quarta-feira, 30 de outubro de 2013

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA - OUTUBRO DE 2013



            E o ano de 2013 já vai quase indo embora, restando apenas 2 meses para chegarmos a 2014. E fim de mês é sempre o momento de uma nova edição da COTAÇÃO AUTOBILÍSTICA, fazendo um pequeno balanço de alguns dos acontecimentos deste mês no mundo das corridas mundo afora, com apresentação no tradicional esquema de sempre: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Uma boa leitura para todos, e espero estar de volta no mês que vem, com mais uma edição da Cotação. E até a próxima postagem...



EM ALTA:

Sebastian Vettel: Exibindo um domínio patente desde o GP da Bélgica, a conquista do título de 2013 da Fórmula 1 era mera questão de tempo, e o jovem alemão da equipe Red Bull fechou a fatura no Grande Prêmio da Índia com todos os méritos, após 6 vitórias consecutivas onde seus potenciais adversários ficaram pelo caminho, impotentes. Com a conquista, Vettel torna-se o 4° piloto na história da F-1 a alcançar a marca de 4 títulos, e o 3° piloto a conseguir um tetracampeonato consecutivo. Apenas Michael Schumacher e Juan Manuel Fangio venceram 4 campeonatos seguidos. Mas Sebastian impressiona pela precocidade: é o mais jovem tetracampeão de todos os tempos na F-1, com apenas 26 anos. Colecionando títulos desde 2010, quem achava que o heptacampeonato de Schumacher seria inigualável pode começar a rever seus conceitos. Com muito tempo de carreira ainda pela frente, Vettel pode pulverizar os recordes conquistados por seu ídolo Michael Schumacher, e tornar-se o maior piloto da história da F-1. O tempo dirá...

Scott Dixon: O neozelandês da equipe Chip Ganassi chegou ao tricampeonato da Indy Racing League com todos os méritos. Depois de uma primeira metade de campeonato apenas mediana, Dixon fez uma arrancada demolidora após a prova de Pocono, conquistando 3 vitórias consecutivas e lançando-se como candidato ao título. E apesar dos percalços em algumas corridas, continuou escalando a classificação, acabando por inverter as expectativas na rodada dupla de Houston, onde de desafiante passou a favorito ao título, e não deixando escapar o caneco. Dixon agora empata em títulos com Sam Hornish Jr., e com certeza vai em busca de igualar o número de títulos de Dario Franchiti, que foi campeão em 4 temporadas da IRL.

Jorge Lorenzo: O atual bicampeão da MotoGP tem feito tudo ao seu alcance para se manter na luta pelo título da atual temporada, que vem sendo dominada pelo novato sensação Marc Márquez, e tem sido um rival duro na queda. Após a prova do Japão, em Motegi, apenas Márquez e Lorenzo agora podem conquistar o título, e o atual campeão da categoria é quem mais venceu no ano, com 7 vitórias. Um dado expressivo, se levarmos em conta que a Honda possui um equipamento levemente superior à Yamaha, time de Lorenzo, o que só mostra ainda mais que Jorge tem dado tudo de si e mais um pouco nas corridas. E não vai baixar os braços na etapa final, em Valência.

Nico Hulkenberg: O piloto alemão da Sauber se tornou o principal atrativo das especulações de contratação de pilotos para 2014. Com a melhora do carro do time suíço, Nico fez corridas de encher os olhos nas etapas da Itália, Coréia do Sul e Japão, onde duelou com pilotos de carros muito superiores, e valorizando ainda mais o seu passe nas negociações de um lugar mais competitivo para a próxima temporada. No auge das fofocas, já teria assinado com pelo menos 4 escuderias para 2014, mas até o presente momento, ainda não tem nada certo efetivamente. Não fosse a F-1 atual comandada mais pelo dinheiro do que pelo talento, com certeza já teria sua vaga garantida em 2014, mas a questão orçamentária ainda é o seu maior obstáculo para obter um bom cockpit no próximo ano. Mas Hulkenberg já mostrou seu cartão de visitas, e isso não costuma ser esquecido pelos chefes das escuderias da categoria máxima do automobilismo.

Romain Grossjean: De batedor com fama de maluco em 2012, o piloto franco-suíço melhorou muito nesta temporada, e nas últimas corridas, tem andado muito forte e conquistado 3 pódios consecutivos nas provas da Coréia do Sul, Japão e Índia, mostrando que tem condições de liderar o time, que vai perder sua maior estrela, Kimi Raikkonen, já de malas prontas para a Ferrari em 2014. Sem dúvida um panorama bem mais animador, e muito bem-vindo para Romain em um momento crucial do campeonato, quando estão sendo escolhidos os pilotos de vários times para a próxima temporada. Se antes sua presença na Lotus em 2014 era mais devida a Eric Bouiller, que além de seu empresário é chefe da escuderia inglesa, agora Grossjean mostra mais credenciais para permanecer no time por méritos próprios, e com possibilidade de conquistar resultados muito mais expressivos.



