quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - JANEIRO/FEVEREIRO DE 2015



            Saudações a todos. Estamos já no fim do mês de fevereiro, e é hora de voltar com a COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, analisando alguns dos acontecimentos do mundo do esporte a motor nos dois primeiros meses deste novo ano, uma vez que alguns campeonatos já começaram a ser disputados, enquanto outros terão seu início apenas em março e outros em abril. Boa leitura a todos, com o velho esquema de sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E a próxima edição da Cotação Automobilística estará disponível aqui no final do mês de março. Até lá...



EM ALTA:

Equipe Mercedes: Embora não tenha feito os tempos mais rápidos nos testes da pré-temporada para o campeonato da F-1 deste ano, que ninguém se engane: o time alemão, campeão do mundo em 2014, continua extremamente forte e devidamente preparado para dominar novamente a competição em 2015. O modelo W06 mostrou extrema fiabilidade, e o time acumulou uma quilometragem de mais de meia temporada de GPs nos testes coletivos de Jerez de La Fronteira e na semana passada em Barcelona, e fez várias simulações de GP completos, mostrando tempos constantes e firmes, sem apresentar nenhum problema. A única dúvida é qual dos pilotos do time alemão vai ser o campeão deste ano. No ano passado, Lewis Hamilton ganhou a parada, mas Nico Rosberg promete vir com tudo este ano...

Lucas Di Grassi: O piloto brasileiro, apesar do abandono sofrido por quebra da suspensão de seu carro na etapa de Buenos Aires do campeonato da Fórmula-E, ainda continua liderando a competição, uma vez que seus adversários mais diretos não conseguiram capitalizar com a situação. Lucas vem mantendo uma performance firme e determinada no certame, e sem dúvida é um dos favoritos ao título da primeira temporada da competição, e que vem mostrando o grande piloto que é, que sem ter tido chances decentes na F-1, deixou a categoria para trás e encontrou seu lugar no Endurance e na F-E. O brasileiro tem 10 pontos de vantagem para Sam Bird, o vice-líder.

Campeonato da F-E: O certame de carros elétricos vem mostrando bom desenvolvimento de seu campeonato, e cada corrida tem se mostrado melhor e mais disputada do que a anterior. Em Buenos Aires, as disputas de posição pegaram fogo nas voltas finais da corrida, com grandes mudanças de posição entre vários pilotos, e deixando o público presente pra lá de empolgado. E a direção da categoria não está esperando nem a poeira abaixar para anunciar as novidades da segunda temporada, que deverá ser iniciada no segundo semestre deste ano. Grupos que atualmente competem apenas como equipes passarão a ser construtoras na nova temporada, o que demonstra o crescente interesse que a categoria está despertando junto às montadoras e grupos automotivos. Mas, ao mesmo tempo, pretende manter os custos os mais reduzidos possíveis, para evitar gastos exorbitantes

Sébastien Ogier: O atual bicampeão do Mundial de Rali iniciou o certame de 2015 com tudo, e venceu as duas etapas iniciais da competição, em Monte Carlo e na Suécia. Com 53 pontos, Ogier tem nada menos do que 23 pontos de vantagem para o norueguês Andreas Mikkelsen, também do mesmo time do francês, a equipe oficial da Volkswagen, que acumula 30 pontos e está empatado com o belga Thierry Neuville. Pior ainda é para um dos companheiro de Ogier na equipe Volkswagen, o finlandês Jari-Matti Latvala, que só tem 19 pontos até agora nas duas etapas, e parece que vai ficar mais uma temporada na sombra do parceiro de time francês, além de todos os demais competidores...

Nasser Al-Attiyah: O príncipe do Catar foi o grande nome na competição de carros do rali Dakar deste ano, dominando a prova desde o seu início, e estando sempre em boas posições em todas as etapas. O catariano já tinha vencido a prova em 2011, e prometeu que a venceria novamente, conseguindo cumprir a promessa este ano. E podem apostar que ele vai querer tentar o tri, possivelmente já em 2016. Mas não faltarão concorrentes de peso, que certamente esperam ter melhor sorte na prova do ano que vem...



NA MESMA:

Robert Kubica: O intrépido polonês continua um piloto extremamente rápido, mas desde que recomeçou sua carreira no campeonato mundial de rali, vem chamando muita atenção pelos acidentes que vem sofrendo nas várias etapas da competição. E ele não começou 2015 de maneira diferente: acabou batendo no último dia do Rali de Monte Carlo, e danificando seu carro, mas felizmente sem sofrer nenhum ferimento ele e seu navegador. Na Suécia, o polonês não teve exatamente melhor sorte na competição: acabou ficando na 20ª colocação geral, com mais de 14 horas de desvantagem para o vencedor, Sébastien Ogier, mas pelo menos não sofreu nenhum novo acidente...

