Pois
é, o mês de junho já está chegando ao fim, e estamos chegando na metade do ano
de 2014. Nada mais natural do que trazer mais uma edição da COTAÇÃO
AUTOMOBILÍSTICA, fazendo o tradicional balanço do que andou acontecendo neste
mês no mundo do esporte a motor. Como de costume, vamos às classificações: EM
ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na
cor vermelho-claro). Então, boa leitura a todos, e até a cotação de julho...
EM ALTA:
Equipe
Audi nas 24 Horas de Le Mans: Superada na classificação e ainda tendo um
acidente monstruoso com um de seus carros nos treinos, a equipe Audi parecia
que finalmente veria seu domínio nas famosas 24 Horas de Le Mans acabar. Mas
uma corrida longa como a prova de Le Mans não se ganha apenas nos treinos, e na
corrida, a experiência do time das quatro argolas e a maior fiabilidade do
modelo R18 E-tron Quattro foram determinantes para a marca superar os
adversários e conquistar sua 13ª vitória na mais famosa corrida francesa, um
resultado impressionante para 15 participações na prova. Toyota e Porshe até
começaram bem, mas acabaram ficando pelo caminho devido a problemas diversos. A
festa da Audi só não foi completa porque um de seus carros também ficou pelo
caminho, mas a dobradinha com a vitória e o segundo lugar mostraram que o time
de Ingolstadt ainda não pode ser subestimado na competição do Mundial de
Endurance.
Marc
Márquez: O atual campeão da MotoGP continua barbarizando no campeonato, e
conseguiu a incrível marca de 7 vitórias em 7 provas em 2014. Mas os
concorrentes estão começando a apertar o cerco, e nas últimas duas provas, os
pilotos da Yamaha andaram dando trabalho. Mas mantendo a cabeça fria e tirando
tudo o que pode de sua moto Honda, o jovem campeão continua dominando a
competição e rumando sem adversários rumo ao bicampeonato, tendo até o presente
momento 58 pontos de vantagem para o rival mais próximo.
Daniel
Ricciardo: O piloto australiano está se saindo melhor que a encomenda em sua
estréia na Red Bull, e já conseguiu sua primeira vitória na F-1, ao vencer a
corrida no Canadá, e por mais que o triunfo tenha se dado mais em decorrência
dos problemas enfrentados pelos pilotos da Mercedes, que enfrentaram problemas
em seus carros, Daniel pilotou com garra e determinação, superando os
adversários na pista e colocando-se como perseguidor implacável de quem ia à
sua frente. E mesmo na Áustria, onde o desempenho foi pífio, ele voltou a andar
melhor do que Sebastian Vettel, que certamente deve andar com uma tremenda
saudade de Mark Webber.
Nico
Rosberg: O piloto alemão da Mercedes continua liderando a competição, e vem
conseguindo derrotar o companheiro de equipe desde Mônaco, o que não é tarefa
fácil. O abandono de Lewis Hamilton no Canadá ajudou Nico a abrir quase 30
pontos de vantagem na classificação, o que é um tremendo revés para o piloto
inglês, que vê seu companheiro de equipe cada vez mais confiante e determinado
na pista. Frequentemente subestimado como piloto de ponta, Rosberg está dando a
resposta na pista, e tem conseguido se manter constante, sem abandonar nenhuma
corrida, ao contrário do parceiro Hamilton. E tem tudo para se tornar o segundo
piloto a repetir o feito do pai, de ser campeão na F-1, se vencer o campeonato.
Damon Hill é até hoje o único a ter conseguido ser campeão, e ter como pai
Graham Hill, bicampeão na F-1. Pelo menos em número de vitórias, Nico já
superou seu pai, 6 a
5 para o velho Keke.
Corridas
em circuitos tradicionais: OK, a pista da Áustria hoje não tem nem metade do
brilho do circuito original de alta velocidade utilizado até 1987, mas nem por
isso os torcedores austríacos deixaram de prestigiar o seu GP, que retornou
após uma ausência de uma década ao calendário da categoria máxima do
automobilismo, comparecendo em peso ao circuito da Estíria já na quinta-feira,
e lotando todos os lugares disponíveis no fim de semana. Apesar da corrida não
ter sido nenhuma maravilha, deu para ver claramente o que é promover uma
corrida de F-1 em um circuito com história, em um país onde o público tem
empatia e paixão pelo automobilismo, ao contrário de muitas pistas pelo mundo
afora onde a categoria tem corrido movida unicamente pelos dólares que caem na
conta de Bernie Ecclestone, e que raramente têm conseguido criar empatia com o
público local. Quem sabe em futuro próximo a França não consiga voltar ao
calendário, e ainda por cima em seu mais charmoso circuito, Paul Ricard?
