Os carros da IRL vão acelerar novamente em São Paulo. |
Começam
hoje as atividades de pista no circuito urbano do Sambódromo, junto ao Parque
de Exposições do Anhembi, em São Paulo, capital, para a disputa da etapa
brasileira da Indy Racing League, a São Paulo Indy 300, que terá largada às
12:30 horas deste domingo. Mas os carros da categoria só entram na pista
amanhã. Hoje, de tarde, haverá apenas treinos das corridas que também irão ser
disputadas neste fim de semana na pista, o Campeonato Brasileiro de GT, e o
Mercedes-Benz Grand Challenge.
Neste
sábado, os pilotos da IRL entram na pista logo de manhã, com o primeiro treino
livre marcado para as 8:30 às 9:00 horas. Em seguida tem a segunda parte da
sessão, com outro grupo de pilotos, no horário das 9:00/9:45. A sessão seguinte
de treinos da categoria começará às 12:05, com término às 13:05 horas, e a
classificação terá início às 14:35 horas, finalizando às 15:45 hrs. No resto do
tempo, mais sessões de treinos das outras categorias, e também suas respectivas
classificações. A prova de GT será amanhã, às 16 horas.
Já
no domingo, de novo as atividades começam logo cedo. O pessoal da IRL entra na
pista às 8:00/8:30 horas para o warm up, treino de aquecimento para a corrida.
Logo após, terá lugar a prova da Mercedes Grand Challenge, às 8:45 hrs.,
seguida da segunda corrida da GT. Ao meio-dia, os pilotos da Indy farão o
tradicional desfile para o público presente, e então entrarão nos carros para
disputar a corrida. É a 4ª edição da prova, e a pista brasileira tem o maior
retão do calendário, utilizando uma das pistas da Marginal Tietê, e uma curva
fechada que dá acesso ao Sambódromo, onde temos a reta chegada, e o “S” do
Samba, tradicionalmente lugar de confusões e acidentes da corrida, que desde a
primeira corrida, já viu inúmeros pilotos se estranharem por ali, e darem adeus
à corrida. Algumas outras curvas tiveram suas zebras ligeiramente rebaixadas,
para permitir que os carros possam contorná-las de forma mais rápida e sem
traumas para o equipamento, uma vez que no ano passado, a altura das zebras
limitava o raio de ação dos pilotos nas mesmas, impedindo traçados mais variáveis
de contorno.
A
expectativa da torcida, é claro, é ver um dos pilotos brasileiros ganhar a
corrida, mas a parada não é fácil, e nos anos anteriores, o melhor resultado
brasileiro foi em 2010, ano de estréia da corrida, com o 3° lugar de Vitor
Meira, que corria pela Foyt Enterprises. Naquele ano, Raphael Mattos também
conseguiu um belo resultado, chegando em 4° lugar. Hélio Castro Neves, nosso
piloto com maior chances de vitória, ficou apenas em 9° lugar, com Tony Kanaan
em 10°. Bia Figueiredo foi a 13ª colocada, e os pilotos Mário Moraes e Mário
Romancini ficaram pelo meio do caminho. A vitória ficou com Will Power, da
Penske, seguido de Ryan Hunter-Reay, da Andretti. Se a torcida ficou
decepcionada, os anos seguintes foram piores em resultados para os pilotos “da
casa”. Em 2011, todos os pilotos brasileiros ficaram pelo meio do caminho,
devido a acidentes, em especial no “S” do Samba, ou terminaram com várias
voltas de desvantagem. A vitória ficou novamente com Will Power, e o pódio foi
completado por Graham Rahal e Ryan Briscoe. A corrida de 2011, aliás, teve o
empecilho de começar no domingo e terminar apenas na segunda-feira. Um forte
temporal que desabou no domingo inundou a pista, e quando ela finalmente deu
condições de retomar a prova, o dia já havia acabado, obrigando o adiamento
para segunda.
No
ano passado, nova decepção para os torcedores com relação aos brasileiros.
Enquanto Will Power vencia pela 3ª vez consecutiva a corrida, e tinha a
companhia no pódio de Ryan Hunter-Reay e Takuma Sato, o melhor brasileiro
acabou sendo Helinho, que terminou em 4° e conseguiu sua melhor finalização em
São Paulo. Rubens Barrichello acabou em 10° lugar, enquanto Tony Kanaan e Bia
Figueiredo ficaram lá para trás novamente. Este ano, todos esperam ter melhor
sorte.
