quinta-feira, 3 de novembro de 2022

FLYING LAPS – OUTUBRO DE 2022

            E já estamos no mês de novembro, com o ano de 2022 entrando em seu penúltimo mês, e nele, tendo o encerramento de vários dos campeonatos ainda em curso deste ano. E início de mês é hora de mais uma edição da sessão Flying Laps, relatando alguns acontecimentos do mundo da velocidade neste último mês de outubro, em especial a Formula-E, que teve algumas novidades interessantes a serem mencionadas e comentadas aqui. Então, uma boa leitura para todos, e até a próxima edição da Flying Laps no início do próximo mês, já em dezembro, no último mês de 2022...

Desfalque no grid da Formula-E na próxima temporada. A Techeetah, equipe que foi tricampeã na categoria dos carros elétricos, anunciou que não estará na competição em 2023. O time, que já vinha passando por dificuldades econômicas desde 2019, não conseguiu viabilizar a atração de patrocinadores que pudessem manter o time nas pistas no próximo ano. Outro baque da escuderia foi a debandada da DS, que mudou-se para a Dragon/Penske, que deixará de usar seu próprio trem de força para utilizar o equipamento da marca francesa, que nos últimos anos tinha a Techeetah como seu time oficial na F-E. A equipe foi campeã nas temporadas de 2017/2018 e 2018/2019, com o francês Jean-Éric Vergne, e na temporada 2019/2022 com o português Antonio Félix da Costa. O time também foi campeão de equipes nas temporadas de 2018/2019, e 2019/2020. Com 15 vitórias em 79 provas disputadas, o time é o segundo mais vitorioso da F-E, perdendo apenas para a e.Dams, com 17 vitórias. Mas mesmo todo esse sucesso não impediu que a escuderia enfrentasse problemas financeiros, e tivesse problemas para arregimentar novos patrocinadores, tanto que ao fim da temporada de 2021 o time liberou seus pilotos para procurarem outros times para competir, o que não foi possível devido às outras escuderias já estarem totalmente fechadas. Ainda assim, a Techeetah alinhou no grid da competição este ano, e Jean-Éric Vergne até chegou a disputar o título, ficando de fora na briga apenas na reta final da competição, e ainda conquistando mais um triunfo, com Antonio Félix da Costa na segunda prova da rodada dupla de Nova Iorque. O time terminou o ano na 3ª colocação entre as equipes. Jean-Éric Vergne foi o 4º colocado, enquanto Félix da Costa finalizou a temporada em 8º lugar. Com o fim da temporada, a dupla de pilotos do time já tem novos times para 2023. Jean-Éric Vergne assinou com a DS Dragon/Penske, que terá também o atual campeão da categoria, Stofell Vandoorne. Já Antonio Félix da Costa acertou com a Porsche, entrando no lugar de André Lotterer, que deixou a categoria para disputar com mais prioridade o Mundial de Endurance. A escuderia anunciou ter planos de tentar retornar à competição em 2024. Resta saber se irá conseguir...

 

 

A Formula-E anunciou outra mudança para a próxima temporada: em comum acordo com os times da categoria, o Fanboost, um recurso que dava ao torcedor a chance de dar uma “força” extra ao seu piloto escolhido, não existirá mais. O recurso estaria sendo banido por suspeitas na votação dos fãs, com o uso de robôs para a eleição dos pilotos, e até mesmo suspeitas de compras de votos, o que nunca foi devidamente provado. Mas, até mesmo para reforçar a disputa esportiva, o recurso foi extinto, e no próximo ano, para obter potência extra, só mesmo na ativação do Modo Ataque, quando os pilotos ganham um incremento de potência para utilizar durante as corridas. No Fanboost, os fãs escolhiam seus pilotos favoritos numa votação pela internet, e os mais bem qualificados ganhavam um reforço de potência que podiam utilizar na segunda metade das corridas, durante alguns segundos, o que podia ser útil na tentativa de cravar a volta mais rápida, e ganhar o ponto extra de bonificação, válido se o piloto terminasse a prova dentro dos dez primeiros lugares, ou mesmo se defender de uma tentativa de ultrapassagem, ou tentar a manobra.

