E
chegamos a 2016, mais um ano se inicia, e antes de começar a acompanhar as
atividades do mundo da velocidade nesta nova temporada, é hora de mais uma
sessão Flying Laps, com algumas notas de acontecimentos do mundo do esporte a
motor ocorridas neste último mês de dezembro, com alguns comentários rápidos.
Portanto, boa leitura para todos, e vejamos o que poderemos ver neste ano de
2016. Até mais.
Os leitores
de automobilismo sofreram mais uma baixa neste mês de dezembro. Reginaldo Leme,
um dos mais experientes profissionais da imprensa especializada em
automobilismo, encerrou suas colunas semanais no jornal O Estado de São Paulo,
onde começou a escrever sobre automobilismo em 1972, passando depois para a TV
Globo, onde é comentarista até hoje. Reginaldo escrevia a coluna "Grand
Prix" desde 1991 no jornal, que nos últimos tempos praticamente
desmantelou sua estrutura de cobertura de corridas, quando dispensou os
trabalhos de Livio Oricchio, que cobria as provas de F-1 há mais de 20 anos
para o jornal. A empresa comunicou Leme de que não contaria mais com seus
textos praticamente às vésperas do dia de Natal. Em seu último texto, Reginaldo
despediu-se de seus leitores, sem explicitar se continuará a escrever colunas
regulares e outro veículo. Reginaldo possui um blog no portal de esportes da TV
Globo, no endereço http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/sinal-verde,
onde colocava parte das colunas que eram publicadas no jornal, mas a última
atualização é do dia 19 de dezembro. Até fevereiro, contudo, não deve aparecer
novidades por lá, pois Reginaldo deve aproveitar para curtir umas merecidas
férias. Resta esperar que ele siga lá com seus textos, pois um profissional com
suas credenciais certamente faz muita falta, e vale lembrar que seu espaço anda
cada vez mais reduzido nos canais da Globo/SporTV, depois que o canal pago
cancelou o programa Linha de Chegada.
Depois de ficar a ver navios na etapa de
Putrajaya, a segunda prova da temporada 2015/2016 da F-E, o suíço Sébastien
Buemi, da equipe e.dams, venceu a etapa de Punta Del Este, no Uuruguai, no
último dia 19 de dezembro. Largando em 6° lugar por conta de alguns erros na
classificação, o suíço partiu logo para o ataque, e foi superando os
adversários à sua frente na pista do balneário uruguaio. Ao fim da rodada de
pit stops, onde todos trocaram de carros, Buemi assumiu a ponta para não mais
perdê-la. Lucas Di Grassi, que havia largado em 5°, começou a subir posições,
mas ficou trancado atrás de Jérôme D'Ambrosio e Loic Duval. O brasileiro da
Audi ABT contou com o excelente trabalho de seu time para assumir a 2ª posição,
e tentou um ataque a Buemi. Mas o suíço tratou de acelerar fundo, e ao
contrário do ocorrido na etapa anterior, desta vez nenhum problema surgiu nos
carros da e.dams, e Sébastien venceu pela segunda vez na atual temporada da F-E.
D'Ambrosio, sem conseguir discutir o andamento superior de Buemi, e superado
por Di Grassi, manteve um ritmo firme e finalizou a prova em 3° lugar. Com o
resultad, Buemi reassumiu a liderança da competição, com 62 pontos. Lucas Di
Grassi fez o que estava ao seu alcance, e o 3° pódio consecutivo o mantém
colado em Buemi na classificação, com 61 pontos. Ambos já se distanciam dos
demais pilotos na competição, com Jérôme D'Ambrosio ocupando a 3ª colocação com
28 pontos, menos da metade da pontuação de Buemi e di Grassi, que já se
destacam após 3 corridas.