Hélio
Castro Neves chegou a São Paulo na liderança do campeonato, e para sorte da
concorrência, Will Power, vencedor invicto nesta pista desde a primeira
corrida, não vem tendo um início de campeonato dos melhores. Vice-campeão nos
últimos 3 anos, e que apresentou uma performance demolidora em pistas de rua, o
australiano chegou para a etapa brasileira decidido a mudar sua situação na
tabela de classificação, e é o piloto a ser batido. E Power terá em Helinho um
forte adversário, mas haverá concorrentes poderosos nos demais times. A equipe
de Michael Andretti já venceu duas corridas este ano, com James Hinchcliffe e
Ryan Hunter-Reay, e deve vir forte na corrida. E quem também está querendo
repetir a dose é Takuma Sato, que venceu em Long Beach, e pode novamente ser um
páreo duro na pista paulistana.
E
não se pode esquecer da dupla da Ganassi, Scott Dixon e Dario Franchiti, que
apesar de terem começado o ano cheio de altos e baixos, não podem ser
subestimados na luta pela vitória. Mas os torcedores querem mesmo é saber dos
nossos pilotos, e como já mencionei, as melhores chances, teoricamente, estão
com Helinho, por correr pela Penske, o melhor time da categoria. Mas isso
somente não garante um bom resultado, como se viu nos anos anteriores. A
estratégia de corrida também será importante para garantir um bom resultado: no
ano passado, Rubinho e Tony poderiam ter tido um resultado muito mais
consistente na prova, mas a estratégia de corrida da KV se mostrou totalmente
equivocada, e ambos terminaram muito aquém do que poderiam ter efetivamente
rendido na corrida.
Por
essa razão, Tony Kanaan não pode ser colocado fora do páreo. Se a KV acertar na
estratégia, Tony se garante dentro da pista, como sempre costuma fazer, e já
demonstrou isso na prova inicial deste ano, em São Petesburgo, onde foi o 4°
colocado. Mas não se pode dar chance para o azar, e o temido “S” do Samba,
apesar de ter sido modificado este ano para ajudar a evitar que os pilotos se
enrosquem por ali, ainda é o lugar mais propício para os pilotos se envolverem
em confusões na pista por posição, assim como a curva de acesso à reta do
Sambódromo, onde as fortes freadas após o longo retão da Marginal sempre é
palco de disputas por parte de pilotos que deixam para frear nos últimos
metros, e algumas vezes, até indo parar curva afora, errando a freada e
causando algum enrosco. Tony está confiante para obter um bom resultado, apesar
do acidente sofrido em Long Beach na última volta, em uma disputa com Oriol
Servia que o lançou na barreira de pneus, lesionando a mão direita. O
brasileiro garante que a mão, já bem melhor, não será problema para sua atuação
em São Paulo.
Nossa
última representante, Bia Figueiredo, espera ter melhor sorte aqui. Bia ainda
busca conseguir verba para disputar o restante do campeonato, que na pior das
hipóteses só vai até as 500
Milhas de Indianápolis, prova seguinte do calendário.
Competindo pela fraca equipe Dale Coyne, que tem todos os recursos voltados
para o carro de Justin Wilson, Bia tenta tirar leite de pedra, e em Long Beach
teve o único resultado razoável do ano, quando terminou em 14° lugar. Com mais
conhecimento do carro, ela espera ter um desempenho melhor.
Mas
é preciso torcer também para que a chuva não dê as caras, o que pode embaralhar
a corrida de muita gente, e tornar a disputa uma verdadeira loteria. A drenagem
da pista, apesar de ter sido reforçada, não é garantida se São Pedro resolver
exagerar na dose, como aconteceu em 2011. Felizmente, a previsão não é de chuva
para o fim de semana, o que deve garantir que todas as atividades aconteçam com
pista seca. Há previsão de alguma chuva para domingo, mas as chances de
atrapalhar a prova, em tese, são mínimas. E este, aliás, é o desejo de todas as
equipes e pilotos.
Será
que este ano nossos pilotos desencalham e conseguem vencer a prova? Esperança
não falta, é aguardar que nossos representantes tenham a sorte que faltou nos
anos anteriores para que melhores resultados sejam possíveis. Se conseguirem
ficar longe de qualquer encrenca durante a prova, melhor ainda. A corrida, por
si só, já promete muita disputa, e isso é o melhor de tudo em uma prova de
carros, onde o público quer ver brigas, ultrapassagens, e que vença o melhor.
Que venha a bandeira verde, então...
Apesar do otimismo, Tony Kanaan vai correr as próximas etapas da IRL na
base do sacrifício. A pancada nos pneus em Long Beach causou lesões que devem
demorar a sarar, segundo os médicos. A estimativa é que os ferimentos, apesar
de não serem graves, demorem pelo menos mais de 6 meses para cicatrizar
totalmente. Houve luxação em 3 tendões da mão direta, e isso, segundo Kanaan,
causa desconforto em vários movimentos. Isso pode atrapalhar a performance do
piloto baiano, que ainda diz não saber se conseguirá pilotar direito o carro
como está acostumado. “Vamos ver neste sábado”, declarou. Boa sorte, Tony.
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