Max Verstappen: vitória na corrida sprint e pódio na prova de domingo em Austin foram um resultado desalentador para a McLaren e o rival Lando Norris.
O esperado duelo pelo título entre Max Verstappen e Lando Norris já pode ter ido para as cucuias, e podemos ir comemorando o tetracampeonato do piloto holandês da Red Bull.
Fica a dúvida em qual corrida a decisão do título irá ocorrer, e pode muito bem ser até mesmo em Las Vegas, nos Estados Unidos, dependendo dos acontecimentos.
No GP dos EUA, a McLaren e Norris acabaram derrotados nas duas provas do fim de semana. Quando precisava dar seguimento ao desmantelamento da grande vantagem de pontos de Max Verstappen, eis que a Red Bull parece ter conseguido resolver parte dos problemas de competitividade do modelo RB20. E com um carro mais parelho, bastou a Verstappen mostrar do que é capaz na pista, como havia feito nas corridas de Miami até Barcelona, onde não apenas conseguiu vencer, mas controlou perfeitamente a potencial ascenção dos rivais na pista, mantendo-se bem firme e sólido na liderança do campeonato.
Na prova curta, no sábado, Max Verstappen não apenas fez a pole-position como ainda venceu a corrida de ponta a ponta. Lando Norris, por outro lado, largou em 4º para terminar apenas em 3º, deixando Carlos Sainz Jr., da Ferrari, ser o 2º colocado. Só isso já fez a vantagem de Max, que era de 52 pontos, subir para 54. Na corrida de domingo, Norris fez a pole, mas Verstappen poderia muito bem ter largado em 1º, não fosse a bandeira amarela do acidente de George Russell, que bateu nos momentos finais do Q3 e prejudicou as voltas de vários pilotos, incluindo o tricampeão da Red Bull. Mas não adiantou muito: o inglês da McLaren até largou bem, mas deixou uma pequena fresta aberta, onde Verstappen se enfiou logo na primeira curva, deixando Lando para trás. Aí, todo o esforço já tinha ido para o brejo, e a missão era correr atrás do prejuízo. Um prejuízo que só ficou maior com Charles LeClerc assumindo a liderança para não mais perdê-la até a bandeirada, mostrando um forte ritmo de corrida, e arruinando as chances da McLaren de tentar nova vitória.
Verstappen correu marcando Norris na pista, portanto não se abateu com a Ferrari se intrometendo na briga, muito pelo contrário, até comemorou. Bastava ficar à frente do inglês, e pronto. E a boa forma da Ferrari também se confirmou com Carlos Sainz, que superou Verstappen, consolidando uma bela dobradinha do time de Maranello no GP dos Estados Unidos. Mas nem tudo ainda havia acabado: depois de cair para trás nas disputas da primeira volta, Norris partiu enfim à caça de Verstappen, chegando no holandês, e disposto a inverter as posições na pista. Ou nâo? Norris chegou, mas passar era outra história, com Max mostrando novamente todo o seu repertório de manobras para se manter à frente do rival, algumas delas, até duras demais, mas ainda assim dentro do regulamento. Por fim, Norris até conseguiu passar, em uma manobra onde ambos acabaram saindo da pista, com o inglês mostrando nítida vantagem na passagem por fora, o que poderia render uma punição por levar vantagem na manobra. Mas havia a chance dea punição não ser aplicada, dependendo do entendimento dos fiscais, uma vez que Verstappen também saiu da pista.
Mas não deu outra: Norris tomou 5s de punição, e o 3º lugar virou um 4º. Mas a justificativa dos ficais ficou ridícula, ao afirmarem que não foi pela ultrapassagem que Lando teria sido punido, mas por ter extrapolado o limite da pista já algumas vezes. Desnecessário dizer que isso causou uma grande bafafá entre fãs, times e imprensa, uma vez que a punição só foi anunciada nas poucas voltas finais, de modo que Norris não teve tempo hábil para tentar abrir vantagem e escapar de perder a posição. E faltou menos de 1s para ele se manter em 3º, tendo ficado classificado 0s904 atrás do piloto da Red Bull com a punição. Verstappen, claro, deu de ombros, chamando o rival e seu time de chorões, e de ficarem reclamando demais.
Não há como negar que essa regra dos limites de pista é uma das pragas que empesteiam a F-1 atualmente, e tem prejudicado muitos duelos entre os pilotos. E por mais que
a justificativa apresentada pela FIA tenha sido bem embasada, houve críticas a respeito de outros pilotos que poderiam ter sido punidos durante a prova, e não o foram, tendo “pego” Norris por se tratar
de um postulante ao título, e com várias insinuações de que a entidade que comanda o automobilismo mundial estaria sendo tendenciosa na aplicação das regras, sendo até meio
conivente com Verstappen em alguns momentos. E a F-1 não precisa deste tipo de polêmica a mais para deixar os bastidores pegando fogo.
