quarta-feira, 30 de novembro de 2022

COTAÇAO AUTOMOBILÍSTICA - NOVEMBRO DE 2022


E já estamos chegando ao fim do mês de novembro, onde vários campeonatos encerraram suas competições deste ano, como a F-1, e a MotoGP, entre outros certames Hora então de mais uma edição da Cotação Automobilística, com uma pequena avaliação de alguns dos vários acontecimentos e personagens do mundo da alta velocidade neste último mês, com alguns comentários, no velho esquema de sempre: Em Alta (menções no quadro verde); Na Mesma (quadro azul); e Em Baixa (quadro laranja). Portanto, aproveitem o texto e tenham todos uma boa leitura, sendo que a próxima edição da Cotação Automobilística agora será apenas no mês de fevereiro do ano que vem, dando uma pequena pausa com o encerramento da imensa maioria das competições e disputas deste ano no mundo da velocidade, sendo mais do que necessário um pequeno descanso depois de toda a correria de 2022. Então, nos vemos em 2023, e cuidem-se até lá...

 

EM ALTA:

 

Max Verstappen: Não há muito mais o que se possa falar da temporada deste ano de Max Verstappen. Com um carro que se revelou o melhor da temporada, o holandês deitou e rolou, superando os adversários com um pé nas costas, e arrebatando um novo recorde de vitórias por temporada ao fechar o ano com 15 vitórias, a última delas na pista de Abu Dhabi. Max só poderia ter encerrado o ano com uma imagem melhor, depois do desgaste desnecessário vivenciado em Interlagos, onde se deu mal na dividida de curva com Lewis Hamilton, e depois ainda se mostrou arrogante e prepotente ao recusar ajudar seu companheiro de time Sergio Pérez na luta pelo vice-campeonato, o que motivou várias críticas a seu comportamento, pelo fato de já ser campeão da temporada, mesmo que o resultado, como se viu depois da corrida em Yas Marina, acabasse sendo insuficiente para o mexicano levar o vice-título de pilotos. Mesmo assim, tivesse cedido a posição a Perez em Interlagos, ele ganharia muito em sua imagem, ao invés de lembrar a todos sua postura questionável como pessoa, que parecia esquecida depois dos títulos conquistados nestes dois anos. Mas, independente disso, ele é o homem a ser batido para 2023, e Pérez que veja que não pode esperar gratidão de sua escuderia depois do que vivenciou no Brasil, pois o holandês deixou claro que não ajudará ninguém na pista. E ele não está nem aí com que o pessoal pensa dele a respeito disso. Seu negócio é acelerar, e nada mais. Os rivais que tratem de se preparar e baixem a bola dele na pista, se tiverem carros, e condições para tanto no próximo ano...

 

George Russell: O piloto inglês certamente fez uma temporada de grande destaque em sua estréia como titular da equipe Mercedes, inclusive com uma performance elogiosa no Brasil, onde conseguiu tanto vencer a corrida Sprint quanto a corrida principal, e com isso, evitar que o time alemão passasse o ano sem vencer nenhuma prova. Russell, apesar dos problemas enfrentados por Lewis Hamilton, em especial na primeira metade da temporada, quando o carro apresentava maiores problemas de desempenho, soube apresentar desempenhos sólidos e superar o heptacampeão em várias oportunidades, aproveitando de sua experiência recente com carros complicados quando defendeu a Williams, o carro mais fraco do grid, sobressaindo-se. Se a Mercedes voltar a disputar vitórias e o título em 2023, certamente George será um dos grandes favoritos na luta pelo título, e precisará mostrar que estará à altura de confrontar Lewis Hamilton na pista quando a disputa for pelo campeonato. Russell já mostrou que pode ser um rival duro contra os rivais na briga por posições, como fez este ano em diversos momentos, e assim que tiver um carro mais eficiente, deverá ser um oponente feroz na pista. A própria Mercedes não esconde que ele é o futuro da equipe, e certamente será campeão mundial em breve, se o time lhe der condições para isso. Fiquem de olho nele!