NA MESMA:
Equipe
Mercedes: O time alemão continua deitando e rolando na F-1, mesmo com os
problemas enfrentados na prova do Canadá e a surpresa de serem superados na
classificação para a prova da Áustria. Mesmo exibindo uma performance mais
discreta em termos de superioridade frente aos concorrentes, o time sediado em
Brackley, na Inglaterra, fez mais uma dobradinha, com Nico Rosberg a vencer
pela 3ª vez em 2014, secundado por Lewis Hamilton, que venceu outras 4 corridas
no ano. Na classificação de construtores, o time alemão já tem mais do que o
dobro da vice-líder, a Red Bull, e a tendência é aumentar a distância ainda
mais, ainda que talvez não o faça com a mesma facilidade daqui por diante. Para
os concorrentes, só resta mesmo ver quem
será o melhor do resto do grid, e pensar em melhores dias em 2015.
Equipe
Toyota em Le Mans: O time nipônico chegou a Sarthe determinado a acabar com a
hegemonia da Audi na tradicional prova das 24 Horas, e começou impondo
respeito, fazendo a pole-position e comandando a corrida com autoridade durante
a maior parte de sua duração. Mas, para vencer nas 24 Horas de Le Mans,
velocidade apenas não basta, e o time japonês acabou amargando um problema
elétrico em seu protótipo TS-040. Restou de consolo a 3ª colocação com seu
segundo carro, que chegou 5 voltas atrás do carro vencedor da Audi, feito a se
comemorar depois do acidente em que se envolveu durante a corrida que vitimizou
também um dos carros da rival alemã. A conquista de Le Mans terá de ficar para
o ano que vem, e resta saber se a Audi vai deixar barato que a Toyota roube o
seu trono na corrida francesa.
Mundial
de Rali: Sebastien Ogier continua mandando na competição mundial de off-road, e
garantiu mais um triunfo na temporada ao vencer a etapa da Sardenha,
aproveitando-se para distanciar-se mais de seu parceiro de competição, o
finlandês Jari-Matti Latvala, tendo agora 33 pontos de vantagem. Com o domínio
apresentado pela equipe da Volkswagen, as esperanças de uma surpresa na
competição andam bem baixas, e Ogier não pretende dar chance aos rivais. Estes
que se acostumem com o novo rei da categoria, que pretende deixar sua marca da
mesma maneira como Sebastien Loeb fez na última década...
Relação
Lewis Hamilton/Nico Rosberg: Se o chilique demonstrado por Hamilton em Mônaco
já foi esquecido nas declarações oficiais dos pilotos e da escuderia Mercedes,
nos bastidores o clima ainda é de certa tensão entre os pilotos do time
prateado. Hamilton amargou um segundo abandono no Canadá, e acabou derrotado
pelo alemão em Zeltweg, aparentemente caindo na real de que tem de procurar
parar de errar para voltar com tudo na luta pelo campeonato. Rosberg, por sua
vez, já andou declarando que não vai contar todos os seus segredos de acerto
para o time, na tentativa de guardar algum trunfo para si na luta contra o
companheiro de equipe. A direção da Mercedes já conseguiu jogar água na
fogueira criada por Hamilton em Monte Carlo, e Rosberg, por sua vez, vai
começar a querer ter certa primazia por liderar o campeonato com folga, o que
significa que a guerra de egos dentro da escuderia ainda está longe de ser
totalmente apaziguada. Durma-se com um barulho destes, que só não tira o sono
de vez porque a concorrência não tem condições de tirar o título das flechas
prateadas...
Felipe
Massa: o piloto brasileiro teve um mês de junho de altos e baixos nas corridas
do Canadá e da Áustria. Em Montreal, fazia uma prova combativa, mas acabou se
envolvendo em um acidente com o mexicano Sérgio Pérez, e jogando pelo ar o que
prometia ser seu melhor resultado até então na temporada. Na Áustria, fez a
pole-position encaixando uma volta com perfeição, mas deu azar com a estratégia
conservadora da Williams, e mesmo com um carro que só perdia para as Mercedes,
acabou ficando fora do 3° lugar do pódio, que ficou para seu companheiro
Valtteri Bottas. Massa precisa ser mais decidido em certos momentos, evitando
perder tempo nas ultrapassagens, mas precisa também ter cuidado com os
incidentes de pista nestas manobras. Talvez receoso do que aconteceu em
Montreal, ele tenha perdido várias voltas atrás do mesmo Pérez em Zeltweg, ganhando
a posição do mexicano apenas quando este foi aos boxes para seu último pit
stop. E, nisso, Felipe vai continuando a ficar atrás de Bottas, que abre
vantagem na classificação.
