Já estamos chegando ao final do mês de abril, e vários campeonatos mundo afora seguem firmes em seus certames. E todo fim de mês, como de costume, lá vamos nós para mais uma edição da Cotação Automobilística, sempre tentando fazer um apanhado amplo dos acontecimentos do mundo da velocidade, avaliando quem está indo bem, quem está indo mal, e quem está se mantendo, com alguns comentários a respeito de cada situação. Portanto, uma boa leitura para todos, no esquema que já conhecem: EM ALTA (cor verde); NA MESMA (cor azul); e EM BAIXA (cor vermelha). E até a próxima Cotação Automobilística, já no final de maio, com as avaliações dos acontecimentos do mundo do esporte a motor do próximo mês...
EM ALTA:
Oscar Piastri: o piloto australiano da McLaren assumiu a liderança do campeonato, depois de conquistar nada menos que 3 vitórias nas 5 corridas disputadas até aqui na temporada de 2025 da F-1. Na Arábia Saudita, Piastri foi decidido na divisão da primeira curva, e se beneficiou da punição a Max Verstappen para vencer a prova com autoridade, não desperdiçando oportunidades e mantendo o foco firme desde a classificação, algo crucial nas últimas etapas para obter os melhores resultados. O australiano não apenas coloca em xeque a posição de Lando Norris no time, como se mostra o candidato mais preparado para brigar efetivamente pelo título, uma vez que Norris vem cometendo erros crassos nos fins de semana de GPs, e dando oportunidade para os rivais se aproveitarem da situação, repetindo um panorama visto no ano passado. Piastri, ao contrário, vem crescendo na competição, e deixando para trás o único ponto negativo do ano, que foi a saída de pista na etapa da Austrália, onde perdeu as chances de pódio, mas conseguiu voltar à corrida e ainda marcar alguns pontos. Se mantiver essa toada, vai ser difícil parar Oscar no duelo pelo título da temporada atual. Se no ano passado a McLaren garantiu apenas o título de construtores, este ano tem tudo para levar também o de pilotos, desde que não comprometa o desempenho de seus pilotos na pista. E no que depender de Piastri, parece que o time laranja vai sair da fila mesmo.
Ducati monopolizando a MotoGP: A marca de Borgo Panigale continua deitando e rolando na classe rainha do motociclismo, vencendo todas as corridas da temporada até o presente momento, com Marc Márquez dando o ar da graça, e deixando Francesco Bagnaia meio na sobra, mas ainda assim, mantendo um domínio poucas vezes visto na MotoGP. E que deve permanecer por um bom tempo, já que fora o time oficial, o único a vencer também foi Álex Márquez, que também corre com uma moto Ducati, já que a Gresini é um time satélite. Entre os que não venceram, ainda temos Franco Morbidelli e Fabio Di Giannantonio, da igualmente satélite VR46, também no comando de uma Desmosédici. Nada menos que os cinco primeiros colocados na classificação do campeonato está com motos italianas, sendo que o primeiro “intruso” é justamente Fabio Quartararo, da equipe oficial da Yamaha, que apesar do bom momento vivido em Jerez de La Frontera, ainda está longe de conseguir ameaçar o domínio das Ducatis. Da mesma forma, Aprilia, Honda e KTM, as demais marcas presentes no grid, lutam para evoluir suas performances, com alguns bons resultados aqui e ali, mas sem conseguir apresentar a constância necessária para poderem desafiar abertamente a marca italiana, que se dá ao luxo de ver uma disputa doméstica entre seu time de fábrica e os times satélites da Gresini e da VR46.
Álex Márquez: O irmão mais novo do hexacampeão Marc Márquez finalmente desencantou na MotoGP, onde fez sua estréia na competição em 2020. Se no ano passado Álex ficou na sombra do irmão mais velho quando dividiram a equipe Gresini, em 2025 o mais novo dos irmãos Márquez parece ter desabrochado com tudo, e veio conseguindo vários pódios nas corridas, principais e curtas, e sempre sendo um candidato à vitória, o que na maioria das vezes acabou sendo impedido pelo irmão mais velho, que seguia vencendo as disputas. Mas na etapa de Jerez de La Frontera, o piloto da Gresini finalmente chegou lá, e não foi só pelo fato de Marc tem caído da moto no início da corrida. Álex teve de ir à luta, primeiro contra Francesco Bagnaia, e depois contra Fabio Quartararo, que fazia uma corrida irrepreensível com a Yamaha, brilhando pela primeira vez em muito tempo. Álex foi decidido nas ultrapassagens, e soube manter-se firme na liderança, sem cometer erros, enquanto alguns rivais na pista escapavam para as áreas de brita. De quebra, o piloto reassumiu a liderança do campeonato, ultrapassando justamente seu irmão Marc, dando a entender que a disputa pelo título da temporada 2025 pode se tornar um duelo particular entre os irmãos Márquez.