 

Disputa pelo título da Stock Car Brasil: Faltando apenas a etapa final da competição, a ser disputada dia 11 de dezembro, em Interlagos, a Stock Car chega à sua reta final com quatro pilotos brigando pelo título da competição, depois dos resultados atualizados e descartes dos piores resultados do ano computados. Rubens Barrichello é o líder do campeonato, com 298 pontos, tendo Daniel Serra na vice-liderança, com 290 pontos. Gabriel Casagrande, o atual campeão, tem 288 pontos, na 3ª posição, e o último candidato na briga, Mathias Rossi, tem 268 pontos, praticamente no limite a pontuação, precisando de um milagre para chegar ao título, que consistiria em vencer a prova final, e torcer para que nenhum dos outros postulantes marque pontos, simplesmente. Não é pouca coisa uma categoria chegar para a disputa de sua última corrida com tantos pilotos ainda em condição de lutar pelo título, o que mostra que a competitividade da principal categoria automobilística do Brasil segue firme e forte, com uma longevidade de fazer inveja a muitas outras categorias de competição pelo mundo fora. E todos os pilotos que chegaram a essa chance na etapa final fizeram por merecer, superando os demais pilotos do grid. A disputa deve pegar fogo no circuito paulistano em dezembro, e o público certamente vai acompanhar em peso essa briga na pista.

 

Francesco Bagnaia campeão da MotoGP 2022: E a Ducati saiu da fila na classe rainha do motociclismo mundial. Francesco Bagnaia chegou para a etapa final, na pista de Valência, quase com as duas mãos na taça, e só um milagre poderia inverter a situação e levar Fabio Quartararo a conquistar o bicampeonato. O piloto da Yamaha precisava vencer e torcer para um abandono do piloto da Ducati, que teve uma atuação irrepreensível na segunda metade da temporada e explorou como ninguém o potencial da Desmosédici GP-22. Mesmo assim, não dava para comemorar por antecipação, até porque já tínhamos visto na temporada vários abandonos, e a sorte de um e de outro poderia virar totalmente no momento derradeiro da competição. Mas Bagnaia, ciente de sua vantagem, correu com cautela, evitando se expor a confusões na prova no Circuito Ricardo Tormo, procurando chegar ao final, e correr para levantar a taça de campeão. Mas isso só depois de um toque com Quartararo no início da corrida, que o lembrou de não exagerar na dose. O toque entre ambos, aliás, resultou em alguns danos na moto do italiano, que foi perdendo rendimento conforme a prova se aproximava do final, até cruzar a linha de chegada em 9º lugar, posição mais do que suficiente para conquistar o título, até porque Quartararo, partindo para o ataque, não conseguiu ir além da 4ª colocação, posição que, independente da chegada de Francesco, já o impossibilitava de ser bicampeão. Ninguém pode duvidar do mérito de “Peco”, que a despeito de seu equipamento, o melhor da temporada, ele fez valer esse potencial, com nada menos do que sete vitórias no ano. A conquista só não veio antes devido às quedas do italiano durante o ano, o que ajudou a dar mais drama e expectativa de que a Yamaha ainda pudesse levar o título, a exemplo do ocorrido em 2021. Mas, dessa vez, não deu, e os rivais que se preparem para desafiar Bagnaia em 2023, quando certamente irá buscar o bicampeonato...

 

Ducati incontestável na MotoGP 2022: Não foi apenas a conquista de pilotos com Francesco Bagnaia que marcou o ano na classe rainha do motociclismo. A Ducati, que até hoje só tinha conquistado um título de pilotos, com Casey Stoner, em 2007, já vinha confirmando sua fama de melhor equipamento do grid, onde foi campeã do campeonato de construtores nas últimas duas temporadas, em 2020, e 2021. Mas o título de pilotos vinha escapando da marca de Borgo Panigale, indo parar nas mãos de rivais que, apesar de não terem um equipamento tão competitivo, souberam explorar as corridas com mais competência e sorte do que o time italiano. Mas, este ano, não deu para ninguém, com o time de fábrica vencendo nada menos que oito corridas, e ainda vendo seu time satélite, a Gresini, faturar mais 4 provas para a marca italiana, e ainda assim correndo com a moto do ano passado, mostrando como sua moto ainda era competitiva, no duelo contra marcas rivais. Tanto que, na classificação final da temporada, no TOP-3, dois pilotos, o campeão, e o terceiro colocado, eram pilotos da Ducati, time oficial e time satélite, com Enea Bastianini a fazer um aproveitamento impecável de sua moto satélite na Gresini, chegando até mesmo a disputar o título em parte da competição, chegando até mesmo a ameaçar Fabio Quartararo na classificação. A marca italiana fechou o ano com 448 pontos, frente a 256 pontos da Yamaha, que ficou com o vice-campeonato de construtores, e por pouco não perdendo essa posição para a Aprilia, que fez uma temporada impressionante, terminando em 3º, com 248 pontos. E, desde já, a Ducati pretende manter o seu domínio na próxima temporada, contando não só com um time de fábrica ainda mais forte, como mantendo-se como a maioria das motos do grid, em comparação com os rivais.

