sexta-feira, 18 de julho de 2025

ROWLAND CAMPEÃO NA FORMULA-E

Não deu para ninguém: Oliver Rowland é o campeão da temporada atual da Formula-E.

            E a Formula-E já em o seu campeão, e como era de esperar, é Roliver Rowland i mais novo campeão da categoria de carros monopostos elétricos. Rowland fez uma temporada como pouco na competição, e como prova disso, fechou a conquista com duas corridas de antecipação. Nem mesmo os percalços sofridos nas últimas provas antes de chegarmos a Berlim conseguiu refrear a escalada do piloto inglês da Nissan, uma vez que seus adversários mais diretos não conseguiram capitalizar com as circunstâncias e só foram podendo acompanhar impotentes a conquista que cada vez se avizinhava mais e mais para Oliver, que com os resultados da rodada dupla realizada em Pempelhoff, garantiu o caneco para si, e levou a equipe Nissan a seu primeiro título de pilotos na competição, desde que a escuderia foi assumida pela marca japonesa.

            Quando se vê que o piloto inglês venceu apenas 4 provas no ano, nem parece que seu domínio da temporada foi assim tão evidente. Mas a verdade é que Rowland foi o piloto mais constante do ano, e além de vencer 4 provas, ainda foi 2º colocado em mais três. O título, por exemplo, foi conquistado domingo passado, na segunda corrida da rodada dupla de Berlim, com apenas um 4º lugar, mas que era tudo o que o inglês precisava para ser campeão, e isso porque os rivais, a grosso e curto modo, não conseguiram exibir a mesma constância e performance necessárias ao longo da temporada para desafiarem o piloto da Nissan. Pascal Wehrlein, o campeão da temporada passada, até conseguiu postergar a decisão de sábado para domingo, ao terminar em 2º lugar, mas o piloto da Porsche esteve longe de repetir um bom desempenho no domingo, situação que já havia se repetido ao longo da temporada, onde o time alemão acabou se portando como o mais próximo “rival” de Oliver Rowland na competição. Só que faltaram resultados à altura para justificar tal posição: Wehrlein, o atual campeão, venceu apenas uma corrida na temporada, muito pouco para defender seu título vigente. E foi também a única vitória do time da Porsche no ano, o que também foi muito pouco para a marca alemã.

            Não que Pascal não tenha tentado defender o título conquistado na temporada passada. Mas o piloto alemão deu azar em algumas corridas, onde saiu zerado, o que certamente não ajudou na briga pelo título, ficando sem pontuar em 5 etapas, algo que pesou muito na disparada proporcionada por Oliver Rowland. E não foi só ele que não conseguiu tirar proveito das oportunidades, ou acabou abatido por azares e outras situações de corridas. Seu companheiro de time, o português Antônio Félix da Costa, não foi melhor, e nem chegou a vencer corrida no ano. Seus resultados estiveram pouco abaixo dos de Wehrlein, e três abandonos se mostraram fatais para o português pensar em tentar também igualar o feito de Jean-Éric Vergne, que segue sendo até hoje o único piloto a ser campeão mais de uma vez na Formula-E, que desde que foi criada vem mantendo um rodízio impressionante de campeões.

Pascal Wehrlein bem que tentou, mas não conseguiu repetir a bela performance que o levou ao título na temporada passada.