Álex Palou: o piloto espanhol da equipe Ganassi segue na frente da temporada 2025 da Indycar. Depois de vencer a etapa inicial do ano em São Petesburgo, Palou averbou nova vitória no Thermal Clube, e em Long Beach, travou um bom duelo com Kyle Kirkwood, sofrendo a primeira derrota no ano, mas com ares de vitória, já que o 2º lugar manteve Álex ainda com uma vantagem considerável sobre os rivais, sendo que o vice-líder agora é justamente Kirkwood, mais pelo triunfo nas ruas do balneário californiano do que pelos desempenhos anteriores do piloto. Ainda é cedo para afirmar que Palou rumará sem percalços rumo ao título da temporada, mas ninguém pode dizer que o espanhol vem ganhando uma boa vantagem que lhe permitirá administrar os resultados mais adiante na competição, se a situação o exigir, enquanto os rivais precisarão partir para o ataque se quiserem eliminar a desvantagem que já estão sofrendo com apenas 3 etapas do calendário realizadas, e com uma performance inconstante que não os tem ajudado nessa disputa. Mas podem apostar que o tetracampeonato é um resultado mais do que possível, se os rivais não se colocarem no lugar, e passarem a apresentar oposição efetiva contra as performances do piloto da Ganassi.
Cadillac oficialmente na F-1 como fornecedora de motores: A marca norte-americana foi finalmente confirmada como futura nova fornecedora de unidades de potência para a F-1, seguindo ao passo da entrada da mesma como nova escuderia na categoria máxima do automobilismo a partir do ano que vem, quando usará, em seus primeiros anos na competição, propulsores da Ferrari. Isso aumenta o número de marcas fornecedoras na categoria, que verá a volta da Ford no próximo ano, em associação com a Red Bull Powertrains, e a entrada oficial da Audi, sucedendo a Sauber, em que pese a desistência da Renault, que sai ao final deste ano. Não deveria ser tanto motivo de comemoração, mas diante das frescuras e patifarias impostas pela FOM/Liberty Media à entrada da GM na competição, primeiro associada à Andretti, e agora, como um projeto mais “solo”, pode se considerar uma vitória para a F-1, que ainda tem espaço para mais alguns competidores, precisando apenas acabar com o mata-burros imposto pelos times atuais, que em sua ganância desmedida, vem tentando bloquear a entrada de qualquer novo participante que seja, a menos que a taxa de suborno seja vultuosa.
NA MESMA:
Max Verstappen: o tetracampeão continua tirando leite de pedra do carro da Red Bull, alternando altos e baixos, e mostrando que não pode ser subestimado na temporada, mesmo com um carro menos competitivo que tem dado cada vez mais dor de cabeça para ser domado. A paciência do holandês não anda em seus melhores dias, apesar de ter arrancado uma vitória heróica no GP do Japão, e quase repetido a dose na Arábia Saudita. O piloto precisa confiar que as atualizações prometidas pela escuderia lhe capacitarão a equilibrar a disputa com a McLaren, mas a performance da escuderia tem oscilado, e arrastado Verstappen junto, como no Bahrein, onde em nenhum momento o holandês conseguiu brigar pela vitória, e chegou até a andar entre os últimos colocados. A situação do tetracampeão anda complicada também fora da pista, mais pelas fofocas a respeito de seu futuro, do que por declarações efetivas do piloto. A boataria já chega a dizer que Verstappen pulará fora da Red Bull ao fim do ano, indo para outro time, ou até ficando sem competir em 2026, para retornar somente em 2027. Times candidatos a “contar” com o piloto seriam a Mercedes e a Aston Martin, com alguma preferência desta última por ser o novo time oficial da Honda, além de contar com Adrian Newey, projetista dos carros com os quais Verstappen foi campeão na Red Bull. Mas, até o presente momento, Max está ocupado unicamente em ajudar o time a melhorar na atual temporada, e continuar brigando o quanto puder para seguir vencendo corridas, e brigar pelo título. Vamos ver se ele consegue manter a pressão.
