E
praticamente metade do ano de 2014 já ficou para trás. Estamos em julho,
iniciando o segundo semestre. O tempo parece voar mesmo, então é hora de
recapitular alguns acontecimentos do último mês de junho em mais uma edição da
Flying Laps, com alguns comentários rápidos. Uma boa leitura a todos, e mês que
vem tem mais...
A Penske fez a festa na rodada dupla realizada na cidade de Detroit,
pelo campeonato da Indy Racing League 2014. Na corrida de sábado, a vitória foi
de Will Power, em uma prova que teve como destaque o brasileiro Hélio Castro Neves,
que parecia ser o favorito para vencer a corrida, mas que teve azar com a
última bandeira amarela, que veio em um momento desfavorável para o brasileiro
na parte final da corrida, permitindo que os rivais pudessem parar nos boxes
sem perder suas posições, o que o fez terminar apenas em 6° lugar. Já na
corrida de domingo, Helinho não deu chances ao azar, e venceu a corrida,
obtendo sua primeira vitória na temporada, e novamente escalando o alambrado da
pista, tal como fez em 2000, no mesmo circuito, onde conquistou sua primeira
vitória no antigo campeonato da F-Indy, e que se tornaria sua marca registrada,
garantindo-lhe o apelido de "Homem-Aranha". Will Power, contudo, não
deu sossego ao companheiro de equipe, e foi 2° colocado. Só Juan Pablo Montoya
não conseguiu aproveitar o bom momento de seu time: foi apenas 12° lugar na
corrida de sábado, e 13° colocado na prova de domingo.
Depois de brilhar nas etapas de Indianápolis, o americano Ryan
Hunter-Reay teve um fim de semana para esquecer nas provas de Detroit:
abandonou ambas, envolvido em acidentes. Não foi um bom fim de semana para os
mecânicos da Andretti Autosport, que tiveram de reparar o carro tanto no sábado
quanto no domingo...
Pole-position na Indy500 deste ano, o americano Ed Carpenter tinha um
dos carros mais rápidos da corrida, mas infelizmente a pista de Indianápolis
não foi boa com ele este ano, quando se envolveu em um acidente que o fez
abandonar a corrida quando tinha boas chances de ser um dos vencedores. Mas, se
a vitória no oval de Indiana lhe escapou, pelo menos no Texas, a pista de Forth
Worth lhe sorriu melhor, e o americano, que é dono de seu próprio time, e este
ano disputa apenas as etapas em circuitos ovais, venceu pela primeira vez na
categoria. Mas quem parecia mesmo destinado a vencer era Will Power, da Penske.
O australiano, contudo, acabou excedendo o limite de velocidade nos boxes,
tendo de pagar uma punição. Mesmo assim, Power voltou à luta, e por pouco não
roubou o primeiro lugar de Carpenter, tendo chegado praticamente colado em sua
caixa de câmbio.
A corrida do Texas também marcou o primeiro
pódio de Juan Pablo Montoya em seu retorno a um campeonato de monopostos. O
colombiano, que até então vinha ficando na sobra de seus companheiros de
equipe, terminou a prova texana logo atrás de Will Power, e mostrando muita
animação para complicar a posição do companheiro de equipe, se tivesse tempo
para tanto. Juan Pablo ainda tem de recuperar um bom terreno para se juntar a
seus companheiros de time no campeonato: E conseguiu outro pódio na primeira
corrida da rodada dupla de Houston, agora com um 2° lugar. O colombiano ainda
está bem atrás de Power e Helinho na pontuação, mas já figura entre os
primeiros colocados no campeonato, ocupando a 5ª posição, com 289 pontos. Hélio,
vice-líder da competição, tem 366 pontos, enquanto Power, o líder, já acumula
405 pontos. Mas tudo indica que Montoya tem capacidade para render mais, e não
é bom subestimar o sul-americano, acreditando que ele ainda tem que tirar muita
ferrugem para voltar a pilotar como nos bons tempos da finada Fórmula Indy ou
de quando esteve na F-1.