            Quem também falhou feio em tentar brigar pelo título foi a Jaguar. O time britânico perdeu por pouco o campeonato passado, levando a disputa para a corrida final, em Londres, onde acabou se enrolando em si mesma. Mas a temporada atual não começou do jeito como se esperava, e de potencial adversária na luta pelo título da competição, a Jaguar se viu enrolada nos mais diversos problemas. Mith Evans até começou o ano com uma vitória surpreendente em São Paulo, saindo de último, e parecia que, apesar das dificuldades, era possível sonhar com resultados de monta, e quem sabe, disputar o título. Mas tanto Evans quanto seu companheiro, Nyck Cassidy, tiveram um ano de mais baixos do que altos, a ponto de Evans, por exemplo, ficar ser marcar pontos por nada menos que 11 corridas consecutivas, comprometendo completamente seu ano, apesar de ter conquistado dois triunfos. Cassidy, por sua vez, também averbou duas vitórias na temporada, mas também ficou sem marcar pontos importantes em vários momentos, deixando de pontuar em nada menos do que 6 provas. Nem é preciso dizer que foi outro mico, a ponto de Cassidy já ter resolvido partir para outro time no próximo ano, resolvendo não esperar para ver se a Jaguar irá se reencontrar.

            Os demais times foram um festival de altos e baixos, sendo que nenhum deles conseguiu manter uma constância capaz de lhes permitir entrtar na briga pelo título. Na McLaren, Taylor Barnard continuou impressionando, colocando Sam Bird para escanteio. Só que cinco provas fora dos pontos também não deu para ficar sonhando mais alto. Mesmo assim, Barnard conseguiu ascender à 3ª posição no campeonato, e pode até tentar melar o vice-campeonato de Wehrlein, se o alemão não se cuidar. A Envision, mais uma vez, ficou numa verdadeira montanha russa, alternando alguns bons resultados com desempenhos pífios. Se por um lado Sébastien Buemi finalmente encerrou a seca de vitórias depois de tantos anos, por outro lado o excessivo número de corridas fora da zona de pontuação também não permitiu ao suíço voltar a sonhar com um título. E seu companheiro Robin Frijns acabou indo ainda pior no ano.

            A mesma situação vale para a Andretti. Jake Dennis nunca esteve com chances reais de voltar a brigar pelo título, e mesmo por vitórias, apesar de bons resultados esporádicos no ano. Mas Nico Muller, contratado por influência da Porsche para eventualmente ocupar o espaço de Antônio Félix da Costa no time de fábrica, foi ainda pior. Já a Kiro, nova versão repaginada da velha ERT, mesmo usando o antigo trem de força da Porsche, conseguiu vencer uma corrida, e tem uma boa temporada, enfim, mas sem conseguir bagunçar o suficiente para se intrometer no duelo pelo título, tendo como ponto alto a vitória conquistada na etapa de Jakarta, e um pódio na rodada dupla de Tóquio. A Maserati e a DS Penske brilharam apenas ocasionalmente, sem conseguir manter a performance necessária para brigar melhor e mais forte, alternando bons resultados ocasionais com muitos desempenhos apenas razoáveis para medíocres. Não dava para esperar coisa melhor mesmo.

A Jaguar fez a festa nas duas provas de Berlim, mas isso foi pouco para apagar uma temporada que ficou muito abaixo das críticas para quem era tido como uma das grandes favoritas.

            Oliver Rowland, que não tinha nada a ver com isso, simplesmente foi dominando a temporada, e em alguns momentos, com uma força inquestionável, explorando todo o potencial do novo carro Gen3EVO, bem como do novo trem de força da Nissan, que já vinha dando mostras de grande evolução na temporada passada, onde o inglês só não entrou na briga pelo título porque começou a competição bem para trás, mas aos poucos, piloto e time foram evoluindo a ponto de disputarem as vitórias no fim da temporada, credenciando-se a serem novas forças no jogo do campeonato atual. E foi o que aconteceu. Mesmo um início claudicante em São Paulo não foi capaz de frear a arrancada irresistível do piloto inglês, que simplesmente não apenas obtinha bons resultados, mas parecia até imune aos problemas que afetavam os demais competidores na pista, que sofriam os mais diversos percalços ou incidentes.

