O
Grande Prêmio do Canadá deste ano não foi tão atribulado como o do ano passado,
mas tivemos o 7° vencedor diferente em 7 corridas desde o início do campeonato
de Fórmula 1 deste ano, e este é um novo recorde em 63 anos de história da
categoria. E quem venceu em Montreal foi justamente quem vinha ficando de fora
da lista de vencedores este ano: Lewis Hamilton, que levou a McLaren ao degrau
mais alto do pódio pela primeira vez desde a corrida da Austrália, onde quem
venceu foi justamente seu parceiro de equipe Jenson Button, que nas últimas
corridas vem caindo absurdamente de produção, a ponto de sequer ter conseguido
pontuar na etapa canadense. Além de mais um vencedor, Hamilton também passou a
liderar o campeonato, com 88 pontos, apenas 2 à frente de Fernando Alonso, cuja
tática de uma parada apenas revelou-se um desastre nas voltas finais no
circuito Gilles Villeneuve, quando seus pneus acabaram e o espanhol passou a
andar até 4s mais lento por volta, perdendo um lugar certo no pódio para acabar
na 5ª posição.
Quase
emparelhado, com apenas 1 ponto a menos, vem Sebastian Vettel, e com 79 pontos,
segue-se Mark Webber, que mesmo sem ter brilhado no Canadá, segue pontuando e
estando com os líderes na alça de mira. Mais atrás, Nico Rosberg, com 67
pontos, ainda pode até ter esperanças no campeonato, que segue mostrando mais
disputa do que todos imaginavam. Quem vai ficando para trás é justamente Jenson
Button, com apenas 45 pontos, mas se o campeão de 2009 conseguir engatar
novamente, tem tudo para voltar às primeiras posições. Kimmi Raikkonen, com 55
pontos, assim como Rosberg, pode ser considerado mais uma zebra do que uma
ameaça real na luta pelo título, mas pode complicar as coisas para os demais,
dependendo de até onde pode ir nas demais corridas, hipótese que também vale
para Romain Grossjean, seu companheiro de equipe.
A
partir de agora, creio que começaremos a ver repetição nos nomes dos vencedores
de corridas nesta temporada. Ainda há potenciais candidatos à vitória, em
especial a dupla da Lótus, Raikkonen e Grossjean, mas o time precisa que tudo
aconteça a seu favor, com a concorrência tendo um dia ruim, seja em
performance, seja em acontecimentos fortuitos. No caso do Canadá, se Hamilton
tivesse insistido em permanecer na pista sem trocar pneus, a exemplo de Alonso,
fatalmente teria perdido a prova, mas Lewis e a McLaren arriscaram a troca, e
com pneus novos, Hamilton voou na pista para recuperar o terreno perdido,
tornando-se o 7° vencedor diferente no ano, especialmente em Montreal, onde em
2007 ele obteve sua primeira vitória na categoria. Dos times de ponta, Hamilton
estava mesmo com a ausência de vitória entalada na garganta, afinal, só em 2012
vimos dois pilotos obterem seus primeiros triunfos na categoria: Nico Rosberg
desencantou na prova chinesa, obtendo o primeiro triunfo da nova equipe
Mercedes (antiga Brawn, que era a antiga Honda, que era a antiga BAR, e por
sinal, a velha Tyrrel); e em Barcelona, em uma corrida surpreendente para quase
todos, Pastor Maldonado levou a Williams ao fim de seu jejum de vitórias que
vinha desde o GP Brasil de 2004.
O
entrave de Hamilton era ainda mais angustiante porque Button arrematou a
primeira vitória do ano, em um momento onde se imaginava que a McLaren poderia
ser a grande força do ano, da maneira como dominou a prova no Albert Park. É
verdade que não foi um domínio arrasador, como fez Vettel e a Red Bull no ano
passado em várias provas, mas o time de Woking parecia ter uma base sólida para
se garantir como forte adversário. As corridas seguintes, contudo, viraram um
verdadeiro carrossel de vencedores diferentes, e apenas em Mônaco vimos a
primeira equipe a repetir uma vitória no ano: a Red Bull, mas ainda com um novo
vencedor, no caso, Mark Webber – a primeira vitória do time das bebidas energéticas
foi com Vettel no questionável GP do Bahrein. Agora, a McLaren volta ao topo do
pódio, com Hamilton, sendo o segundo time a repetir vitória em 2012. A pergunta que fica
para Valência é: quem será o próximo vencedor? A incerteza ainda predomina,
embora as possibilidades de vermos um novo nome no topo do pódio vá ficando bem
reduzida.