Bruno Senna e Nelsinho Piquet não
tiveram um bom dia em Punta del Este. Senna largou em 11°, mas teve problemas
na suspensão e caiu para as últimas posições, sem muitas chances de tentar uma
recuperação. E como desgraça pouca é bobagem, Bruno ainda acabou batendo na
saída de uma curva, uma vez que vinha tendo problemas com a dirigibilidade de
seu carro. Já Nelsinho Piquet, largando mais uma vez no fundo do grid, contava
com a estratégia para conseguir um melhor resultado, e até vinha conseguindo
manter sua meta, quando ocupava a 7ª colocação, mas vinha sofrendo forte
pressão de Jean-Éric Vergne. O piloto francês da equipe Virgin até conseguiu
passar Piquet, mas o atual campeão da categoria conseguiu dar o troco e
permanecer na frente. Mas, faltando 2 voltas para o fim da prova, Nelsinho
perdeu o controle de seu carro e foi parar no muro, abandonando a prova e
perdendo a chance de pontuar. Com o resultado da prova uruguaia, Bruno Senna é
apenas o 11° colocado na competição, com 10 pontos, enquanto Piquet é o 16°,
com apenas 4 pontos. O jeito é esperar por melhores dias em 2016. A próxima prova será
no dia 6 de fevereiro, em Buenos Aires, capital da Argentina.
E Marcos Gomes, da equipe Voxx,
conquistou o título do campeonato brasileiro da Stock Car de 2015. O
ribeirão-pretano chegou a Interlagos, para a prova final da temporada, com 30
pontos de vantagem para Cacá Bueno, seu mais próximo adversário, mas tanto Cacá
quanto o próprio Marcos tiveram uma prova complicada no circuito paulistano.
Marcos envolveu-se em um acidente logo no início da corrida, teve o carro
danificado, e precisou ir para os boxes fazer reparos, voltando à pista com
mais de 6 voltas de desvantagem para os líderes. Teria sido o fim do sonho do
título, não fosse Cacá também ser afligido por problemas na corrida, em
decorrência do citado acidente da primeira volta, mesmo não tendo se envolvido
na confusão que afetou vários competidores. Tendo de fazer uma parada nos boxes
para reparos na dianteira de seu carro, Cacá caiu para 26°, e tentou tudo o que
dava para se recuperar na prova, que tinha pontuação dobrada, confiando em
problemas dos adversários para conseguir evoluir na corrida. Não deu certo:
apesar do esforço, Cacá conseguiu recuperar a volta de desvantagem que havia
sofrido, mas sem problemas dos adversários, o pentacampeão da categoria
finalizou a prova em 20° lugar, resultado insuficiente para suas pretensões.
Assim, Marcos Gomes, mesmo terminando a prova em 22° lugar, pôde comemorar
enfim a conquista de seu primeiro título da categoria. A vitória na prova final
da competição ficou com Átila Abreu, que com o resultado, terminou o campeonato
na 10ª colocação, com 155 pontos. O segundo lugar na corrida ficou com Diego
Nunes, 14° colocado, com 139 pontos. O pódio foi completado por Felipe Braga,
que terminou a temporada em 9° lugar, com 159 pontos.
Marcos Gomes tornou-se o primeiro filho
de piloto a repetir a conquista de um título obtido pelo pai na Stock Car
brasileira. Marcos é filho do ex-piloto Paulo Gomes, que foi o primeiro campeão
da categoria, em 1979, quando o campeonato da Stock foi criado no Brasil. Atualmente
com 67 anos, Paulão, como era conhecido, venceu a competição mais 3 vezes,
faturando os títulos em 1983, 1984, e 1995. Paulo retirou-se das competições ao
fim de 2003, ainda disputando as corridas finais de 2007, quando pendurou de
vez o capacete. No currículo, Paulão é o terceiro maior vencedor da Stock, com
seus 4 títulos, perdendo apenas para Ingo Hoffman, com seus 12 campeonatos, e
para Cacá Bueno, vencedor de 5 campeonatos. Marcos Gomes estreou na Stock em
2007, e de lá para cá seus resultados variaram de ano para ano, indo do
vice-campeonato em 2008, à 21ª colocação na temporada de 2012. No ano passado,
Marcos finalizou a temporada em 13° lugar. Neste ano, o piloto conquistou 3,
vitórias, e fez da regularidade sua principal arma para vencer a competição,
sendo que seu único abandono no ano foi justamente na prova que lhe deu o
título, em Interlagos.
