sexta-feira, 29 de junho de 2012

UMA VITÓRIA ÉPICA


            Uma hora a festa ia acabar, e o campeonato 2012 da Fórmula 1 iria ver fatalmente um piloto começar a repetir vitórias na atual temporada, depois de cravar 7 vencedores diferentes nas 7 primeiras corridas do ano, um recorde na história. Mas não faltou torcida para vermos um novo vencedor na oitava corrida, em Valência, domingo passado. E, por alguns momentos, houve até boas chances disso acontecer, mas em compensação, assistimos a uma exibição de pode ser considerada a maior zebra da temporada desde a corrida da Malásia, vencida de forma magistral por Fernando Alonso em uma Ferrari que nem de longe imaginava conseguir vencer naquela altura.
            E, por incrível que pareça, foi novamente Fernando Alonso a desafiar as possibilidades e se tornar o primeiro piloto a vencer mais de uma corrida na temporada, e conseguindo isso diante de seu público, os espanhóis, que mesmo não tendo lotado as arquibancadas da pista urbana de Valência, comemoraram como nunca esta vitória, com direito a homenagem do asturiano circulando pela pista com a bandeira de seu país, lembrando o gesto que Ayrton Senna gostava de fazer em algumas de suas vitórias. Ao parar depois da bandeirada diante de uma das arquibancadas, e saudar os torcedores, impossível não lembrar de outra vitória épica, também de Ayrton Senna, em Interlagos, 1993, quando contra tudo e contra todos, Senna obteve sua primeira vitória num ano que todos apostavam seria um passeio da então toda-poderosa Williams, cujos carros conseguiam andar até 2s por volta mais rápidos do que a concorrência mais próxima.
            A prova de domingo foi uma das melhores da temporada, e graças à combinação asa móvel/pneus Pirelli, a emoção neste campeonato tem sido garantida, com equipes e pilotos alternando resultados sem conseguirem estabelecer um nível exato de performance. Depois dos treinos classificatórios no sábado, ninguém no paddock da pista valenciana seria capaz de afirmar que a Ferrari, e Fernando Alonso, seriam capazes de lutar pela vitória. Muito pelo contrário, todos estavam desapontados com o ritmo e a performance de seus carros, que não foi capaz de levar nenhum de seus pilotos ao Q3. Na frente, Sebastian Vettel e Lewis Hamilton ocupando a primeira fila, com um surpreendente Pastor Maldonado e as duas Lótus logo atrás, faziam prever um panorama onde o time italiano teria de ter sorte somente para conseguir somar pontos.
            Felizmente, como tem sido hábito nesta temporada, a corrida no domingo mostrou um panorama diferente do que todos esperavam. Tirando Vettel, que disparou na frente e logo abriu uma vantagem assustadora, todos os pilotos restantes estavam em luta direta uns com os outros. Alonso fez um excelente arranque e ganhou algumas posições, iniciando sua escalada rumo às primeiras posições. Com uma pilotagem agressiva e precisa, o asturiano galgou vários postos, até estar no lugar certo para aproveitar a intervenção do Safety Car, motivada para a limpeza de detritos de um enrosco entre Jean-Eric Vergne e Heikki Kovalainen. Isso detonou a vantagem de praticamente 20s que o atual bicampeão havia imposto sobre os adversários mais próximos, e na relargada, tudo indicava que o alemão da Red Bull iria deslanchar novamente. Mas Alonso, a esta altura, já havia subido para 3°, e logo após a relargada, partiu para cima de Romain Grossjean, o então 2° colocado, superando o franco-suíço sem mais delongas.
            Desnecessário dizer que a esta altura, cada ultrapassagem de Alonso na pista era comemorada nas arquibancadas como se fosse um gol em final de campeonato de futebol. E a cada posição ganha, a empolgação dos espanhóis aumentava, e não era para menos. Fernando chegava à 2ª posição, e partia para cima de Vettel. Um duelo difícil, dado o ritmo da Red Bull, que trouxe para Valência um novo conjunto traseiro com modificações aerodinâmicas que, segundo dizem, conseguem repetir o efeito gerado pelo duplo difusor, banido há duas temporadas, e que seria o principal responsável pela tremenda performance exibida por Vettel até então na corrida, e que deu ao alemão a vantagem de quase 0s4 na classificação. Na melhor das hipóteses, a Ferrari teria de se contentar com o 2° lugar. Mas, de repente, eis que a Red Bull passa a se arrastar na pista. A bela corrida de Vettel desfazia-se em um problema de alternador que deixou piloto e time transtornados.
            As arquibancadas quase vieram abaixo: Fernando Alonso era agora o líder da corrida, contra todas as expectativas até o início da corrida. Mas o triunfo na prova ainda estava longe: Grossjean vinha no encalço do asturiano, e tinha tudo para ser o mais novo vencedor da F-1, com um carro que tinha mais ritmo do que a Ferrari. O duelo entre ambos prometia. Mas eis que o alternador do motor do carro da Lótus, tal qual havia acontecido com Vettel, também deixa Romain a pé. Nova ovação nas tribunas: a principal ameaça a Alonso estava neutralizada. Agora seria questão de rumar para a bandeirada final e comemorar um triunfo inesquecível. Mas, como garantir que o que tínhamos visto em Montreal não se repetiria em Valência. Podia acontecer novamente de os pneus de Alonso se degradarem, ou podia não acontecer nada. Não havia garantias de nada.
            O espanhol nunca abriu muita vantagem para quem vinha atrás, provavelmente tentando preservar os pneus o máximo que podia. Para sua sorte, atrás dele, Lewis Hamilton, em duelo com Kimmi Raikkonem, degradou seus pneus, perdendo a posição para o finlandês da Lótus apenas a poucas voltas do final. Se não tivesse perdido tanto tempo atrás de Hamilton, Kimmi poderia ter complicado a vida de Alonso, pois estava muito rápido. Mas Alonso conseguia manter sua vantagem, apesar de pequena, estável, e Raikkonem já havia perdido parte de seus pneus no duelo com o piloto da McLaren. Outra ameaça potencial, Pastor Maldonado, que voava nas voltas finais, acabou não mostrando paciência na dose certa, e na colisão com Hamilton, arruinou as chances de um novo pódio para a Williams. Coube a Alonso cruzar a bandeirada, e fazer história novamente neste campeonato, que está tão recheado de excelentes corridas, que fica difícil dizer qual foi a melhor.
            Alonso agora lidera o campeonato, com 20 pontos de vantagem sobre Mark Webber, que fez uma bela prova em Valência e ocupa a vice-liderança, com 91 pontos, contra os 111 do asturiano da Ferrari. Ainda é cedo para afirmar que o espanhol torna-se o favorito ao título, pois ainda tem muito chão pela frente, e muitas corridas onde o panorama da competição pode mudar de uma prova para outra. Mas Fernando tem guiado como nunca, e num campeonato onde estamos vendo um equilíbrio e disputa ferrenha, diferenças como a que Alonso vem conseguindo na pista podem ser a chave para conquistar o título.
            Qualquer que seja o campeão este ano, será merecido, depois de assistirmos tantas provas de tirar o fôlego, com incertezas do início ao fim, e da ponta à última posição. Semana que vem, em Silverstone, é hora de vermos se o show continuará no nível atual. Até lá.

