sexta-feira, 3 de maio de 2013

ACELERANDO NO ANHEMBI



Os carros da IRL vão acelerar novamente em São Paulo.

            Começam hoje as atividades de pista no circuito urbano do Sambódromo, junto ao Parque de Exposições do Anhembi, em São Paulo, capital, para a disputa da etapa brasileira da Indy Racing League, a São Paulo Indy 300, que terá largada às 12:30 horas deste domingo. Mas os carros da categoria só entram na pista amanhã. Hoje, de tarde, haverá apenas treinos das corridas que também irão ser disputadas neste fim de semana na pista, o Campeonato Brasileiro de GT, e o Mercedes-Benz Grand Challenge.
            Neste sábado, os pilotos da IRL entram na pista logo de manhã, com o primeiro treino livre marcado para as 8:30 às 9:00 horas. Em seguida tem a segunda parte da sessão, com outro grupo de pilotos, no horário das 9:00/9:45. A sessão seguinte de treinos da categoria começará às 12:05, com término às 13:05 horas, e a classificação terá início às 14:35 horas, finalizando às 15:45 hrs. No resto do tempo, mais sessões de treinos das outras categorias, e também suas respectivas classificações. A prova de GT será amanhã, às 16 horas.
            Já no domingo, de novo as atividades começam logo cedo. O pessoal da IRL entra na pista às 8:00/8:30 horas para o warm up, treino de aquecimento para a corrida. Logo após, terá lugar a prova da Mercedes Grand Challenge, às 8:45 hrs., seguida da segunda corrida da GT. Ao meio-dia, os pilotos da Indy farão o tradicional desfile para o público presente, e então entrarão nos carros para disputar a corrida. É a 4ª edição da prova, e a pista brasileira tem o maior retão do calendário, utilizando uma das pistas da Marginal Tietê, e uma curva fechada que dá acesso ao Sambódromo, onde temos a reta chegada, e o “S” do Samba, tradicionalmente lugar de confusões e acidentes da corrida, que desde a primeira corrida, já viu inúmeros pilotos se estranharem por ali, e darem adeus à corrida. Algumas outras curvas tiveram suas zebras ligeiramente rebaixadas, para permitir que os carros possam contorná-las de forma mais rápida e sem traumas para o equipamento, uma vez que no ano passado, a altura das zebras limitava o raio de ação dos pilotos nas mesmas, impedindo traçados mais variáveis de contorno.
            A expectativa da torcida, é claro, é ver um dos pilotos brasileiros ganhar a corrida, mas a parada não é fácil, e nos anos anteriores, o melhor resultado brasileiro foi em 2010, ano de estréia da corrida, com o 3° lugar de Vitor Meira, que corria pela Foyt Enterprises. Naquele ano, Raphael Mattos também conseguiu um belo resultado, chegando em 4° lugar. Hélio Castro Neves, nosso piloto com maior chances de vitória, ficou apenas em 9° lugar, com Tony Kanaan em 10°. Bia Figueiredo foi a 13ª colocada, e os pilotos Mário Moraes e Mário Romancini ficaram pelo meio do caminho. A vitória ficou com Will Power, da Penske, seguido de Ryan Hunter-Reay, da Andretti. Se a torcida ficou decepcionada, os anos seguintes foram piores em resultados para os pilotos “da casa”. Em 2011, todos os pilotos brasileiros ficaram pelo meio do caminho, devido a acidentes, em especial no “S” do Samba, ou terminaram com várias voltas de desvantagem. A vitória ficou novamente com Will Power, e o pódio foi completado por Graham Rahal e Ryan Briscoe. A corrida de 2011, aliás, teve o empecilho de começar no domingo e terminar apenas na segunda-feira. Um forte temporal que desabou no domingo inundou a pista, e quando ela finalmente deu condições de retomar a prova, o dia já havia acabado, obrigando o adiamento para segunda.
            No ano passado, nova decepção para os torcedores com relação aos brasileiros. Enquanto Will Power vencia pela 3ª vez consecutiva a corrida, e tinha a companhia no pódio de Ryan Hunter-Reay e Takuma Sato, o melhor brasileiro acabou sendo Helinho, que terminou em 4° e conseguiu sua melhor finalização em São Paulo. Rubens Barrichello acabou em 10° lugar, enquanto Tony Kanaan e Bia Figueiredo ficaram lá para trás novamente. Este ano, todos esperam ter melhor sorte.
            Hélio Castro Neves chegou a São Paulo na liderança do campeonato, e para sorte da concorrência, Will Power, vencedor invicto nesta pista desde a primeira corrida, não vem tendo um início de campeonato dos melhores. Vice-campeão nos últimos 3 anos, e que apresentou uma performance demolidora em pistas de rua, o australiano chegou para a etapa brasileira decidido a mudar sua situação na tabela de classificação, e é o piloto a ser batido. E Power terá em Helinho um forte adversário, mas haverá concorrentes poderosos nos demais times. A equipe de Michael Andretti já venceu duas corridas este ano, com James Hinchcliffe e Ryan Hunter-Reay, e deve vir forte na corrida. E quem também está querendo repetir a dose é Takuma Sato, que venceu em Long Beach, e pode novamente ser um páreo duro na pista paulistana.