Francesco Bagnaia: O bicampeão da MotoGP ensaiou uma retomada na competição ao vencer o GP dos Estados Unidos em Austin, aproveitando-se da queda do colega e rival Marc Márquez. Mas nas etapas seguintes, o italiano voltou a ficar na sombra dos rivais, perdendo os duelos pela vitória novamente para Marc Márquez, e na prova da Espanha, em Jerez, para Álex Marquez, e sendo superado até por Fabio Quartararo, que conseguiu ter um desempenho há muito não visto com a Yamaha. Os resultados deixaram Bagnaia cair de novo para a terceira colocação do campeonato, ficando novamente à sombra dos irmãos Márquez na competição, e correndo o risco de ficar no ostracismo na temporada. Bagnaia já havia sofrido um forte golpe ao perder a disputa pelo título no ano passado contra Jorge Martin, que corria pelo time satélite Pramac, e agora corre o risco de se ver superado não só pelo novo colega de time, o hexacampeão Marc Márquez, como de ficar atrás até de seu irmão caçula, ao volante da moto do ano passado com a Gresini. E embora a direção da Ducati continue prestigiando seu bicampeão, não há como negar que a situação é extremamente incômoda para Francesco, que tem se mostrado incapaz de vencer a maioria dos duelos por posições na frente nas corridas. Será que ele vai reagir e voltar a ser o grande piloto que foi duas vezes campeão? Ainda dá tempo, a questão é se irá recuperar a dianteira da competição...
Gabriel Bortoleto: O piloto brasileiro vem comendo o pão que o diabo amassou em sua temporada de estréia na F-1. Gabriel não apenas possui um dos piores carros do grid, como já começou a ser defenestrado por uma legião de “fãs” que chegam a dizer que o piloto, diante dos desempenhos “medíocres” que vem apresentando, será demitido ainda no meio desta temporada, e que assim será um a menos a “envergonhar” o Brasil nas pistas. Nada quanto a dizer a respeito da performance, uma vez que o carro está tão ruim que mesmo as disputas com Nico Hulkenberg não tem saído conforme o esperado, e na etapa da Arábia Saudita, o time ainda lhe empurrou uma estratégia errada de se manter com pneus duros quase toda a corrida que não resultou em nada de positivo. O próprio piloto alemão defende que a situação está mais do que complicada, e pontos conquistados, como o que ele fez na Austrália, não se repetirão tão já, enquanto o carro não apresentar melhoras. Mas os ditos “torcedores” se esquecem com muita conveniência de que não haveria mesmo muito o que fazer com o carro deste ano, e se esquecem ainda mais fácil de que Bortoleto está garantido na equipe para 2026, quando enfim será Audi, e aí, com um carro teoricamente mais competitivo, poderá ser mesmo cobrado quanto a resultados. A temporada de 2025 será apenas de puro aprendizado, e no que tange ao time, para eles Gabriel está apresentando os resultados esperados por todos, que sabem o quão difícil é a situação. Até mesmo os erros cometidos pelo piloto estão sendo relevados, diante do comportamento ruim do carro. Já não é a primeira vez que falo isso, mas resultados só mesmo para o ano que vem, para 2025, é conhecer a sistemática da F-1, as pistas, e como os ajustes são feitos, e o desenvolvimento do equipamento. Aguardemos 2026, se é que essa turma de “fãs” saberão esperar até lá...
Lola/Yamaha na F-E: Mais nova fabricante a ingressar na categoria de competição de monopostos 100% elétricos, a Lola já tinha manifestado intenção de seguir na competição na nova era dos carros Gen4, e neste mês de abril, a Yamaha, parceira neste início de empreitada junto à marca britânica, confirmou também que manterá a parceria técnica também na nova era dos novos carros de 4ª geração que serão utilizados daqui a dois anos, e irá até 2030. Será a quinta fábrica a manter seus projetos na F-E, sendo que Nissan, Porsche, Jaguar e Maserati já comunicaram sua permanência. A Lola/Yamaha assumiu o time da ABT a partir desta temporada, e vem tendo um início complicado na competição, uma vez que seu trem de força ainda precisa melhorar para poder proporcionar melhores resultados nas corridas, um trabalho de longo prazo que só deve começar a mostrar serviço muito provavelmente na próxima temporada. Mas em Miami, na última corrida, alguns dos esforços começaram a frutificar, quando Lucas Di Grassi fez uma grande corrida, que no final, o alçaram à 2ª posição final da corrida, em que pese as punições de pilotos que não conseguiram concluir o uso do modo ataque nas voltas finais da corrida, o que demonstra que o desempenho do novo fabricante ainda vai demandar muito trabalho até poder brigar efetivamente por pódios, e quem sabe, vitórias e títulos. Mas o comprometimento pelos próximos seis anos na competição indica que eles pretendem evoluir firme na categoria.