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O abandono de Lewis Hamilton, e a perda de posições de Pastor Maldonado premiaram Michael Schumacher em Valência com o 3° lugar, sendo o primeiro pódio do heptacampeão desde o seu retorno à F-1 há dois anos. Foi o 155° pódio da carreira do alemão, que havia subido pela última vez a um pódio em 2006, no GP da China, prova onde venceu pela última vez na categoria. O pódio, aliás, composto por Fernando Alonso, Kimmi Raikkonem (2°), e Schumacher, repetiu o visto no pódio do GP da França de 2005, com os pilotos nas mesmas colocações, mas em times diferentes. Na época, Alonso pilotava para a Renault, que é a atual Lótus, time atual de Raikkonem, que na época era piloto da McLaren. E Schumacher pilotava a Ferrari, time atual de Alonso. Schumacher enfim conseguiu acabar um pouco com o azar que o perseguia na temporada, e se alguém duvida que ele pode não estar no grid ano que vem, que comece a pensar melhor...

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Se Michael Schumacher conseguiu acabar um pouco com o azar que o perseguia, o mesmo não pode ser dito dos brasileiros, que em Valência tiveram suas provas conturbadas por encontros nada amigáveis com Kamui Kobayashi, que se envolveu em enroscos tanto com Bruno Senna quanto com Felipe Massa. O japonês da Sauber vai perder 5 posições em Silverstone por causa das estripulias aprontadas domingo passado.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – JUNHO DE 2012

            Estamos chegando ao final do mês de junho, e como de praxe, é hora de mais uma edição da COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, com uma pequena avaliação de um pouco do que aconteceu no último mês no esporte a motor. No mesmo esquema de sempre: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Uma boa leitura a todos, e até a cotação de julho...


EM ALTA:

Fernando Alonso: O bicampeão espanhol deu um show no GP da Europa, em Valência, e tornou-se o primeiro piloto a repetir vitória na atual temporada da F-1. Se é verdade que o asturiano contou com a sorte dos abandonos de Sebastian Vettel e Romain Grossjean, não se pode desmerecer que ele saiu da 6ª fila e foi galgando posições em uma pista onde ultrapassar não é muito fácil. Quando os adversários ficaram pelo caminho, lá estava Alonso no lugar e posição certos para surpreender e vencer novamente. E depois o espanhol ainda desfilou com a bandeira de seu país, numa justa homenagem aos espanhóis, cuja economia enfrenta uma grave crise, com quase 25% da população desempregada. Ainda é cedo para afirmar que o espanhol é o maior favorito ao título, pois pelo equilíbrio do campeonato, tudo ainda pode mudar nas próximas corridas, mas que ninguém fique de guarda baixa por perto dele...

Campeonato 2012 da F-1: A categoria máxima do automobilismo continua surpreendendo nesta temporada. Conseguiu mostrar 7 vencedores diferentes nas 7 primeiras corridas, e faltou pouco para encaixar um 8° vencedor diferente em Valência, onde ao contrário dos anos anteriores, vimos uma das provas mais empolgantes do ano. E o melhor de tudo é que não dá para prever o que pode acontecer ainda no atual campeonato. Na próxima corrida, em Silverstone, não se pode apontar favoritos à vitória. A Lótus ainda continua batendo na trave, e agora a pergunta é quem será o próximo piloto a conseguir seu 2° triunfo no ano. Os pneus da Pirelli estão fazendo os times e pilotos perderem parte do sono, mas em compensação, a torcida está adorando. E com toda a razão...

Ryan Hunter-Reay: O piloto da equipe Andretti Autosport venceu as etapas de Milwaukee e Iwoa, e encostou em Will Power na classificação do campeonato da Indy Racing League, estando agora apenas 3 pontos atrás do australiano da equipe Penske. Enquanto a Ganassi não consegue se acertar, é o time de Michael Andretti que vem mostrando serviço e regularidade, e Ryan tem mostrado constância e resultados para ir em busca do título da temporada, conseguindo equilibrar uma briga que todos achavam que já tinha Power como favorito destacado. Com Dario Franchiti fazendo uma temporada menos regular este ano, parece que Hunter-Reay surge como maior adversário de Power na luta pelo título. Depois de algumas temporadas em baixa, pode ser a chance da Andretti vencer novamente na IRL.

Nelsinho Piquet: O filho do tricampeão Nélson Piquet deu um show no último final de semana competindo pela Nascar na categoria Nationwide, na pista de Elkhart Lake, e tornou-se o primeiro brasileiro a vencer uma prova na categoria. Verdade que Elkhart Lake é um circuito misto, bem ao estilo das pistas que Nelsinho competiu a maior parte de sua carreira, e não um dos ovais característicos onde a Winston Cup ou a Truck Series compete regularmente, mas nem por isso a performance do piloto pode ser desmerecida. Aos poucos, Nelsinho vai encontrando seu espaço no automobilismo americano, e cada vez mais sente menos falta da F-1, que não é tudo o que existe no mundo do esporte a motor. O piloto também vem tendo um desempenho firme e evoluindo na Truck Series, e que ninguém duvide que mais hora, menos hora, ele passe a disputar a Winston Cup, a principal divisão da Nascar. Para vencer na Nationwide, ele precisou derrotar vários adversários experientes, e até mesmo alguns pilotos da categoria principal, que sempre costumam disputar algumas provas desta categoria quando a Winston Cup não está em ação. O nome Piquet ainda vai dar o que falar (positivamente) no automobilismo mundial.

Luiz Razia: o piloto baiano voltou à carga total na luta pelo título da GP2 nas etapas disputadas em Valência, com destaque para a segunda corrida, onde deu um show nas últimas voltas para conquistar sua 3ª vitória na atual temporada e praticamente encostar no líder e até então favorito disparado David Valsecchi. Ainda tem muito chão pela frente, mas Razia está aproveitando a chance que tem para quem sabe, finalmente chegar ao título e ganhar sua chance definitiva na F-1, agora que tem algum apoio da Red Bull. Mas a parada não vai ser fácil, e Razia precisa se manter concentrado para pelo menos mostrar toda a garra e determinação das voltas finais de Valência nas corridas restantes do campeonato. Os chefões da F-1 estavam atentos às performances dos pilotos na corrida valenciana, e eles costumam guardar os nomes daqueles que impressionam na pista. O brasileiro está o rumo certo, e s depender dele, o Brasil pode enfim conseguir seu primeiro título na categoria.


NA MESMA:

Sebastién Loeb: O Mundial de Rali está ficando até chato. Mais uma etapa do campeonato, agora na Nova Zelândia, e o francês da Citroen já acumula 5 vitórias nas 7 etapas disputadas até agora este ano. Neste ritmo, Loeb vai faturar mais um título, enquanto a concorrência apenas fica parada assistindo. E não é apenas competência da equipe Citroen: o piloto está fazendo a diferença, e de um modo arrasador. Na etapa neozelandesa, Miko Hirvonen fez o que pôde, mas não conseguiu derrotar seu companheiro de equipe. Mas pegou mal a ordem da equipe francesa para que o piloto finlandês não atacasse seu companheiro de time, lembrando as famosas jogadas de equipe da Ferrari na F-1. Com todo o respeito, Loeb não precisa disso, e nem merece. Que a Citroen caia em si e não repita mais este tipo de palhaçada, do contrário, só vão manchar a possível conqusita do título pelo francês este ano se continuarem a fazer isso.

