Hoje
trago mais um de meus antigos textos, e este foi lançado em 07 de fevereiro de
1997, dissertando sobre as expectativas para o campeonato da F-CART (A Fórmula
Indy original) daquele ano, logo após a realização do Spring Trining, um treino
coletivo realizado com quase todos os pilotos e times na pista de Homestead,
que servia de apresentação oficial do campeonato daquele ano, com forte
presença da imprensa especializada. Conhecida por seu equilíbrio de forças e
competitividade, todos estavam empolgados em ver quem seria o piloto e/ou time
a ser batido, condição inicial pertencente à Ganassi, que havia sido campeã com
Jimmy Vasser no ano anterior, e ainda apresentado a revelação da temporada, o
italiano Alessandro Zanardi. Para azar da concorrência, o piloto italiano não apenas
passou a ser o piloto a ser batido como praticamente massacrou a concorrência
com performances arrasadoras em várias corridas. Aproveitem o texto, e em breve
tem mais colunas antigas por aqui...
PARIDADE DE FORÇAS
No
último fim de semana, as equipes da F-CART estiveram presentes no circuito de
Homestead, em Miami, para a sessão 97 do “Spring Training”, o teste coletivo
que visa à abertura da temporada 97 do campeonato da categoria, assim como à
apresentação de todos os pilotos e suas equipes. Os resultados foram
interessantes, e tal qual em 1996, não é possível apontar favoritos destacados
pelos resultados apresentados.
Uma
certeza é o fato de que a equipe Ganassi deverá ser a escuderia a ser batida
este ano. Contando com o atual campeão, Jimmy Vasser, e a revelação da
temporada 96, o italiano Alessandro Zanardi, o time de Chip Ganassi manteve o
mesmo esquema técnico, o trinômio Reynard/Honda/Firestone, que tem se mostrado
a melhor combinação técnica neste início de preparação para a temporada 97.
Vasser e Zanardi ficaram com os melhores tempos no balanço geral dos testes de
Homestead, sendo que o atual campeão marcou o melhor tempo, em 27s943.
Mas
a vantagem técnica do conjunto parece estar se diluindo, especialmente com a
reação da concorrência, que está trabalhando duro para recuperar o terreno
perdido. No quesito motores, a vantagem técnica dos Honda parece ser mínima.
Tanto a Ford quanto a Mercedes conseguiram evoluir de maneira notável. Os
diferenciais de velocidade máxima em Homestead confirma: Vasser, com Honda,
alcançou cerca de 338 Km/h na reta, enquanto Raul Boesel, com motor Ford,
alcançou 337 Km/h; e Maurício Gugelmim, com motor Mercedes, atingiu 336 Km/h.
Todos eles utilizando a combinação Reynard e Firestone. Os pneus japoneses
ainda têm um desempenho superior aos Goodyear, o que preocupa algumas equipes,
como a Penske. Paul Tracy, andando no limite, ficou com o 4º melhor tempo, mas
tanto ele quanto Al Unser Jr. declararam que a performance dos pneus Goodyear
pode limitar o potencial do novo carro. Segundo consenso geral, a vantagem
técnica dos Firestone é de cerca de 0,5s por volta, o que dá uma idéia da
desvantagem em um circuito oval médio como Homestead.
Para
melhorar o nível da concorrência, a Ford resolveu fornecer o seu novo motor
XD/II a todos os seus times. Como resultado, até Richie Hern, da pequena equipe
Della Penna, conseguiu tempos bem expressivos. Cerca de 17 pilotos andaram com
menos de 1s de diferença para o tempo de Jimmy Vasser, o mais rápido.
O
único motor que ainda precisa melhorar de nível é o Toyota, que em sua segunda
temporada na F-CART já mostra bons progressos, mas insuficientes até o momento,
para rivalizar com os Mercedes, Ford e Honda.
