quarta-feira, 7 de agosto de 2024

FLYING LAPS – JULHO DE 2024

            Já chegamos ao mês de agosto, de modo que o primeiro mês do segundo semestre de 2024 já se foi, e seguimos firme na segunda metade do ano, assim como vários campeonatos do mundo da velocidade, com várias disputas entre os seus pilotos e times. E, todo início de mês é hora de mais uma edição da Flying Laps, recapitulando alguns dos acontecimentos deste último mês, com menção à Indycar, MotoGP, e também à Formula-E, com comentários rápidos a respeito dos tópicos, como de costume. Uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps, no início de setembro, com um relato de alguns dos acontecimentos deste mês de agosto, seguindo adiante pelo segundo semestre de 2024...

Fim de temporada da Formula-E, e as primeiras mudanças de equipes já começam a ser anunciadas para a próxima temporada. Na DS Penske, Stoffel Vandoorne deixa o time, e já foi confirmado na Maserati, no lugar de Maximilian Gunther, que deixou a escuderia, e deve assumir justamente a vaga do belga no time de Jay Penske. A Maserati, aliás, trocará toda a sua dupla de pilotos, recebendo Jake Hughes, que já foi dispensado pela McLaren, para o lugar de Jehan Daruvala, que definitivamente não rendeu o que a escuderia esperava. A McLaren, por sua vez, tem apenas Sam Bird confirmado para o próximo campeonato, e deve confirmar a presença de Taylor Barnard como titular a qualquer momento. Barnard mostrou bom desempenho nas etapas em que precisou substituir Bird, quando este lesionou o pulso em Monte Carlo, e ficou afastado em algumas etapas. Na ABT, Nico Muller já deixou o time, e seu destino deve ser a Andretti, para formar parceria com Jake Dennis, já que Norman Nato não teve um desempenho muito satisfatório na escuderia de Michael Andretti. A ABT, por sua vez, confirmou que Lucas Di Grassi segue no time para o próximo ano, e ainda busca um piloto para ser o colega do brasileiro na equipe. Porsche e Jaguar mantém suas atuais duplas titulares para mais um campeonato. Na Nissan, Oliver Rowland segue firme, enquanto Sacha Fenestraz está na balança, depois de uma temporada onde ficou muito a dever. A Envision, por enquanto, não se pronunciou sobre a permanência de seus pilotos atuais, enquanto na Mahindra tudo deve seguir igual. E temos a ERT, que até prova em contrário, deve seguir com seus atuais pilotos, se eles não acharem lugares melhores para correr, depois do calvário que foi o ano de 2024.

 

 

A ERT, aliás, continua em sua busca por um novo fornecedor de trem de força, já que o propulsor usado pelo time nestas últimas temporadas já demonstrou ser um dos mais ineficientes do grid, e sem ter perspectivas de evolução frente aos concorrentes, diante da falta de recursos da escuderia. Uma das opções talvez seja o uso do trem de força da Mahindra, que acabou de perder seu time cliente ABT para a Lola/Yamaha, que chega à categoria estreando já na próxima temporada. O time indiano centrou esforços em melhorar seu trem de força estabelecendo uma parceria tecnológica com a Mercedes, que já competiu no certame de carros elétricos recentemente, e promete vir bem mais forte para o próximo ano, e possuir um time cliente traria vantagem na obtenção de dados para aprimoração do propulsor. É a cartada decisiva para o time chinês tentar manter sua dupla de pilotos, que só não foram capazes de obter melhores resultados em 2024 diante da falta de competitividade do equipamento. Do contrário, tanto Dan Ticktum quando Sergio Sette Câmara terão como prioridade achar lugares mais confiáveis para a próxima temporada em outro time do que permanecerem onde estiveram nestes dois últimos anos.

