O
mês de agosto pode ter sido de férias em sua maior parte para a turma da F-1,
mas o mundo da velocidade continuou acelerando fundo, e como de costume, houve
os acontecimentos que não puderam ser comentados nas colunas regulares do mês,
mas que agora são reunidos nesta edição da Flying Laps, trazendo algumas
considerações em notas breves sobre um pouco do que rolou em outros certames do
mundo do esporte a motor neste mês de agosto. Portanto, boa leitura a todos, e
no mês que vem, teremos muito mais por aqui...
A etapa da
Stock Car no início do mês de agosto, no autódromo de Curitiba, foi das mais
agitadas. Com a punição imposta pela CBA, Cacá Bueno não participou da rodada
dupla disputada na capital paranaense, e muito provavelmente se livrou de uma
tremenda encrenca, quando a primeira prova teve um acidente monstruoso na reta
dos boxes, causado pelo carro de Thiago Camilo, que vinha lento, e tentava
seguir na pista. Com a disputa do pelotão vindo logo atrás de si, o carro de
Camilo foi atingido violentamente por Rafael Matos, que não conseguiu desviar,
e originou uma reação em cadeia atingindo outros pilotos, como Felipe Fraga,
Felipe Lapenna, e Luciano Burti. Os carros ficaram parcialmente destruídos, e
Camilo e Fraga precisaram ser levados para o hospital, enquanto a corrida era
paralisada. Com quase 1 hora de paralisação, a prova recomeçou, agora dividida
a corrida em duas partes. A primeira até o acidente e a segunda, que teria 25
voltas ou 36 minutos, mais uma volta. A vitória ficou com Marcos Gomes, seguido
de Allam Khodair e Daniel Serra. A segunda corrida, mais tranquila, teve
vitória de Sergio Jimenez, com Julio Campos e Diego Nunes fechado o pódio. Mas
o assunto mais falado foi mesmo da primeira corrida, com direito até a invasão
da pista por crianças, que determinaram a entrada do Safety Car para garantir a
segurança e providenciar sua retirada. E olhe que Cacá Bueno foi punido por
chamar o pessoal da CBA de "imbecis"... pior ainda é a CBA declarar
que não puniria o piloto como acabou acontecendo por ele tê-los chamado de
imbecis...hipocrisia pura...
Se Thiago Camilo foi ao inferno em
Curitiba, ele praticamente foi ao céu em Goiânia, etapa seguinte do campeonato
da Stock, e palco da prova mais importante da temporada, a Corrida do Milhão.
Mesmo com o pé inchado, Camilo deu um show: largou em 12° e ganhou praticamente
metade das posições à sua frente logo no arranque da largada e primeira volta.
E ele continuou acelerando, apesar da dor no pé machucado, e que estava sem
tomar os analgésicos para não ter problemas de sono, e também de doping. O
único golpe de sorte foram os problemas que fizeram Ricardo Maurício abandonar,
o que o levou para a liderança da corrida, que manteve até a bandeirada final.
Daniel Serra cruzou logo atrás, em 2° lugar, e Ricardo Zonta fechou o pódio com
a 3ª colocação. Foi a terceira vitória de Thiago Camilo na Prova do Milhão,
tendo vencido as edições de 2011 e 2012. A adrenalina da competição e da vitória
foi tanta que o piloto até esqueceu a dor no pé lesionado, que certamente
voltou com tudo pouco tempo depois. Mas valeu todo o esforço que o piloto fez
para disputar a corrida. Uma performance para ninguém botar defeito, sem dúvida
alguma.
