De
volta com a seção Arquivo, trago a coluna que fechava o mês de maio de 1997,
com um apanhado geral de como estava o campeonato da F-1 naquele ano até o
presente momento, que estava demonstrando uma batalha bem equilibrada entre a
toda-poderosa Williams, e a Ferrari, que apesar de estar um pouco abaixo do
time inglês, começava a mostrar a que veio, com a contratação de Michael
Schumacher no fim de 1995. Benetton e McLaren, que eram esperanças de engrossar
a briga e oferecer mais disputa, não estavam conseguindo corresponder às
expectativas, assim como as muitas promessas feitas por Tom Walkinshaw sobre a
TWR-Arrows como nova força na categoria estavam parecendo mais bravata de
pescador pré-pescaria do que qualquer outra coisa. Estava sendo difícil ver o
atual campeão mundial, Damon Hill, penar com o carro de sua nova escuderia, que
até mostrava algum potencial, mas quebrava muito, apesar dos esforços do piloto
inglês para levar o time adiante.
Arie
Luyendick, piloto holandês vencedor das 500 Milhas de
Indianápolis em 1990, repetia a dose, e vencia a edição de 1997, a segunda Indy500
válida pelo campeonato da Indy Racing League, e o clima na corrida mais famosa
dos Estados Unidos já não era o mesmo, embora ainda continuasse tudo do mesmo
jeito. Enquanto isso, na F-Indy original, a Penske parecia estar de volta à sua
posição de dominante, com 3 vitórias consecutivas de Paul Tracy, que parecia
ser um dos principais favoritos ao título da categoria naquele ano, o que
infelizmente não durou muito: a campeã de 1996, Ganassi, conseguiu botar ordem
em sua casa, e na segunda metade da temporada, o italiano Alessandro Zanardi
arrasou com a concorrência, faturando seu primeiro título na categoria, e o
segundo consecutivo para o time de Chip Ganassi. Fiquem agora com o texto, e
boa leitura...
ALTOS E BAIXOS
Após
6 etapas disputadas, o Mundial de Fórmula 1 mostra um bom equilíbrio na
classificação do campeonato deste ano, seja de pilotos, seja de construtores.
Jacques Villeneuve reabilitou-se depois do fiasco de Mônaco e voltou à liderança
do certame, mas a sua diferença para Michael Schumacher é de apenas 3 pontos.
Já a Ferrari ainda lidera a classificação de construtores pela menor vantagem,
1 ponto apenas, sobre a Williams.
A
competição poderia ficar ainda melhor se as demais escuderias de ponta, McLaren
e Benetton, não estivessem tendo desempenhos tão irregulares nas corridas
disputadas até aqui. No início do ano, tudo indicava um maior equilíbrio de
forças, mas os resultados só apareceram de maneira parcial.
A
McLaren, por exemplo, só mostrou força na estréia do campeonato, na Austrália,
onde David Couthard conseguiu a 1ª vitória do time depois de 3 anos de jejum. O
3º lugar de Mika Hakkinen na mesma corrida dava a entender que o time de Ron
Dennis finalmente voltaria a disputar as primeiras colocações. Acabou ficando
somente naquilo pois nas provas que se seguiram, ambos os pilotos da McLaren
ficaram afastados até mesmo da luta pelo pódio, e até ficando por pouco dentro
da zona de pontuação. No último domingo, em Barcelona, a McLaren voltou a
mostrar algum poderio, mas os pneus acabaram com as hipóteses de Couthard
terminar no pódio, e deixou Hakkinen fora dos pontos. Muito pouco para a 2ª
escuderia que mais venceu na história da F-1.
A
Benetton, então, nem se fala: fez uma corrida mediana em Melbourne. Já em
Interlagos, Gerhard Berger deu uma boa canseira em Villeneuve no final da
corrida, aproximando-se perigosamente da Williams. A partir daí, decaiu como a
McLaren, e só na prova da Espanha a Benetton conseguiu voltar ao pódio, com Jean
Alesi. Berger ficou fora dos pontos. Com tudo isso, o time que foi campeão em
1994 e 1995 com Michael Schumacher anda com uma crise brava. Comenta-se que,
para 98, o time será reestruturado, e isso quer dizer que tanto Berger quanto
Alesi terão de procurar um novo emprego.
A
Ferrari é a melhor surpresa da temporada, por estar correspondendo em boa parte
às expectativas. As únicas etapas em que o time de Maranello não mostrou boa
forma foram em Interlagos e Barcelona, onde Michael Schumacher ficou em 4º
lugar em ambas as etapas. Nas demais corridas, sempre houve um piloto do time
rosso no pódio. O melhor resultado foi em Mônaco, onde Schumacher venceu e
Eddie Irvinne foi o 3º colocado. Na base da regularidade, a Ferrari procura
derrubar a Williams, e até o momento, a estratégia vem dando resultado.