 

 

 

NA MESMA:

 

Pietro Fittipaldi na Haas: O piloto brasileiro sempre ganha elogios do direção do time de Gene Haas toda vez (e são poucas) que pega o carro da escuderia e participa de um treino. Segundo eles, seu feedback e sensibilidade são muito úteis para o desenvolvimento do bólido. Mas, também é só isso, e nada mais. Com a escuderia dispensando Mick Schumacher, quem ela colocou no lugar do alemão: outro alemão, Nico Hulkenberg, que não é piloto titular há praticamente três temporadas, e fica novamente deixando o brasileiro na saudade no time, cumprindo a eterna função de piloto reserva e de desenvolvimento. Pietro parece que já se deu conta de que não irá mais longe por ali, e até fala em buscar alternativas, mas esbarra sempre na questão essencial: patrocínio. Mesmo para competir na Indycar, um certame de custos bem acessível, se comparado com outros campeonatos de renome, Pietro diz não ter conseguido arrumar fundos suficientes para assinar um contrato para disputar toda a temporada da competição, de modo que seu cartaz parece não ser lá estas coisas. Enquanto isso, Felipe Drugovich, e até mesmo Enzo, irmão mais novo de Pietro, tem conseguido apoios e apesar dos pesares, seguem firmes com seus planejamentos para 2023. Pelo visto, a Haas vai acabar sendo o caixão da carreira do piloto brasileiro no automobilismo, sem conseguir fazer mais nada de relevante no mundo da velocidade...

 

Fernando Alonso: A situação do asturiano em 2022 foi de altos e baixos na temporada, com o piloto apresentando grandes performances com o carro da Alpine, mas tendo enfrentado muitos abandonos e azares alheios a seu controle, que o fizeram terminar o ano atrás do companheiro de equipe, sem conseguir apresentar os resultados merecidos de seu esforço durante o ano. Alonso chegou até a se indispor com Esteban Ocón, depois que ambos se estranharam em Interlagos, algo que estava demorando para acontecer, levando-se o histórico do bicampeão em sua longa carreira na F-1, chegando até a tecer críticas mais agressivas ao time e a Ocón. E no encerramento da temporada, em Yas Marina, novamente Alonso acabou ficando pelo caminho, enquanto Esteban foi até a bandeirada final. As constantes quebras em cerca de um terço da temporada quase fizeram o espanhol lembrar de sua fracassada passagem pela McLaren recentemente, com a diferença de que no time francês houve um potencial que não se traduziu nos resultados esperados. De qualquer forma, a passagem de Fernando pela Alpine foi positiva, ainda mais para um piloto que voltava à F-1 depois de dois anos afastado, e que mostrou estar ainda em plena forma, e que agora tentará mostrar do que é capaz na Aston Martin, chegando a mencionar que pode até disputar o título no próximo ano, um exagero, obviamente, mas já alfinetando o ex-time, em relação a dizer que a equipe francesa não evoluiu como deveria no ano. Veremos o bicampeão por pelo menos mais dois anos em sua nova casa, e quem sabe, ele continue a mostrar a velha forma, e até possa voltar ao pódio, e às vitórias, quem sabe?

 

