Saudações
a todos. Estamos já no fim do mês de fevereiro, e é hora de voltar com a
COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, analisando alguns dos acontecimentos do mundo do
esporte a motor nos dois primeiros meses deste novo ano, uma vez que alguns
campeonatos já começaram a ser disputados, enquanto outros terão seu início
apenas em março e outros em abril. Boa leitura a todos, com o velho esquema de
sempre nas avaliações: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor
azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). E a próxima edição da Cotação Automobilística
estará disponível aqui no final do mês de março. Até lá...
EM ALTA:
Equipe
Mercedes: Embora não tenha feito os tempos mais rápidos nos testes da
pré-temporada para o campeonato da F-1 deste ano, que ninguém se engane: o time
alemão, campeão do mundo em 2014, continua extremamente forte e devidamente
preparado para dominar novamente a competição em 2015. O modelo W06 mostrou
extrema fiabilidade, e o time acumulou uma quilometragem de mais de meia
temporada de GPs nos testes coletivos de Jerez de La Fronteira e na semana
passada em Barcelona, e fez várias simulações de GP completos, mostrando tempos
constantes e firmes, sem apresentar nenhum problema. A única dúvida é qual dos
pilotos do time alemão vai ser o campeão deste ano. No ano passado, Lewis
Hamilton ganhou a parada, mas Nico Rosberg promete vir com tudo este ano...
Lucas
Di Grassi: O piloto brasileiro, apesar do abandono sofrido por quebra da
suspensão de seu carro na etapa de Buenos Aires do campeonato da Fórmula-E,
ainda continua liderando a competição, uma vez que seus adversários mais
diretos não conseguiram capitalizar com a situação. Lucas vem mantendo uma
performance firme e determinada no certame, e sem dúvida é um dos favoritos ao
título da primeira temporada da competição, e que vem mostrando o grande piloto
que é, que sem ter tido chances decentes na F-1, deixou a categoria para trás e
encontrou seu lugar no Endurance e na F-E. O brasileiro tem 10 pontos de
vantagem para Sam Bird, o vice-líder.
Campeonato
da F-E: O certame de carros elétricos vem mostrando bom desenvolvimento de seu
campeonato, e cada corrida tem se mostrado melhor e mais disputada do que a
anterior. Em Buenos Aires, as disputas de posição pegaram fogo nas voltas
finais da corrida, com grandes mudanças de posição entre vários pilotos, e
deixando o público presente pra lá de empolgado. E a direção da categoria não
está esperando nem a poeira abaixar para anunciar as novidades da segunda
temporada, que deverá ser iniciada no segundo semestre deste ano. Grupos que
atualmente competem apenas como equipes passarão a ser construtoras na nova
temporada, o que demonstra o crescente interesse que a categoria está
despertando junto às montadoras e grupos automotivos. Mas, ao mesmo tempo,
pretende manter os custos os mais reduzidos possíveis, para evitar gastos
exorbitantes
Sébastien
Ogier: O atual bicampeão do Mundial de Rali iniciou o certame de 2015 com tudo,
e venceu as duas etapas iniciais da competição, em Monte Carlo e na Suécia. Com
53 pontos, Ogier tem nada menos do que 23 pontos de vantagem para o norueguês
Andreas Mikkelsen, também do mesmo time do francês, a equipe oficial da
Volkswagen, que acumula 30 pontos e está empatado com o belga Thierry Neuville.
Pior ainda é para um dos companheiro de Ogier na equipe Volkswagen, o finlandês
Jari-Matti Latvala, que só tem 19 pontos até agora nas duas etapas, e parece
que vai ficar mais uma temporada na sombra do parceiro de time francês, além de
todos os demais competidores...
Nasser
Al-Attiyah: O príncipe do Catar foi o grande nome na competição de carros do
rali Dakar deste ano, dominando a prova desde o seu início, e estando sempre em
boas posições em todas as etapas. O catariano já tinha vencido a prova em 2011,
e prometeu que a venceria novamente, conseguindo cumprir a promessa este ano. E
podem apostar que ele vai querer tentar o tri, possivelmente já em 2016. Mas
não faltarão concorrentes de peso, que certamente esperam ter melhor sorte na
prova do ano que vem...
NA MESMA:
Robert
Kubica: O intrépido polonês continua um piloto extremamente rápido, mas desde
que recomeçou sua carreira no campeonato mundial de rali, vem chamando muita
atenção pelos acidentes que vem sofrendo nas várias etapas da competição. E ele
não começou 2015 de maneira diferente: acabou batendo no último dia do Rali de
Monte Carlo, e danificando seu carro, mas felizmente sem sofrer nenhum
ferimento ele e seu navegador. Na Suécia, o polonês não teve exatamente melhor
sorte na competição: acabou ficando na 20ª colocação geral, com mais de 14
horas de desvantagem para o vencedor, Sébastien Ogier, mas pelo menos não
sofreu nenhum novo acidente...
