E
o ano de 2015 mal começou, e janeiro já foi embora. Nestas horas, o tempo
parece andar mais rápido do que um carro de corridas. E como é de praxe em todo
início de mês, eis aqui a mais nova edição da Flying Laps, com algumas notas
rápidas de alguns acontecimentos do mundo da velocidade neste início de ano que
não puderam ser analisados nas colunas regulares. Uma boa leitura a todos, e
até a próxima edição da Flying Laps do mês que vem...
A Fórmula-E disputou no último dia 10 de janeiro sua 4ª etapa, nas ruas
de Buenos Aires, e assim como havia mostrado na etapa anterior, em Punta del
Este, no Uruguai, foi uma corrida e tanto, com várias surpresas e disputas entre
os pilotos até a bandeirada. E, pela 4ª vez consecutiva, o certame apresentou
um vencedor diferente. Desta vez, foi o português António Félix da Costa, da
equipe Amlin Aguri. O pódio foi completado por Nicolas Prost, da E.Dams, na 2ª
colocação, e com Nelsinho Piquet, da China Racing em 3° lugar. A etapa
argentina da competição não foi muito boa para Lucas Di Grassi e Sébastien
Buemi. Ambos acabaram abandonando depois de enfrentarem quebras nas suspensões
de seus carros. Buemi, que largara na pole na etapa, vinha se mantendo na
liderança da corrida, e já vinha com o piloto brasileiro em seu calcanhar,
quando atacou demais uma zebra e danificou sua suspensão, indo parar no muro, e
dando adeus às chances de se aproximar de Lucas na classificação. Só que Di Grassi
não pôde comemorar por muito tempo: quando tinha tudo para vencer pela segunda
vez no campeonato, o brasileiro da equipe Audi Abt também acabou tendo uma
quebra de suspensão, e tendo o seu primeiro abandono no certame. Vencedor da
segunda corrida, na Malásia, Sam Bird também teve uma corrida complicada em
virtude de ter recebido uma punição de drive through por ter feito sua parada
para troca de carros abaixo do tempo mínimo estipulado, e com isso, perdendo as
chances de vitória, terminando apenas em 7° lugar. Mas o que deixou a platéia
alucinada foram as disputas de posição nas voltas finais, com vários pilotos
partindo para o tudo ou nada uns contra os outros, com várias ultrapassagens
entre eles, algumas bem-sucedidas, outras nem tanto. Houve quem passasse,
alguns escaparam da linha ideal e ao invés de passarem, acabaram sendo
passados. Com os pilotos centrados na disputa, vários nem sabiam em que posição
estavam na bandeirada de chegada. O público aplaudiu os competidores, e a F-E
mostra que conforme avança seu campeonato, vai melhorando cada vez mais. A
próxima corrida será no dia 14 de março, em Miami, nos Estados Unidos.
Depois de três etapas subindo ao pódio, com uma vitória, um segundo e
um terceiro lugares, o brasileiro Lucas Di Grassi não gostou do abandono que
sofreu na etapa da Argentina da F-E. Lucas chamou atenção para o fato da
suspensão de seu carro e do indiano Karun Chandhok terem quebrado sem terem
sido forçadas demais, cobrando maior atenção quanto à durabilidade dos
componentes dos chassis, que são fabricados pela Dallara, em nome da segurança.
Largando na 5ª colocação, Lucas foi para cima dos adversários, e era o 2°
colocado quando a pressão em cima do líder Sébastien Buemi deu resultado, com o
suíço passando em cima de uma zebra e comprometendo sua suspensão dianteira. Diante
do azar do abandono algumas voltas depois pelo defeito que comprometeu a
suspensão de seu carro, o brasileiro ainda saiu de Buenos Aires no lucro, uma
vez que nenhum de seus perseguidores diretos no campeonato teve bom desempenho
na etapa argentina da competição. Com isso, Lucas ainda lidera o certame, com
58 pontos. Sam Bird, da Virgin, assumiu a vice-liderança, com 48 pontos;
Sébastien Buemi vem a seguir, com 43 pontos. Com o 2° lugar em Buenos Aires,
Nicolas Prost assumiu a 4ª posição, com 42 pontos. O pódio em Buenos Aires
alçou Nelsinho Piquet à 5ª posição, com 37 pontos. Com o triunfo na Argentina,
António Félix da Costa foi a 29 pontos, assumindo a 6ª colocação.