Equipe Mercedes na F-1: O time alemão conseguiu evitar de passar o ano sem ter nenhuma vitória, obtendo um triunfo válido na pista de Interlagos, e até sonhando com um vice-campeonato de construtores, mas o panorama em Abu Dhabi reforçou que o time multicampeão da última década só melhorou devido a erros e azares dos principais rivais, em particular da Ferrari, que se perdeu em várias etapas e correu até mesmo o risco de ficar atrás do time de Brackley. Mas, quando as coisas correm conforme o esperado, a posição da Mercedes no ano foi mesmo o de 3º força. Em outras épocas, onde a fiabilidade e a previsibilidade das corridas era menor do que nos dias atuais, isso até poderia ser contornado, e quem sabe, a Mercedes de fato chegasse a vencer corridas e até disputar o título, mas com as regras atuais priorizando a fiabilidade com medidas por vezes draconianas, a performance dos carros ficou mais previsível, e as quebras que ajudavam a embolar a competição praticamente não ocorrem mais como poderiam. Daí, uma temporada que, por um lado, não foi de todo ruim, afinal, ficaram em 3º lugar entre 10 equipes. Mas, por outro lado, não tiveram como vencer efetivamente corridas, salvo o Brasil, e muito menos discutir o título. A equipe alemã ainda afirmou que não conseguiu entender totalmente seu modelo W13, o que pode significar menos compreensão para evitar os mesmos erros no projeto de 2023, um problema potencial que pode comprometer, ou não, a recuperação do time como protagonista da luta pelo título. Então, a Mercedes termina 2022 da mesma maneira como começou, com muitos problemas a serem resolvidos e solucionados, onde dependerá o desempenho da escuderia no próximo ano. Será que conseguirão realmente debelar todos os seus problemas?

 

Evolução da Yamaha na MotoGP para 2023: O time dos três diapasões teve de cair na realidade na temporada deste ano da classe rainha do motociclismo. Por mais que Fabio Quartararo se esforçasse para levar a moto a mais um título, o equipamento ficou defasado perante a Ducati, e já não é de hoje que a marca nipônica enfrenta problemas de rendimento, em especial no motor, um problema que Valentino Rossi já levantava em suas últimas temporadas na escuderia. O título de 2021 aparentemente mascarou o problema da falta de potência, onde a agilidade da YZM-1 e o talento do piloto francês conseguiram equilibrar a disputa, mas também devido ao fato dos rivais demorarem mais para se acertarem nos boxes e na pista, o que ocorreu bem mais cedo este ano, e complicou a situação para piloto e escuderia, que sofreram a reviravolta na reta final, e não conseguiram reagir como precisavam. Logicamente, a Yamaha já está testando um novo propulsor para a temporada 2023, mas os resultados até agora, inicialmente animadores, de acordo com os primeiros testes, sofreram um tombo na sessão coletiva de Valência, onde os avanços esperados praticamente sumiram, motivando críticas de vice-campeão Quartararo quanto à evolução do equipamento. Vale lembrar que o piloto já se queixava da falta de potência no início do ano, prevendo que a concorrência havia avançado mais do que eles, e que guiar no limite seria expô-los a riscos em todas as provas. O time ainda busca descobrir o que aconteceu com o novo propulsor, que segundo eles, está 85% pronto para ser usado na temporada 2023, mas que agora precisa ser revisado para descobrir porque a melhoria de performance sumiu na pista valenciana. E eles já sabem que sem um motor melhor não terão como acompanhar os rivais, em especial a Ducati, que possui o motor mais potente do grid, o que lhes dá grande vantagem nas retas. Trabalhar eles estão trabalhando, mas será que estão acertando os pontos em que precisam? A conferir no próximo ano, até porque a Yamaha agora só terá a si mesma no grid, uma vez que seu time satélite, cansado do tratamento recebido da marca nipônica, vai competir com motos da Aprilia no ano que vem...

 

Equipe Williams: A temporada de 2022, com a estréia de um novo regulamento técnico, era vista como grande oportunidade por vários times para recuperarem sua competitividade diante dos resultados dos últimos anos. E a escuderia de Grove, que tem andado na rabeira do grid em quase todas as provas dos últimos anos, precisava ter aproveitado essa chance para tentar sair da última fila do grid. De início, pareceu que o carro deste ano até tinha algum potencial, mas conforme a temporada avançava, ficou patente que o time fundado por Frank Williams tão cedo parece que não vai deixar o fundo do grid. O único ponto positivo é que, se perdeu George Russell para a Mercedes, ganhou um piloto combativo na figura de Alex Albon, que pelo menos contrabalançou a falta de resultados de Nicholas Latifi, que se despediu do time, enfim, dando expectativa ao time de melhores dias em 2023. Só que, sem conseguir produzir um carro melhor, dificilmente a nova dupla de pilotos, contando agora também com o estadunidense Logan Sargeant, poderá mostrar resultados, a não ser em condições excepcionais, o que nem sempre dá certo também. Felizmente Frank Williams descansa em paz, e sua família retirou-se da administração da escuderia, agora sob comando do grupo Dorilton, que ainda vai precisar de um longo caminho para tentar restaurar a imagem da equipe como competitiva, sendo ainda um dos times mais vitoriosos e vencedores da história da F1-, glórias passadas que a cada dia parecem ainda mais difíceis de serem reeditadas. Mas, quem sabe ainda haja esperança de dias melhores...? Se vai ser em 2023, só esperando para ver...

