Aqui
estou com mais um texto da temporada de 1996, que foi lançado no dia 13 de
setembro daquele ano. O assunto da coluna era o mercado de pilotos e as
possibilidades de troca de titulares entre as escuderias de F-1 daquele
campeonato, em um apanhado geral do que se poderia esperar para o próximo ano.
E de quebra, alguns tópicos rápidos sobre outros acontecimentos de corridas da
semana, com destaque para a conquista de Jimmy Vasser pelo seu único título na
Fórmula Indy, entre outros assuntos. Uma boa leitura para todos, e em breve tem
mais colunas antigas por aqui...
TROCA-TROCA
O
último fim de semana, em Monza, foi bem agitado para a Fórmula 1, tanto na
pista, quanto nos bastidores da corrida. A maior vedete do momento, como não
poderia deixar de ser, é o mercado de pilotos para a próxima temporada, que de
um dia para o outro, começou a se mostrar mais quente do que todo mundo
imaginava.
Era
unanimidade geral de que, ao contrário de 1995, este ano as trocas de pilotos
entre as escuderias seria menos frenética. A única peça importante seria a
McLaren, onde Mika Hakkinen estava em situação delicada para renovar devido a
questões financeiras. Tudo parecia se resumir a isso, enquanto todas as equipes
de ponta e as principais médias estavam propensas a manter suas duplas de 96 para
97.
Então,
veio a demissão de Damon Hill pela Williams, e a contratação de Heinz-Harald
Frentzen para seu lugar em 97. Concluída a principal operação do mercado,
surgiram inúmeras outras, algumas fantasiosas, outras bem possíveis. O certo é
que, durante o Grande Prêmio da Itália, o paddock ficou fervendo de conversas.
Todo mundo praticamente conversava com todo mundo. Em qualquer lugar estava
havendo alguma reunião, ou parecia estar havendo. Numa hora dessas, até quem
não tinha nada a dizer também mostrava estar em reunião, provavelmente para dar
algo que pensar a qualquer rival que estivesse passando por perto.
Rubens
Barrichello, que estava sendo descartado até pela Jordan, voltou a ser a
principal opção da equipe para 97. Ninguém confirma, mas a Peugeot, receosa de
perder um excelente piloto, estaria pressionando Eddie Jordan a manter o
brasileiro, dando um crédito ao talento de Rubinho, que levou um golpe muito
baixo de Bernie Ecclestone, que declarou em uma entrevista recente que o piloto
brasileiro “não tem condições de ser um campeão.” Ralf Schumacher era outro
forte candidato à Jordan, assim como Mika Hakkinen.
Na
McLaren, o clima ficou complicado, assim como na Ferrari. David Couthard, que
estaria assegurado por Ron Dennis para 97, pode acabar dançando, assim como
Eddie Irvinne na Ferrari. A McLaren demonstra muito interesse em Damon Hill,
principalmente se ele for campeão, para ter o direito de usar o nº 1 em seus
carros em 97. A Ferrari, por sua vez, demonstra um certo interesse em Mika Hakkinen, que
pode sair da McLaren.
Na
Benetton, o ambiente também virou novamente. Gerhard Berger parece ser o
favorito por Flavio Briatore para continuar na equipe, mas Jean Alesi promete
mostrar sua força no campeonato e continuar na escuderia. E quem acabar saindo
poderia até ser substituído por Damon Hill, já que a Renault tem receio de que
Hill acabe levando o nº 1 do seu carro para a principal concorrente, a Peugeot,
no caso de ir para a Jordan em 97. Antes, Alesi era o favorito a ficar, mas nas
últimas corridas, o piloto austríaco vem subindo de produção e só não conseguiu
melhores resultados porque o carro sempre o deixou na mão.
A
Ligier garante que continua com Olivier Panis, mas Pedro Paulo Diniz vem
surpreendendo a escuderia em suas últimas performances. E com o bom resultado
de Monza, o time deve mantê-lo para 97. Já a Arrows tem planos de poder contar
com Rubens Barrichello, caso o brasileiro não renove com a Jordan. A Sauber é
outra equipe que anda à caça de pilotos, mas o problema mais urgente é a adoção
de um motor confiável para 97. A Arrows saiu na frente para garantir o uso dos
motores Ford V-10, e a Sauber deve tentar usar os Hart. Johnny Herbert é um
forte candidato a manter sua atual vaga na equipe suíça.