            A temporada marca a volta por cima de Rowland, que há pouco mais de dois anos atrás simplesmente preferiu pular fora da equipe Mahindra, diante do desempenho pífio do trem de força indiano, temendo que isso comprometesse sua imagem de piloto. Mas também foi uma jogada arriscada, afinal, ele rescindiu o contrato com a escuderia, e isso muitas vezes não pega bem no meio, podendo o piloto ficar “marcado” no mercado de negociações. Mas Rowland conseguiu voltar à Nissan, por onde já tinha pilotado, confiando no novo projeto dos japoneses para a competição. E ele não apenas deu sorte, mas também mostrou muita competência para liderar o time na pista, impondo uma diferença considerável para o próprio companheiro de equipe, Norman Nato, que simplesmente até aqui não conseguiu acompanhar o ritmo de Oliver na competição.

            Enquanto Rowland foi o campeão, Norman Nato, que não correu a rodada dupla em Tempelhoff por estar em São Paulo disputando a prova do Mundial de Endurance, é apenas o 19º colocado no campeonato, com apenas 19 pontos, contra os 184 de Oliver. Isso explica porque a Porsche ocupa a liderança no campeonato de equipes, à frente da Nissan, uma vez que sua dupla de pilotos pontuou de forma bem mais uniforme, enquanto na Nissan, Rowland sozinho marcou quase 90% dos pontos da escuderia. Já no campeonato de fabricantes, a Porsche também está na liderança, uma vez que agrega os resultados de seu time de fábrica, além da Andretti e da Kiro, que também usam o propulsor nipônico. A Nissan ocupa novamente a vice-liderança neste quesito, uma vez que não é só no seu time oficial que existe um desnível de resultados: a McLaren, que usa o trem de força japonês, também possui um grande desnível entre Taylor Barnard e Sam Bird, com o jovem rapaz ocupando a 3ª posição no campeonato, e Bird, sendo apenas o 17º na classificação.

            Oliver Rowland deu uma grande volta por cima, pulando fora do projeto, à época, fraco da Mahindra, e tendo crédito da Nissan, não apenas pela sua contratação, mas pelo desempenho que tem mostrado na pista, não apenas na temporada passada, mas principalmente neste ano. E agora como mais novo campeão da Formula-E, é óbvio que ele passa a ser o alvo do próximo campeonato, como o piloto a ser batido, e se a Nissan e Oliver continuarem demonstrando o desempenho atual, é melhor que os concorrentes tratem de melhorar, se não quiserem ver mais um título do piloto, e vendo ele pelo lado de trás do carro nas corridas. Vida longa ao novo campeão da Formula-E!

 

 

A Formula-E terá um grid mais magro na próxima temporada. A McLaren anunciou sua saída da competição, preferindo redirecionar seus esforços para o Mundial de Endurance. Com isso, o time que leva o nome da equipe de Woking vinha tentando arregimentar patrocinadores que pudessem apoiar a manutenção da escuderia na competição de carros monopostos elétricos, procurando repetir o esquema que permitiu a permanência do time, que antigamente era a equipe oficial da Mercedes, e com a saída da marca alemã, que preferiu se concentrar no seu projeto da F-1, Iam James, manager do time, conseguiu o apoio da McLaren para manter a equipe no grid. Mas agora, infelizmente, os esforços não frutificaram, e ao fim da atual temporada, no fim de semana que vem, o time fechará as portas, e já começaram a efetuar os trâmites burocráticos para encerrar todas as pendências, inclusive com a própria F-E, uma vez que a equipe estava comprometida pelo menos inicialmente a disputar a próxima temporada, encerrando a era dos carros Gen3EVO. Com isso, a F-E passará a contar com apenas 20 carros no grid, a menos que alguém novo resolva se aventurar na competição, lembrando que são 24 vagas no total, pelo estatuto da FIA. Taylor Barnard, jovem revelação que vem sendo um dos grandes destaques da temporada, já se garantiu e defenderá a DS Penske no próximo campeonato. Sam Bird, o outro piloto do time, e que deu à McLaren sua única vitória na F-E, pode acabar deixando o grid da categoria, se não conseguir arrumar outro lugar...