Lewis Hamilton: o heptacampeão ainda está se acertando com a Ferrari, e ao que tudo indica, a aclimatação será mais complicada do que o piloto imaginava. Não é algo tão incomum assim, haja visto que desde que estreou na F-1, Hamilton sempre correu com motores da Mercedes, e passou mais de uma década no time oficial da marca, onde já estava acostumado a uma série de procedimentos e hábitos do time de Brackley, que agora são passado, e o inglês precisa se acertar com as metodologias e com o estilo de carro de outro time, a Ferrari, que por sua vez, também não iniciou a temporada da forma como se imaginava. Charles LeClerc, praticamente cria de Maranello, já está se virando e tirando do modelo SF-25 tudo o que é possível, e com isso, deixando Lewis comendo poeira na maior parte do tempo. As cobranças, neste momento, são mais voltadas ao desenvolvimento do bólido do que aos pilotos, mas não deve demorar para a impaciente torcida italiana começar a cobrar também os pilotos, e em especial Hamilton, depois de todo o oba-oba apresentado desde o ano passado, quando foi anunciada sua contratação pela equipe italiana. Hamilton também não pode se dar ao luxo de esperar se adaptar melhor ao carro de 2026, pois ele precisa começar a mostrar resultados desde já, e se o momento atual não parece ser tão ruim, também não é tão bom. Por quanto tempo estas dificuldades com o carro irão permanecer?
EM BAIXA:
McLaren fora da Formula-E: A McLaren anunciou que a partir de 2027, irá participar também do Mundial de Endurance, e na classe principal, a Hypercar. Com participação em várias categorias, todo mundo comemorou a decisão do time de ingressar em mais uma competição de renome mundial. Mas essa entrada se dará à custa de encerrar sua participação na Formula-E, cujo anúncio pegou todos de surpresa ao confirmar a saída da equipe já ao fim da atual temporada, com o propósito claro de redirecionar seus esforços para sua nova participação no WEC. A escuderia, contudo, não deve fechar as portas na competição de carros elétricos, mas contar com novos proprietários e parceiros que garantam sua continuidade. Vale lembrar que a atual equipe da McLaren na F-E é a antiga Mercedes, que desistiu da categoria para centrar forças na F-1, tendo sido assumida pela organização de Woking, que agora irá repassar o time para frente. Mas claro que um nome de peso deixando a F-E nunca é uma notícia das mais agradáveis. Veremos quem irá assumir a empreitada para a próxima temporada em diante.
Jorge Martin ainda de fora da temporada 2025 da MotoGP: A vida definitivamente não anda boa para o atual campeão da classe rainha do motociclismo. Depois de se acidentar logo no primeiro dia da pré-temporada, e sofrer novo percalço às vésperas do início da competição, eis que Jorge finalmente fez sua estréia na competição na etapa do Qatar, onde pretendia apenas acumular quilometragem com a nova moto da Aprilia, uma vez que ainda sentia dores na mão lesionada, e não teria como forçar o desempenho. Mas o azar voltou a atacar, e o espanhol sofreu uma queda na prova de domingo, e ainda acabou sendo atingido por outro competidor. Como resultado, um pneumotórax, e 11 fraturas nas costelas, o que obrigou o piloto a ficar vários dias no hospital, até ter alta para poder viajar de volta à Espanha, onde precisará ficar um bom tempo de repouso em tratamento, comprometendo boa parte do restante da atual temporada, uma vez que o período estimado para a recuperação é de no mínimo 3 meses, o que lhe permitiria retornar somente em agosto às corridas, e ainda assim se a recuperação não sofrer percalços. Vai ser preciso mesmo muita paciência, a ponto de esquecer qualquer expectativa para a temporada de 2025, e já ir pensando mesmo é na temporada de 2026.
