menos da metade da pontuação de Buemi e di Grassi, que já se destacam após 3 corridas.


Bruno Senna e Nelsinho Piquet não tiveram um bom dia em Punta del Este. Senna largou em 11°, mas teve problemas na suspensão e caiu para as últimas posições, sem muitas chances de tentar uma recuperação. E como desgraça pouca é bobagem, Bruno ainda acabou batendo na saída de uma curva, uma vez que vinha tendo problemas com a dirigibilidade de seu carro. Já Nelsinho Piquet, largando mais uma vez no fundo do grid, contava com a estratégia para conseguir um melhor resultado, e até vinha conseguindo manter sua meta, quando ocupava a 7ª colocação, mas vinha sofrendo forte pressão de Jean-Éric Vergne. O piloto francês da equipe Virgin até conseguiu passar Piquet, mas o atual campeão da categoria conseguiu dar o troco e permanecer na frente. Mas, faltando 2 voltas para o fim da prova, Nelsinho perdeu o controle de seu carro e foi parar no muro, abandonando a prova e perdendo a chance de pontuar. Com o resultado da prova uruguaia, Bruno Senna é apenas o 11° colocado na competição, com 10 pontos, enquanto Piquet é o 16°, com apenas 4 pontos. O jeito é esperar por melhores dias em 2016. A próxima prova será no dia 6 de fevereiro, em Buenos Aires, capital da Argentina.


E Marcos Gomes, da equipe Voxx, conquistou o título do campeonato brasileiro da Stock Car de 2015. O ribeirão-pretano chegou a Interlagos, para a prova final da temporada, com 30 pontos de vantagem para Cacá Bueno, seu mais próximo adversário, mas tanto Cacá quanto o próprio Marcos tiveram uma prova complicada no circuito paulistano. Marcos envolveu-se em um acidente logo no início da corrida, teve o carro danificado, e precisou ir para os boxes fazer reparos, voltando à pista com mais de 6 voltas de desvantagem para os líderes. Teria sido o fim do sonho do título, não fosse Cacá também ser afligido por problemas na corrida, em decorrência do citado acidente da primeira volta, mesmo não tendo se envolvido na confusão que afetou vários competidores. Tendo de fazer uma parada nos boxes para reparos na dianteira de seu carro, Cacá caiu para 26°, e tentou tudo o que dava para se recuperar na prova, que tinha pontuação dobrada, confiando em problemas dos adversários para conseguir evoluir na corrida. Não deu certo: apesar do esforço, Cacá conseguiu recuperar a volta de desvantagem que havia sofrido, mas sem problemas dos adversários, o pentacampeão da categoria finalizou a prova em 20° lugar, resultado insuficiente para suas pretensões. Assim, Marcos Gomes, mesmo terminando a prova em 22° lugar, pôde comemorar enfim a conquista de seu primeiro título da categoria. A vitória na prova final da competição ficou com Átila Abreu, que com o resultado, terminou o campeonato na 10ª colocação, com 155 pontos. O segundo lugar na corrida ficou com Diego Nunes, 14° colocado, com 139 pontos. O pódio foi completado por Felipe Braga, que terminou a temporada em 9° lugar, com 159 pontos.


Marcos Gomes tornou-se o primeiro filho de piloto a repetir a conquista de um título obtido pelo pai na Stock Car brasileira. Marcos é filho do ex-piloto Paulo Gomes, que foi o primeiro campeão da categoria, em 1979, quando o campeonato da Stock foi criado no Brasil. Atualmente com 67 anos, Paulão, como era conhecido, venceu a competição mais 3 vezes, faturando os títulos em 1983, 1984, e 1995. Paulo retirou-se das competições ao fim de 2003, ainda disputando as corridas finais de 2007, quando pendurou de vez o capacete. No currículo, Paulão é o terceiro maior vencedor da Stock, com seus 4 títulos, perdendo apenas para Ingo Hoffman, com seus 12 campeonatos, e para Cacá Bueno, vencedor de 5 campeonatos. Marcos Gomes estreou na Stock em 2007, e de lá para cá seus resultados variaram de ano para ano, indo do vice-campeonato em 2008, à 21ª colocação na temporada de 2012. No ano passado, Marcos finalizou a temporada em 13° lugar. Neste ano, o piloto conquistou 3, vitórias, e fez da regularidade sua principal arma para vencer a competição, sendo que seu único abandono no ano foi justamente na prova que lhe deu o título, em Interlagos.


