Continuando
a trazer minhas antigas colunas de automobilismo, eis aqui a que foi publicada em
20 de setembro de 1996, que tinha como tema o destino do piloto inglês Damon
Hill. Provável campeão àquela altura do campeonato, Frank Williams, seguindo
seu costume de dispensar seus campeões, simplesmente resolveu não renovar o
contrato do filho de Graham Hill, que seria de fato campeão naquele ano,
derrotando seu companheiro de equipe, o canadense Jacques Villeneuve. Para o
lugar do inglês, a Williams contrataria o alemão Heinz-Harald Frentzen.
Nem
é preciso dizer que o alemão rendeu menos do que era esperado no time, enquanto
Hill teve uma temporada de calvário em 1997, tendo assinado com a equipe
Arrows, à época comandada por Tom Walkinshaw, que tinha planos ambiciosos para
sua escuderia na F-1. De resto, mais alguns comentários rápidos sobre alguns
outros acontecimentos no mundo da velocidade. Uma boa leitura a todos, e em
breve tem mais textos antigos...
PARA ONDE VAI DAMON HILL?
A
temporada da Fórmula 1 em 1996 vai chegando à sua reta final, e o campeonato
muito provavelmente será decidido na etapa deste fim de semana, em Portugal. Como é de
praxe, a tensão nos bastidores da categoria está em alta, apesar de um pouco
mais relaxado do que há duas semanas atrás, em Monza. O principal
atrativo é o mercado de pilotos para o próximo ano, e embora as opções estejam
ficando reduzidas, o ponto central continua sendo um só: qual será o destino de
Damon Hill em 1997?
Dispensado
pela Williams, a melhor equipe da F-1 atual, apesar do bom desempenho neste
ano, Hill pode até mesmo ficar desempregado em 97. As opções estão muito
escassas, e o piloto inglês deverá mesmo acabar parando em um time médio da
F-1.
A
primeira opção, a McLaren, que manifestava interesse em ter Hill para poder
novamente usar o número 1 em seus carros, voltou atrás e já renovou o contrato
com Mika Hakkinen. David Couthard e o piloto finlandês repetirão em 97 a
parceria deste ano no time de Ron Dennis. O maior empecilho à renovação de
Hakkinen era o valor do contrato, considerado muito alto pela direção da
McLaren. A West, nova patrocinadora do time no próximo ano, resolveu bancar a
operação, e tudo se resolveu.
Na
Benetton, as chances de Hill também são muito reduzidas. O dirigente do time,
Flavio Briatore, não tem muita fé no piloto inglês, e seus atuais pilotos, Jean
Alesi e Gehrard Berger, têm muito mais a oferecer do que o filho de Graham
Hill. Isso sem falar que tanto Alesi quanto Berger estão determinados a
continuar no time em 97.
Outra
opção, talvez a mais possível, seja a Jordan. O time tem interesse em contar
com o provável campeão mundial de 96. Seria também um golpe de marketing
perfeito da Peugeot, que usaria o nº 1 em seus carros ganho às custas da
principal rival, a Renault. Eddie Jordan, porém, tem uma escolha difícil:
manter Rubens Barrichello, um piloto de comprovado talento, apesar das
circunstâncias vividas pelo brasileiro no time atualmente, ou contratar Hill,
um piloto de talento duvidoso em algumas situações?
Até
Jackie Stewart já manifestou interesse em ter Hill como piloto. O principal problema é
financeiro: Stewart já declarou não ter como pagar o valor pedido por Hill.
Como a equipe do tricampeão escocês irá estrear em 97 na F-1, Hill seria muito
indicado por sua experiência como piloto de testes da Williams. De fato, Damon
Hill é um excelente piloto de testes: é mepnhado e trabalha como poucos no
ramo.
A
opção da Ferrari é totalmente descartada. Michael Schumacher e Eddie Irvinne
deverão fazer dupla novamente em 1997, apesar do descontentamento do irlandês,
que está ficando chateado por ser piloto “de reserva”: entenda-se que o time
italiano só tem olhos para Schumacher.
Há
também a opção da Arrows, que agora associada à TWR de Tom Walkinshaw, deve ter
uma grande evolução para 97. No mesmo nível está a Sauber, onde há uma vaga em
potencial para Damon. Qualquer que seja a equipe, dentre estas últimas, o nível
técnico fica a desejar.