Mas o importante é que Verstappen tem agora 57 pontos de vantagem na liderança, e pior, apenas 5 corridas e 2 sprints pela frente. Norris já tinha a necessidade de algo anormal ocorrer com o holandês para poder de fato entrar firme na briga pelo título, além de seguir vencendo. Tanto que, jogando no seguro, diante do tempo exíguo de treinos livres da prova de Austin, a McLaren postergou para este fim de semana, no México, a implantação das atualizações no carro. Mas a Red Bull trouxe suas correções, e colheu seus lucros, complicando a situação de Norris, que precisa virar o jogo com ainda mais ênfase do que antes. Por isso mesmo, a esperança de que as novidades trazidas pelo time de Woking coloquem a McLaren de novo na posição dominante que se viu na maioria das provas após Miami. Porém, mesmo que tenham êxito, a necessidade de tirar ainda mais pontos de Max por GP dificulta a tentativa de virada.
E ainda temos mais um problema: a Ferrari surpreendeu nos Estados Unidos, fazendo uma dobradinha sólida no GP, e ainda por cima, com o mesmo carro de Singapura. Ou seja, o time italiano também não trouxe suas novidades para a parte final da competição, o que deve ser feito também na Cidade do México. E a Ferrari chegando para a briga é uma péssima notícia para Norris, que precisava vencer para maximizar seus resultados, e poderá ter de brigar com a dupla ferrarista pelos triunfos, se as atualizações também deixarem o time de Maranello em condições de brigar pelas vitórias. E não esperem um clima amistoso: a Ferrari também está visando o campeonato de construtores, uma vez que com a dobradinha no Circuito das Américas, o time italiano está apenas 46 pontos atrás da McLaren, a líder da competição, e apenas 6 atrás da Red Bull. Uma diferença que tem tudo para fazer a briga pegar fogo nestas corridas finais de 2024.
O ponto negativo, é claro, é fazer a McLaren perder a primazia da luta contra a Red Bull, que dependendo da situação, tem mais a perder do que a ganhar com a chegada de mais um time para a briga. Afinal, em Austin, foi a Ferrari a fazer uma dobradinha. E se o panorama se mantiver aqui no México? E nas demais provas restantes? Nessa briga, não apenas a McLaren perde força para tentar o título de pilotos, como pode até se ver em risco de perder o campeonato de construtores. Para a Red Bull, a escolha já foi feita: é o título de Max Verstappen, e nada mais. Embora o título de construtores seja o mais importante por estabelecer a premiação às escuderias, que ajuda a pagar as contas, é o título de pilotos que dá mais prestígio. Basta ver que o pessoal sempre procura pelo piloto que foi campeão, e no máximo, vê por qual time ele correu, mas pouca gente dá atenção em quem foi o time campeão de construtores, que em algumas ocasiões não foi o time que venceu o campeonato de pilotos. Em 1986, Alain Prost foi campeão com a McLaren, mas foi a Williams a campeã de construtores, por exemplo.
Depois de ficar devendo em Singapura, a Ferrari se redimiu e fez uma bela dobradinha nos Estados Unidos.
E é o que veremos agora. A Red Bull já vê a possibilidade de ser apenas o 3º time no Mundial de Construtores, mas se Verstappen levar o tetracampeonato, está
valendo. E ponto final. Uma premiação menor não vai abalar tanto assim as finanças do time dos energéticos como se imagina. Mas nada ainda é garantido, portanto, comemorar antes da
hora, nem pensar. E olhe que Verstappen já teve seu susto hoje na Cidade do México, quando teve problemas no motor que abreviaram sua participação no primeiro treino livre, e depois ainda o deixou
completamente sem condições de marcar tempo no segundo treino livre. Isso já serviu para tirar o sono do time dos energéticos, que precisa verificar o que está havendo, e encontrar uma solução,
pois pode ser aí justamente a chance que Norris precisa para neutralizar de forma efetiva parte da vantagem de pontos do tricampeão na classificação. O panorama ideal seria que Max ficasse zerado,
e Norris conseguisse vencer a corrida. E mesmo assim, Verstappen ainda teria 32 pontos para manter nas últimas quatro provas. A tarefa continuaria difícil, e há outro detalhe que também não
pode ser esquecido: e se Norris tiver algum azar, seja mecânico, ou de circunstância de corrida, e ele ficar sem conseguir marcar pontos? Poderia ser o fim antecipado do campeonato praticamente. A ordem é
arriscar, mas com toda a cautela possível, ainda mais se for numa dividida de posição contra o próprio holandês, que já mostrou em Austin que vai usar de todas as manobras possíveis
para defender sua posição, e se ambos acabarem colidindo na manobra, é claro que Max perde muito menos do que Lando.