A última etapa da Stock Car neste mês de
agosto foi disputada no circuito paranense de Cascavel, e a primeira corrida
foi vencida por Valdeno Brito. Ricardo Zonta subiu novamente ao pódio, em 2°, à
frente de Allam Khodair, mais uma vez no pódio. Já na segunda prova do fim de
semana, o triunfo ficou para Thiago Camilo, que festejou mais uma vitória na
competição. Valdeno Brito e Ricardo Maurício completaram o pódio. Com o
resultado das provas de agosto, Marcos Gomes é o líder do campeonato, com 182
pontos. Cacá Bueno, apesar de ter ficado de fora da etapa de Curitiba, é o
segundo colocado, com 151 pontos, seguido de Daniel Serra, com 133 pontos. Com
as duas vitórias, Thiago Camilo assumiu a 5ª colocação, com 120 pontos, logo
atrás de Julio Campos, com 121. Rubens Barrichello, atual campeão da categoria,
é o 6° colocado, com 115 pontos.
Depois da vitória na Alemanha, Marc
Márquez chegou a Indianápolis decidido a efetivar sua recuperação no campeonato
da MotoGP. E o atual bicampeão da categoria não deixou por menos: largou na
pole-position e venceu a prova disputada no circuito misto do famoso autódromo
da capital do Estado de Indiana, nos Estados Unidos. Mas foi uma vitória bem
suada, pois Jorge Lorenzo fez uma largada perfeita, assumindo a ponta no início
da corrida e fazendo o possível para ir embora. Mas Márquez tratou de recuperar
o prejuízo, e retomou a liderança da corrida na 25ª volta, mas não conseguiu
descolar-se do piloto da Yamaha, que esteve na sua cola o tempo todo, até a
bandeirada final, terminando em 2° lugar. Valentino Rossi, na outra Yamaha,
precisou fazer uma corrida de recuperação: largou em 8°, e foi subindo
posições, até estacionar na 3ª colocação. O "Doutor" não estava em
condições de aproximar-se da dupla que duelava na liderança, e ainda tinha
atrás de si Daniel Pedrosa, que ficou com o italiano em sua alça de mira,
tentando o bote para assumir sua posição. Mas Rossi defendeu-se muito bem, e
Pedrosa teve de amargar o 4° lugar, enquanto via seu companheiro de equipe Marc
Márquez vencer pela 3ª vez na atual temporada, empatando em número de vitórias
no ano com Valentino Rossi, até então.
Após a etapa de Indianápolis, a MotoGP
rumou para a República Tcheca, onde disputou a prova seguinte, no circuito de
Brno. Desta vez, Jorge Lorenzo não deu chances à concorrência, e tratou logo de
conquistar a pole-position para a corrida. Mas o perigo estava logo à espreita:
Marc Márquez era o segundo no grid, e Valentino Rossi, o 3°. Lorenzo não deu
chance para o azar e largou bem, enquanto Rossi perdia algumas posições e
ficava trancado atrás de Andrea Dovizioso em disputa por posição. Márquez, por
sua vez, tentava acompanhar o ritmo de Lorenzo, mas diferentemente do ocorrido
em Indianápolis, desta vez o ritmo do piloto da Yamaha estava insuperável, e só
restava mesmo se acomodar na 2ª posição. Nem mesmo quando Valentino Rossi
reocupou a 3ª posição ele conseguiu se aproximar mais. Com isso, Lorenzo
conquistou sua 5ª vitória no ano, e com o terceiro lugar de Rossi, empatou em
número de pontos com o italiano. Mas, por ter 5 vitórias contra apenas 3 de
Rossi, na prática Jorge Lorenzo assumia ali a liderança do campeonato, que
esteve sempre com Valentino desde o início do ano. Márquez, em 2° lugar, pelo
menos cumpriu sua meta de continuar escalando o pelotão. Atrás de Rossi, havia
uma boa briga pela 4ª posição, que acabou com Andrea Ianonne, em uma corrida
sólida pela Ducati, que teve também Andrea Dovizioso em 5° lugar. A 4ª posição
foi de Daniel Pedrosa, com a outra moto oficial da Honda.