 

 

Na MotoGP, Yamaha e Honda confirmaram a permanência de suas duplas atuais para a próxima temporada. No time dos três diapasões, Fabio Quartararo segue firme no time, após ter sua permanência colocada em dúvida diante das dificuldades da equipe nipônica em se recuperar na competição. O francês, contudo, viu esperanças no trabalho que vem sendo desenvolvido pela Yamaha, e resolveu confiar na melhora, e isso também foi fundamental para Álex Rins renovar com a escuderia, mantendo a dupla do time de fábrica até 2026. Na Honda, Luca Marini já tem contrato renovado até o fim de 2025, mas a dúvida era se Joan Mir aceitaria seguir com a equipe, tendo até cogitado pendurar o capacete. Mas, ao que parece, as discordâncias entre piloto de escuderia foram solucionadas, de modo que o campeão de 2020 ficará na equipe da asa dourada até 2026. Serão dias difíceis para as duas escuderias, que dividiram as glórias na década passada na classe rainha do motociclismo, mas no presente momento ocupam a rabeira do grid na competição, com a Yamaha demonstrando um pouco mais de performance do que a Honda, mas com ambas fazendo apenas figuração no campeonato, enquanto Ducati, Aprilia, e KTM concentram as atenções e os melhores resultados. Ambas as marcas estão trabalhando duro, tentando reverter o momento ruim em que se encontram, e uma das necessidades é ouvirem seus pilotos no que tange às necessidades do equipamento e o que ele tem apresentado. Já falei várias vezes o quanto a Honda agiu de forma negligente ao ignorar os apelos de seus pilotos para melhorar o comportamento instável de sua moto, uma vez que Marc Márquez seguia vencendo corridas e o campeonato, mas chegou uma hora onde até mesmo o hexacampeão não conseguiu mais dar conta, e a queda foi grande. Na Yamaha, Valentino Rossi, apesar dos resultados oscilantes, já chamava atenção para vários detalhes deficientes no equiapemtno, mas o título de Quartararo em 2021 fez a marca nipônica superestimar sua capacidade de resolver os problemas. O ano de 2024 já está perdido para ambos os times, e agora é esperar para ver se em 2025 as coisas serão mais positivas. No caso da Yamaha, o trunfo será contar novamente com um time satélite, o que irá melhorar as possibilidades de coleta de dados e de desenvolvimento conjunto do equipamento, no caso, com a Pramac, que está deixando a Ducati para usar as motos do time dos três diapasões.

 

 

Na Indycar, Colton Herta finalmente desencatou na temporada 2024. O piloto da Andretti, que já amargava mais de dois anos de jejum sem vencer, conseguiu encerrar a fase ruim ao triunfar na etapa de Toronto, única corrida da categoria fora dos Estados Unidos. Herta largou na pole-position, e ao contrário de outros momentos recentes onde o piloto conseguiu partir na frente, desta vez nada atrapalhou a performance de Colton, que conseguiu dominar a corrida e finalmente vencer, garantindo ao time de Michael Andretti uma dobradinha com Kyle Kirkwood na 2ª posição, após fazer também uma corrida bem sólida, tendo largado na primeira fila ao lado do companheiro de time. Scott Dixon, da Ganassi, completou o pódio, depois de fazer uma grande corrida, tendo partido da 15ª posição, e conseguido escapar de todos os problemas ao longo da prova, feito que também foi alcançado por seu companheiro na Ganassi Álex Palou, que largou apenas em 18º, e também teve uma excelente performance, para terminar em 4º, e ampliar ainda mais sua liderança no campeonato, agora com 49 pontos para o vice-líder, Will Power, que teve uma corrida mais complicada, e foi apenas o 12º colocado, em decorrência de uma punição por acidente com seu próprio colega de Penske Scott McLaughlin, que acabou abandonando a corrida devido ao acidente. A Ganassi, aliás, teve mais um bom resultado, com Marcus Armstrong fechando o TOP-5 da prova, em mais um bom desempenho do piloto. Em compensação, a Penske não teve um bom dia em Toronto: Josef Newgarden terminou em 11º, e Power, por sua vez, comprometeu um bom resultado ao se enroscar com McLaughlin e acabar sendo punido por isso.

