Chegamos
ao final do mês de setembro, e o ano de 2015 está entrando em sua reta final,
com algumas competições chegando às suas últimas etapas de competição e algumas
delas já conhecendo os seus campeões. E, como é costume em todo final de mês, é
hora de mais uma edição da COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, fazendo a tradicional
avaliação do panorama do mundo do esporte a motor neste mês. Então, uma boa
leitura a todos, com o velho esquema de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa
na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor
vermelho-claro). E em outubro tem mais edição da Cotação Automobilística, podem
apostar...
EM ALTA:
Scott
Dixon campeão da IRL: contra tudo e contra todos, o piloto neozelandês da Chip
Ganassi entrou de azarão na pista de Sonoma, na Califórnia, para a decisão do
título da Indy Racing League 2015, e saiu de lá com a vitória e o título, para
desespero de Juan Pablo Montoya, que veio liderando a competição desde a
primeira corrida, e perdeu o título no critério de desempate por ter 2 vitórias
contra 3 de Dixon. O neozelandês faturou o tetracampeonato e igualou-se a seu antigo
parceiro Dario Franchiti como o único tetracampeão da categoria fundada em
1996. Como o escocês já se aposentou das pistas, Dixon agora ruma para se
tornar o mais vitorioso e campeão da IRL, igualando-se aos grandes nomes da
F-Indy original, dos quais o maior vitorioso é A. J. Foyt, com nada menos do
que 7 títulos. Sem pensar em aposentadoria, Dixon pretende ir em busca de mais
vitórias e títulos, e estejam certos de que ele vai conseguir.
Porsche
no Mundial de Endurance: Depois de ver a Audi iniciar o campeonato deste ano
vencendo, a Porsche reagiu vencendo as 24 Horas de Le Mans, e desde então não
desceu mais do degrau mais alto do pódio, vencendo as etapas disputadas em
Nurburgring e Austin, e deixando a Audi definitivamente para trás no atual campeonato.
A Porsche já lidera o campeonato de construtores, com 220 pontos contra 184 da
marca das quatro argolas, que ainda lidera o campeonato de pilotos com o trio
Lotterer/Tréluyer/Fassler, mas os pilotos da rival estão chegando perto bem
rápido, e poderão assumir a dianteira logo, logo.
Lewis
Hamilton: O piloto inglês ruma firme para o tricampeonato, e após um percalço
em Cingapura, onde enfrentou o seu primeiro abandono na temporada, Lewis partiu
decidido para vencer a etapa do Japão, comandando a prova como quis, e
reafirmar o seu domínio no campeonato deste ano. E ao vencer em Suzuka,
Hamilton igualou o número de vitórias de seu grande ídolo Ayrton Senna,
justamente na pista onde o piloto brasileiro conquistou seus 3 títulos na F-1.
Para igualar-se ao brasileiro ainda mais, resta ser tricampeão, o que deve se
efetivar antes mesmo do fim da temporada, e chegar ao seu número de poles, o
que pode acontecer no próximo ano, se a Mercedes mantiver o seu ritmo de
dominação. E Lewis deve se tornar também o piloto mais vitorioso da F-1 na
atualidade se vencer as próximas duas corridas, quando chegaria então a 43
triunfos. Atualmente, Sebastian Vettel é o piloto com mais vitórias, 42, em
atividade.
Pedro
Piquet: O mais novo filho piloto de nosso tricampeão Nélson Piquet conquistou
com sobras o bicampeonato da F-3 Brasil, com um retrospecto quase arrasador,
tendo deixado de vencer apenas 2 das 12 corridas disputas até aqui. Piquet pai
sabe que o filho teve à sua disposição o melhor equipamento da categoria, mas
aproveitou a chance como deveria, preparando-se agora para trilhar o caminho do
exterior, quando irá disputar em 2016
a F-3 Européia, onde sabe que o filho começará a mostrar
realmente a sua capacidade como piloto. E fechar o título com antecipação já
livrou o piloto da dor de cabeça de ter de defender o título de 2014 nas etapas
que restam do campeonato, uma vez que ele se acidentou violentamente numa
corrida da categoria GT3 Porsche Cup, e apesar de ter saído praticamente ileso,
sofreu uma fratura na mão, e terá de ficar algumas semanas de molho em
recuperação. E já começar o seu planejamento para 2016... onde o mais novo
Piquet promete mostrar do que é capaz aos europeus.
Jorge
Lorenzo: O piloto da equipe oficial da Yamaha continua lutando fortemente pelo
campeonato da MotoGP deste ano, e depois de ficar sem marcar pontos em Misano,
ele foi à luta e venceu a corrida em Aragón, obtendo o seu 6° triunfo na
temporada, e ficando apenas 14 pontos atrás de seu companheiro de equipe
Valentino Rossi, que vai precisar redobrar suas atenções na luta pelo
campeonato da categoria. Lorenzo é o piloto que mais venceu no campeonato até
agora, enquanto seu parceiro Rossi obteve apenas 3 vitórias, o mesmo que o
atual bicampeão Marc Márquez. Ainda tem 4 provas até o fim da competição, e
podem apostar que o espanhol da Yamaha pretende vir com tudo para esta reta
final de campeonato. Valentino Rossi que se cuide...