Pit Stops da equipe McLaren: Se no ano passado era Lewis Hamilton quem fazia as maiores lambanças na pista, este ano o problema passou para dentro do pit line: os trabalhos de Box do time inglês têm sido desastrosos, especialmente com o campeão de 2008, e já vem de várias corridas, desde o início do campeonato, apresentando pequenos empecilhos, ou no mínimo fazendo seus pilotos perderem posições na corrida. Em Valência, Hamilton novamente perdeu muito tempo nos pits, e com isso, teve parte da corrida comprometida, perdendo posição principalmente para Fernando Alonso. No caso de Jenson Button, como o campeão de 2009 está vindo de uma série de resultados ruins, ele tem sido menos afetado, até porque não faz muita diferença quando você termina fora dos pontos, mas com Hamilton, a coisa anda ficando complicada. E Lewis este ano tem mostrado estar muito mais prudente e cauteloso, evitando confusões e mantendo uma regularidade boa no campeonato. Mas, com a concorrência tão apertada em um campeonato tão equilibrado, pequenos erros como esses estão sendo cruciais para se ir bem ou mal em uma prova, e o time precisa resolver isso. Os demais times não vão dar chance de recuperação numa briga tão renhida quanto a que estamos vendo.

Corrida de F-1 em Valência: O GP da Europa deste ano pode ter sido a melhor corrida já realizada na pista montada nas ruas de Valência desde que a prova foi criada em 2008, mas definitivamente, ainda não conseguiu conquistar boa parte da população da metrópole, que continuou reclamando dos inconvenientes de se fechar as ruas e o acesso daquela região da cidade para a realização da corrida. Piorou ainda mais o clima o caráter esbanjador que a F-1 tem nos últimos tempos, ignorando a crise mundial como se o dinheiro continuasse abundante, enquanto a Espanha vive uma séria crise onde quase 25% da população do país está sem emprego. Pode ter sido a última corrida nas ruas próximas ao porto: o contrato venceu este ano, e para 2013, Valência deve, na melhor das hipóteses, revezar com Barcelona como sede da corrida espanhola, mas muita gente prefere que a prova valenciana seja feita no circuito Ricardo Tormo, que tem uma infraestrutura pronta e completa nos arredores, do que ficar montado a pista provisória próxima ao porto, o que consome muito mais recursos.

Punições na F-1: Os comissários de pista continuam aplicando certas punições que muitas vezes não fazem muito sentido. O drive through (passagem pelos boxes) aplicado a Bruno Senna em Valência faz parte destas punições meio sem pé nem cabeça. O brasileiro foi considerado culpado pelo acidente com Kamui Kobayashi, sendo que ele foi o maior prejudicado nisso tudo. Foi nítido que o piloto da Williams não fez nada exatamente errado: ele simplesmente deu uma pequena guinada para assumir a tangência para entrar na curva, após ser ultrapassado por Kimmi Raikkonem. Mas Kobayashi foi otimista demais ao tentar passar logo atrás do finlandês da Lótus, e se enfiou em um espaço onde não havia, causando o toque. A “teoria da conspiração” imaginada por Galvão Bueno pelo fato de Mika Salo ser um dos comissários de pista da prova de Valência podem ser apenas falácia, no sentido de tentar prejudicar o brasileiro em favor do compatriota Valtteri Bottas, piloto-reserva da Williams, mas se lembrarmos que não faz muito tempo atrás Salo tomava partido em críticas ao jovem Senna em favor do seu compatriota, isso dá o que pensar. Mas o principal problema da F-1 é que ela continua sendo uma categoria onde qualquer esbarrão na pista vira motivo potencial para punição, e isso está sendo um saco. Nos velhos tempos, se fossem aplicadas estas regras, iria ter mais punição do que piloto disputando uma corrida...

Dario Franchiti: o atual campeão da Indy Racing League parecia que ia engatar de novo no campeonato desta temporada, depois da vitória em Indianápolis e do 2° lugar na corrida de Detroit, mas o azar que vinha deixando o piloto escocês com resultados abaixo da média habitual desde o início do campeonato deste ano voltou a atacar nas últimas duas corridas, onde o piloto da Ganassi amargou dois abandonos consecutivos e perdeu boas chances de tentar se aproximar dos ponteiros na classificação. Sua sorte é que Will Power, como de costume, não se dá bem em pistas ovais, palco das últimas corridas, e acabou também perdendo a chance de obter resultados mais vigorosos, mas a concorrência chegou em peso, e Dario no momento é o 7° na classificação, tendo sido superado por outros pilotos, e vendo que a luta pelo título vai ser bem complicada este ano.



EM BAIXA:

Takuma Sato: O intrépido piloto japonês deu um tremendo prejuízo à equipe Rahal no último mês. De Indianápolis até Milwaukee, foram 4 corridas em que a prova de Sato terminou do mesmo jeito: acertando o muro, e causando vários estragos no carro. Com 4 batidas consecutivas em 4 corridas, Bobby Rahal exigiu atenção especial de seu piloto, e acabou sendo até o spotter do mesmo na prova oval de Iowa, onde pelo menos Takuma conseguiu não se envolver em nenhuma confusão, finalmente conseguindo terminar uma corrida ileso desde a prova do Brasil.

Brasileiros na F-1: Nossos representantes na categoria máxima do automobilismo continuam enfrentando uma zica danada nas corridas este ano. E mesmo quando conseguem andar bem, vem surgindo azares ou erros que acabam comprometendo todo o resultado. No Canadá, Felipe Massa começou bem a corrida, mas uma rodada logo no início o jogou para trás, de onde não conseguiu mais sair. Em Valência, tanto Massa quando Bruno Senna até que começaram andando bem, mas o safety car acabou furando a estratégia de paradas de Felipe, enquanto Bruno foi torpedeado de leve por Kamui Kobayashi, que estava atacado na cidade espanhola, tendo atingido também Massa algum tempo depois. Felipe acabou zerado tanto o Canadá quanto em Valência, enquanto Bruno só conseguiu salvar um ponto na última corrida devido às estripulias de seu companheiro de equipe, que acabou punido pela pancada em Lewis Hamilton. E enquanto seus companheiros de equipe exibem performances muito mais contundentes, nem é preciso dizer que quanto mais ficarem para trás, não importando os azares ou fatores alheios ao controle próprio, vai pesar na hora de renovar para 2013...

Etapa Chinesa da IRL: A corrida de estréia do certame IRL na China, em substituição à finada corrida no Japão, foi para o brejo antes mesmo de estrear. A prefeitura da cidade de Qingdao resolveu que não seria bom ter o evento automobilístico durante o Festival Internacional da Cerveja, um evento muito popular na cidade, e que está marcado para os dias 11 a 26 de agosto. A corrida estava marcada para o dia 19, e sem desejar a concorrência de outro evento de porte, depois de tentativas de se negociar uma nova data, e tendo atingido a data limite para se optar por outras soluções, infelizmente a mais nova etapa internacional do certame acabou mesmo cancelada. Após algumas semanas, a direção da categoria cogitou uma prova substituta, mas acabou oficializando que o calendário deste ano terá uma corrida a menos, uma vez que as tratativas para uma prova substituta não chegaram a bom termo. Desta vez, pode-se dizer que a categoria não conseguiu fazer um negócio da China...