Depois de passar em branco nas duas primeiras etapas, Bruno Senna vem
se recuperando no certame da F-E. Bruno marcou seus primeiros pontos em Punta
Del Este, com um 5° lugar, e em Buenos Aires, foi o 4° colocado, marcando mais
10 pontos, e ocupando no momento a 11ª posição, com 18 pontos, empatado com seu
colega de equipe, o indiano Karun Chandhok. Mas tanto no Uruguai quanto na
Argentina, Senna teve de largar das última colocações para fazer corridas de
recuperação, e vem demonstrando grande capacidade neste procedimento. A hora em
que tiver condições de largar mais à frente, sem enfrentar problemas, poderá
ser um dos candidatos à vitória. E a categoria mostra que tem bom equilíbrio
entre seus participantes, portanto, novos vencedores poderão surgir nas etapas
seguintes da competição.
A crise econômica também anda rondando o
continente americano. A Chip Ganassi, um dos maiores times da Indy Racing
League, precisou apertar o cinto neste primeiro mês de 2015. Foram cerca de 10
funcionários demitidos, e embora possa parecer pouco, a dispensa destes
profissionais indica que a escuderia deve disputar o certame deste ano apenas
com 3 carros, ao contrário dos 4 com os quais competiu nos últimos anos. Um
sinal claro da redução de verba está no fato de que este ano a Target, parceira
da escuderia desde a sua estréia na Fórmula Indy original, no início da década
de 1990, só manterá seu patrocínio para o carro de Scott Dixon. Tony Kanaan,
que no ano passado também correu com as cores da Target, terá seu bólido este
ano patrocinado pela NTT Data, que em 2014 apoiou o 4° carro do time, conduzido
por Ryan Briscoe, que não teve o contrato renovado para esta temporada. Charlie
Kimball, que corre com apoio de empresas do setor farmacêutico (o piloto é
diabético), está garantido na temporada 2015 na escuderia. Não deixa de ser um
sinal preocupante das dificuldades financeiras que o mundo do esporte a motor
passa, quando uma escuderia de ponta de uma categoria precisa apertar o cinto
diante de uma falta de patrocinadores...
O Mundial de Rali de 2015 já disputou sua primeira etapa, e o vencedor
foi, de novo, Sébastien Ogier, que inicia o ano mostrando aos concorrentes que
vai lutar pelo tricampeonato. A etapa de Monte Carlo, que abre o campeonato de
off-road, aliás, viu o triunfo por completo da equipe da Volkswagen. Jari-Matti
Latvala e Andreas Mikkelsen, companheiros de Ogier na equipe alemã, ficaram em
2° e 3° lugares na competição. Latvala finalizou as 15 etapas com cerca de 58
minutos de desvantagem para o atual bicampeão. Mikkelsen, por sua vez, fechou a
prova com mais de 2 horas de desvantagem para o vencedor. Um dos destaques da
prova foi o retorno de Sébastien Loeb, que iniciou a competição exibindo a
velha forma, terminando o primeiro dia da competição na liderança, e certamente
assustando o time de Ogier, ainda que por uma vantagem mínima sobre o atual
campeão da categoria. Mas no segundo dia de competição, Loeb teve problemas, e
ao acertar uma pedra, danificou seu carro e perdeu muitas posições, caindo para
15°, e tornando impossível uma recuperação na competição a ponto de disputar a
vitória: acabou em 8° lugar, com mais de 8 horas de desvantagem para Ogier, que
certamente agradeceu pelo providencial azar ao rival.
Quem também começou o ano de forma
atribulada no Mundial de Rali foi Robert Kubica. O polonês mostrou grande
velocidade com seu carro, mas problemas elétricos comprometeram as chances de
obter um bom resultado na classificação final. E, no último dia, talvez para
não perder o hábito, como estão dizendo os piadistas, Robert ainda se acidentou
com o carro, mas felizmente sem sofrer maiores danos além de amassar toda a
lateral direita do veículo, mas saindo tanto ele quanto seu navegador sem um
arranhão sequer...
A equipe oficial da Yamaha apresentou no
último dia 28 em Madri, na Espanha, o seu modelo 2015 que será conduzido por
Valentino Rossi e Jorge Lorenzo na temporada deste ano da MotoGP. O objetivo é
destronar o atual bicampeão da categoria, Marc Márquez. Rossi e Lorenzo, bem
como todo o time da Yamaha, estão empolgados e decididos, mas falta combinar
com o piloto da Honda, que certamente tem outras idéias na cabeça...
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