 

 

 

EM BAIXA:

 

GP da China fora da F-1: O calendário de 2023 da categoria máxima do automobilismo já sofreu uma baixa, e bem óbvia, a etapa em Shanghai, na China, e o motivo são os rígidos protocolos vigentes no país em referência ao controle da Covid-19. O governo de Pequim continua impondo regras draconianas na contenção do coronavírus, apesar dos números baixos que a pandemia apresenta no país, se considerarmos confiáveis as estatísticas oficiais, claro. Mas, como o governo chinês vem cada vez mais se portando de maneira ditatorial, e a Covid-19 é ponto de honra para Xi Jimping impor seu poder no comando do novo mandato de governo, as regras de lockdown e isolamento continuam sendo implantadas a ferro e fogo, começando inclusive a motivar enormes reclamações na população atingida. Como a F-1 não tem garantias de que possa cumprir com o seu cronograma de atividades, caso alguma coisa saia errada, e há um calendário a ser cumprido, a corrida chinesa, de fora do calendário nos últimos dois anos, não voltará ao certame, pelo menos na temporada do ano que vem, que assim, ficará com 23 provas, um recorde para a categoria máxima do automobilismo. E, pelo menos, nesse caso, a FIA e a Liberty Media já se adiantam em anunciar que não haverá uma corrida substituta para a prova da China, o que aliviará um pouco as atividades dos profissionais, com uma corrida a menos para se disputar no ano que vem.

 

Mick Schumacher fora da F-1: E não deu para Mick seguir adiante na F-1. A Haas, cansada dos estragos causados pelo piloto alemão, além de outros problemas referentes à presença do piloto no time, tomou a decisão que todo mundo esperava, e dispensou o filho de Michael Schumacher do time para a temporada de 2023, substituindo-o por Nico Hulkenberg, que voltará a ser um piloto titular da F-1 depois das últimas temporadas, onde atuou como piloto substituto de pilotos que tiveram diagnóstico de Covid-19. Se é verdade que Mick melhorou durante a temporada, ainda assim seu desempenho ficou devendo, se comparado com o de Kevin Magnussem, que na sua volta à categoria, e ao time, mostrou excelente desempenho logo de cara. O apoio que a Ferrari deu ao jovem Schumacher não fez muita diferença, e agora Mick procura um novo lugar para tentar o seu futuro, podendo até ser piloto reserva da Mercedes. O sobrenome pode ter pesado, mas os acidentes que teve com o carro acabaram pesando ainda mais, especialmente em um momento onde a Haas ficou com seu orçamento desfalcado, após a demissão de Nikita Mazepin e perder o patrocínio russo da Uralkali por conta da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Mick já não era mais um novato, e a melhora de performance até aconteceu, mas os estragos dos acidentes foram demais para a escuderia, além de supostos problemas pessoais relacionados a Sabine Kehm, que cuida do jovem Mick, e estaria causando dissabores com o staff da escuderia. Mick é mais um caso entre tantos outros de filhos pilotos que não conseguiram alcançar o mesmo sucesso que seus pais, e certamente não será o último...

 

Daniel Ricciardo de volta à Red Bull: Sem vaga de titular para a temporada de 2023, o australiano acabou fazendo o que muitos não esperavam, que foi retornar para a Red Bull, na função de piloto reserva e de desenvolvimento. Curioso que Daniel deixou a escuderia dos energéticos ao fim de 2018, descontente com o tratamento cada vez mais descarado do time com relação a Max Verstappen, começando a deixa-lo de lado, apesar dos bons resultados que ele conseguia para o time. O australiano teve um começo discreto na Renault em 2019, mas em 2020 fez excelente temporada com o time, o que o credenciou a ir para a McLaren em 2021, onde poderia dar um passo adiante na recuperação do time em retornar às vitórias. Mas a permanência de Ricciardo em Woking acabou se revelando uma grande frustração, com o piloto não conseguindo mostrar no time o mesmo desempenho e talento que o credenciaram a ser um futuro campeão mundial, perdendo feio no duelo com Lando Norris, especialmente neste ano de 2022, onde o desempenho caiu ainda mais, e Daniel acabou tendo o seu contrato encerrado antes da hora. Sem melhores opções para seguir na F-1, e descartando tentar outras categorias, cogitou-se um ano sabático para o piloto, que agora, pelo menos, ainda se manterá ligado à F-1, mas numa função de apoio no próprio time de onde saiu descontente com o tratamento que estava recebendo, e apesar dos sorrisos no anúncio, certamente muito menos valorizado como era inicialmente. Se isso vai lhe render de fato uma nova chance como piloto titular na Red Bull, só o futuro dirá, ou talvez em outro time na F-1, quem sabe...