Pastor Maldonado: o piloto venezuelano mostrou bom desempenho na corrida de Valência, mas assim como na Austrália, forçou no momento errado e provocou um acidente desnecessário, além de jogar um bom resultado para o alto. Com pneus em muito melhor estado, Maldonado se enroscou com Lewis Hamilton na saída de uma das curvas, sem ter paciência para esperar uma oportunidade melhor nas curvas seguintes, onde todos sabiam que conseguiriam superar o inglês da McLaren. Com as finanças em estado ainda debilitado, a Williams precisa de resultados firmes na classificação, e não de expectativas de resultados. Pastor precisa aprender a dosar um pouco a paciência com seu arrojo para conseguir resultados com constância, e não pode ficar jogando fora chances como as da Melbourne e Valência. Desse jeito, o apelido de “Maldanado” vai demorar a sumir dos comentários sobre o piloto venezuelano...

Kamui Kobayashi: o piloto japonês da equipe Sauber geralmente é conhecido pelo seu arrojo, e disposição para arrancar ultrapassagens em pontos onde muita gente não ousaria tentar a manobra. Mas no GP da Europa, o senso de oportunidade do nipônico não estava afinado adequadamente, tendo sido o causador de dois acidentes justamente com os dois brasileiros na prova. Acertou Bruno Senna por trás e depois ainda se enroscou com Felipe Massa, num toque que o tirou da prova, e arruinou as chances do piloto da Ferrari se recuperar na corrida. E com Sérgio Perez pontuando e sem se meter em confusões, Kobayashi pode até perder um pouco da atratividade se continuar arrumando confusões. Felizmente, o nipônico não é um freqüente causador de acidentes nas corridas, mas quando se envolve em confusão, costuma caprichar na dose, para azar de seus mecânicos...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

LE MANS SE RENDE (DE NOVO) À AUDI


            No ano em que comemorou 80 anos da realização de sua primeira edição, as 24 Horas de Le Mans, realizada no último final de semana, viu novamente um show de automobilismo de primeira, com várias disputas entre diversos pilotos e carros que levaram novamente uma multidão que aprecia o esporte a motor para a tradicional cidade francesa que abriga o belo circuito de cerca de 13 Km que sediou uma das provas mais famosas do automobilismo. Apenas a vitória não foi exatamente novidade: a Audi faturou a prova mais uma vez, sendo esta sua 11ª vitória desde que estreou na corrida, há menos de 15 anos atrás. E a equipe das argolas fez bonito, encaixando nada menos do que os 3 primeiros lugares na classificação, mostrando que não tinha praticamente para ninguém. O trio formado por Marcel Fassler, Andre Lotterer e Benoit Treluyer completou 378 voltas na corrida, chegando praticamente 1 volta à frente do trio Alan McNish, Rinaldo Capello e Tom Kristensen, e 3 voltas à frente de Olivier Jarvis, Marco Bonanomi e Mike Rokenfeller. O massacre só não foi maior porque o 4° carro da equipe Audi, pilotado por Marc Gené, Romain Dumas e Loic Duval chegou em 5°, com 12 voltas de atraso, perdendo a 4ª colocação para o Lola B10/60 conduzido por Nicolas Prost, Nick Heidfeld e Néel Jani, que chegou 11 voltas atrás do conjunto Audi vencedor. Mas para a Audi, até que ficou de bom tamanho, ainda mais porque Dumas, ao volante do carro, cometeu a barbeiragem de sair da pista e bater. Mas ele conseguiu chegar aos boxes para que o time fizesse os consertos necessários e retomasse a prova.
            A corrida deste ano teve nada menos do que 56 carros participantes, e destes, 35 chegaram a completar a corrida, em que pese o 35° colocado ter chegado 176 voltas atrás dos vencedores, mas provas de Endurance, ainda mais as 24 Horas de Le Mans, tem disso. O importante é competir, e chegar inteiro ao fim da prova, depois de um dia inteiro de competição ininterrupta, já pode ser considerado uma vitória. E Le Mans, como não poderia deixar de ser, teve também seus acidentes este ano. O mais violento deles envolveu Anthony Davidson, ao volante de um dos carros da Toyota, que foi uma das sensações da corrida este ano, pela volta da fábrica japonesa a uma competição automobilística de nível após terem encerrado sua participação na F-1. O piloto inglês foi tocado após uma ultrapassagem e seu bólido decolou, capotando no ar e batendo com certa violência na barreira de pneus. Davidson acabou fraturando duas vértebras, e embora seu caso não tenha sido relativamente grave, deverá ficar pelo menos dois meses de molho, em recuperação.
            A Toyota, aliás, chegou com a expectativa de desafiar os imbatíveis carros da Audi, uma vez que a Peugeot, que era a grande rival dos alemães nos últimos anos, não participou de Le Mans este ano. Os carros japoneses até deram algum trabalho para as 4 argolas, mas infelizmente os percalços inerentes a uma corrida de longa duração acabaram se mostrando para o time japonês. Seus dois carros ficaram fora de combate ainda no sábado, para decepção de quem esperava ainda ver uma vitória que não fosse da Audi.
            A Audi, aliás, mostrou mais uma vez a inovação nas 24 Horas. Se há alguns anos atrás a marca surpreendeu quando mostrou pela primeira vez um motor movido a diesel para competição na famosa prova, agora eles foram ainda mais ousados: seu modelo R18 que ficou nas duas primeiras colocações tinha propulsão híbrida, na prática, seu motor turbodiesel alimentava um sistema de recuperação de energia que ajudava a dar mais potência ao carro. Apesar do risco que a inovação representava, a Audi apostou nela, uma vez que sistemas como este, que reaproveitam a força gerada pelo próprio carro, devem ser a base dos carros do futuro próximo, e esta experiência deve se mostrar valiosa para os futuros projetos de carros. O motor convencional ficava na parte traseira, enquanto um motor elétrico abastecido pelo sistema de recuperação de energia ficava nas rodas dianteiras, reaproveitando a energia das freadas. Ah, sim, e um detalhe interessante: o sistema utilizado pela Audi foi desenvolvido pela Williams, que recentemente iniciou uma divisão da empresa que trabalha justamente com sistemas híbridos para veículos, como o Kers, dispositivo que é usado pela F-1 nos últimos tempos.
            Com uma divulgação maciça em Le Mans, a Audi simplesmente colhe o que investe, e a fábrica não tem pretensões de entrar na F-1, por mais que alguns caras fiquem injuriados com tal atitude. A tecnologia desenvolvida para as competições vista no circuito francês atende muito mais proximamente as necessidades de evolução em um carro de rua do que a F-1 apresenta hoje em dia. Vale dizer que a F-1 hoje não parece inspirar mais seus fãs a amarem os carros comuns de rua, ao passo que em Le Mans, ainda é possível criar o ambiente em que os fãs de corridas passem a amar também os carros de rua. Sem mencionar que, apesar de todo o gasto feito em uma única corrida, o estresse e tempo gasto na competição é infinitamente menor do que se esgoelar quase o ano inteiro no campeonato da F-1, que está chegando a 20 corridas por ano. E clima entre todos os competidores é muito mais agradável e aberto, ao contrário do ambiente opressor e cheio de frescuras que a categoria máxima do automobilismo exibe hoje em dia.
            Por isso, viva as 24 Horas de Le Mans. E estas, por sua vez, hoje fazem reverência à Audi, que vem tomando conta do pedaço francês desde que estreou. Fica a esperança de mais competição em 2013, até porque dizem que a Porshe, maior vencedora, com 16 triunfos, pretende voltar com tudo em breve, e manter-se na dianteira. Só não pensem que a Audi vai ficar parada esperando...