            E não se pode esquecer da dupla da Ganassi, Scott Dixon e Dario Franchiti, que apesar de terem começado o ano cheio de altos e baixos, não podem ser subestimados na luta pela vitória. Mas os torcedores querem mesmo é saber dos nossos pilotos, e como já mencionei, as melhores chances, teoricamente, estão com Helinho, por correr pela Penske, o melhor time da categoria. Mas isso somente não garante um bom resultado, como se viu nos anos anteriores. A estratégia de corrida também será importante para garantir um bom resultado: no ano passado, Rubinho e Tony poderiam ter tido um resultado muito mais consistente na prova, mas a estratégia de corrida da KV se mostrou totalmente equivocada, e ambos terminaram muito aquém do que poderiam ter efetivamente rendido na corrida.
            Por essa razão, Tony Kanaan não pode ser colocado fora do páreo. Se a KV acertar na estratégia, Tony se garante dentro da pista, como sempre costuma fazer, e já demonstrou isso na prova inicial deste ano, em São Petesburgo, onde foi o 4° colocado. Mas não se pode dar chance para o azar, e o temido “S” do Samba, apesar de ter sido modificado este ano para ajudar a evitar que os pilotos se enrosquem por ali, ainda é o lugar mais propício para os pilotos se envolverem em confusões na pista por posição, assim como a curva de acesso à reta do Sambódromo, onde as fortes freadas após o longo retão da Marginal sempre é palco de disputas por parte de pilotos que deixam para frear nos últimos metros, e algumas vezes, até indo parar curva afora, errando a freada e causando algum enrosco. Tony está confiante para obter um bom resultado, apesar do acidente sofrido em Long Beach na última volta, em uma disputa com Oriol Servia que o lançou na barreira de pneus, lesionando a mão direita. O brasileiro garante que a mão, já bem melhor, não será problema para sua atuação em São Paulo.
            Nossa última representante, Bia Figueiredo, espera ter melhor sorte aqui. Bia ainda busca conseguir verba para disputar o restante do campeonato, que na pior das hipóteses só vai até as 500 Milhas de Indianápolis, prova seguinte do calendário. Competindo pela fraca equipe Dale Coyne, que tem todos os recursos voltados para o carro de Justin Wilson, Bia tenta tirar leite de pedra, e em Long Beach teve o único resultado razoável do ano, quando terminou em 14° lugar. Com mais conhecimento do carro, ela espera ter um desempenho melhor.
            Mas é preciso torcer também para que a chuva não dê as caras, o que pode embaralhar a corrida de muita gente, e tornar a disputa uma verdadeira loteria. A drenagem da pista, apesar de ter sido reforçada, não é garantida se São Pedro resolver exagerar na dose, como aconteceu em 2011. Felizmente, a previsão não é de chuva para o fim de semana, o que deve garantir que todas as atividades aconteçam com pista seca. Há previsão de alguma chuva para domingo, mas as chances de atrapalhar a prova, em tese, são mínimas. E este, aliás, é o desejo de todas as equipes e pilotos.
            Será que este ano nossos pilotos desencalham e conseguem vencer a prova? Esperança não falta, é aguardar que nossos representantes tenham a sorte que faltou nos anos anteriores para que melhores resultados sejam possíveis. Se conseguirem ficar longe de qualquer encrenca durante a prova, melhor ainda. A corrida, por si só, já promete muita disputa, e isso é o melhor de tudo em uma prova de carros, onde o público quer ver brigas, ultrapassagens, e que vença o melhor. Que venha a bandeira verde, então...


Apesar do otimismo, Tony Kanaan vai correr as próximas etapas da IRL na base do sacrifício. A pancada nos pneus em Long Beach causou lesões que devem demorar a sarar, segundo os médicos. A estimativa é que os ferimentos, apesar de não serem graves, demorem pelo menos mais de 6 meses para cicatrizar totalmente. Houve luxação em 3 tendões da mão direta, e isso, segundo Kanaan, causa desconforto em vários movimentos. Isso pode atrapalhar a performance do piloto baiano, que ainda diz não saber se conseguirá pilotar direito o carro como está acostumado. “Vamos ver neste sábado”, declarou. Boa sorte, Tony.

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