No
campo dos chassis, a Reynard parece ser a franca favorita. O novo chassi Lola
T9700 ainda não atingiu o nível ideal de competitividade, o que fez até com que
a equipe Patrick, que os usava, resolvesse mudar para os Reynard. E, em apenas
poucos dias com o novo chassi, já conseguiu tempos muito expressivos. O novo
chassi Penske é rápido, mas a performance dos pneus Goodyear, como já foi dito
acima, pode comprometer parte da performance. Já o novo chassi Swift, da equipe
Newmann-Hass, é a nova sensação dos treinos. Tanto Christian Fittipaldi quanto
Michael Andretti têm sido muito rápidos com o novo carro. O câmbio, até então o
ponto fraco do novo modelo, foi redesenhado pela fábrica e seu desempenho
melhorou bastante, assim como sua confiabilidade. Contudo, os testes em circuitos
mistos ainda deverão reafirmar suas qualidades, já que nas pistas ovais o
câmbio costuma ser pouco exigido.
Da
esquadra brasileira na F-CART, apenas 5 pilotos estiveram na pista de
Homestead. Maurício Gugelmim foi o mais rápido deles, terminando com o 3º
melhor tempo no balanço geral, confirmando a boa forma da equipe PacWest. Raul
Boesel também foi muito bem, conseguindo o 7º tempo no geral, e andando sempre
entre os primeiros. Christian Fittipaldi deu continuidade à evolução do chassi
Swift, enquanto Gil de Ferran e André Ribeiro procuraram aprimorar seus carros,
enfrentando problemas de pequena monta.
Se
os dados indicam que deverá haver muita disputa, é bom lembrar que os
resultados podem ser um pouco enganosos, pois o desempenho de cada piloto e
equipe pode variar de acordo com os circuitos do campeonato. As etapas em
pistas mistas e nos superspeedways podem mostrar outra face, o que contribui
deixar em mistério o real potencial de cada time e piloto para o campeonato. Em
outras palavras, a emoção pode estar garantida, e só aguarda a largada do
certame, em março, para começar a mostrar sua real face.
Faltando poucas semanas para o início da temporada 97, as equipes de
F-1 já definiram seus pilotos para o Mundial. São eles:
EQUIPE
|
PILOTOS
|
EQUIPE
|
PILOTOS
|
Williams
|
Jacques Villeeneuve
Heinz-Harald
Frentzen
|
Benetton
|
Jean Alesi
Gerhard Berger
|
McLaren
|
Mika Hakkinen
David Couthard
|
TWR-Arrows
|
Damon Hill
Pedro Paulo Diniz
|
Tyrrel
|
Mika Salo
Jos Verstappen
|
Lola
|
Vincenzo Sospiri
Ricardo Rosset
|
Minardi
|
Jarno Trulli
Ukyo Katayama
|
Stewart
|
Rubens Barrichello
Jan Magnussen
|
Jordanm
|
Ralf Schumacher
Giancarlo Fisichella
|
Ferrari
|
Michael Schumacher
Eddie Irvinne
|
Sauber
|
Johnny Herbert
Nicola Larini
|
Ligier
|
Olivier Panis
Shinji Nakano
|
A Minardi apresentou na última terça-feira o seu modelo M197, carro
para disputar a temporada deste ano. Na próxima semana, é a vez da Sauber
mostrar o seu novo bólido, equipado com o motor Ferrari do ano passado, agora
chamado de Petronas, a principal patrocinadora da escuderia, que está
investindo cerca de US$ 20 milhões no desenvolvimento independente do motor.
Para quem não conhece, a Petronas é uma gigante do setor petrolífero no sudeste
asiático, e planeja para breve a inauguração de sua nova sede, que ficará em
alguns dos andares das novas Torres Gêmeas Petronas (Petronas Twin Towers), que
estão sendo finalizadas na cidade de Kuala Lumpur, capital da Malásia. Serão
duas torres gêmeas, com cerca de 452 metros de altura cada, e serão os
edifícios mais altos do mundo. Até o momento, este posto é ocupado pela Torre
Sears (Sears Tower) de Chicago, com 443 metros de altura, e 110 andares.
Os pilotos da F-CART não gostaram da decisão da entidade organizadora
do campeonato de impor para a prova de Homestead a configuração aerodinâmica
dos superspeedways. Os pilotos reclamaram que os carros perderam muita pressão
aerodinâmica, e ficam muito “soltos” à alta velocidade, aumentando o risco de
acidentes. Foi o que aconteceu com o brasileiro André Ribeiro, que bateu forte
o seu carro durante o Spring Training, semana passada. Por sorte o piloto não
se machucou, mas na corrida, programada para o dia 2 de março, abrindo o
campeonato, a coisa pode se complicar...
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