E o primeiro semestre de 2025 já ficou para trás. Acabamos de entrar no mês de julho, e no segundo semestre do ano. E as competições seguem a toda força, nos mais variados certames e competições, e aqui vamos nós para mais uma edição da Flying Laps, trazendo alguns dos acontecimentos do mundo da velocidade desde último mês de junho, com alguns comentários rápidos. Uma boa leitura a todos, e até a próxima sessão Flying Laps no mês que vem...
A Ferrari venceu mais uma vez as 24 Horas de Le Mans, e foi a terceira vitória consecutiva dos carros de Maranello, desde que marca do cavalinno rampante retornou ao Mundial de Endurance. Mas, depois dos triunfos de 2023 e 2024 terem acontecido com o time de fábrica, a vitória neste ano ficou com o time “semi-oficial”, a AF Corse, que triunfou com o modelo 499P pintado de amarelo, com o Nº 83, e com um trio que faz história nas 24 Horas mais famosas do mundo do automobilismo mundial. Robert Kubica,Yifei Ye e Philip Hanson conduziram o carro que recebeu a bandeirada em La Sarthe em primeiro lugar na classificação geral, e com Kubica ao volante no momento da glória suprema.O pódio das 24 Horas foi completado pelo Porsche Penske Nº 6, de Kévin Estre, Laurens Vanthoor e Matt Campbell, que terminou em segundo, à frente da Ferrari Nº 51, conduzida pelo trio Antonio Giovinazzi, Alessandro Pier Guidi e James Calado. A Ferrari Nº 50, com o trioAntonio Fuoco, Nicklas Nielsen e Miguel Molina, terminou na 4ª posição, entretanto, dias depois, eles acabaram desclassificados por terem sido reprovados na inspeção técnica, que acusou irregularidade no teste de deflexão da asa traseira, o que levou à eliminação da corrida. O aerofólio traseiro foi considerado irregular por conta da ausência de quatro parafusos na parte central da peça, sendo que no relatório publicado pelos comissários, a asa teria apresentado uma distorção de 52mm nos testes, sendo que o máximo permitido é 15mm. A Ferrari, claro, alegou que isso em nenhum momento se traduziu em uma vantagem, e que provavelmente foi apenas um erro de montagem da peça, mas mesmo assim, a desclassificação foi mantida.
Enquanto isso, na classe LMP2, a vitória ficou com o carro Nº 43 da equipe Inter Europol, guiado por Nick Yelloly, Tom Dillmann e Jakub Smiechowski. O VDS Panis Nº 48, do trio Esteban Masson, Oliver Gray e Franck Perera, foi o 2º colocado; e coube ao carro Nº 199, de Louis Delétraz, Dane Cameron e PJ Hyett, completarem o pódio com o top-3. Já na classe dos carros de turismo, a LMGT3, o vencedor foi o Porsche Nº 92 da Manthey, comandado por Richard Lietz, Riccardo Pera e Ryan Hardwick. O pódio foi preenchido também pela Ferrari Nº 21, de François Hériau, Simon Mann e Alessio Rovero, na 2ª colocação; e o Corvette Nº 81, conduzido por Charlie Eastwood, Rui Andrade e Tom Van Rompuy, que terminaram em 3º.
Os brasileiros, para variar, não alcançaram os objetivos pretendidos na edição de 2025 das 24 Horas de Le Mans, mesmo os que estavam em tese em carros favoritos para obter bons resultados em suas respectivas classes. Na principal classe, a Hypercar, Felipe Nasr terminou em nono a bordo do Porsche Penske Nº 4 ao lado de Pascal Wehrlein e Nick Tandy. Já Felipe Drugovich, que correu no carro Cadillac Nº 311 em parceria com Jack Aitken e Frederick Vesti, abandonou a corrida durante a manhã de domingo em La Sarthe. Na classe dos carros LMP2, Pietro Fittipaldi, defendendo a equipe United no carro Nº 22, junto com Renger van der Zande e David Heinemeier-Hansson, acabaram na 7ª posição, enquanto Daniel Schneider, a bordo do carro Nº 23, terminou em 11º ao lado de Oliver Jarvis e Benjamin Hanley. E, na classe LMGT3, Daniel Serra concluiu a etapa em oitavo com a Ferrari Nº 57 junto dos pilotos Takeshi Kimura e Casper Stevenson. Dudu Barrichello, por sua vez, terminou em 13º lugar a bordo do modelo Aston Martin Nº 10 junto com Valentin Hasse-Clot e Derek Deboer, enquanto Custodio Toledo ficou em 11º junto com Lilou Wadoux e Riccardo Agostini na Ferrari Nº 150. Augusto Farfus, no BMW Nº 31, em parceria com Timur Boguslavskiy e Yasser Shahin, não deu sorte, e abandonou a corrida. Melhor sorte a todos no próximo ano, quando tentarem novamente disputar a corrida em La Sarthe.