NA MESMA:

Equipe Penske: Pelo quarto ano consecutivo, o time de Roger Penske amarga o vice-campeonato na Indy Racing League. Nos últimos 3 anos o título foi perdido por Will Power na prova final, e este ano o derrotado foi Hélio Castro Neves, que fez da constância e regularidade suas principais armas no campeonato. Mas a falta de alguns resultados mais vistosos tornou o brasileiro presa fácil para a eventualidade de tudo dar errado em algum momento, e se algum adversário poder capitalizar com isso na luta pelo campeonato. E infelizmente esse adversário surgiu, Scott Dixon, e a etapa azarada, em Houston, quando foram disputadas não apenas uma, mas duas provas, com Helinho a ter quebra de cãmbio nas duas corridas, se mostraram fatais para as ambições de título, e nem a reação em Fontana foi suficiente para reverter as expectativas. O jejum de títulos é incômodo para Roger Penske: seu time contabiliza até hoje apenas um campeonato na IRL, em 2006, obtido por Sam Horsnish Jr. Melhor sorte em 2014, quando sua escuderia terá o reforço de ninguém menos do que Juan Pablo Montoya...

Fernando Alonso: Mais um ano, mais promessas de disputar o título, e mais um ano na fila, esse é o panorama para o bicampeão espanhol, que desde que chegou à Ferrari, não conseguiu acabar com o seu jejum de títulos. Além de ver Sebastian Vettel conquistar seu 4° título consecutivo, Alonso ainda tem que se preocupar em garantir o vice-campeonato, pois com 3 corridas ainda para fechar o campeonato, o espanhol tem que se preocupar com a performance superior de Mercedes e Lotus, que nas últimas corridas têm superado o time italiano com certa facilidade, colocando a Ferrari em posição perigosa tanto na classificação de construtores como de pilotos. Se Alonso não tomar cuidado, pode ainda terminar superado por Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton na classificação, apesar de ainda ter uma vantagem razoável para seus perseguidores mais diretos.

Dani Pedrosa: Quem também vai precisar esperar outro campeonato para ver se consegue ser campeão é Dani Pedrosa. Justo no ano em que seu time, a Honda, possui a melhor moto do campeonato da MotoGP, Pedrosa ganhou um companheiro de equipe com performance arrasadora, Marc Márquez, deixando o veterano do time na sombra. Com o resultado da corrida do Japão, Pedrosa já ficou sem chances de disputar o título, e até mesmo de ficar com o vice-campeonato, pois agora pode apenas empatar em pontos com Jorge Lorenzo, mas perderia a posição por ter menos vitórias do que seu conterrâneo e atual bicampeão da categoria. A situação só não é ruim para os espanhóis porque tanto Lorenzo quanto Márquez e Pedrosa são conterrâneos, então um espanhol vai vencer o campeonato de qualquer maneira...

Transmissão da Indy Racing League no Brasil: Pelas declarações dos narradores durante a transmissão da etapa de encerramento do campeonato de 2013, em Fontana, a Bandeirantes deve continuar transmitindo as corridas da IRL no Brasil na próxima temporada. Agora, se vai melhorar o seu esquema de transmissão, isso são outros quinhentos. Para quem já estava na expectativa de ficar sem as corridas da categoria americana, saber que ainda poderão acompanhar as provas na TV brasileira, seja no canal pago ou no canal aberto, já é algo positivo. E, lembrando que no ano que vem teremos tanto Hélio Castro Neves quanto Tony Kanaan em equipes de ponta e provavelmente lutando pelo título, já dá um bom incentivo para o torcedor "comum" acompanhar as corridas com um pouco mais de atenção.

Chatice dos comissários da F-1: Vettel venceu o GP da Índia e comemorou a conquista do tetracampeonato dando zerinhos na reta dos boxes, e ainda foi para o alambrado jogar as lugas para a torcida, num gesto efusivo de comemoração como há muito tempo não se via na F-1. E o que os comissários fizeram: tacaram uma multa na Red Bull por seu piloto ter "violado" a regra de se dirigir ao parque fechado após a corrida, e com isso atrasar a cerimônia do pódio. Depois, quando se fala que a categoria máxima do automobilismo anda intragável, é graças a gestos como esse, onde a organização da categoria não parece compreender o que está acontecendo. Fosse um piloto mais "sincero", como Nélson Piquet em seus bons tempos, Vettel teria soltado palavrões para cima de todos na sala da organização da corrida. E com certeza, acabaria tomando outra multa por isso, o que valeria outra rodada de palavrões para um grupo de chatos que mereceria tudo com a mais justa causa. Definitivamente, a categoria máxima do automobilismo precisa se uma sessão de descarrego para se livrar destas imbecilidades...