Mais do que a Red Bull, é Max Verstappen quem vem segurando a liderança do campeonato até aqui, conseguindo não apenas equilibrar a disputa, como até trazendo-a para seu lado, aproveitando como poucos as circunstâncias nas corridas, enquanto o principal rival bateu cabeça em vários momentos, perdendo chances de se tornar uma ameaça muito mais efetiva na luta pelo título. Mas a disputa segue aberta, e não foi por ter dado a melhor em Austin que Max e o time dos energéticos podem baixar a guarda. Com este fim de semana, ainda temos 5 corridas pela frente, e mais duas provas sprints. É uma pontuação expressiva, e que não pode ser menosprezada. O “game over” possivelmente dado em Norris e na McLaren no Texas é importante, mas não garante que a luta será menos tensa nestas corridas que restam. E poderemos ter muitas emoções aqui no México para apimentar ainda mais esta disputa, com até mais gente potencialmente entrando na briga, e ajudando a complicar ainda mais a contenda.
Vejamos quem chegará a São Paulo semana que vem com as melhores cartas na competição...
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Fernando Alonso chega à incrível marca de 400 GPs disputados aqui no México. O asturiano é considerado um dos melhores pilotos do grid, apesar de ser o mais velho de todos, mas já demonstrou no ano passado, quando teve um bom carro, que ainda pode surpreender e dar show, tendo obtido inúmeros pódios e brilhando em várias etapas, só não vencendo mesmo diante da hegemonia da Red Bull e de Max Verstappen. Infelizmente a Aston Martin decaiu muito este ano, de modo que os resultados também caíram bastante. E fica a dúvida se Alonso ainda estará firme no time em 2026 quando a escuderia terá seu primeiro carro projetado por Adrian Newey, be como iniciar sua nova parceria com a Honda.
Fernando Alonso: bicampeão atinge a incrível marca de 400 corridas de F-1 disputadas neste domingo na Cidade do México.
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Ávido por uma chance de ser considerado para o time principal da Red Bull, Yuki Tsunoda apelou para a Honda para conseguir uma oportunidade de guiar o carro da escuderia e se mostrar uma opção mais viável que Sergio Perez na próxima temporada. A montadora japonesa, que apóia Tsunoda, inclusive se movimentou nesse sentido, para dar ao piloto essa chance. Yuki se tornou o líder da Visa RB na pista nos últimos dois anos, tendo conseguido oferecer as melhores performances do time em corrida, se comparado ao que Nyck De Vries e até mesmo Daniel Ricciardo conseguiram mostrar. Mas a imagem do japonês sofreu um bom abalo na etapa de Austin diante do desempenho de Liam Lawson, que largou lá no fundo do grid por ter tido troca de motor de seu carro, e deixou Tsunoda a ver navios ao fim da corrida, chegando em 9º lugar e marcando seus primeiros pontos no ano logo de cara, enquanto Yuki foi apenas o 14º colocado. Dependendo do que Lawson mostrar na etapa do México, poderemos confirmar com mais exatidão que a boa imagem de Tsunoda como piloto foi influenciada mais pela baixa performance de seus companheiros de time do que por suas próprias capacidades exatamente. E isso pode deixar o piloto ser passado para trás por Lawson. E ele já ficou meio contrariado de ter sido superado pelo neozelandês no Circuito das Américas ao final da corrida, ainda mais por ele ter vindo lá de trás, saindo em 19º çugar, enquanto Yuki fez uma excelente classificação e largou em 10º. Seja como for, o nipônico ficou mesmo “mordido”, e já saiu querendo impressionar no primeiro treino livre no Autódromo Hermanos Rodriguez, onde marcou o 4º melhor tempo, enquanto Lawson foi o 9º, mas a diferença entre ambos foi de apenas 0s254. Mas como será a corrida? Um novo revés pode fazer o japonês perder um pouco a esportiva, o que já aconteceu em algumas ocasiões, e sempre foi um dos motivos para a Red Bull não considerá-lo para defender o time principal.