Campeão em 2014, Rubens Barrichello não
conseguiu repetir a campanha vitoriosa na temporada 2015 da Stock Car. O
ex-piloto de F-1 terminou o campeonato na 4ª posição, com 188 pontos, resultado
que não pode ser considerado de todo ruim na classificação geral. Mas Rubinho
passou o ano sem conseguir vencer nenhuma corrida ou marcar poles. Barrichello
apenas disse que não conseguiu encaixar este ano os bons resultados obtidos em
2014, mas que o time se manteve competitivo, e os percalços que apareceram,
mesmo poucos, foram decisivos para não conseguir lutar a fundo pelo título.
Rubens ficou sem pontuar em pelo menos 2 finais de semana, sendo que em outros
dois marcou poucos pontos. A Full Time teve um ano equilibrado entre seus dois
pilotos. Allam Kodhair, companheiro de Barrichello no time, foi o 5° colocado
na competição, tendo obtido uma pole e uma vitória na temporada. Mas, assim
como Rubinho, Kodhair também ficou em branco na pontuação em 3 finais de
semana, e isso minou as chances de terminar o ano melhor colocado. Todos
confiam em ter um ano bem mais positivo em 2016, e manterem-se firme na disputa
pelo título da competição.
Para Cacá Bueno, o ano da Stock foi de
frustração pela suspensão que levou pelas críticas proferidas durante a etapa
de Ribeirão Preto, que o tiraram da rodada dupla disputada em Curitiba. O
piloto foi enfático em mostrar o fato mais contundente possível: nas etapas
disputadas na capital paranaense, Marcos Gomes marcou 34 pontos, e a diferença
dele para o campeão foi de 30 pontos. Logo, problemas naturais de competição à
parte, para Cacá o título foi decidido naquela suspensão que tomou da CBA, que
vale lembrar, foi considerada exagerada por muita gente. Cacá costuma fazer
críticas mais do que justas a algumas situações que ocorrem na categoria, o que
desagrada a muita gente, em especial a cartolagem do automobilismo. Daí a dizer
que a CBA quis fazer de Cacá um exemplo para que os pilotos se restrinjam a
ficarem quietos e pilotar é menos de um passo. E que infelizmente pesou de
maneira definitiva na decisão do título. Obviamente que ninguém na CBA vai
ligar a mínima por causa disso, mas foi uma mancha na competição que diminui um
pouco a conquista de Marcos Gomes, que mostrou esse ano que poderia ter
conquistado o título sem que estes percalços fizessem diferença na disputa.
Cacá segue firme na categoria em 2016, mantendo-se na equipe Red Bull, e
certamente continuará buscando o seu 6° título da Stock.
Campeão da MotoGP 2015, Jorge Lorenzo
voltou a alfinetar seu companheiro de equipe Valentino Rossi neste mês de
dezembro, ao declarar, durante o lançamento de um jogo de videogame considerar
apenas Marc Márquez e Dani Pedrosa como rivais a serem considerados no
campeonato de 2016 da categoria rainha do motociclismo. O
"esquecimento" de Valentino Rossi, que perdeu o título para Lorenzo
por 5 pontos nesta temporada, foi visto como mais uma provocação do espanhol ao
piloto italiano. Já se prevê que a próxima temporada na Yamaha vai esquentar
bastante entre sua dupla de pilotos. E considerar Rossi carta fora do baralho é
brincar com fogo, pois o italiano ainda tem muita lenha para queimar. Todo
mundo aguarda pelas próximas faíscas nesta briga de egos...
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