A IRL acelera este fim de semana no oval de Iowa, que deve ser a última pista oval do campeonato. Mas o cancelamento da corrida que seria feita na China está fazendo o pessoal da Indycar buscar opções de uma corrida substituta. E entre as possibilidades, estaria o circuito de Pocono, um superspeedway trioval de alta velocidade em que a F-Indy original correu até 1989. Mas outra pista legal que está na parada é Laguna Seca, na Califórnia, pista nunca usada pela categoria, assim como Elkhart Lake. Em breve, deveremos saber quem entra no lugar da corrida chinesa. A intenção maior da direção da categoria é tentar aproveitar a mesma data original da corrida em Qingdao...


A F-1 chegou a Valência para a disputa do GP da Europa, e o ambiente na cidade espanhola não é dos melhores. Além de a venda de ingressos não ter sido a mesma dos anos anteriores, o clima de crise econômica reinante na Espanha não ajuda muito quando o assunto é promover e justificar uma corrida de uma categoria caríssima como a F-1, em um momento onde o desemprego no país atinge níveis alarmantes. Junte-se a isso o fato de muita gente em Valência nunca ter tido simpatia pela corrida nas ruas da cidade, ainda mais com o circuito Ricardo Tormo na vizinhança que poderia muito bem sediar a corrida, e temos a possibilidade desta ser a última corrida nesta pista. Há a hipótese de se fazer a corrida espanhola revezar entre Barcelona e Valência, como forma de contornar essa situação, mas a grande maioria prefere que a corrida seja no circuito próximo a Valência, enquanto Bernie Ecclestone quis porque quis montar este novo circuito de rua há alguns anos atrás, e contou com a ânsia de vários políticos locais para conseguir empurrar a prova goela abaixo do povo valenciano. De qualquer forma, a F-1 parece concordar que precisa baixar seus custos, ainda mais com a crise econômica dominando as atenções em toda a Europa. Para 2013, a FIA deve assumir as rédeas do acordo de redução de custos que os times devem seguir, e que não vem sendo cumprido de forma correta, na opinião de alguns, com um ou outro time a burlar as restrições acordadas entre todos. Vamos ver se a categoria consegue tomar algumas atitudes neste sentido que tenham êxito...

quarta-feira, 20 de junho de 2012

ARQUIVO PISTA & BOX – NOVEMBRO DE 1995 - 30.11.1995


            Dando sequência à publicação de minhas antigas colunas, trago hoje a coluna publicada no dia 30 de novembro de 1995, cujo tema era a entrada arrasadora da Brahma na F-Indy, associando-se ao time que havia sido campeão naquele ano, com Jacques Villeneuve. Como o canadense partia para a F-1 em 1996, o time teria direito a usar o número 1 em seu carro, e como o slogan da cerveja brasileira era ser a marca “N° 1”, o mote bateu bem em cima. Além de um patrocínio milionário, o projeto também havia contratado o brasileiro Raul Boesel para ser o piloto do time em 96. O visual do carro ficou lindo com as cores da cerveja nacional, e todo um esquema de promoção havia sido preparado para capitalizar a jogada publicitária.
            Como vimos um ano depois, a coisa infelizmente não deu muito certo, pelo menos em termos de resultado de pista, mas foi um tipo de jogada publicitária que não vemos mais nos dias atuais, onde patrocínios a nossos pilotos e projetos no automobilismo internacional praticamente secaram quase por completo, apesar de nossa economia ter crescido muito de lá para cá. Curtam o texto, e boa leitura...



A JOGADA NA NÚMERO 1


Adriano de Avance Moreno


            Semana passada foi dado o maior passo já feito por uma empresa totalmente brasileira no meio automobilístico, em termos de patrocínio, desde a criação da equipe Copersucar/Fittipaldi nos anos 1970. Foi anunciado o patrocínio milionário da Brahma, a maior indústria cervejeira do Brasil, e uma das maiores do mundo, à equipe Green Racing, campeã deste ano na F-Indy com Jacques Villeneuve. O anúncio foi feito junto com a contratação oficial de Raul Boesel como novo piloto do time para 96. Foi uma verdadeira bomba nos bastidores da F-Indy: todos esperavam que Raul renovasse com Bobby Rahal para 96, mas o piloto brasileiro optou por um novo desafio, e respaldado pela Brahma, fechou contrato com a equipe campeã de 95.
            A Brahma vai investir cerca de US$ 10 milhões na equipe Green em 96, e irá ocupar praticamente toda a carenagem, e a escuderia passará a se chamar oficialmente Green Brahma Racing, repetindo parcialmente uma operação realizada pela Benetton em 1985 na Toleman, na F-1. No ano seguinte, a confecção italiana adquiriu a equipe, que passou a se chamar Benetton. Mas a Brahma avisa: não adquiriu nem pretende comprar a Green. A cervejaria apenas ficou associada à escuderia, mas todo o controle fica a cargo de Barry Green, que seguirá comandando o time. A Brahma largou de vez a F-1 e agora vai centrar esforços na Indy, onde irá concorrer com 3 outras marcas de renome no automobilismo americano: a Budweiser, a Miller, e a Tecate. E, seguindo o exemplo destas, vai fazer do carro um verdadeiro out-door da marca, ocupando todo o espaço. E a Brahma vai fundo, especialmente com seu slogan publicitário de cerveja “Nº 1”: como a Green foi campeã este ano, Raul Boesel irá levar o Nº 1 em seu carro, já que Jacques Villeneuve foi para a F-1. Sem dúvida alguma, uma jogada de mestre. Além disso, a Brahma já renovou sua cota publicitária junto à TVS, para a temporada de 96, e planeja criar uma tribuna exclusiva para o GP brasileiro de F-Indy que acontecerá em 96, criando a “Torcida Nº 1”. Nunca antes uma empresa nacional investiu tanto num campeonato estrangeiro internacional desde que a Copersucar patrocinou a equipe de Wilsinho e Émerson Fittipaldi cerca de 20 anos atrás.
            Para Raul Boesel, ele agora tem a certeza de que irá finalmente disputar as vitórias, e quem sabe o título da Indy. A escuderia foi a mais eficiente este ano, tanto no lado estratégico como no nível mecânico, conseguindo 4 vitórias, sendo que uma foi em Indianápolis, e inúmeras poles-positions. Como Raul tem talento de sobra, a equipe deverá manter o nível vitorioso de 95, ainda mais que irá contar com uma nova versão do motor Ford turbo, desenvolvida para diminuir a diferença de potência para os Honda, com vários HPs a mais no topo de potência.
            E o piloto brasileiro já começou a mostrar a que veio: no primeiro teste que fez com o Reynard/Ford utilizado por Jacques Villeneuve este ano, Raul barbarizou. O teste era apenas para Boesel conhecer os mecânicos, engenheiros e o chassi Reynard, com o qual nunca tinha tido contato, e de cara, fez 44s no circuito misto de Firebird, contra os 43s9 obtido por Villeneuve em seu último teste. Uma marca excepcional, que deixou todos da equipe Green espantados, pois Boesel apenas estava conhecendo o carro, sem exigir tudo o que podia, enquanto o canadense já tinha 3 anos na equipe e conhecia o carro e todos os seus segredos.
            Raul fez questão de frisar que se impressionou com o desempenho do carro, mas não forçou muito. Isso desenha um panorama otimista para 96 e podem apostar que, se o novo carro Reynard for bom, Boesel vai dar muito o que falar na próxima temporada. No campo promocional, a Brahma já começou a trabalhar, criando uma série de novos comerciais, cuja maioria só irá ao ar em 96, utilizando Raul como novo garoto-propaganda. Mais do que nunca, será frisada a característica da cerveja “Nº 1” com o time “Nº 1” da Indy. E, o melhor de tudo, disputando o título. Não há dúvidas: este foi um tiro muito bem planejado e tem tudo para garantir um alto retorno. Alguém duvida?