Quem
ainda poderia engrossar a lista de vencedores seriam Michael Schumacher e
Felipe Massa. O heptacampeão até que vem andando forte, mas tem enfrentado um
enguiço atrás do outro, e no Canadá não foi diferente: desta vez precisou
abandonar com sua asa móvel travada na posição aberta, o que comprometia seu
equilíbrio nas muitas curvas do circuito. Mas se as circunstâncias convergirem
para o velho campeão, ele poderá voltar a vencer, enfim. Felipe Massa tem
voltado a mostrar combatividade nas últimas corridas, mas precisa também
eliminar a zica de seu atual momento. No Canadá, ele andou forte durante todo o
fim de semana, mas a rodada nas voltas iniciais da corrida foram fatais para
suas pretensões de um bom resultado, ainda mais numa corrida onde todo mundo
andou junto de todo mundo, e as performances tão parelhas não permitiam
recuperar-se de percalços quaisquer. Mas a melhora da Ferrari pode até sugerir
que o brasileiro volte ao pódio, e talvez até mesmo possa vencer, mas precisará
que tudo corra a seu favor, e esse pode ser o problema. Situações que
permitiram a Nico Rosberg e Pastor Maldonado vencerem podem não se repetir, e
mesmo que se repitam, pilotos e times tem de aproveitar a oportunidade.
A
vitória de Alonso na Malásia foi um destes casos, mas com a performance do
F2012 melhorando, uma nova vitória de Alonso pode ser apenas questão de tempo,
pois o espanhol está conseguindo tirar do carro mais do que ele pode dar. No
caso de Schumacher e Massa, isso não está acontecendo nas últimas corridas, o
que torna suas situações bem mais complicadas. Quem também precisa torcer para
tudo correr a favor é a Sauber, que tem um carro que trata bem os pneus, mas
depende que os demais vão mal em maior parte para poder brilhar, como ocorreu
em Montreal. Sérgio Perez, e até mesmo Kamui Kobayashi podem ser surpresas
positivas ainda na temporada. O mexicano já pode ser considerado um dos
destaques do ano, enquanto o japonês ainda luta para conseguir repetir a
performance do companheiro.
Mesmo
que não tenhamos mais novos vencedores este ano, a F-1 já tem o que comemorar,
com 7 pilotos diferentes vencendo. E se assim for, a torcida passa a ser para
que eles consigam repetir suas vitórias o mais igual possível. Nada difícil,
diante do equilíbrio e do desafio que os pneus da Pirelli ainda estão impondo
às escuderias, que ainda não conseguiram encontrar o ponto ideal de
performance/durabilidade dos compostos. E ainda não dá para dizer que o trio
Hamilton/Alonso/Vettel definirá o título, pois os imprevistos ainda estão longe
de se encerrarem. Podem haver novas surpresas e quem sabe até alguma
reviravolta nos próximos GPs, embora as chances venham diminuindo a cada nova
prova.
Mas
já se foi praticamente um terço da temporada, e até agora, podemos dizer que
poeira da incerteza ainda não se assentou. A F-1 conseguiu encaixar 7
vencedores nas 7 primeiras corridas. Será que consegue marcar 8 em 8? A
conferir semana que vem em Valência...
Atual líder do campeonato da MotoGP, o espanhol Jorge Lorenzo renovou
esta semana seu contrato com a equipe Yamaha por mais duas temporadas. Com
isso, Lorenzo completará nada menos do que 7 temporadas na categoria máxima do
motociclismo correndo pela mesma equipe, já que foi no time japonês que ele fez
sua estréia em 2008. De lá para cá, o espanhol já faturou 20 corridas, tendo
conquistado também 20 poles na categoria. Ao foram divulgados os prováveis
valores do novo contrato. Lorenzo era um dos principais nomes cotados para
substituir o australiano Casey Stoner na equipe Honda, que anunciou sua saída
da MotoGP ao fim do ano. Mas o espanhol preferiu permanecer onde está, onde
conhece todos e se sente parte da família, e onde sabe ter á disposição um
equipamento de ponta. A renovação de Lorenzo deve ajudar a movimentar o mercado
de pilotos para a próxima temporada, e a vaga aberta na Honda é a grande
expectativa para 2013.
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