Já
a Williams anda tendo seus altos e baixos até ao mesmo tempo. Enquanto
Villeneuve conseguiu se reabilitar depois de abandonar 2 corridas consecutivas,
Heinz-Harald Frentzen ficou fazendo mera figuração em Barcelona, repetindo o
fiasco de Interlagos, onde o canadense também venceu. Depois da vitória em San Marino, era de se
esperar que o piloto alemão finalmente mostrasse serviço na equipe, o que vem
ocorrendo somente nos treinos. Não é exagero dizer que a Williams está correndo
praticamente pela metade, pois seus dois pilotos até agora não conseguiram
marcar pontos juntos em uma mesma etapa.
Enquanto
isso, os times médios mostram serviço, com destaque para a equipe Prost, que
conseguiu com Olivier Panis em Barcelona o 2º pódio do ano da escuderia. Panis
é o 3º colocado no campeonato de pilotos, enquanto a Prost ocupa a 5ª posição
entre os construtores. Além da eficiência meticulosa de Alain Prost na direção
da equipe, o que deu grande coesão ao seu trabalho técnico, os pneus
Bridgestone mostraram sua capacidade, surpreendendo a Goodyear. Com este
trunfo, não é exagero admitir que a Prost ainda pode até ganhar uma corrida até
o fim do ano.
A
Sauber mostra sua capacidade com o novo motor Ferrari de 96. Johnny Herbert
marcou mais pontos em Barcelona, e a equipe tem tudo para fazer sua melhor
participação na F-1. A Jordan mostra potencial, mas seu maior problema é ter
dois pilotos novatos que já não se entendem direito um com o outro, sinônimo de
confusão na pista, como ficou provado na Argentina.
Altos
e baixos aqui e ali, assim caminha o campeonato de F-1 este ano. Tudo indica
que este ano teremos mesmo muita emoção. É só esperar pra ver, pois ainda tem
muito chão até o encerramento do campeonato.
O 2º lugar de Olivier Panis em
Barcelona, no Grande Prêmio da Espanha de F-1, foi o 3º pódio da Bridgestone e
o 2º consecutivo. Rubens Barrichello, que também corre com os pneus japoneses,
foi 2º em Mônaco.
Por falar em, Barrichello, a Stewart
teve o seu dia de calvário domingo em Barcelona. Rubinho
classificou-se num decepcionante 17º lugar no grid, resultado da falta de
potência do seu motor Ford e por algo mais também no seu carro. Isso porque,
pela primeira vez no ano, o piloto brasileiro não foi o melhor carro com motor
Ford no grid. Mika Salo, da Tyrrel, largou em 14º, 3 posições à frente do
brasileiro. Curioso: a Tyrrel corre com o motor Ford EC V-8, enquanto a
Stewart, equipe de fábrica, usa o novo Zetec-S V-10...
A TWR-Arrows teve outro dia ruim em
Barcelona, onde viu seus dois pilotos abandonarem por quebra de motor na reta.
Para Damon Hill, foi o fim de um dia que prometia: ele ocupava a 4ª posição
quando seu motor quebrou...
Damon Hill anda bem cotado na temporada
de boatos da F-1 este ano: alguns dizem que o atual campeão mundial irá para a
McLaren em 1998. Outro rumo é apontado para a Prost, onde ele seria o primeiro
piloto, sob a batuta de seu ex-companheiro de Williams, Alain Prost.
Tom Walkinshaw está se desdobrando para
conseguir motores de primeira linha para 1998. Segundo alguns boatos, suas
negociações estariam envolvendo a Honda, a Ford, a Peugeot e até a Renault. E
para mostrar que não quer perder tempo, John Barnard, o novo diretor técnico do
time na F-1, já está trabalhando no carro de 98, bem como projetando várias
inovações para melhorar o carro deste ano.
Na F-CART, Paul Tracy continua
imparável. O piloto canadense conseguiu nas 300 Milhas de Saint Louis a sua 3ª
vitória consecutiva e começa a disparar na liderança do campeonato. Mais do que
dispor de um excelente carro, o Penske, que conseguiu se recuperar do fiasco do
ano passado, Paul Tracy está guiando como nunca e mantendo-se livre de
confusões, o que nunca foi o seu forte. Para este domingo, onde a F-CART
disputa mais um GP na pista oval curta de Milwaukee, em West Allis, no Estado
de Wisconsin, o piloto da Penske encabeça o favoritismo na corrida.
Arie Luyendick finalmente conseguiu
acabar com o azar e conquistou a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis na
última terça-feira. O “holandês voador” largou na pole e, durante a maior parte
da corrida, ficou entre a 4ª e a 5ª posição, assumindo a liderança a poucas
voltas do final e conquistando sua 2ª vitória na Indy500. E deu dobradinha da
equipe Treadway: Scott Goodyear ficou em 2º lugar.
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