Seja
lá para onde Damon Hill for, a verdade é uma só: ele já pode ir se despedindo
da condição de piloto de pona da F-1. No atual estágio da categoria, vitórias
de times médios só acontecem por pura sorte, como foi o caso de Olivier Panis
este ano, na prova de Mônaco.
A F-1 chega à sua última prova da fase européia: o Grande Prêmio de
Portugal, a ser disputado neste domingo no Autódromo Fernanda Pires da Silva,
no Estoril. O circuito, de 4,36 Km de extensão, é o mais conhecido pelas
equipes, que aqui testam intensamente durante a pré-temporada, quando os
principais circuitos do continente europeu estão cobertos de neve. O GP é
disputado em 71 voltas, totalizando 309,56 Km de percurso. Em 1995, David
Couthard foi o pole-position, e venceu a corrida quase de ponta a ponta. O
maior lance, entretanto, foi o “vôo” de Ukyo Katayama, que decolou com seu
Tyrrel na largada. Felizmente, ninguém saiu ferido, mas o susto foi grande.
Para aqueles que gostam de detalhes da história da F-1, o GP de
Portugal estreou na categoria em 1958, sendo disputado em 1959 e 1960.
Seguiu-se uma longa ausência, e o GP lusitano só retornou ao calendário em
1984, sendo disputado ininterruptamente desde então. Dois pilotos aparecem como
os maiores vencedores desta corrida: Nigel Mansell, que venceu em 1986, 1990 e
1992; e Alain Prost, vencedor em 1984, 1987 e 1988. Stirling Moss venceu as
provas de 1958 e 1959. Depois deles, os demais só venceram uma única vez:
Ayrton Senna em 1985, Jack Brabham em 1960, Gerhard Berger em 1989, Riccardo
Patrese em 1991, Michael Schumacher em 1993, Damon Hill em 1994, e David
Couthard em 1995.
Jackie Stewart anunciou esta semana que seu principal patrocinador para
1997 será a instituição financeira Hong Kong and Shanghai Bank. O valor do
patrocínio é calculado em cerca de US$ 40 milhões.
No último domingo, a Indy Racing League (IRL) disputou sua segunda
etapa do campeonato 96/97. Estreando o circuito de Lãs Vegas Motor Speedway,
que custou cerca de US$ 80 milhões para ser construído, e tendo capacidade para
mais de 100 mil pessoas, o que se viu foi uma corrida cheia de acidentes. Arie
Luyendick conquistou a pole-position e era o piloto mais rápido da prova, e
acabou acertando o muro. O “holandês voador” anda mesmo azarado: já são 3
corridas seguidas com abandono. A corrida acabou sendo vencida por Richie Hern.
Os pilotos brasileiros Marco Greco e Affonso Giaffone largaram em 23º e 24º
respectivamente, e terminaram em 9º e 10º. Outros pilotos acidentados foram
Tony Stewart, Stephan Gregoire, Eddie Cheever, Mark Dismore, entre outros. Só
para frisar, mais dois detalhes da corrida: houve até uma capotagem durante a
prova, e o público que compareceu ao autódromo não foi dos melhores...
Ainda sobre a IRL: Robby Gordon disputou a corrida de Las Vegas e chgou
até a liderar a prova, mas acabou abandonando. Assim como Scott Sharp, que
venceu a etapa de New England, semanas atrás.
Christian Fittipaldi inicia já na semana que vem os testes visando a
temporada de 1997 da F-Indy. Como o novo chassi Swift ainda não está pronto,
serão utilizados sistemas novos visando à utilização no projeto do novo carro
da Newmann-Hass para 97.
Rubens Barrichello, assim como Damon Hill, está ficando sem ter para
onde ir na F-1. A Jordan já confirmou a contratação de Ralf Schumacher, o irmão
caçula de Michael Schumacher. E é bem provável que Eddie Jordan traga para a
equipe o provável campeão de 1996, Damon Hill. A única saída de Rubinho parece
ser mesmo a Arrows. Não está descartada a hipótese de o brasileiro ir para a
F-Indy, a exemplo do que fez Christian Fittipaldi...
A F-1 já tem uma certeza para 1997: ficam mantidos os treinos livres
das sextas-feiras de GP. Pelo projeto original de novas regras apresentado
semanas atrás, os treinos ficariam restritos aos sábados dos Grandes Prêmios.
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