 

Mattia Binotto fora do Cargo de chefe da equipe Ferrari: De favorita à luta pelo título a derrotada na disputa em 2022, não demorou para começarem a pipocar os boatos de que Mattia Binotto seria demitido da posição de chefe da escuderia de Maranello, o que acabou sendo oficializado esta semana, como consequência óbvia da temporada do time italiano. Binotto desmentia que estaria deixando a função, e que de certa forma, seguiria prestigiado na equipe, correndo a versão de que sua demissão teria sido recusada pela chefia do Grupo Ferrari. Paralelamente, também correu boatos de que possíveis candidatos a substituir Binotto na posição teriam recusado sumariamente o convite para chefiar a escuderia, entre os quais Andreas Seidl e Franz Tost. Até Ross Brawn teria sido cogitado para o lugar, mas o inglês acaba de anunciar sua aposentadoria do esporte para se dedicar a família, e tendo já feito parte da cúpula ferrarista anos atrás, dificilmente iria rever sua decisão para aguentar o turbilhão de cobranças que existe em Maranello. Dos nomes cogitados, apenas Frederic Vasseur, que atualmente comanda a Alfa Romeo, não teria recusado a possibilidade de assumir a posição de Binotto na Ferrari, o que já diz muito sobre a importância, ou melhor, sobre as complicações, de se dirigir a escuderia italiana, que desde 2014 já tiveram, até o presente momento, quatro chefes diferentes. Não existe muita gente disposta a aceitar essa batata quente no momento, ao que parece, ainda mais depois das estripulias que vimos este ano, onde a Ferrari desandou a meio da temporada, perdendo quaisquer chances de lutar pelo título, ou até mesmo de dificultar a conquista da Red Bull, e sendo que em determinado momento, poderia até perder para a Mercedes no campeonato de construtores...

 

Sergio Pérez: O piloto mexicano terminou o ano na 3ª posição, em seu melhor campeonato, sem sombra de dúvidas, mas nem por isso com a sensação de forte derrota dentro da equipe Red Bull, que obviamente acabou priorizando Max Verstappen, como todos esperavam. Só que, nesse processo, o time austríaco voltou a deixar o carro mais nervoso, de modo que Sergio perdeu na evolução do equipamento, sem ter mais a mesma confiança no carro do início do ano, quando andava bem mais próximo do holandês. Isso acabou por minar parte do desempenho de Pérez, que não conseguiu se adaptar ao comportamento novo do carro, e passou a andar muito menos que o companheiro de equipe. A própria escuderia admitiu que mudou o desenvolvimento do carro, e que com isso, preferiu sacrificar o mexicano, então isso diminui parte da culpa de Pérez em não apresentar melhores resultados. Por outro lado, a performance do piloto também deixou a desejar, pois poderia ter conseguido algumas posições melhores, dada a performance dominante do RB18 como visto nas mãos de Max Verstappen, de modo que seu pedido de ajuda ao companheiro de equipe no Brasil, por mais que tenha atingido mais Max do que Pérez, não teria sido necessária, e ele poderia ter chegado ao vice-campeonato. Se faltou maior empenho do time, Pérez também não soube se ajudar como precisaria para questionar o time por sua derrota, e mesmo assim, ele perdeu o vice-campeonato por pouco para Charles LeClerc, o que mostra que, mesmo sem conseguir extrair do carro o que Verstappen consegue, ele poderia ter chegado lá, e se poupado de disparar a saraivada de críticas que fez após a etapa brasileira, que certamente desgastou sua relação não apenas com o time, mas também com Verstappen. Isso ainda não compromete a posição de Pérez na escuderia dos energéticos, mas já indica que ele pouco poderá aspirar por lá, e que precisará se virar sozinho em 2023 se quiser se garantir na F-1.

  

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