E
o mês de maio já foi embora. E como sempre tem algo que fica faltando comentar
nas colunas semanais, eis aqui mais uma edição da Flying Laps com alguns
acontecimentos vividos pelo mundo da velocidade neste mês que se passou. Uma
boa leitura para todos, e mês que vem tem mais...
A primeira corrida do campeonato da Indy Racing League no circuito
misto do autódromo de Indianápolis viu a vitória do francês Simon Pagenaud, da
equipe de Sam Schmidt. Mas o destaque, negativo, foi a batida que envolveu 3
pilotos logo na largada, quando o pole Sebastian Saavedra praticamente não
conseguiu arrancar, e todos os demais pilotos passaram raspando pelo carro do
colombiano, com exceção do compatriota Carlos Muñoz, que acabou atingindo o
monoposto do piloto da KV, e ainda tomou mais uma pancada, esta fortíssima, do
russo Mikail Aleshin, que atingiu a traseira do carro de Saavedra com vontade.
Quem quase se deu mal também foi Juan Pablo Montoya, cujo carro também acabou
ficando parado no arranque da largada, mas deu sorte de não ser acertado por
ninguém, e ainda retornou à corrida. Felizmente não houve feridos no enrosco.
Ryan Hunter-Reay ficou com a 2ª posição final, e Hélio Castro Neves fechou o
pódio em 3° lugar. Tony Kanaan foi apenas 10° colocado, ainda não conseguindo
se achar na Ganassi no atual campeonato. De resto, uma cena curiosa: o Pace Car
teve seu motor estourado durante uma das bandeiras amarelas da corrida,
situação pra lá de inusitada.
Ryan Hunter-Reay e Hélio Castro Neves protagonizaram um duelo ferrenho nas
voltas finais pela vitória na edição deste ano das 500 Milhas de
Indianápolis. O americano da Andretti levou a melhor e ficou com a vitória,
superando o brasileiro por 0s06 na linha de chegada, resultado que deixou o
piloto da Penske bem chateado pela derrota. Para Michael Andretti, dono do
time, foi a sensação de conseguir a vitória que nunca obteve quando era piloto,
de vencer a Indy500. O histórico da família Andretti, por sinal, nunca foi
muito favorável na prova: a única vitória da família até então no famoso oval
de Indiana foi conquistada por seu pai, Mario Andretti, em 1969. Mario
aposentou-se das pistas ao fim de 1994, mas nunca conseguiu repetir o feito, e
quando era piloto, Michael também nunca triunfou na prova. Ele mesmo admitiu
que foi uma sensação diferente, mas igualmente válida. Michael, aliás, não teve
do que reclamar: se Hunter-Reay foi o vencedor, tirando o canadense James
Hinchcliffe, que se acidentou e bateu, todos os outros pilotos do time chegaram
bem na corrida: Marco Andretti foi o 3° colocado, seguido por Carlos Muñoz na
4ª posição, e Kurt Bush, piloto da Nascar que aceitou o convite para correr a
Indy500, finalizou em 6° lugar.
Se a Andretti Autosport teve um dia para comemorar nas 500 Milhas de
Indianápolis, a Ganassi teve um dia para esquecer. Tony Kanaan, vencedor da
prova no ano passado, vinha numa performance satisfatória até sofrer uma pane
seca na entrada de uma das paradas no box. O motor apagou e, para piorar, foi
preciso trocar o câmbio para conseguirem religar o sistema e dar ignição
novamente no propulsor. Nisso, Tony perdeu praticamente quase 20 voltas no box
e voltou à corrida pensando em minimizar o prejuízo, contando com abandonos
futuros de outros pilotos. Mas só conseguiu recuperar poucas posições, e perto
do final, teve de abandonar a corrida de vez. Scott Dixon, por sua vez, rodou
na curva 4 e acertou o muro, dando adeus à corrida. Charlie Kimball também
ficou pelo caminho, e Ryan Briscoe, ainda que numa pífia 18ª posição, pelo
menos recebeu a bandeirada. Melhor sorte no próximo ano. E quem precisa de
melhor sorte também é a própria Indy500, que estreando novas regras no seu
sistema de classificação este ano, teve apenas 33 carros inscritos, de modo que
todo mundo já tinha lugar garantido no grid. É uma situação preocupante, ainda
mais se lembrarmos que em determinadas edições haviam mais de 60 carros
tentando classificação para a corrida...
