quarta-feira, 27 de abril de 2011

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA – ABRIL DE 2011

            Cá estamos nós com mais um mês chegando ao fim, e eis aqui minha Cotação Automobilística deste mês. Sintam-se à vontade para concordar/discordar, dar opiniões, sobre as avaliações apresentadas, que serão apresentadas de forma sucinta, em três níveis: EM ALTA (caixa na cor verde); NA MESMA (caixa na cor azul); e EM BAIXA (caixa na cor vermelho-claro). Então, vamos à avaliação de abril, e até a próxima avaliação, em maio...

COTAÇÃO AUTOMOBILÍSTICA


EM ALTA:

Equipe McLaren: o time de Woking é o maior rival da Red Bull no atual campeonato da F-1, e a vitória na pista de Shanghai, se foi mais por mérito da estratégia dos pneus do que da performance de fato do MP4/26, não deixa de ser um alento na até então perspectiva de um campeonato dominado ao bel prazer pelo time austríaco. A capacidade de reação do time inglês não pode ser subestimada.

Tony Kanaan: o piloto brasileiro vem mostrando do que é capaz no seu novo time na Indy Racing League. Apesar dos resultados de Alabama e Long Beach não terem sido tão expressivos quanto o de St. Petesburgo, o piloto baiano vai se mantendo constante e firme na pontuação, e ainda é o 3° colocado no campeonato, enquanto procura se acertar melhor na KV Racing, e procurar melhorar a performance do time, que ainda pode render um pouco mais em algumas corridas. Uma tarefa complicada, mas que Tony vem encarando com muita competência.

Dario Franchiti: o piloto escocês vem se mantendo firme na liderança do campeonato da Indy Racing Lague neste início de campeonato, em pistas onde, teoricamente, a Ganassi não tem tanta força como a Penske, do rival Will Power. Franchiti subiu ao pódio em todas as etapas até agora, e ainda venceu a corrida inaugural em St. Petesburgo, e tem 7 pontos de folga para Power, que até o momento tem corrido melhor que o escocês, mas não tem tido a mesma sorte do atual tricampeão da categoria. Mas os grandes pilotos costumam fazer sua própria sorte, e neste momento, Dario está conseguindo-se manter à frente, que espera aumentar nas pistas ovais, por onde o campeonato logo passará a correr.

Novas regras da F-1: O novo regulamento técnico adotado este ano pela categoria, com os novos pneus da Pirelli, o kers e a asa traseira móvel finalmente mostraram a que vieram, e proporcionaram corridas empolgantes na Malásia, e especialmente na China, onde houve diversas brigas por mais da metade do grid, e várias trocas de posição, sendo que boa parte delas ocorreu efetivamente na pista. O kers e a asa móvel também propiciaram algumas boas disputas, com várias ultrapassagens, algumas facilitadas explicitamente, enquanto outras foram incentivadas pelos dispositivos, que permitiram algumas disputas de posições no braço mesmo, ao contrário do que muitos diziam que banalizariam as trocas de posições. Mas os pneus Pirelli, até o momento, são o maior diferencial na briga pela performance dos carros, pois até o momento, nenhum piloto ou time conseguiu evitar surpresas com a durabilidade dos novos pneus, o que deixou o público na expectativa em boa parte dos últimos dois GPs.

Felipe Nasr: O jovem piloto brasileiro está fazendo os ingleses ficarem arrepiados como nos velhos tempos, quando competidores de nosso país que chegavam para disputar o torneio inglês da F-3 significava dor de cabeça certa para os pilotos locais. Em 6 corridas disputadas até agora de duas rodadas triplas, Felipe faturou nada menos do que 3 delas, e lidera com certa folga o certame do mais conceituado campeonato de F-3 do mundo, considerado passagem obrigatória para todos que sonham com a F-1. Nasr lidera o campeonato com 92 pontos, contra 58 de Jazeman Jaafar, seu companheiro de equipe na Carlin, que está empatado com Lucas Foresti, aliás, outro piloto brasileiro que também está deixando os ingleses ouriçados...



NA MESMA:

Equipe Red Bull: perdeu sua primeira corrida na temporada, mais em virtude de erros de estratégia do que de performance propriamente dita. Ainda tem o carro e o piloto a serem batidos, mas não são infalíveis, como mostrou a prova chinesa. Se Sebastian Vettel tivesse optado por 3 paradas, dificilmente poderia ser derrotado, pelo ritmo que o RB07 pode oferecer. A recuperação de Mark Webber, de 18° na largada para terminar em 3°, prova isso. E para complicar a situação da concorrência, o time austríaco promete resolver em breve seus problemas com o kers, possivelmente já para a próxima etapa do campeonato, na Turquia.

Equipe Ferrari: o time de Maranello até demonstrou um ritmo de corrida melhor do que o da classificação nas provas da Malásia e China, mas isso não livrou seus pilotos de conseguirem resultados apenas medianos, embora em alguns momentos em Shanghai Felipe Massa tenha deixado a impressão de que poderia lutar pelo pódio, e talvez pela vitória. Sem conseguir estabelecer melhor estratégia no uso dos pneus, tanto Alonso quanto Massa não conseguiram dar ao time melhores resultados do que os vistos, e se pelo menos na China eles superaram a Renault, por outro lado perderam o duelo com a Mercedes de Nico Rpsberg, e por pouco também não foram superados por Michael Schumacher. O clima no time, que já não era bom depois do resultado de Melbourne, piorou, e já há quem fale em mudanças na escuderia, que por enquanto, ainda tenta enfatizar que pode reagir e que nem tudo está perdido...