NA MESMA:
Force
India: Como está fica: seguindo o exemplo de várias outras escuderias, a equipe
comandada por Vijay Mallya resolveu manter sua atual dupla de pilotos para o
campeonato de F-1 de 2016. Primeiro foi Nico Hulkemberg a renovar,
surpreendendo a muitos, que davam certa sua ida para a Porsche na Endurance; e
agora foi o mexicano Sérgio Pérez a continuar no time na próxima temporada. Com
a permanência de Sérgio, Mallya garante a permanência dos patrocinadores
mexicanos à sua escuderia, e desprezar patrocínio nos dias de hoje é loucura,
ainda mais com as finanças combalidas como está a escuderia...
Equipe
Penske: O time do velho Roger viveu novamente a sina de dominar um campeonato
na Indy Racing League, e perdê-lo na reta final. Will Power viveu isso por 3
anos consecutivos nos últimos tempos, Hélio Castro Neves também teve sua chance
e sucumbiu na reta final, e agora foi Juan Pablo Montoya, que liderou todo o
campeonato, ver o caneco escorregar de suas mãos na etapa final, em Sonoma,
prova que foi vencida magistralmente por Scott Dixon, que faturou o
tetracampeonato. A Penske foi o time mais poderoso do campeonato, mas foram
várias as corridas onde a escuderia não conseguiu fazer valer a sua grande
capacidade, com erros de estratégia, técnicos, e de seus pilotos. Chip Ganassi,
que foi quem mais capitalizou com as derrotas da Penske nos últimos anos,
agradece a Roger por mais um título, certo de que em 2016 haverá um novo duelo
entre suas escuderias. Será que a Penske vai virar freguesa permanente, com o
título de Power no ano passado sendo um resultado esporádico? A conferir no
próximo ano...
McLaren/Honda:
O time inglês e sua parceria nipônica continuam colecionando vexames na atual
temporada. Se em Cingapura, pista de baixa velocidade onde Fernando Alonso e
Jenson Button pensavam em conseguir algum resultado, o time viu seus dois
carros apresentarem problemas de câmbio, em Suzuka, terra da Honda, foi
ridículo ver os dois pilotos sendo ultrapassados com grande facilidade nas
retas do circuito. Button chegou a sofrer uma ultrapassagem dupla nas mãos de
Felipe Nasr e Max Verstappen, e Alonso, por mais que batalhasse, só conseguia
adiar o inevitável. Sobrou até bronca de Alonso, ao mencionar no rádio que
estava usando um motor de GP2, e não de um F-1, tamanha a falta de performance.
Se é verdade que isso não pegou bem na Honda, também é verdade que a fábrica
japonesa se superestimou em seu propalado retorno à categoria, certa de que
iria enfrentar dificuldades na sua volta, mas não ao ponto de os carros
equipados com seu motor largando a essa altura do campeonato quase que apenas à
frente da Manor, que usa uma unidade Ferrari de 2014. A McLaren, por sua
vez, também parece cair na real de que o chassi MP4/30 não é tão competitivo
quando se poderia imaginar, pois também tem sofrido com quebras que só
aumentaram os índices de abandonos da escuderia no ano. Se a situação não
melhorar em 2016, a
situação vai azedar em grande estilo, ou até pior...
Desrespeito
da Globo para com os fãs de F-1: Desde que deixou de exibir os treinos de
classificação das corridas na íntegra no ano passado, a emissora que detém os
direitos da categoria máxima em nosso país vem indo de mal a pior. O cúmulo
foram nas últimas duas provas, em Cingapura e no Japão. Na classificação na
Cidade-Estado, a emissora transmitiu apenas metade do Q3, e no Japão, mesmo
estando em plena madrugada no horário brasileiro, teriam sido cerca de 4
minutos, preferindo passar reprise do Rock in Rio que poderia ser jogado para
após o horário do treino sem maiores problemas. Quem não tem acesso aos canais
pagos do SporTV está fiando órfão de acompanhar os treinos de classificação, e
não é de se admirar que o ibope da categoria esteja caindo, pois os fãs já
começaram a protestar desligando a TV. E isso certamente vai dar à emissora a
deixa cretina para largar de vez os treinos, sob alegação de não dar audiência.
A Globo precisa mesmo levar alguns tombos para ver se aprende a fazer uma
transmissão pelo menos séria...
Nico
Rosberg: O piloto alemão da Mercedes vai ficando cada vez mais para trás na
perseguição a Lewis Hamilton, e já vê Sebastian Vettel em seus calcanhares após
a vitória do seu compatriota em Cingapura. A pole em Suzuka era uma chance de
reverter a situação e mostrar a todos que ainda pode impedir, ou pelo menos
dificultar o tricampeonato de Lewis, mas uma largada forte do inglês fez ruir
as esperanças de vitória na corrida, e Nico precisou batalhar para pelo menos
chegar em 2°, o que conseguiu fazer após duelar com Valtteri Bottas e Vetel na
prova nipônica. Mas, com 48 pontos de desvantagem para seu companheiro de
equipe, ou Nico pelo menos termina o campeonato de cabeça erguida, ou vai
carregar em definitivo a pecha de segundo piloto na Mercedes, e talvez dizer
adeus às suas esperanças de um dia ser campeão de F-1, e repetir o feito de seu
pai, Keke Rosberg, que venceu o campeonato de 1982.