Campeão em 2014, Rubens Barrichello não conseguiu repetir a campanha vitoriosa na temporada 2015 da Stock Car. O ex-piloto de F-1 terminou o campeonato na 4ª posição, com 188 pontos, resultado que não pode ser considerado de todo ruim na classificação geral. Mas Rubinho passou o ano sem conseguir vencer nenhuma corrida ou marcar poles. Barrichello apenas disse que não conseguiu encaixar este ano os bons resultados obtidos em 2014, mas que o time se manteve competitivo, e os percalços que apareceram, mesmo poucos, foram decisivos para não conseguir lutar a fundo pelo título. Rubens ficou sem pontuar em pelo menos 2 finais de semana, sendo que em outros dois marcou poucos pontos. A Full Time teve um ano equilibrado entre seus dois pilotos. Allam Kodhair, companheiro de Barrichello no time, foi o 5° colocado na competição, tendo obtido uma pole e uma vitória na temporada. Mas, assim como Rubinho, Kodhair também ficou em branco na pontuação em 3 finais de semana, e isso minou as chances de terminar o ano melhor colocado. Todos confiam em ter um ano bem mais positivo em 2016, e manterem-se firme na disputa pelo título da competição.


Para Cacá Bueno, o ano da Stock foi de frustração pela suspensão que levou pelas críticas proferidas durante a etapa de Ribeirão Preto, que o tiraram da rodada dupla disputada em Curitiba. O piloto foi enfático em mostrar o fato mais contundente possível: nas etapas disputadas na capital paranaense, Marcos Gomes marcou 34 pontos, e a diferença dele para o campeão foi de 30 pontos. Logo, problemas naturais de competição à parte, para Cacá o título foi decidido naquela suspensão que tomou da CBA, que vale lembrar, foi considerada exagerada por muita gente. Cacá costuma fazer críticas mais do que justas a algumas situações que ocorrem na categoria, o que desagrada a muita gente, em especial a cartolagem do automobilismo. Daí a dizer que a CBA quis fazer de Cacá um exemplo para que os pilotos se restrinjam a ficarem quietos e pilotar é menos de um passo. E que infelizmente pesou de maneira definitiva na decisão do título. Obviamente que ninguém na CBA vai ligar a mínima por causa disso, mas foi uma mancha na competição que diminui um pouco a conquista de Marcos Gomes, que mostrou esse ano que poderia ter conquistado o título sem que estes percalços fizessem diferença na disputa. Cacá segue firme na categoria em 2016, mantendo-se na equipe Red Bull, e certamente continuará buscando o seu 6° título da Stock.


Campeão da MotoGP 2015, Jorge Lorenzo voltou a alfinetar seu companheiro de equipe Valentino Rossi neste mês de dezembro, ao declarar, durante o lançamento de um jogo de videogame considerar apenas Marc Márquez e Dani Pedrosa como rivais a serem considerados no campeonato de 2016 da categoria rainha do motociclismo. O "esquecimento" de Valentino Rossi, que perdeu o título para Lorenzo por 5 pontos nesta temporada, foi visto como mais uma provocação do espanhol ao piloto italiano. Já se prevê que a próxima temporada na Yamaha vai esquentar bastante entre sua dupla de pilotos. E considerar Rossi carta fora do baralho é brincar com fogo, pois o italiano ainda tem muita lenha para queimar. Todo mundo aguarda pelas próximas faíscas nesta briga de egos...
 



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