A Formula-E, que ameaçava ver uma disputa pelo título encerrada prematuramente diante da excelência de resultados do inglês Oliver Rowland com a Nissan, teve um respiro de dias um pouco mais imprevisíveis nas últimas etapas. Na rodada dupla da China, disputada no autódromo de Shanghai, tivemos vitórias de Maxximilian Gunther, da DS Penske na primeira corrida do fim de semana, com direito a dobradinha da equipe, já que Jean-Éric Vergne terminou em 2º lugar. O pódio foi fechado com o 3º lugar de Taylor Barnard, em mais uma excelente corrida do jovem talento da equipe McLaren, mas quem também teve uma prova de encher os olhos foi Dan Ticktun, que aos poucos vai devolvendo a dignidade de sua escuderia, a Kiro, antiga ERT, que até o ano passado padecia dos maus resultados de usar um trem de força pouco competitivo, e agora dispõe do Porsche em seus carros, mesmo que seja a especificação da temporada passada. E Oliver Rowland ficou “apenas” em 5º lugar, para variar. Já na segunda prova da rodada dupla em terras chinesas, Nick Cassidy brilhou debaixo de uma corrida disputada debaixo de chuva que, ao contrário do esperado, apenas reduziu o brilho do que poderia ser uma prova bem mais disputada. Largando de uma pole inesperada, Cassidy comandou a prova do início ao fim, tirando um grande peso das costas, e espantando um pouco a zica que vem sendo a atual temporada para a equipe Jaguar, que de favorita a ser protagonista na luta pelo título, entrou em uma espiral negativa que a relegou ao posto de figurante na competição. E a Porsche, que vinha tendo um desempenho melhor, mas ainda assim sendo eclipsada por Rowland e a Nissa, deu um bom respiro, com Pascal Wehrlein terminando em 2º, com Antonio Félix da Costa fechando o pódio em 3º lugar. Quem deu azar nesta segunda corrida foi justamente Gunther, o vencedor da primeira, que acabou abandonando a corrida após 9 voltas, enquanto Jean-Éric Vergne ainda salvou um 5º lugar para a DS Penske. E Rowland, por acaso, também não conseguiu brilhar nesta segunda prova, terminando apenas em 14º, e ficando sem marcar pontos, o que foi um bom alento para o campeonato, ainda que o piloto inglês continue com uma liderança das mais folgadas na classificação, já que os rivais não conseguiram aproveitar direito as chances que surgiram em Shanghai, em especial a Porsche, que só conseguiu brilhar na segunda prova, mas ficou zerada na primeira corrida, com seus dois pilotos terminando fora da zona de pontos. Quem também fez uma corrida tática na chuva foi Lucas Di Grassi, que fez uma excelente classificação, saindo em 4º, para tentar se manter na zona de pontuação, e conseguiu, recebendo a bandeirada em 9º lugar, e marcando mais alguns pontos na competição.