Equipe
Ferrari: Mais um início de ano, e mais um início bem otimista para as
possibilidades do time de Maranello com relação ao campeonato da F-1. Não há
dúvidas de que o time evoluiu em relação ao ano passado, mas ainda é cedo para
dizer se eles irão realmente ter um campeonato melhor. Tudo é novo na
administração, um carro com novo comando técnico, e uma nova dupla de pilotos, e
a escuderia transpira tranquilidade e descontração nos boxes como há muito não
fazia, e este novo ambiente tem tudo para ajudar a buscar melhores resultados
no campeonato deste ano. Resta saber se o otimismo vai ser confirmar, mesmo com
toda a postura pé no chão que a nova direção da escuderia está exibindo. Se os
resultados não aparecerem logo, vamos ver quanto tempo a paciência dura do novo
comando dura. Se durar, como se espera pelas declarações feitas na
pré-temporada, o time tem boas chances de voltar a trilhar um caminho firme de
volta ao sucesso; se não durar, lá vamos nós de novo no terremoto político que
a escuderia costuma vivenciar de tempos em tempos quando não consegue os
resultados que espera...
Fernando
Alonso: Desnecessário dizer que, quando aceitou voltar à McLaren, o bicampeão
espanhol já sabia de antemão que muito provavelmente seria um figurante de luxo
no campeonato deste ano. De fato, os percalços enfrentados pela McLaren no seu
retorno da parceria com a Honda estão não apenas se confirmando como se
mostrando até mais complicados do que se esperava inicialmente. Assim, o
asturiano deverá se ver novamente longe das disputas das primeiras posições, e
vendo o astral muito melhor em seu ex-time, e com perspectivas de pelo menos
fazerem um campeonato bem melhor do que o do ano passado, muito provavelmente
Fernando deve estar se perguntando se valeu a pena causar tanta celeuma no time
italiano nos últimos dois anos. Para a turma dos antitorcedores do espanhol,
Alonso está colhendo o que plantou, e vai merecer o possível jejum de bons
resultados pela sua maneira de ser. No atual momento, difícil não concordar com
isso...
Equipe
Marussia/Manor: O time que inicialmente iria estrear como Manor, entrou na F-1
em 2010 como Virgin, e depois mudou o nome para Marussia, e até prova em
contrário, faliu no ano passado, sem conseguir terminar o campeonato de 2014.
Mas aparentemente continua acreditando em poder disputar novamente a F-1.
Alegando ter um novo mantenedor, a escuderia pretende voltar a competir agora
com seu nome original, Manor, e havia feito uma petição para iniciar a disputa
com o carro do ano passado, devidamente adaptado para este ano, enquanto não
apronta o novo modelo. O pedido acabou vetado, mas diante do reduzido número de
participantes do mundial, é possível que acabe recebendo aval para competir.
Pelo sim, pelo não, a Ferrari diz que mantém o acordo de fornecimento de
motores para a escuderia, e esta já teria agendado os testes de colisão do novo
modelo. Mas a situação é extremamente precária, uma vez que venderam o prédio
de sua sede, e dispensaram praticamente todos os funcionários. Se com tudo em
ordem já andavam atrás de todo mundo, difícil imaginar que possam acreditar
fazer melhor na situação atual...
Visual
dos carros da F-1: Depois dos bicos esquisitos que foram vistos nos carros da
categoria no ano passado, que motivaram muitas críticas dos fãs pela feiúra que
proporcionou aos bólidos, a FIA estabeleceu novas regras técnicas visando
deixar a dianteira dos monopostos mais "elegante", e de certa forma,
até conseguiu melhorar o visual dos carros, ainda que continuem algumas
críticas a alguns modelos. Se no ano passado Ferrari e Caterham tinham os bicos
mais extravagantes, este ano é a Williams que ainda se mantém com um bico com
uma proeminência "saliente" no modelo 2015, pelo qual o novo FW37 já
está sendo chamado de "carro-mamilo". Mas o carro está dentro das
regras, e se este design se mostrar eficiente, pode acabar sendo copiado por
outros times. E daí provavelmente a FIA vai mudar de novo o regulamento para
proibir a brecha encontrada pelo time inglês para manter o design
"pitoresco" da frente de seu bólido...