 

 

O GP de Toronto, aliás, foi palco novamente de um grande acidente na edição deste ano. A corrida precisou ser paralisada na volta 73, após um acidente assustador que envolveu múltiplos carros logo na primeira curva do circuito, quando Patricio O’Ward, da McLaren, rodou sozinho, acertando o muro externo da curva, e sendo em seguida atingido por Marcus Ericsson, da Andretti, o que desencadeou uma sequência de batidas entre pilotos que vinham atrás. Rinus VeeKay e Graham Rahal até conseguiram evitar de baterem, mas Pietro Fittipaldi não conseguiu desviar, e depois, Santino Ferrucci acertou a McLaren, atingindo a grade de ptoeção, e chegando a capotar com seu bólido, indo parar logo adiante, ficando de cabeça para baixo. E não ficou só nisso: Nolan Siegel também bateu no carro do colega de equipe, que ficou bem no meio da pista, e logo em seguida, foi a vez de Toby Sowery também bater por ali, felizmente de maneira mais leve. Os pilotos reclamaram que a direção de prova não acionou nenhuma sinalização de acidente, sendo que tudo ocorreu muito rápido no local, complicando a situação da direção de prova, que precisava ter reagido melhor à situação. Felizmente, apesar do enorme susto, todos os pilotos estavam bem. No ano passado, Toronto também teve um forte acidente, mas que ocorreu no mesmo local, logo após a largada, quando vários pilotos se enroscaram ao tentar fazer a curva, com vários competidores batendo seus carros, e gerando também a interrupção da corrida. Após tudo ser normalizado, a prova foi reiniciada, felizmente sem percalços adicionais.

 

 

Foi a segunda corrida consecutiva da Indycar onde tivemos um forte acidente. Na etapa anterior, na rodada dupla em Iowa, circuito oval, alguns pilotos bateram forte no encerramento da segunda corrida, que havia sido vencida por Will Power, da Penske. Na última volta, Alexander Rossi, da McLaren, surgiu lento na reta, o que pegou Sting Ray Robb, da Foyt, de surpresa, com o piloto não conseguindo desviar e atingindo o carro de Rossi, sendo catapultado. Logo atrás, Kyle Kirkwood e Ed Carpenter, tentando evitar de atingir os colegas, também se enroscaram, batendo. Felizmente, ninguém se machucou também, ainda que Robb tenha sido levado para o hospital, e liberado em seguida, sem nenhum ferimento.

 

 

A Penske, aliás, faturou alto em Iowa, vencendo as duas provas no pequeno circuito oval. Scott McLaughlin venceu a primeira corrida, e ainda teve Josef Newgarden terminando na 3ª posição. Já na segunda prova, o triunfo foi de Will Power, com McLaughlin em 3º. Power, entretanto, teve um fim de semana de altos e baixos: se venceu a segunda corrida, ele foi apenas o 18º colocado na primeira prova. Já Newgarden terminou a segunda corrida em 7º lugar. Mesmo assim, muito melhor do que o time de Roger Penske conseguiria na etapa seguinte, em Toronto. Power ainda é o vice-líder do campeonato, a 49 pontos atrás de Álex Palou, que segue firme rumo ao tricampeonato, com cinco corrida ainda para fechar a temporada. Uma vez que as corridas agora são em pistas ovais, à exceção de Portland, Power confia no pior retrospecto do espanhol da Ganassi neste tipo de circuito para tentar tirar a diferença.

 

 

Will Power é a única esperança da Penske de lutar pelo título. Scott McLaughlin está 83 pontos atrás de Álex Palou, uma desvantagem que muitos consideram insuperável diante do neozelandês não ter a mesma constância do piloto da Ganassi, dificultando as chances de uma reação. E Josef Newgarden está pior ainda, 145 pontos atrás de Palou, sem chance alguma de tentar o tricampeonato, que parece cada vez mais próximo do espanhol. Mas Power também precisa manter o controle, e evitar momentos como o de Toronto, onde acabou atingindo o próprio companheiro de Penske McLaughlin numa dividida de curva, e isso, além de acabar com a corrida de Scott, acarretou uma punição ao australiano, que despencou para a 12ª posição, perdendo pontos preciosos que poderiam deixa-lo mais próximo de Palou. Da mesma maneira, Power também teve problemas na primeira corrida de Iowa por motivos semelhantes, o que também o deixou em desvantagem, terminando apenas em 18º, perdendo uma boa chance de se aproximar do rival da Ganassi.

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