Boas novas nos testes realizados por Ferrari, Williams e Benetton no circuito do Estoril, em Portugal: houve muita igualdade nos tempos obtidos, o que desenha um panorama animador para 96. Jean Alesi, Michael Schumacher e Jacques Villeneuve deram muito empenho em seus testes. O filho de Gilles conseguiu o melhor tempo entre todos, pilotando a Williams. Alesi também andou muito rápido com a Benetton, carro campeão de 95, enquanto Schumacher conseguiu bons tempos, mas se debateu muito com problemas em sua Ferrari, entre os quais, dois motores V-10 novos quebrados.




Ponto negativo no Estoril: Gerhard Berger destruiu sua Benetton ao bater forte na curva Parabólica depois de algumas voltas. O motivo: o austríaco admitiu que, se não forem tomadas providências no projeto do novo carro da equipe, não irá conseguir pilotar a contento. O carro foi concebido para o estilo de pilotagem de Schumacher, e não funciona direito com os outros pilotos. Embora Alesi tenha conseguido andar forte com o modelo, já avisou que ele é nervoso demais nas curvas, o que o preocupa...




Berger não é o primeiro a falar mal do comportamento do carro da Benetton. Johnny Herbert, que foi o segundo piloto do time no mundial de F-1 deste ano, também já desandou a falar mal do carro, dizendo que tudo o que a equipe fazia era para privilegiar Schumacher, sendo até o carro concebido unicamente para o estilo de condução do alemão. Herbert não gostava das reações nervosas do carro, bem ao estilo preferido de Schumacher, e por causa disso não conseguia ter boas performances na pista, pois se forçasse demais, sofreria um acidente. Sem dúvida, a Benetton vai ter o que pensar sobre isto...




Tony Kanaan barbarizou em seu primeiro teste com o carro da Indy Lights: baixou o recorde oficial da pista de Willow Springs, na Califórnia, em 0s5, deixando Alier McNish, proprietário do carro, de queixo caído e com a certeza de nunca ter visto um piloto igual.




Detalhe importante: o recorde extra-oficial da pista californiana tinha sido obtido na semana anterior por outro brasileiro: Guálter Salles, e ele também ambiciona correr na Indy Lights em 96. Quem será que vai querer ficar com estas duas novas feras brasieiras? Rola um boato que metade dos times da Indy Lights estão disputando este direito...




A Forti Corse já comunica: na próxima semana, assina contrato de uso exclusivo do motor Ford Zetec-R V-8 para a temporada de 96 da F-1. A Sauber, time oficial da Ford este ano, vai usar o novíssimo Zetec-S V-10.




Pedro Paulo Diniz deve fechar em breve o contrato com a Ligier para disputar a temporada de 96 de F-1. Seu maior cacife é o polpudo patrocínio de cerca de US$ 7 milhões da Parmalat. Enquanto isso, Gil de Ferran teve seu nome cogitado pela Mercedes e pela Phillip Morris para substituir Mika Hakkinen na McLaren, caso o finlandês não se recupere do acidente sofrido em Adelaide. Seu nome também foi cogitado pela Ligier, com indicação de Bernie Ecclestone. Mas Gil, que tem um bom contrato acertado com a Hall Racing, deve continuar na F-Indy, onde já é considerado um dos favoritos ao título de 1996...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