EM BAIXA:
Etapa
brasileira da IRL: O que já não andava exatamente bem acabou mesmo é mal. O
contrato firmado entre a Bandeirantes e o Governo do Distrito Federal não tinha
as garantias e formalidades legais necessárias para o estabelecimento de um
acordo deste tipo, e após um aviso do Ministério Público, o novo governador
simplesmente cancelou as obras de reforma do Autódromo de Brasília, que
sediaria a etapa no próximo dia 8 de março. Com o Distrito Federal em grave
crise financeira devido à gestão destrambelhada de Agnelo Queiroz, o fato do
acordo para receber a Indy ser irregular deu ao novo governador eleito Rodrigo
Rollemberg justificativa para rescindir o acordo e pular fora, até porque o DF
tem prioridades muito mais urgentes. Mas o Brasil fica novamente mal na fita ao
mostrar que não tem competência nem seriedade para receber eventos
internacionais de automobilismo, e muito provavelmente a Bandeirantes deverá
deixar de transmitir a Indy Racing League para o Brasil depois desta encrenca
que eles próprios arrumaram. Não este ano, mas talvez em 2016.
Equipe
Mclaren/Honda: A parceria entre a McLaren e a Honda, vitoriosa no final dos
anos 1980 e início dos anos 1990, certamente encheu de esperanças quem
imaginava um retorno triunfal na F-1, mas a realidade é muito mais diferente do
que os mais entusiasmados fãs esperavam. O novo modelo MP4/30 até agora foi o
carro que menos andou nos testes, apresentando sempre problemas e uma grande
falta de fiabilidade, o que deve certamente comprometer o início de temporada
da escuderia inglesa, que além de tudo, não está conseguindo encher novamente a
carenagem do carro com patrocínios atrativos. E Fernando Alonso ainda sofreu um
acidente mal explicado no último dia da primeira sessão coletiva de testes de
Barcelona, que só ajudou o time a perder ainda mais tempo. É verdade que no ano
passado a Red Bull também enfrentou problemas a rodo na pré-temporada, e
depois, fez um bom campeonato, conseguindo até algumas vitórias, e nada impede
que a McLaren consiga repetir o desenvolvimento exibido pelo time das bebidas
energéticas. Mas nada garante também que vão conseguir, e se isso se confirmar,
a parceria anglo-nipônica vai ter de mostrar muita paciência até todos os
detalhes finalmente se encaixarem. Pior para Fernando Alonso, que vai ver seu
ex-time, a Ferrari, andar muito melhor este ano...
Equipe
Caterham: O time fundado por Tony Fernandes vinha tentando encontrar meios de
participar do campeonato da F-1 deste ano, mas não teve jeito mesmo. Com muitas
dívidas e sem condições de construir um novo carro, o mais sensato foi encerrar
de vez as tentativas de continuar e partir para outra. Se quando tinham tudo
funcionando direito já não conseguiam competir efetivamente com as outras
equipes como se esperava, com uma situação capenga como a atual é que nada de
positivo sairia mesmo. Bem fez Tony Fernandes em meados do ano passado, quando
resolveu pular fora e passar a batata quente adiante. E a F-1 segue demolindo a
si mesma continuando do jeito que está...
Equipe
Force India: O time indiano comandado por Vijay Mallya está sentindo mais do
que nunca a crise financeira que se abate sobre a F-1, e por contenção de
custos, faltou à primeira sessão coletiva de testes da categoria na
pré-temporada, marcada para o circuito de Jerez de La Fronteira, e por pouco
não faltou também à segunda sessão coletiva, agora na pista de Barcelona. O
carro de 2015, contudo, não está pronto, segundo informações, por falta de
peças para finalizá-lo, o que obrigou o time a efetuar os testes na pista da
Catalunha com o modelo do ano passado, testando os novos pneus da Pirelli e
apenas alguns componentes que dizem ser do novo modelo. A escuderia sempre
conseguiu manter uma relativa estabilidade financeira estes anos todos, e se
não mostrava recursos abundantes, pelo menos conseguia evitar de se endividar.
Infelizmente, os percalços da competição no ano passado conseguiram deixar a
escuderia em maus lençóis, e ao que tudo indica, o aperto está sendo maior do
que muitos imaginavam...
Crise
na F-1: A categoria máxima do automobilismo tem tudo para iniciar a competição
de 2015 com o menor número de participantes de que há memória: até o momento,
apenas 18 carros deverão alinhar no grid da Austrália, e por pouco o número não
seria menor, com as dificuldades da Force India, que ainda nem aprontou o seu
modelo 2015. Contra a vontade de muitos, eles devem liberar a participação da
Marussia/Manor para a competição, a fim de fechar o número de 20 carros que o
contrato da FOM prevê para a competição. Tentando achar respostas para melhorar
a categoria, a direção da FIA chegou a se reunir, mas mudanças técnicas foram
postergadas para 2017, uma vez que novas mudanças para 2016 só iriam trazer
complicações financeiras ainda maiores para os times, e praticamente metade
deles não demonstra ter condições de aguentar o tranco de um novo pacote
técnico.
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