EM BAIXA:

Felipe Massa: O piloto brasileiro ainda tem seu futuro indefinido na F-1 em 2014. Apesar de manter conversas com vários times, o passe do brasileiro já foi mais valorizado, e nas últimas corridas, o brasileiro teve a infelicidade de sofrer e/ou cometer vários erros, que arruinaram suas chances de obter melhores resultados e valorizar sua posição na mesa de negociações. Apenas na Índia Felipe conseguiu de fato fazer uma prova combativa, estando perto de terminar no pódio, mas as negociações ainda seguem se desenvolvendo, com algumas especulações já dando conta de que Massa teria assinado com a Williams, algo que ainda precisa ser confirmado. Para complicar, Massa até o momento não parece trazer patrocinadores de vulto, algo que anda contando muito para a maioria dos times da categoria atualmente, e que certamente seria um grande trunfo na mesa de negociações, onde só sua experiência de quase uma década como piloto da Ferrari parece não ser tão decisivo como o fator financeiro, infelizmente.

Ferrari: O time italiano vive uma temporada inferior à de 2012, quando mesmo tendo começado o ano de forma risível, ainda conseguiu colocar as coisas nos eixos e disputar o título com Fernando Alonso. Este ano, começando o campeonato de forma muito mais animadora, se esperava um melhor desempenho, mas o time de Maranello se perdeu no desenvolvimento do carro deste ano, e nas últimas provas, tem sido superada por Lotus, Mercedes, e até pela Sauber. E para piorar, tanto Alonso quanto Massa tem alternado performances médias com ruins, o que só complica a situação da escuderia italiana, que está numa luta renhida com a Mercedes pelo vice-campeonato de construtores, e ainda está na possibilidade de ser alcançada pela Lotus, se não se cuidar. Com o time já voltado para o mundial de 2014, a Ferrari tem que torcer para não ser superada pelos adversários nas corridas que faltam, mas a parada promete ser complicada.

Mark Webber: O piloto australiano tem vivido um inferno astral nas últimas corridas, em que pese ter feito algumas boas performances. Com sua aposentadoria da F-1 já anunciada, Webber merecia pelo menos vencer pela última vez na categoria, mas no Japão, a estratégia de pneus não funcionou, e Mark ainda ficou "trancado" atrás de Grossjean; e na Índia, o carro quebrou. E como desgraça pouca é bobagem, ainda viu seu carro pegar fogo na Coréia do Sul, após ser abalroado por outro competidor durante a corrida. Certamente não é a final de campeonato que o australiano esperava. Para piorar, Helmut Marko, que nunca morreu de amores por Webber, anda rindo à toa com mais um título de seu protegido Vettel, e não vê a hora de Webber nunca mais dar as caras na escuderia...

Pastor Maldonado: A lua de mel entre o piloto venezuelano e a Williams azedou de vez, e Pastor não cansa de reclamar que o carro é ruim, fato mais do que óbvio. Agora ele tenta arrumar lugar em outra escuderia, mas o patrocínio da PDVSA, seu grande trunfo, tem um contrato muito bem amarrado com a Williams, e o velho Frank não vai largar esse osso tão facilmente, ainda mais que o contrato prevê as temporadas de 2014 e 2015 ao time inglês, que não exigem necessariamente a presença de Maldonado na escuderia. Sem a verba da PDVSA, dificilmente Maldonado arrume lugar em outro time, e o venezuelano já chegou a falar que, para ter um carro ruim prefere ficar em casa. Se não conseguir levar consigo o polpudo patrocínio da petrlífera venezuelana, é bem capaz mesmo de acabar ficando em casa...Ainda tem a hipótese de a PDVSA ir com Maldonado e continuar patrocinando a Williams, mas com o sucateamento da empresa, em virtude da administração perpetrada por Hugo Chávez na última década, resta saber se a empresa teria interesse em dispender verba para manter dois patrocínios de vulto na F-1...

GP da Índia: Apesar de possuir uma pista interessate, o GP da Índia é mais uma prova que dá adeus ao calendário da categoria, após apenas 3 edições realizadas. A prova indiana nunca conseguiu ter um público satisfatório, e a categoria máxima do automobilismo também não chegou a encantar os torcedores do país. E como Bernie Ecclestone tem outros interessados na fila de espera para terem um GP, a Índia fica a ver navios. Uma pena que seja assim com as pistas mais interessantes que Hermann Tilke andou criando, como a da Turquia, que também muito cedo perdeu seus deslumbre com a F-1 e foi rifada do calendário sem maiores lamentações por parte do chefão da FOM. De positivo, ficará apenas a decisão do título de 2013, com mais uma vitória de Sebastian Vettel, que se tornou o único piloto a vencer na pista indiana. De ponto negativo, tem a poluição da cidade de Nova Delhi, que em todas as ocasiões sempre deixou a pista com um nevoeiro incômodo, e que também sempre pegou mal nas transmissões...

 



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