7 EM 7


            O Grande Prêmio do Canadá deste ano não foi tão atribulado como o do ano passado, mas tivemos o 7° vencedor diferente em 7 corridas desde o início do campeonato de Fórmula 1 deste ano, e este é um novo recorde em 63 anos de história da categoria. E quem venceu em Montreal foi justamente quem vinha ficando de fora da lista de vencedores este ano: Lewis Hamilton, que levou a McLaren ao degrau mais alto do pódio pela primeira vez desde a corrida da Austrália, onde quem venceu foi justamente seu parceiro de equipe Jenson Button, que nas últimas corridas vem caindo absurdamente de produção, a ponto de sequer ter conseguido pontuar na etapa canadense. Além de mais um vencedor, Hamilton também passou a liderar o campeonato, com 88 pontos, apenas 2 à frente de Fernando Alonso, cuja tática de uma parada apenas revelou-se um desastre nas voltas finais no circuito Gilles Villeneuve, quando seus pneus acabaram e o espanhol passou a andar até 4s mais lento por volta, perdendo um lugar certo no pódio para acabar na 5ª posição.
            Quase emparelhado, com apenas 1 ponto a menos, vem Sebastian Vettel, e com 79 pontos, segue-se Mark Webber, que mesmo sem ter brilhado no Canadá, segue pontuando e estando com os líderes na alça de mira. Mais atrás, Nico Rosberg, com 67 pontos, ainda pode até ter esperanças no campeonato, que segue mostrando mais disputa do que todos imaginavam. Quem vai ficando para trás é justamente Jenson Button, com apenas 45 pontos, mas se o campeão de 2009 conseguir engatar novamente, tem tudo para voltar às primeiras posições. Kimmi Raikkonen, com 55 pontos, assim como Rosberg, pode ser considerado mais uma zebra do que uma ameaça real na luta pelo título, mas pode complicar as coisas para os demais, dependendo de até onde pode ir nas demais corridas, hipótese que também vale para Romain Grossjean, seu companheiro de equipe.
            A partir de agora, creio que começaremos a ver repetição nos nomes dos vencedores de corridas nesta temporada. Ainda há potenciais candidatos à vitória, em especial a dupla da Lótus, Raikkonen e Grossjean, mas o time precisa que tudo aconteça a seu favor, com a concorrência tendo um dia ruim, seja em performance, seja em acontecimentos fortuitos. No caso do Canadá, se Hamilton tivesse insistido em permanecer na pista sem trocar pneus, a exemplo de Alonso, fatalmente teria perdido a prova, mas Lewis e a McLaren arriscaram a troca, e com pneus novos, Hamilton voou na pista para recuperar o terreno perdido, tornando-se o 7° vencedor diferente no ano, especialmente em Montreal, onde em 2007 ele obteve sua primeira vitória na categoria. Dos times de ponta, Hamilton estava mesmo com a ausência de vitória entalada na garganta, afinal, só em 2012 vimos dois pilotos obterem seus primeiros triunfos na categoria: Nico Rosberg desencantou na prova chinesa, obtendo o primeiro triunfo da nova equipe Mercedes (antiga Brawn, que era a antiga Honda, que era a antiga BAR, e por sinal, a velha Tyrrel); e em Barcelona, em uma corrida surpreendente para quase todos, Pastor Maldonado levou a Williams ao fim de seu jejum de vitórias que vinha desde o GP Brasil de 2004.
            O entrave de Hamilton era ainda mais angustiante porque Button arrematou a primeira vitória do ano, em um momento onde se imaginava que a McLaren poderia ser a grande força do ano, da maneira como dominou a prova no Albert Park. É verdade que não foi um domínio arrasador, como fez Vettel e a Red Bull no ano passado em várias provas, mas o time de Woking parecia ter uma base sólida para se garantir como forte adversário. As corridas seguintes, contudo, viraram um verdadeiro carrossel de vencedores diferentes, e apenas em Mônaco vimos a primeira equipe a repetir uma vitória no ano: a Red Bull, mas ainda com um novo vencedor, no caso, Mark Webber – a primeira vitória do time das bebidas energéticas foi com Vettel no questionável GP do Bahrein. Agora, a McLaren volta ao topo do pódio, com Hamilton, sendo o segundo time a repetir vitória em 2012. A pergunta que fica para Valência é: quem será o próximo vencedor? A incerteza ainda predomina, embora as possibilidades de vermos um novo nome no topo do pódio vá ficando bem reduzida.
            Quem ainda poderia engrossar a lista de vencedores seriam Michael Schumacher e Felipe Massa. O heptacampeão até que vem andando forte, mas tem enfrentado um enguiço atrás do outro, e no Canadá não foi diferente: desta vez precisou abandonar com sua asa móvel travada na posição aberta, o que comprometia seu equilíbrio nas muitas curvas do circuito. Mas se as circunstâncias convergirem para o velho campeão, ele poderá voltar a vencer, enfim. Felipe Massa tem voltado a mostrar combatividade nas últimas corridas, mas precisa também eliminar a zica de seu atual momento. No Canadá, ele andou forte durante todo o fim de semana, mas a rodada nas voltas iniciais da corrida foram fatais para suas pretensões de um bom resultado, ainda mais numa corrida onde todo mundo andou junto de todo mundo, e as performances tão parelhas não permitiam recuperar-se de percalços quaisquer. Mas a melhora da Ferrari pode até sugerir que o brasileiro volte ao pódio, e talvez até mesmo possa vencer, mas precisará que tudo corra a seu favor, e esse pode ser o problema. Situações que permitiram a Nico Rosberg e Pastor Maldonado vencerem podem não se repetir, e mesmo que se repitam, pilotos e times tem de aproveitar a oportunidade.
            A vitória de Alonso na Malásia foi um destes casos, mas com a performance do F2012 melhorando, uma nova vitória de Alonso pode ser apenas questão de tempo, pois o espanhol está conseguindo tirar do carro mais do que ele pode dar. No caso de Schumacher e Massa, isso não está acontecendo nas últimas corridas, o que torna suas situações bem mais complicadas. Quem também precisa torcer para tudo correr a favor é a Sauber, que tem um carro que trata bem os pneus, mas depende que os demais vão mal em maior parte para poder brilhar, como ocorreu em Montreal. Sérgio Perez, e até mesmo Kamui Kobayashi podem ser surpresas positivas ainda na temporada. O mexicano já pode ser considerado um dos destaques do ano, enquanto o japonês ainda luta para conseguir repetir a performance do companheiro.
            Mesmo que não tenhamos mais novos vencedores este ano, a F-1 já tem o que comemorar, com 7 pilotos diferentes vencendo. E se assim for, a torcida passa a ser para que eles consigam repetir suas vitórias o mais igual possível. Nada difícil, diante do equilíbrio e do desafio que os pneus da Pirelli ainda estão impondo às escuderias, que ainda não conseguiram encontrar o ponto ideal de performance/durabilidade dos compostos. E ainda não dá para dizer que o trio Hamilton/Alonso/Vettel definirá o título, pois os imprevistos ainda estão longe de se encerrarem. Podem haver novas surpresas e quem sabe até alguma reviravolta nos próximos GPs, embora as chances venham diminuindo a cada nova prova.
            Mas já se foi praticamente um terço da temporada, e até agora, podemos dizer que poeira da incerteza ainda não se assentou. A F-1 conseguiu encaixar 7 vencedores nas 7 primeiras corridas. Será que consegue marcar 8 em 8? A conferir semana que vem em Valência...


Atual líder do campeonato da MotoGP, o espanhol Jorge Lorenzo renovou esta semana seu contrato com a equipe Yamaha por mais duas temporadas. Com isso, Lorenzo completará nada menos do que 7 temporadas na categoria máxima do motociclismo correndo pela mesma equipe, já que foi no time japonês que ele fez sua estréia em 2008. De lá para cá, o espanhol já faturou 20 corridas, tendo conquistado também 20 poles na categoria. Ao foram divulgados os prováveis valores do novo contrato. Lorenzo era um dos principais nomes cotados para substituir o australiano Casey Stoner na equipe Honda, que anunciou sua saída da MotoGP ao fim do ano. Mas o espanhol preferiu permanecer onde está, onde conhece todos e se sente parte da família, e onde sabe ter á disposição um equipamento de ponta. A renovação de Lorenzo deve ajudar a movimentar o mercado de pilotos para a próxima temporada, e a vaga aberta na Honda é a grande expectativa para 2013.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

ARQUIVO PISTA & BOX – NOVEMBRO DE 1995 – 23.11.1995


            Voltando com a seção Arquivo, hora de trazer a penúltima coluna do mês de novembro de 1995. O campeonato havia acabado, mas a correria da Fórmula 1 seguia em frente: logo começariam os testes visando a temporada de 1996, e na época não era proibido testar à vontade, como hoje. Portanto, dezembro era um mês cheio para os times, que só davam pausa nas semanas do Natal e do Ano Novo, que ninguém era de ferro. Isso garantia mais notícias da categoria, já que os fãs acompanhavam os resultados dos testes. Havia equipes trocando de motor, de pilotos, etc.
            A coluna faz um pequeno apanhado do campeonato de 1995, que chegou a ter seus bons momentos, mas no geral, foi um passeio de Michael Schumacher em cima da concorrência, especialmente dos pilotos da Williams, que não conseguiram aproveitar o bom equipamento de que dispunham. Uma boa leitura, e em breve, tem mais antigas colunas para se relembrar um pouco daqueles tempos...