Felipe Nasr conquistou na Áustria sua
segunda vitória no campeonato da GP2, ao vencer a corrida de sábado. O
brasileiro já havia vencido a segunda corrida disputada em Barcelona. Mas a
prova de domingo em Zeltweg infelizmente não foi boa para Nasr, que acabou
abandonando em decorrência de um toque logo no início da corrida. Mesmo assim,
Felipe comemorou ter diminuído um pouco a desvantagem para Jolyon Palmer, líder
do campeonato, que não teve um final de semana produtivo na Áustria. O
brasileiro, vice-líder do campeonato, tem 84 pontos, contra 117 de Palmer.
Ainda tem 7 rodadas duplas pela frente, e Nasr tem de partir para o ataque se
quiser destronar o inglês da liderança da competição. Palmer obteve resultados
melhores que os de Felipe nas 3 rodadas duplas iniciais. A rodada da Áustria
foi a 4ª do certame. Resta saber se o piloto brasileiro vai conseguir manter-se
à frente de Palmer, ao mesmo tempo em que tem de defender-se de Johnny Cecotto
Jr, que venceu a corrida de domingo em Zeltweg e está logo atrás de Nasr na
classificação, com 76 pontos, estando praticamente emparelhado em termos de
resultados com o piloto reserva da equipe Williams de F-1.
Definitivamente, a pista de Houston não tem
sido um local de boas lembranças para o brasileiro Hélio Castro Neves. Se no
ano passado ele sofreu duas quebras no pior momento de sua luta pelo
campeonato, chegando como favorito ao título da IRL, e saindo como azarão da
disputa, este ano a situação não foi muito melhor. Tirando os treinos de
classificação, onde foi 2° colocado na primeira prova e pole-position na
segunda, a performance nos treinos não se repetiu nas corridas. Na prova de
sábado, a estratégia de outros pilotos relegou o brasileiro da Penske a uma
ínfima 9ª colocação. Já no domingo, a situação foi ainda mais inglória: depois
de liderar mais da metade da corrida, ele se viu superado pelo francês Simon
Pagenaud, que esteve em seu encalço desde a largada, mas acabou sendo tirado da
corrida por um esbarrão de Sebastien Bourdais, que chegou muito rápido no
brasileiro em uma das curvas e acabou atingindo seu carro, que com a suspensão
dianteira avariada, precisou dar adeus à corrida. Tony Kanaan, por sua vez,
teve dilema parecido: na primeira corrida, tinha o pódio em mãos até ser
abalroado por trás por Graham Rahal; e na prova de domingo, não foi além do 10°
lugar.
A primeira corrida da rodada dupla de
Houston, aliás, teve um fato inédito na história da categoria: o pódio foi ocupado
por 3 pilotos da Colômbia. A vitória ficou com o jovem Carlos Huertas, da
equipe Dale Coyne, que acertou na estratégia de paradas e colocou seu piloto na
liderança da fase final da prova, onde só não fez dobradinha porque a mesma
estratégia não deu certo com o inglês Justin Wilson, que liderava até precisar
de uma parada extra nos boxes para completar o combustível. Juan Pablo Montoya
salvou a honra da Penske com o 2° lugar, e seu conterrâneo Carlos Muñoz, da
equipe Andretti, fechou o pódio, após a punição a Graham Rahal, pela pancada
que deu em Tony Kanaan durante período de bandeira amarela, tirando o
brasileiro da corrida. O único colombiano que acabou se dando mal na corrida
foi Sebastian Saavedra, que acertou o muro quase na última volta, e despencou
para finalizar a classificação final em 15° lugar. No pódio, os três pilotos
exibiram com orgulho a bandeira da Colômbia, assim como os brasileiros faziam
quando tiveram a chance de monopolizar o pódio, no início da década passada, na
antiga Fórmula Indy.
O Mundial de Rali disputou mais uma etapa
no último final de semana de junho, desta vez a etapa da Polônia. De quem foi a
vitória? Sebastien Ogier, em mais um triunfo rumo ao bicampeonato. E Robert
Kubica, para variar, capotou de novo com seu carro. O polonês ainda conseguiu
permanecer na competição, mas as avarias no carro, certamente decorrentes de
mais um acidente, foram demais, e Kubica ficou pelo caminho. No ritmo que a
coisa vai, dali a pouco o polonês não vai mais ter quem banque o seguro de seu
veículo, dizem...
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