 

 

Os pilotos brasileiros tiveram um fim de semana cheio em Berlim. O tempo de chuva na primeira prova deixou todos os nossos representantes com resultados pra lá de pífios, com todos terminando de fora da zona de pontuação. Mais uma vez, Lucas Di Grassi nadou, nadou, e morreu na praia, apesar de um desempenho até sólido, onde não conseguiu chegar aos pontos devido a um acerto equivocado no carro na primeira corrida, e às naturais dificuldades do trem de força Lola Yamaha. Já Felipe Drugovich e Sergio Sette Câmara, que disputaram a rodada dupla substituindo pilotos titulares nas equipes Mahindra e Nissan, saíram com saldo positivo de suas performances no fim de semana, apesar dos resultados parecerem não retratar isso de forma tão positiva. Drugovich teve um momento de desempenho extremamente forte na segunda corrida, de onde largou em 19º lugar, para finalizar em 7º. Já Sérgio, disputando pela primeira vez a competição com o carro da Nissan, teve uma segunda corrida complicada, quando se enroscou com David Beckman, que o substituiu na nova Kiro, e o alemão acabou tendo de abandonar. Como desgraça pouca é bobagem, o brasileiro ainda viu sua primeira ativação do Modo Ataque ir para o brejo logo em seguida devido a uma bandeira amarela em toda a pista, o que impediu Sergio de capitalizar o recurso e ganhar posições. Na segunda e última ativação, o brasileiro conseguiu retornar à zona de pontos, e terminar em 10º lugar, pelo menos não ficando zerado no fim de semana.

Felipe Drugovich acabou sendo o brasileiro com os melhores resultados na bandeirada da segunda prova em Berlim, e gostou da disputa na categoria dos carros elétricos.

 

 

Para a próxima temporada, Lucas Di Grassi é o único que já está com sua situação resolvida: el segue na Lola Yamaha ABT. Sergio Sette Câmara, segundo conversas de paddock, poderia até assumir novamente o carro da Nissan na rodada final em Londres, já no próximo final de semana, com a equipe dispensando Norman Nato, e quem sabe, oficializando o brasileiro como titular para a próxima temporada, mas até o fechamento desta coluna, nada disso havia sido confirmado. E, claro, Felipe Drugovich ainda está batalhando para tentar uma chance na F-1, talvez no novo time da Cadillac, e preferiu não fazer maiores especulações a respeito de poder brigar por uma vaga na F-E, mas admitiu que o bom desempenho serve de um excelente cartão de visitas para potencializar os contatos, e quem sabe, abrir oportunidades em breve. Vamos aguardar para ver o que acontece.

 

 

E a Indycar chegou ao Canadá, para a disputa do GP de Toronto, única prova do campeonato fora dos Estados Unidos. Álex Palou segue disparado na liderança do campeonato, e parece que ninguém pode bater o piloto espanhol da Ganassi, que segue cada vez mais firme rumo a mais um título na competição, tendo aberto nada menos do que 129 pontos sobre o vice-líder da competição, agora o mexicano Patricio O’Ward, da McLaren. Scott Dixon superou Kyke Kirkwood na classificação e é o novo 3º colocado, mas todos eles parecem incapazes de derrotar o espanhol e frear sua escalada. Será que terão melhor sorte na pista do Toronto Exhibition Place? A confirmar. A corrida terá transmissão ao vivo pela TV Cultura e pelo canal por assinatura ESPN, além do sistema de streaming Disney+, com largada prevista para as 13:00 Hrs. da tarde, pelo horário de Brasília.

 

 

E não teve jeito desta vez. A Fórmula 1, depois de cinco anos de ausência, volta para o Grupo Globo, que já anunciou oficialmente ter conseguido de volta os direitos para exibir o campeonato, misturando algumas provas na TV aberta e outras na TV fechada. Falarei sobre isso em breve, aqui na coluna..

 

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