Equipe Ferrari: Mais um início de ano, e mais um início bem otimista para as possibilidades do time de Maranello com relação ao campeonato da F-1. Não há dúvidas de que o time evoluiu em relação ao ano passado, mas ainda é cedo para dizer se eles irão realmente ter um campeonato melhor. Tudo é novo na administração, um carro com novo comando técnico, e uma nova dupla de pilotos, e a escuderia transpira tranquilidade e descontração nos boxes como há muito não fazia, e este novo ambiente tem tudo para ajudar a buscar melhores resultados no campeonato deste ano. Resta saber se o otimismo vai ser confirmar, mesmo com toda a postura pé no chão que a nova direção da escuderia está exibindo. Se os resultados não aparecerem logo, vamos ver quanto tempo a paciência dura do novo comando dura. Se durar, como se espera pelas declarações feitas na pré-temporada, o time tem boas chances de voltar a trilhar um caminho firme de volta ao sucesso; se não durar, lá vamos nós de novo no terremoto político que a escuderia costuma vivenciar de tempos em tempos quando não consegue os resultados que espera...

Fernando Alonso: Desnecessário dizer que, quando aceitou voltar à McLaren, o bicampeão espanhol já sabia de antemão que muito provavelmente seria um figurante de luxo no campeonato deste ano. De fato, os percalços enfrentados pela McLaren no seu retorno da parceria com a Honda estão não apenas se confirmando como se mostrando até mais complicados do que se esperava inicialmente. Assim, o asturiano deverá se ver novamente longe das disputas das primeiras posições, e vendo o astral muito melhor em seu ex-time, e com perspectivas de pelo menos fazerem um campeonato bem melhor do que o do ano passado, muito provavelmente Fernando deve estar se perguntando se valeu a pena causar tanta celeuma no time italiano nos últimos dois anos. Para a turma dos antitorcedores do espanhol, Alonso está colhendo o que plantou, e vai merecer o possível jejum de bons resultados pela sua maneira de ser. No atual momento, difícil não concordar com isso...

Equipe Marussia/Manor: O time que inicialmente iria estrear como Manor, entrou na F-1 em 2010 como Virgin, e depois mudou o nome para Marussia, e até prova em contrário, faliu no ano passado, sem conseguir terminar o campeonato de 2014. Mas aparentemente continua acreditando em poder disputar novamente a F-1. Alegando ter um novo mantenedor, a escuderia pretende voltar a competir agora com seu nome original, Manor, e havia feito uma petição para iniciar a disputa com o carro do ano passado, devidamente adaptado para este ano, enquanto não apronta o novo modelo. O pedido acabou vetado, mas diante do reduzido número de participantes do mundial, é possível que acabe recebendo aval para competir. Pelo sim, pelo não, a Ferrari diz que mantém o acordo de fornecimento de motores para a escuderia, e esta já teria agendado os testes de colisão do novo modelo. Mas a situação é extremamente precária, uma vez que venderam o prédio de sua sede, e dispensaram praticamente todos os funcionários. Se com tudo em ordem já andavam atrás de todo mundo, difícil imaginar que possam acreditar fazer melhor na situação atual...

Visual dos carros da F-1: Depois dos bicos esquisitos que foram vistos nos carros da categoria no ano passado, que motivaram muitas críticas dos fãs pela feiúra que proporcionou aos bólidos, a FIA estabeleceu novas regras técnicas visando deixar a dianteira dos monopostos mais "elegante", e de certa forma, até conseguiu melhorar o visual dos carros, ainda que continuem algumas críticas a alguns modelos. Se no ano passado Ferrari e Caterham tinham os bicos mais extravagantes, este ano é a Williams que ainda se mantém com um bico com uma proeminência "saliente" no modelo 2015, pelo qual o novo FW37 já está sendo chamado de "carro-mamilo". Mas o carro está dentro das regras, e se este design se mostrar eficiente, pode acabar sendo copiado por outros times. E daí provavelmente a FIA vai mudar de novo o regulamento para proibir a brecha encontrada pelo time inglês para manter o design "pitoresco" da frente de seu bólido...