Com a perda da liderança, Valentino
Rossi só tinha uma opção para a corrida da Inglaterra, em Silverstone: vencer
ou vencer, e mostrar que não contava apenas com sua impressionante constância
no campeonato, tendo subido sempre ao pódio em todas as etapas da competição
neste ano. O fim de semana começou bem, mas os rivais começaram melhor, com
Marc Márquez a conquistar mais uma pole na pista inglesa, secundado por Jorge
Lorenzo, cada vez mais ávido em despachar os concorrentes na luta pelo
tricampeonato da MotoGP. Dani Pedrosa mostrou a boa forma da Honda, e
conquistou a 3ª posição no grid, logo à frente de Rossi, que pelo menos
largaria logo na abertura da 2ª fila, e não mais atrás, como vinha acontecendo
nas últimas etapas. Mas o domingo apresentou uma surpresa para os competidores:
a chuva resolveu se fazer presente em Silverstone, o que motivou o adiamento da
largada em virtude do piso molhado, e todos os competidores trocaram para as
motos com pneus de chuva, quando a corrida foi declarada sob chuva. Com todos
os competidores com suas motos preparadas para chuva, a largada foi dada com
cerca de meia hora de atraso, e Lorenzo pulou para a ponta, assumindo a
liderança já na freada da curva Copse. Márquez era superado por Paul Spargaró,
enquanto Dani Pedrosa caia algumas posições. Na pista molhada, Valentino Rossi
partiu para o ataque, e logo assumiu a 2ª colocação, deixando apenas Lorenzo à
sua frente. E o espanhol foi presa fácil para o italiano, que tomou a dianteira
da corrida para não a perder mais. Pior: Lorenzo começou a perder posições,
chegando a ocupar o 6° lugar, superado pela dupla da Ducati e por Dani Pedrosa.
Na liderança, contudo, Rossi tinha Marc Márquez em seus calcanhares, e mesmo
fazendo volta mais rápida após volta mais rápida, o piloto da Honda não deixava
o "Doutor" escapulir. Mas, na 12ª volta, o forte ritmo sob chuva foi
demais para Márquez, que caiu sozinho e deu adeus à disputa. Atrás, Danilo
Petrucci, da Pramac, em grande dia, superava Andrea Dovizioso e chegou em 2°
lugar, atrás de Valentino. Dovizioso comemorou também o 3° lugar, seguido de
Jorge Lorenzo, que conseguiu recuperar algumas posições. Dani Pedrosa foi o 5°
colocado. Com o resultado de Silverstone, Valentino Rossi retomou a liderança
da competição, com 236 pontos, 12
a mais do que Jorge Lorenzo, com 224. Marc Márquez é o
terceiro colocado, com 159 pontos. Andrea Ianonne é o 4° colocado, com 150,
seguido por seu colega de time Andrea Dovizioso, com 120 pontos. A próxima
etapa da competição é no dia 13 de setembro, com o Grande Prêmio de San Marino,
na pista de Misano, na Itália.
Na disputa da F-3 Brasil, Pedro Piquet
teve um mês de agosto simplesmente perfeito: o filho mais novo do tricampeão
Nélson Piquet simplesmente arrasou a concorrência, ao vencer as 4 provas das
rodadas duplas disputadas em Curitiba e Cascavel. Mas o massacre não fica
apenas nisso: desde a 2° corrida no autódromo de Velocitá, Pedro Piquet já
acumula 7 vitórias consecutivas de um total de 8 triunfos no campeonato. E, de
10 corridas disputadas até agora, apenas a 1ª prova no Velocitá, bem como a 2ª
corrida na primeira rodada disputada em Curitiba no início do campeonato
tiveram vitória de outros pilotos, no caso, Rodrigo Baptista e Matheus Iorio,
respectivamente. Pedro Piquet caminha a passos largos para o bicampeonato na
categoria, liderando a competição com 123 pontos, enquanto o 2° colocado,
Matheus Iorio, tem apenas 77 pontos, seguido por Carlos Cunha, com 62 pontos. A
seguir vem Rodrigo Baptista e Artur Fortunato, ambos com 60 pontos. O
campeonato ainda tem 3 rodadas duplas, com um total de 6 corridas, mas Pedro
Piquet deve fechar a conquista do título com grande antecedência. Quem pode
segurar o garoto?
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