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Obedecendo ao regulamento que prevê pelo menos duas oportunidades para pilotos de teste/reservas e/ ou novatos andarem nos treinos livres da temporada, tivemos alguns nomes diferentes no primeiro treino livre na Cidade do México. Pela McLaren, Patricio O’Ward, que além de ser piloto da escuderia na Indycar, é também mexicano, e disputa com Sergio Perez a primazia da torcida local. Na Mercedes, Andrea Kimmi Antonelli assumiu o carro de Lewis Hamilton. E na Aston Martin, Felipe Drugovich ocupou o carro de Fernando Alonso. Robert Shwartzman entrou na pista pela Sauber, enquanto Oliver Bearman voltou a pilotar uma Ferrari. Antonelli já tem destino garantido na F-1 em 2025, tendo sido anunciado no lugar do heptacampeão no time da Mercedes, uma vez que Lewis irá defender a Ferrari no próximo ano. E Oliver Bearman defenderá o time da Haas no próximo ano. O’Ward ainda alimenta alguns sonhos de defender o time de Woking na F-1, mas no momento está concentrado na Indycar. Já Drugovich, melhor pular fora do time de Silverstone, que tem muitas pretensões, mas nenhuma dela levando o brasileiro em consideração como titular no grid. E o treino do brasileiro, convenhamos, não foi grande coisa, uma vez que o time perdeu muito tempo mexendo no carro nos boxes, deixando Felipe com muito pouco tempo para mostrar alguma coisa, o que o deixou apenas em 18º lugar no treino, menos de 0s3 atrás de Lance Stroll, que foi apenas o 16º. Dos novatos, quem deu mais azar foi Bearman, que acabou abalroado por Alexander Albon, quando o piloto da Williams perdeu o controle do carro atrás da Ferrari e o atingiu, deixando vários estragos no carro que seria usado depois no segundoi treino livre por Charles LeClerc.
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Aliás, a Aston Martin resolveu encerrar o desenvolvimento do carro para esta temporada. O time vai se concentrar apenas no carro de 2025, e com uma situação meio cômoda na tabela de construtores, o time não vê motivos para gastar em atualizações uma vez que não tem chances de alcançar a Mercedes, mas ao mesmo tempo não se vê ameaçada pelos times que estão atrás na classificação, que no atual momento é ocupado pela Haas. Isso infelizmente não ajudou muito na participação de Drugovich neste primeiro treino livre, onde ele conseguiu dar apenas poucas voltas, e sem conseguir fazer um tempo muito auspicioso, em que pese ter ficado com uma diferença pequena para Lance Stroll, apesar do pouco tempo de pista que o brasileiro teve. Seria interessante vê-lo na pista em São Paulo, semana que vem, mas como é um fim de semana com corrida sprint, nenhum time vai querer perder seu único treino livre colocando um reserva ou novato na pista, a não ser que isso seja absolutamente necessário.
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A MotoGP chegou à Tailândia para a antepenúltima prova da temporada. O palco é o Circuito de Buriran, com seus 4,55 Km de extensão, com um total de 12 curvas, sendo sete para a direita e cinco para a esquerda, com uma largura média de 12 metros. A corrida sprint terá 13 voltas, enquanto a prova principal terá 26. A disputa entra na reta final, e Jorge Martin, da equipe Pramac, conseguiu ampliar novamente sua vantagem na classificação na prova da Austrália contra “Pecco” Bagnaia, da Ducati oficial de fábrica, e atual bicampeão da classe rainha do motociclismo, que não conseguiu reverter a desvantagem em Phillip Island como pretendia, e agora está 20 pontos atrás do espanhol. Mais do que partir para o ataque, Bagnaia passará a precisar de erros por parte de Martin se quiser virar a situação, e tudo segue imprevisível. Logo atrás da dupla de postulantes ao título, temos também outro duelo acirrado, entre Marc Márquez, da Gresini, e Enea Bastianini, do time oficial da Ducati, com ambos separados por 14 pontos. De saída da Ducati, Bastianini quer evitar ser superado pela “Formiga Atômica”, que além de correr por um time satélite, ainda disputa com a moto de 2023, contra o piloto que possui a moto de 2024, mais competitiva. A corrida sprint, neste sábado, tem largada para às 05:00 Hrs, mesmo horário em que começará a corrida no domingo, ambas com transmissão ao vivo pela ESPN4, e pelo serviço de streaming Disney+. A hora da verdade se aproxima, e depois da Tailândia a MotoGP ainda terá as provas da Malásia, em Sepang, e o encerramento na pista de Valência, na Espanha, com o GP da Comunidade Valenciana.
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