EM BAIXA:
Parceria
Red Bull/Renault: Mesmo com a vitória, ainda que circunstancial, no GP do
Canadá, a paciência da Red Bull com a falta de desenvolvimento do motor Renault
e a sofisticada eletrônica do sistema de recuperação de energia da fábrica
frances parece ter chegado ao fim com o pífio desempenho da escuderia no GP de
seu país, a Áustria, onde em nenhum momento conseguiu disputar as primeiras
posições. Parceira nos momentos de glória dos últimos campeonatos, a Renault
sabe que precisa melhorar, e considera uma injustiça as críticas que vem
recebendo, depois de todo o tempo de parceria com o time, que agora dá várias
menções de que pretende utilizar outro propulsor, se não em 2015, certamente em
2016, resta saber qual.
Kimmi
Raikkonem: O piloto finlandês continua devendo no atual campeonato de F-1.
Enquanto Fernando Alonso está tirando o que pode e o que não pode do
problemático carro de 2014, Kimmi poucas vezes conseguiu andar no mesmo ritmo
do espanhol, e pode ter a renovação de seu contrato para 2015 até posta em
dúvida. O que não mudou á o modo como Raikkonem se comporta: na Áustria, quando
instigado pelo time no box a ter de andar meio segundo mais rápido, ele não
perdeu por menos ao responder "Me dêem mais potência então..."
Raikkonem amarga apenas a 12ª posição no campeonato, com 19 pontos, enquanto Alonso
é o 4° colocado, com 79 pontos.
Dani
Pedrosa: O piloto espanhol vem levando um verdadeiro baile no campeonato de
MotoGP, ficando nas sobras do companheiro de equipe Marc Márquez, que venceu
praticamente todas as corridas do campeonato até agora, enquanto Pedrosa se vê
numa renhida batalha pela vice-liderança da competição com Valentino Rossi. E
precisa manter a cabeça mais fria em determinados momentos: na etapa da
Catalunha, numa disputa acirrada pela liderança no finalzinho da corrida,
acabou tocando rodas com o parceiro de equipe e por pouco não saiu da corrida,
quase saindo da pista devido ao toque das motos em alta velocidade. Isso lhe
custou não apenas as chances de vitória, mas o 2° lugar, perdido para Rossi
naquela prova depois de muita luta para superar o piloto italiano da Yamaha. E
com isso Pedrosa já está 67 pontos atrás de Márquez, ou quase a pontuação de 3
vitórias.
Circuito
de Hockenhein: A pista que sedia o GP da Alemanha nesta temporada pode acabar
ficando fora da F-1 em breve. Bernie Ecclestone firmou um contrato com a nova
empresa proprietária da pista de Nurburgring, e pelo andar da carruagem, tudo
indica que o autódromo de Nurburg deverá se tornar palco permanente da corrida
alemã de F-1, que nos últimos anos vem fazendo um revezamento com Hockenhein
devido aos altos custos de manutenção da corrida das taxas da FOM. Como os
novos donos de Nurburgring parecem mais dispostos a bancar as exorbitantes
custas exigidas por Ecclestone, todos apostam que o circuito deverá ser posto
para escanteio a partir de 2015, embora haja contrato para sediar os GPs
alemães de 2016 e 2018. Ecclestone, claro, garantiu que o atual contrato em
vigor com Hockenhein será mantido, mas quem garante...?
Baixaria
na busca por informações de Michael Schumacher: Quando todo mundo ficou mais
aliviado pelo anúncio de que o heptacampeão já havia enfim saído do coma e sido
transferido para outro hospital, mais próximo de sua casa na Suíça, para
continuar seu tratamento e recuperação, que ainda não incertos, devido ao
bloqueio da família em dar maiores detalhes da situação do ex-piloto, eis que
algum celerado resolveu arrumar informações de um modo totalmente reprovável:
alguém roubou o prontuário médido de Michael Schumacher, e segundo se fala,
estaria vendando os dados para grupos de mídia, ou quem pagar mais por eles. A
família do piloto já prometeu processar quem adquirir as informações roubadas,
e a polícia foi acionada para elucidar o caso, tentando descobrir quem e como
conseguiu ter acesso ao prontuário médico de Schumacher, um documento privado
entre hospital e paciente. Verdade que a decisão da família de liberar o mínimo
de informações possível, querendo resguardar sua privacidade, e soltando apenas
notas genéricas que dão margem a muitas especulações, ajudou a instigar a curiosidade
por parte de muita gente genuinamente preocupada com o estado de saúde do
heptacampeão, um esportista mundialmente reconhecido, mas nada justifica uma
atitude destas, movida mais pela ganância de querer lucrar com a desgraça
alheia e se autopromover. E ainda corre-se o risco de, mesmo que ele não
consiga vender as informações, acabe divulgando aos quatro ventos na internet,
num flagrante desrepeito ao momento vivido pela família Schumacher, que tem
todo o direito de querer viver em paz tanto quanto possível apesar do infeliz
acidente sofrido por Michael no fim do ano passado.
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