Aston Martin: O time de Silverstone parece ter perdido a mão do carro de 2025, e resolvido concentrar-se apenas em 2026, quando terá um novo regulamento técnico, e claro, um projeto de Adrian Newey, em que pese alguns criticarem o fato do inglês não estar dando uma força para tentar melhorar o modelo AMR25, e quem sabe, proporcionar alguma melhora de performance na atual temporada. Se Lance Stroll conseguiu até pontuar nas primeiras corridas aproveitando as condições inesperadas, as chances de pontuar novamente parecem árduas, uma vez que até mesmo Fernando Alonso vem penando para conseguir chegar na zona de pontos nas últimas corridas, sem sucesso. Está mais do que claro que a equipe precisa reorganizar seu departamento técnico para ontem, e felizmente, Newey já deve estar trabalhando nisso, mas até que os resultados apareçam, parece que a dupla de pilotos irá penar bastante na pista, a ponto de o carro verde esmeralda estar competindo até com a Sauber pela posição de pior bólido do campeonato.
Lando Norris: Rebaixado à vice-liderança do campeonato, o piloto inglês só não está pior na competição porque tem conseguido salvar bons resultados nos fins de semana de GPs, mas é inegável que os erros que Lando vem cometendo está seriamente comprometendo sua imagem de líder da McLaren, cada vez mais para o lado de Oscar Piastri, pelo que o australiano vem mostrando na pista. Norris tem tentado responder à ascenção do parceiro de time, mas vem cometendo cada vez mais erros. No Bahrein, mesmo tendo vários percalços, Norris ainda foi ao pódio, diante da performance superior do carro da McLaren, mas em Jeddah, o erro na classificação comprometeu definitivamente as chances de pódio, apesar de ter chegado logo atrás de Charles LeClerc, e principalmente de vitória, em uma corrida onde Verstappen foi uma ameaça séria, a exemplo de Suzuka. Se Norris ficou marcado por não conseguir fazer uma disputa mais acirrada com Verstappen em 2024, o inglês precisa mostrar que este ano a história é diferente, mas até o presente momento, com exceção da prova da Austrália, onde foi quase impecável e venceu, de lá para cá o inglês vem desperdiçando oportunidades e se mostrando cada vez mais inseguro, com declarações de autocríticas que mostram que Lando está sentindo a pressão de dentro, e de fora do time. E ele precisa reagir, se não quiser ficar na sombra tanto de Piastri, quando na de Verstappen, que apesar de tudo, está conseguindo pressionar a dupla do time papaia. Do contrário, Lando poderá passar à história da F-1 como mais um piloto que teve tudo para ser campeão, e acabou deixando tudo passar.
Discussões inúteis na FIA: Com um novo regulamento de motores prestes a estrear em 2026, e que ainda suscita certas dúvidas a respeito dos passos seguintes, a entidade que comanda o automobilismo mundial bem que poderia se ocupar de desenvolver um trabalho melhor, e não simplesmente conturbar todo o ambiente. O que foi jogado ao ar meio como uma mera opinião, sobre a possibilidade do retorno dos motores V-10 aspirados, ganhou ares de tentativa de mudança potencial do regulamento, onde os atuais propulsores híbridos seriam mantidos por mais alguns anos, e a F-1 retornaria ao uso dos motores atmosféricos em 2028, agora usando combustíveis sustentáveis, sob uma desculpa esfarrapada de “trazer de volta” a competitividade da categoria. Nem é preciso dizer que a maioria dos fabricantes de pronto vetou a possibilidade de tal idéia ir adiante, com prometidos que estão com as novas unidades que estrearão no ano que vem, e com o tempo absolutamente exíguo para se desenvolver toda uma nova geração de motores para estrear em pouco tempo na competição, que iria demandar muitos recursos adicionais, além dos já gastos com os novos projetos de 2026, os quais seriam praticamente jogados no lixo, sem serem usados. E sob uma justificativa completamente esdrúxula: se a F-1 não é competitiva como se desejaria, a culpa não é dos motores, esquecendo que na era dos propulsores aspirados também tivemos domínios de alguns pilotos e times, como Michael Schumacher, e Sebastian Vettel. A FIA faria um bem tremendo se passasse a se concentrar em assuntos mais sérios e fosse de fato mais comprometida com a transparência de si própria e do esporte que alega comandar, ao invés de desperdiçar tempo e esforço com idéias que certamente pouca gente daria apoio, ainda mais pela viabilidade econômica e de desenvolvimento necessárias nos dias de hoje. Mas parece que a FIA teima em não aprender com suas besteiras, e está sempre arrumando sarna para se coçar. Lamentável.
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