O calvário de Oliver Rowland, com certo tom de exagero, continuou na prova de Jakarta, onde o piloto da Nissan teve uma das corridas mais complicadas da temporada, e terminou apenas em 10º lugar, marcando apenas um ponto. Mas o problema é que, mais uma vez, seus adversários mais diretos, os pilotos da Porsche, não conseguiram capitalizar o revés a contento: Pascal Wehrlein foi apenas o 11º, ficando sem marcar pontos, enquanto Antônio Félix da Costa, com um 4º lugar, apenas conseguiu empatar a disputa com o próprio companheiro de equipe na Porsche, ocupando agora a 3ª posição, com 100 pontos, enquanto Wehrlein ainda o vice-líder, conta com 103 pontos. Mas Rowland, mesmo com todos os reveses e entreveros, ainda lidera com folga, com 172 pontos, ou seja, 69 pontos de vantagem sobre o mais próximo rival, e mostrando que a disputa pelo título apenas ganhou um respiro, não uma reviravolta, e que dificilmente escapará das mãos do inglês da Nissan, já que agora faltam apenas 4 corridas, nas rodadas duplas de Berlim e Londres, com um total de 100 pontos a serem disputados nas corridas, fora os pontos das poles e das voltas mais rápidas. Rowland precisaria sair zerado de Berlim, e mesmo assim, a depender das circunstâncias, ainda chegaria em Londres como franco favorito para levar o título, o seu primeiro, e o segundo de seu time, que quando era a antiga equipe e.Dams, foi campeão com Sébastien Buemi. E o risco de que a disputa pelo título feche na rodada dupla a ser disputada no traçado montado no antigo aeroporto de Tempelhoff ainda é bastante considerável…
Mas quem saiu consagrado da prova na Indonésia foi Dan Ticktun, que conquistou uma vitória merecida, diante de uma excelente performance na corrida, levando sua equipe de volta ao topo do pódio, de onde estava ausente desde a segunda temporada da Formula-E, sendo que a equipe, à época chamada de China Racing, foi a primeira campeã de pilotos da história da categoria de carros monopostos elétricos, que faturou a temporada inaugural, em 2014/2025, com o brasileiro Nelsinho Piquet, que naquele ano da competição venceu duas corridas. De lá para cá, contudo, a escuderia se perdeu no desenvolvimento de seu equipamento e trem de força, nunca mais sequer vencendo uma corrida, e muito menos, claro, entrando na briga pelo título. A equipe mudou de nome, de proprietário, e a última mudança, da temporada passada para cá, quando adotou a nova nomenclatura, Kiro, com aporte da marca Cupra, e agora usando o trem de força da Porsche, mesmo em versão antiga, ajudaram a tirar o time das últimas colocações, onde vinha se posicionando nos últimos anos. E Dan Ticktun, mais do que tudo, se empenhou no processo de transferência de propriedade e restruturação da escuderia, que agora, com o retorno ao degrau mais alto do pódio, mostra os frutos deste procedimento, que já podia ser visto nas últimas corridas, com o desempenho do piloto inglês, que colhe os resultados do esforço que empreendeu para ajudar o time. O único ponto negativo desta história foi como a escuderia foi ingrata com Sérgio Sette Câmara, que acabou dispensando o piloto brasileiro praticamente às vésperas do início da temporada atual, mantendo-o no escuro a respeito de sua manutenção ou não no time, cedendo à imposição da Porsche por seu piloto David Beckmann, que até o presente momento segue zerado na temporada, sem ter conseguido marcar um único ponto, ocupando o último lugar na classificação de pilotos, enquanto Ticktun já pulou, com o triunfo, para a 5ª posição, com 80 pontos. Dispensado sem a menor consideração, restou ao brasileiro a posição de piloto reserva da Nissan, onde batalha para tentar voltar ao grid no próximo campeonato, chance que se avoluma diante dos resultados até agora modestos de Norman Nato na equipe japonesa, onde Nato é apenas o 19º colocado, enquanto Oliver Rowland lidera a competição, e está bem perto de ser campeão...
A Maserati deve deixar a Formula-E ao fim da atual temporada, mas a escuderia, que nada mais é a antiga Venturi, deve permanecer na competição. O Grupo Stelantis, dono da marca, já participa também com a marca DS, associada à Penske (ex-Dragon), e as conversas apontam para a entrada da Citroen no lugar da marca Maserati, como nova denominação da escuderia, ajudando a manter o número de equipes estável na categoria dos carros monopostos elétricos. Até o presente momento, ainda também não definida como ficará a situação da McLaren, que está deixando a categoria para se dedicar ao seu novo projeto no Mundial de Endurance, mas se cogita que a DS também poderá assumir as operações do time, e possivelmente, envolver outra marca do grupo, a Opel, que já teve muito envolvimento no mundo do automobilismo. Vamos aguardar, e ver o que será decidido. Perde-se as marcas Maserati e McLaren, mas se tudo correr bem, teremos a Citroen e a Opel para se juntarem ao rol de marcas na Formula-E
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