EM BAIXA:

Etapa brasileira da IRL: O que já não andava exatamente bem acabou mesmo é mal. O contrato firmado entre a Bandeirantes e o Governo do Distrito Federal não tinha as garantias e formalidades legais necessárias para o estabelecimento de um acordo deste tipo, e após um aviso do Ministério Público, o novo governador simplesmente cancelou as obras de reforma do Autódromo de Brasília, que sediaria a etapa no próximo dia 8 de março. Com o Distrito Federal em grave crise financeira devido à gestão destrambelhada de Agnelo Queiroz, o fato do acordo para receber a Indy ser irregular deu ao novo governador eleito Rodrigo Rollemberg justificativa para rescindir o acordo e pular fora, até porque o DF tem prioridades muito mais urgentes. Mas o Brasil fica novamente mal na fita ao mostrar que não tem competência nem seriedade para receber eventos internacionais de automobilismo, e muito provavelmente a Bandeirantes deverá deixar de transmitir a Indy Racing League para o Brasil depois desta encrenca que eles próprios arrumaram. Não este ano, mas talvez em 2016.

Equipe Mclaren/Honda: A parceria entre a McLaren e a Honda, vitoriosa no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, certamente encheu de esperanças quem imaginava um retorno triunfal na F-1, mas a realidade é muito mais diferente do que os mais entusiasmados fãs esperavam. O novo modelo MP4/30 até agora foi o carro que menos andou nos testes, apresentando sempre problemas e uma grande falta de fiabilidade, o que deve certamente comprometer o início de temporada da escuderia inglesa, que além de tudo, não está conseguindo encher novamente a carenagem do carro com patrocínios atrativos. E Fernando Alonso ainda sofreu um acidente mal explicado no último dia da primeira sessão coletiva de testes de Barcelona, que só ajudou o time a perder ainda mais tempo. É verdade que no ano passado a Red Bull também enfrentou problemas a rodo na pré-temporada, e depois, fez um bom campeonato, conseguindo até algumas vitórias, e nada impede que a McLaren consiga repetir o desenvolvimento exibido pelo time das bebidas energéticas. Mas nada garante também que vão conseguir, e se isso se confirmar, a parceria anglo-nipônica vai ter de mostrar muita paciência até todos os detalhes finalmente se encaixarem. Pior para Fernando Alonso, que vai ver seu ex-time, a Ferrari, andar muito melhor este ano...

Equipe Caterham: O time fundado por Tony Fernandes vinha tentando encontrar meios de participar do campeonato da F-1 deste ano, mas não teve jeito mesmo. Com muitas dívidas e sem condições de construir um novo carro, o mais sensato foi encerrar de vez as tentativas de continuar e partir para outra. Se quando tinham tudo funcionando direito já não conseguiam competir efetivamente com as outras equipes como se esperava, com uma situação capenga como a atual é que nada de positivo sairia mesmo. Bem fez Tony Fernandes em meados do ano passado, quando resolveu pular fora e passar a batata quente adiante. E a F-1 segue demolindo a si mesma continuando do jeito que está...

Equipe Force India: O time indiano comandado por Vijay Mallya está sentindo mais do que nunca a crise financeira que se abate sobre a F-1, e por contenção de custos, faltou à primeira sessão coletiva de testes da categoria na pré-temporada, marcada para o circuito de Jerez de La Fronteira, e por pouco não faltou também à segunda sessão coletiva, agora na pista de Barcelona. O carro de 2015, contudo, não está pronto, segundo informações, por falta de peças para finalizá-lo, o que obrigou o time a efetuar os testes na pista da Catalunha com o modelo do ano passado, testando os novos pneus da Pirelli e apenas alguns componentes que dizem ser do novo modelo. A escuderia sempre conseguiu manter uma relativa estabilidade financeira estes anos todos, e se não mostrava recursos abundantes, pelo menos conseguia evitar de se endividar. Infelizmente, os percalços da competição no ano passado conseguiram deixar a escuderia em maus lençóis, e ao que tudo indica, o aperto está sendo maior do que muitos imaginavam...

Crise na F-1: A categoria máxima do automobilismo tem tudo para iniciar a competição de 2015 com o menor número de participantes de que há memória: até o momento, apenas 18 carros deverão alinhar no grid da Austrália, e por pouco o número não seria menor, com as dificuldades da Force India, que ainda nem aprontou o seu modelo 2015. Contra a vontade de muitos, eles devem liberar a participação da Marussia/Manor para a competição, a fim de fechar o número de 20 carros que o contrato da FOM prevê para a competição. Tentando achar respostas para melhorar a categoria, a direção da FIA chegou a se reunir, mas mudanças técnicas foram postergadas para 2017, uma vez que novas mudanças para 2016 só iriam trazer complicações financeiras ainda maiores para os times, e praticamente metade deles não demonstra ter condições de aguentar o tranco de um novo pacote técnico.

 



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