GP do Bahrein: Continua a “novela” sobre a prova barenita na F-1. O prazo final de 1° de maio está se aproximando, e apesar da vontade de Bernie Ecclestone de querer pôr de volta a corrida no calendário, custe o que custar, parece que não vai ser tão fácil esquecer que o pequeno país do Oriente Médio ainda está com o ambiente bem conturbado. A situação já esteve pior, mas ainda não se acalmou completamente. Para ajudar a dificultar as coisas, um grupo de ativistas enviou uma carta aberta ao chefão da FOM pedindo-lhe bom senso para que deixe a corrida voltar apenas quando tudo estiver resolvido. É uma equação complicada essa: Bernie só vai desistir se constatar que o risco não é demasiado para a imagem da F-1 e seus integrantes. Se cair na real de que a corrida pode virar um alvo e tanto para os manifestantes, nem toda a segurança pode ser suficiente, ainda mais em uma região do planeta onde atentados terroristas não são exatamente anormais.

Equipe Virgin: o time de Richard Brawson, que estreou no ano passado na F-1, parece continuar no mesmo lugar de quando começou. E, mesmo com um ano de experiência, a escuderia, além de não ter progredido, está enfrentando o perigo de ser superada pela Hispania, que apesar de não ter onde cair morta, pelo menos começou a conseguir disputar as corridas. A idéia arrojada de projetar o carro inteiramente em computador, sem utilizar os conhecimentos de um túnel de vento parece estar sendo o grande defeito do time. Idéias novas são bem-vindas, mas geralmente precisam manter um pé na realidade tradicional para poderem ser desenvolvidas. E a Virgin infelizmente está com os pés no ar, sem contato satisfatório com a realidade. Desse jeito, a equipe não avança, o desafio vai ser evitar que o time regrida, o que não é nada difícil de acontecer...

Rali Dacar: O sonho de muitos fãs “tradicionalistas” não vai ser realizado tão cedo. Ainda não será em 2012 que o mais famoso e perigoso rali do planeta vai voltar a cruzar as areias do norte da África, que o tornaram mundialmente conhecido por mais de 20 anos de competições. O rali, que trocou a África pela América do Sul em busca de lugares mais “seguros” para seus competidores, divulgou o trajeto de sua edição do ano que vem, que terá, novamente, partida em Buenos Aires, mas com a chegada acontecendo em Lima, no Peru. Neste ritmo, muitos duvidam que o Dacar volte a ser feito tão já em suas velhas paragens, ainda mais se levarmos em conta que norte da África está muito mais “quente” do que o normal, com as turbulências sociais que já fizeram pelo menos dois ditadores serem rifados, e com um terceiro na linha de tiro que está determinado a mostrar que só sairá morto...



EM BAIXA:

Lucca de Montezemolo: O chefão da Ferrari andou falando poucas e boas sobre a F-1, como a categoria está “artificial”, e que as regras técnicas não “correspondem” ao que se espera da maior categoria automobilística do planeta. E ameaça tirar o time de campo ao final de 2012. Lucca também se mostra contra a adoção dos novos motores turbo de 1,5 litros e 4 cilindros, que na sua opinião “nunca” serão utilizados pela Ferrari. Sobre algumas regras, Lucca pode ter dito algumas verdades contundentes, mas a própria Ferrari também tem culpa no cartório por adotá-las sem maior questionamento. Mas é óbvio que, se o time italiano estivesse na frente no campeonato, Montezemolo diria outras coisas sobre a F-1 no momento. A choradeira já começou em Maranello...

Fernando Alonso: As provas da Malásia e da China não foram boas apresentações do bicampeão espanhol, que ainda por cima, se viu superado na pista por Felipe Massa. Além da falta de competitividade esperada, ver-se atrás do companheiro de equipe certamente não é o panorama mais apreciado por Alonso, que embora ainda repita o tradicional discurso de “nem tudo está perdido” e “não é momento de desistir”, está muito próximo de começar a ter seus tradicionais chiliques quando as coisas não acontecem exatamente como ele espera.

Hélio Castro Neves: um dos pilotos mais populares da Indy Racing League, o brasileiro tem tido um início de campeonato abaixo da expectativa, e é o pior classificado até o momento dos pilotos da equipe Penske. Erros cruciais nas provas do Alabama e Long Beach podem deixar Hélio em situação complicada no time de Roger Penske, onde já se encontra há mais de uma década. Para piorar a situação, o brasileiro tem sido amplamente superado por Will Power, que vem se tornando o novo queridinho do time, e que quase foi campeão no ano passado. Hélio precisa reagir, antes que a escuderia comece a pensar na renovação de seu contrato.

Equipe Williams: o time que já foi o maior vitorioso da década de 1990 enfrenta o pior início de temporada dos últimos tempos. Além da falta de confiabilidade, o carro não se mostrou veloz nas corridas da Malásia e China, e a situação já prenuncia um ano muito mais difícil do que se imaginava. Em Shanghai, Pastor Maldonado conseguiu ser superado na corrida pela Lótus, algo impensável no início do campeonato. A crise não está muito difícil de bater à porta de Groove.

GP da Turquia: os dirigentes já avisam: este ano pode ser o último da Turquia no calendário da Fórmula 1. Além dos ingressos serem muito caros, o que ajuda a comprometer a presença do público nas arquibancadas, a FOM – leia-se Bernie Ecclestone, exige um aumento na taxa de realização da corrida, que estima-se serem de US$ 13 milhões, para o dobro – US$ 26 milhões. Os turcos não estão dispostos da bancar essa extorsão, o que pode deixar o país sem seu GP. Ecclestone, ávido por arrumar novos “clientes” que paguem o que ele pede, já estaria até com candidatos para substituir a prova turca. E em 2012 os Estados Unidos, aliás, devem voltar ao calendário, então...bye bye, Istambul...



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