ACABOU A TEMPORADA, QUE VENHA A PRÓXIMA


Adriano de Avance Moreno


            A temporada de 95 chegou finalmente ao fim na F-1, mas só oficialmente. Já nesta semana, apenas pouco mais de 7 dias após o GP da Austrália que encerrou o mundial deste ano, as escuderias já voltarão às pistas, desta vez para seus primeiros testes visando já a nova temporada de 96, que se iniciará oficialmente apenas em março do ano que vem. Dia 17 último, na Itália, ocorreu a apresentação de Michael Schumacher e Eddie Irvinne como os novos pilotos da Ferrari para a temporada do ano que vem. O novo bicampeão até deu algumas voltas com o modelo desta temporada, mas foi mais para efeito promocional do comunicado oficial da formação do time no próximo ano. Nesta semana, Schumacher irá acelerar a Ferrari para valer no autódromo do Estoril, em Portugal, onde também irão as equipes Benetton e Williams. A Benetton irá testar com sua nova dupla de pilotos, Jean Alesi e Gerhard Berger, enquanto Jacques Villeneuve continuará sua maratona de testes para se acostumar à F-1 e seus circuitos. Apesar de não serem resultados confiáveis do que se irá ver em 96, já será pelo menos um indício de como se dará o próximo campeonato em termos de competitividade.
            Depois dos testes desta semana, dezembro vai ser um mês bem cheio para as equipes, Há testes coletivos programados para os circuitos de Jerez de La Fronteira, Barcelona, e Estoril, cada um nas 3 primeiras semanas de dezembro. Só então haverá uma pausa para o Natal e Ano Novo, para em seguida, no dia 6 de janeiro, recomeçarem de novo os trabalhos de pista, o que irá incluir a apresentação já de alguns dos novos modelos para a temporada 96. Os testes de dezembro deverão ser os mais movimentados, pois várias equipes decidiram trabalhar mais nas sedes do que nas pistas. É o caso da Jordan, Ligier, McLaren e Sauber, que só irão à pista no próximo mês. A McLaren também tencionava vir ao Estoril nesta semana, mas o acidente de Mika Hakkinen em Adelaide adiou os planos da escuderia.
            Para a imprensa especializada, esta é uma época mais calma e relaxada para se trabalhar. Os jornalistas europeus não precisam ir muito longe para cobrir os testes, e o clima é mais descontraído, sem as pressões comuns de um Grande Prêmio. A agitação é menor. A única coisa que ainda impera é a caça às notícias, cujas fontes continuam lançando no ar a todo momento fuxicos e boatos que devem ser investigados para gerar as notícias que garantem o noticiário esportivo e especializado até o começo da próxima temporada. Para os fãs deste esporte, esta é uma época em que as notícias rareiam um pouco, mas acontecem, e os jornalistas têm de estar atentos para levar estas informações a seus leitores. Isto nunca muda, mas o ambiente mais relaxado torna tudo mais fácil e agradável.
            A temporada de 1995 até que foi boa, levando-se em conta tudo o que aconteceu nas pistas. Houve etapas muito disputadas e outras emocionantes, o que diminuiu em muito a monotonia. Várias situações curiosas aconteceram, algumas engraçadas, outras apavorantes. Apesar da disputa pelo título ter se resumido ao passeio de Michael Schumacher, o ambiente nas corridas foi de muita disputa e emoção. Tivemos 5 vencedores diferentes este ano, o maior número desde 1991, quando também tivemos 5 pilotos diferentes vencendo corridas. Então vamos dar uma pequena repassada nesta temporada...
            Jean Alesi completou sua marca de 100 corridas disputadas ao largar para o GP do Pacífico, em Aida. O resultado não foi lá essas coisas, mas Alesi teve momentos melhores na temporada, como a sua primeira vitória na F-1, no Canadá. Foi uma vitória mais decorrente dos problemas de Schumacher, mas vitória é vitória, e há muito Alesi merecia sentir o gosto do lugar mais alto do pódio. Em Nurburgring, ele esteve perto de repetir a dose, mas retardatários nas voltas finais estragaram seus planos, fazendo-o perder muito tempo e permitindo a aproximação de Schumacher. Para 96, deverá brilhar muito na Benetton, e ele está certo de conseguir isso.
            David Couthard, considerado a revelação de 94, e apontado como campeão em potencial e melhor piloto que Damon Hill, protagonizou as maiores palhaçadas ao volante nesta temporada. Conseguiu cometer o cúmulo de bater o carro em plena volta de apresentação, em Monza, e bater também ao entrar nos boxes, na Austrália. Tanto em Monza quanto em Adelaide, a pista estava perfeitamente seca. Conseguiu várias poles, mas em corrida, só conseguiu andar mais rápido que Hill efetivamente em Portugal, onde conseguiu sua primeira e única vitória na categoria até o momento; em todas as demais etapas, Hill foi sempre mais rápido que o escocês. Para 96, David terá de confirmar que é um piloto de ponta na McLaren, seu novo time.
            Johnny Herbert vive a situação mais curiosa: como segundo piloto da Benetton, conseguiu sua primeiras vitórias nesta temporada, ao vencer em Silverstone e em Monza. Ambas as corridas tiveram um denominador comum: Hill e Schumacher, em disputa de posição, acabaram batendo e saindo da corrida. Outra coincidência: em Silverstone, Couthard liderava, quando foi punido com um stop & GO, por exceder o limite de velocidade nos boxes, perdendo a vitória; em Monza, Alesi liderava, quando ficou sem freios e motor. Para piorar a situação de Herbert, até agora ele não tem um lugar garantido para a próxima temporada. Talvez consiga algo na Tyrrel ou na Sauber, ou até vá para a F-Indy.
            O maior acidente do ano, sem dúvida, foi a capotagem de Ukyo Katayama na largada do GP de Portugal, onde o piloto japonês lembrou as barbaridades de seu compatriota Satoru Nakajima na largada do GP da Áustria de 1987, o que motivou 3 largadas. A pista ficou cheia de pedaços de carros, mas felizmente, ninguém se feriu.
            A briga politiqueira também teve seu lugar este ano, no GP do Brasil, onde a análise da gasolina da Williams e da Benetton fizeram Schumacher ganhar mas não levar, e depois o alemão teve sua vitória de volta, mas não sua equipe, que perdeu os pontos daquele GP, o mesmo acontecendo com Couthard em relação à Williams.
            No quesito emoção, várias etapas foram muito disputadas. O GP da Europa, em Nurburgring, foi a melhor corrida do ano, seguida pelo GP da Bélgica, onde Schumacher largou em 16º para conseguir sua 16ª vitória na F-1. As etapas do Canadá, Inglaterra, Hungria, Itália, Portugal, Argentina, San Marino e outras, também tiveram grandes disputas, tanto no pelotão intermediário quanto nas posições da frente.
            Alguns outros itens a conferir: a Sauber conseguiu seu primeiro pódio, em o 3º lugar de Heinz-Harald Frentzen em Monza, e teve sua melhor temporada na F-1. A Mercedes também conseguiu seus primeiros pódios desde que retornou à F-1 como fornecedora de motores. Mika Hakkinen foi 2º colocado na Itália e no Japão. A Argentina voltou ao calendário da categoria depois de uma longa ausência, e a temporada foi a mais longa em quase 20 anos, com 17 etapas.
            Duas notas tristes no ano: a Lótus faliu antes mesmo da temporada começar; e a Simtek, que começou os GPs iniciais da temporada, com boas chances de pontuar, fechou as portas depois da prova de Mônaco.
            Bem, partamos agora para a próxima temporada. Uma temporada que, pelas expectativas, terá tudo para ser melhor ainda do que esta que acabou de terminar...


 

A DAMS, equipe da F-3000, já está com seu modelo de F-1 prontinho, e os primeiros testes devem começar já em dezembro, com o piloto francês Erik Comas. Ricardo Rosset e Tarso Marques encabeçam a lista de prováveis companheiros de equipe de Comas na temporada de estréia da DAMS na F-1 em 1996.




Adrian Fernandez perdeu seu lugar na equipe Galles para Eddie Lawson, mas o mexicano não ficou a pé na F-Indy: vai ser o segundo piloto da equipe Tasman, escuderia onde corre o brasileiro André Ribeiro. Com isso, a Tasman ficou com o patrocínio de US$ 6 milhões da cervejaria mexicana Tecate. Scott Goodyear, que pleiteava a vaga na Tasman, acabou dançando, e terá de procurar outro time para se manter na F-Indy em 1996...