Está difícil alguém parar a arrancada de
Marc Márquez este ano no campeonato da MotoGP. Na etapa da França, disputada no
traçado curto do tradicional autódromo de Le Mans, o atual campeão teve sua
corrida mais complicada no ano, fazendo uma má largada e caindo para a 10ª
posição, com Valentino Rossi assumindo a ponta e comandando a corrida com
autoridade. Mas Márquez não se intimidou e foi para o ataque, ultrapassando
todos que via à sua frente, até chegar em Valentino. O italiano resistiu o
quanto pôde, mas o ritmo de sua Yamaha não foi páreo para o rendimento da Honda
de Marc, que assim que conseguiu a ultrapassagem após induzir Rossi a um erro
numa curva, simplesmente assumiu a dianteira para não mais perdê-la. E com isso
chegou à sua 5ª vitória em 5 corridas no atual campeonato, novo recorde da
modalidade. Jorge Lorenzo foi apenas o 6° colocado, e Dani Pedrosa terminou apenas
em 5° lugar, e viu o parceiro de equipe se distanciar ainda mais na liderança
do campeonato.
Tony Fernandes já cansou da brincadeira de
ser dono de equipe de F-1 e colocou seu time, a Caterham, à venda. Se não
conseguir pontuar até o fim do ano, muito provavelmente deve até fechar a
escuderia, caso não ache um comprador, o que até o presente momento parece
estar sendo difícil. Os motivos seriam os altos gastos de competição da
categoria, para não mencionar falta de resultados do time, que quando estreou
em 2010, tinha toda a pinta de ser o mais promissor das equipes surgidas
naquele ano, ao lado da Virgin (atual Marussia) e da Hispania. A princípio
tendo ressuscitado o nome "Lotus", o time mudou para Caterham em
virtude de uma disputa oportunista movida pela Proton, grupo da Malásia que
detinha o nome "Lotus" para carros. Mas do ano passado para cá, a
Caterham acabou superada pela Marussia, que mesmo com menos recursos, conseguiu
resultados ligeiramente melhores do que a escuderia de Fernandes. A situação da
briga no campeonato com a Marussia, aliás, só piorou quando este conseguiu
enfim seus primeiros pontos na F-1, ao terminar a corrida de Mônaco na 9ª
colocação com Jules Bianchi. A menos que a Caterham consiga um milagre e faça
pelo menos um 8° lugar ou alguns 10°s lugares, vai terminar novamente em último
no campeonato, e certamente deveremos ter um time a menos no campeonato de F-1
de 2015...
A F-1, aliás, já tem uma baixa para o
campeonato de 2015: Gene Hass, que teve sua inscrição aprovada pela FIA para
competir na categoria, anunciou que o ingresso do time foi postergado para
2016. Os motivos seriam a falta de tempo hábil para construir a estrutura
necessária para competir na F-1, além de até o presente momento não ter
conseguido angariar fundos suficientes de patrocínio para estrear já no próximo
ano. Um revés à primeira vista, o adiamento tem tudo para ser benéfico,
permitindo a Hass estruturar devidamente sua escuderia, em um trabalho que,
feito com seriedade, deve garantir ao time uma estréia mais condigna na
categoria máxima do automobilismo. A USF1, que tentou estrear em 2010, nunca
conseguiu produzir mais do que o bico do carro, e virou motivo de piada nos
meios automobilísticos, sumindo sem deixar pistas...
Mais uma vitória para a Volkswagen no Campeonato Mundial de Rali. O
finlandês Jari-Matti Latvala faturou a etapa da Argentina, enquanto seu
companheiro, o atual campeão Sebastian Oggier, ficou em 2° lugar, mantendo
firme a liderança do campeonato. Mas o maior destaque foi o polonês Robert
Kubica, que finalmente teve uma etapa sem se envolver em acidentes, e finalizou
em um excelente 6° lugar, marcando seus primeiros pontos na competição. O
polonês ocupa a 14ª posição, com 8 pontos. Sebastian Oggier é o líder, com 112
pontos, enquanto Jari-Matti Latvala é o vice-líder, com 88 pontos. No
campeonato de marcas, a Volkswagen lidera com 248 pontos, seguida pela Ford,
com 166 pontos. A Citroen, outrora imbatível com Sebastien Loeb, ocupa a 3ª
posição, com apenas 80 pontos...
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