Na
Tyrrel, a situação é parecida: Mika Salo e Ukyo Katayama estão na corda bamba e
tentam garantir lugar no time, que por sua vez, luta para conseguir manter os
motores Yamaha. Ricardo Rosset é uma opção, assim como Jos Verstappen. A nova
equipe de Jackie Stewart também está na parada como opção para o piloto
brasileiro. Outro brasileiro, Tarso Marques, também pleiteia a vaga, depois de
causar excelente impressão nas duas corridas que disputou pela Minardi este
ano.
Para
onde vai todo mundo? Ao que parece, uma coisa ficou decidida em Monza semana
passada: nada está decidido! Como já é tradicional na categoria, a poeira
costuma estar assentada até o último Grande Prêmio da temporada européia. E
esta data é semana que vem, quando as equipes aportam no circuito de Estoril
para o GP de Portugal, penúltima etapa do campeonato. A hora das decisões
aproxima-se. Até lá, então...
Jimmy Vasser faturou o título da F-Indy com uma corrida comedida e
segura em Laguna Seca. Além
disso, teve também a sorte de ver seus rivais na luta pelo título terem inúmeros
problemas durante a corrida. Michael Andretti se enroscou em um acidente com
Bobby Rahal, e Al Unser Jr. perdeu inúmeras posições por problemas nos pneus.
Para completar sua comemoração, Vasser faturou também uma Mercedes 0Km,
sorteada no sábado, entre todos os pilotos que conquistaram pole-positions este
ano. Completando a conquista, a vitória de Alessandro Zanardi garantiu ao
italiano a 3ª posição no campeonato, por pouco não conquistando o
vice-campeonato.
Na provada Indy Lights, decidido o título em Vancouver, assistiu-se em Laguna Seca à guerra
pela vice-liderança do campeonato. E deu Brasil: Tony Kanaan venceu a prova de
maneira exemplar e assegurou o vice-campeonato. Hélio Castro Neves garantiu a
dobradinha brasileira no pódio. Guálter Salles, favorito ao vice, acabou tendo
problemas mecânicos e abandonou a corrida, ficando em 3º lugar no campeonato.
Seu nome, contudo, é o mais cotado para subir para a Indy em 1997, estando na
mira de pelo menos 4 equipes.
Stefan Johnsson despediu-se das pistas como piloto em Laguna Seca. O
piloto sueco, que correu na F-1 até 1991, estreou na F-Indy em 1992 pela equipe
Bettenhausen, onde correu até sua prova de despedida. A corrida, entretanto,
não foi das melhores: Johnsson bateu forte na curva após a reta dos boxes
depois que sua asa traseira quebrou, tirando-lhe o equilíbrio do carro. Para
97, irá comandar uma equipe própria na Indy Lights.
Duas escuderias da Indy trocam de propulsores em 97: a Rahal, que este
ano usou motores Mercedes, usará os novos Ford no próximo ano; na PacWest, o
caminho é inverso: deixará os Ford e apostará nos Mercedes. Apesar dos
problemas enfrentados pelas equipes com motores Ford, o propulsor obteve 5
vitórias este ano, contra 11 dos Honda. Já os Mercedes não venceram nenhuma corrida,
assim como os Toyota.
O calendário 97 da F-Indy ainda não foi divulgado com exatidão. A única
certeza é que a primeira corrida do próximo campeonato será no dia 2 de março, em Miami. O GP do Brasil deve ser
realizado no dia 11 de maio.
Com o movimento Rio 400, a cidade do Rio de Janeiro prepara-se para
recuperar o Grande Prêmio do Brasil de F-1, possivelmente já em 97. O circuito
de Jacarrepaguá já foi vistoriado e aprovado pela FIA. Interlagos, palco do GP
desde 1990, ainda é o local prioritário, mas as coisas podem mudar...
Émerson Fittipaldi só deve comunicar o seu futuro para 97 no próximo
mês, depois de avaliar sua recuperação e consultar médicos. Até lá, continua o
suspense dos fãs e jornalistas especializados...
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