EM BAIXA:
Parceria
Red Bull/Renault: O que muitos esperavam finalmente aconteceu, e a Red Bull e a
Renault, mesmo tendo contrato válido até o fim de 2016, encerraram sua parceria
na F-1, depois de muitos anos, em virtude dos maus resultados das últimas duas
temporadas. Para a marca francesa, foi o desfecho da avalanche de críticas
feitas pela escuderia dos energéticos, que não se conformou em virar
coadjuvante no atual campeonato. Agora a Renault deve concretizar a recompra de
seu antigo time oficial na categoria, atualmente batizado de Lotus, para
centrar seus esforços de recuperação da imagem da marca na categoria máxima do
automobilismo.
Toyota
no Mundial de Endurance: Campeã de 2014, o time japonês vem tendo um desempenho
sofrível na disputa do Mundial de Endurance deste ano, vendo não apenas a
arquirrival Audi voltar a andar na sua frente, mas sendo literalmente
atropelada pela velocidade da Porsche, que tem feito seus pilotos comerem
poeira no campeonato. Só para fazer a comparação, a Toyota tem apenas 101
pontos no mundial de construtores, enquanto a Porsche já tem 220 pontos. Os
japoneses já deram declarações que estão firmemente concentrados no campeonato
do ano que vem, mostrando que não se deve esperar nenhuma reação deles este
ano.
Brasil
novamente fora do Mundial de Endurance: Não foi surpresa o Brasil não ter
mantido sua etapa no campeonato de provas de longa duração no ano passado. A
desculpa era de que Interlagos precisava passar pelas reformas necessárias para
readequação de seu paddock para sediar as provas da F-1, e que a prova
certamente voltaria ao calendário em 2016, já com a pista totalmente reformada.
Bem, a direção do WEC divulgou o seu calendário para o próximo ano, e com uma
boa notícia: ao invés das tradicionais 8 provas, serão 9 no próximo campeonato.
Mas não será a etapa brasileira que irá ocupar esse novo lugar, e sim o México,
onde os carros da Endurance irão competir no autódromo Hermanos Rodriguez, que
este ano irá receber novamente a F-1. E asim, nosso país, que já deu o cano na
Indycar, perdendo a etapa da categoria que deveria ter aberto o certame deste
ano da IRL, nosso país vai ficando novamente de fora de outra competição
automobilística internacional, e ainda se perguntam porque a MotoGP não volta
para cá...
Brasileiros
na IRL: O campeonato da Indy Racing League 2015 terminou, e para decepção da
torcida, nossos pilotos não conseguiram vencer nenhuma corrida na competição
esse ano. Tony Kanaan passou longe da briga pelo título, e ainda viu o parceiro
Scott Dixon faturar o tetracampeonato, enquanto Hélio Castro Neves teve de ver
seu companheiro Juan Pablo Montoya quase conquistar o título, e ver também Will
Power terminar o certame melhor colocado. A última vez que isso aconteceu foi
em 2011, onde também Tony e Helinho passaram toda a temporada sem vencer.
Apesar do ano vago sem vitórias, ambos estão firmes em seus times e garantidos
para a temporada de 2016 da categoria, e sem perspectivas de pretenderem se
aposentar a curto prazo.
Marc
Márquez: O atual bicampeão da MotoGP mostra que está andando o que pode e o que
não pode nesta temporada, enfrentando uma oposição mais cerrada dos pilotos da
equipe oficial da Yamaha. O resultado é que a "Formiga Atômica" vem
beijando o chão com muita frequência na temporada, e em Aragón, na Espanha,
palco da última etapa, acabou repetindo a dose, para profunda irritação do
piloto da Honda, logo no início da corrida, após perder a dianteira com uma
largada levemente lenta, perdendo a ponta para Jorge Lorenzo, que partia a seu
lado. Com este abandono, Márquez praticamente dá adeus à luta pelo
tricampeonato, estando 79 pontos atrás de Valentino Rossi, e com apenas 4
corridas para encerrar a competição deste ano. Seria preciso que ambos os
pilotos da Yamaha abandonassem 3 corridas cada um para Marc voltar firme à disputa,
cenário altamente improvável de acontecer. O mais jovem bicampeão da categoria
precisa domar um pouco sua agressividade, e num campeonato mais ferrenhamente
disputado, manter a cabeça fria para evitar erros como o da última etapa. Que
leve estes conhecimentos para disputar o tricampeonato em 2016, ou pelo menos
aproveite para infernizar os rivais ainda este ano, para mostrar que não é
bicampeão por acaso...
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