 

 

E o Brasil finalmente fará sua estréia na categoria de carros monopostos 100% elétricos. E o palco será no Sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo, capital. O traçado, que ainda está sendo projetado, usará parte das instalações do Sambódromo e do pavilhão de exposições do Anhembi, que também foram utilizados anos atrás nas edições da corrida da Indycar realizada no local. Diferentemente da etapa da categoria de monopostos dos Estados Unidos, contudo, a F-E não deverá utilizar o trecho da marginal, com um desenho preliminar da pista indicando o uso da Avenida Olavo Fontoura, com uma expectativa de um traçado de cerca de 3 Km de extensão. O evento foi anunciado oficialmente neste mês de outubro, em uma reunião realizada na Prefeitura de São Paulo, que contou inclusive com a presença de Lucas Di Grassi e Sérgio Sette Câmara, os pilotos brasileiros no grid da categoria, e que revelaram estar muito felizes por enfim poderem competir em seu país, junto ao seu público e torcedores. O Brasil já chegou a figurar no calendário da competição alguns anos atrás, quando a categoria divulgou seu calendário para a temporada de 2018. Contudo, por problemas relacionados à privatização do complexo do Anhembi, o que acabou não ocorrendo, a prova acabou cancelada, e substituída por Punta Del Este, no Uruguai. A corrida, mais uma vez, chegou a ser proposta para a temporada de 2019, mas novamente, acabou cancelada. Mas agora, é pra valer, com os contratos assinados, e com a venda de ingressos já iniciada. A etapa brasileira será a sexta prova do calendário de 2023, e está programada para o dia 25 de março, conforme a atualização das datas da temporada divulgada pela direção da F-E.

 

 

Os ingressos para o ePrix de São Paulo estão disponíveis para compra no site da Eventim, e podem ser acessados no link https://www.eventim.com.br/event/abb-formula-e-2023-julius-baer-sao-paulo-e-prix-sambodromo-do-anhembi-15967792/, divididos por setores, com os preços começando em R$ 150, dependendo do setor, para idosos ou quem tem direito à meia-entrada. Os horários ainda não foram definidos, o que deve ocorrer mais à frente. Então, quem esperava a chance de ver uma prova da F-E ao vivo terá agora sua chance, e vale lembrar que a próxima temporada terá a estréia dos novos carros Gen3, que prometem ter muito mais potência e velocidade que o antecessor Gen2, aposentado ao fim da temporada deste ano. Aliás, a performance superior dos novos carros está sendo levada em consideração pela direção da categoria, em conjunto com os organizadores das demais etapas, de forma a promover mudanças nos circuitos para que os carros possam demonstrar toda essa performance. Como se trata de uma pista inédita no calendário da competição de carros elétricos, o desenho do traçado já estará levando esse critério em consideração, de forma a permitir que os carros demonstrem todo o seu potencial, para alegria do público, que até agora sempre fez inúmeras críticas devido à baixa velocidade de ponta desenvolvida pelos carros da F-E, em comparação com outras categorias. Os novos carros tem capacidade para chegarem perto dos 330 Km/h em reta, e devem começar a satisfazer esses torcedores mais exigentes, para os quais até hoje a F-E não merece ser levada a sério...

 

 

Com Nyck De Vries confirmado para correr pela Alpha Tauri na F-1 em 2023, a Maserati, que assumiu as operações da Venturi na F-E, precisou correr atrás de um novo piloto, já que o campeão da temporada de 2021 estava confirmado para formar dupla no time junto com Edoardo Mortara. A escolha caiu em Maxximilian Gunther, que neste ano defendeu o time da e.Dams/Nissan, ao lado de Sébastien Buemi. O piloto suíço mudou de time, indo para a Envision, e com a opção da e.Dams de competir em 2023 com uma dupla totalmente nova, Gunther ficou a pé na categoria dos carros monopostos elétricos, azar que acabou revertido agora em sua contratação pelo novo time da Maserati. A marca também anunciou a contratação de James Rossiter, que estava participando do programa de hipercarros da Peugeot no Mundial de Endurance, para ser o chefe do seu novo time na F-E. Rossiter, além do trabalho de piloto, já teve experiência como diretor esportivo na Techeetah na própria F-E, e agora irá se dedicar integralmente ao trabalho na escuderia oficial da Maserati na competição, que tem a ambição de chegar para ser uma das protagonistas.

 

 

O calendário da temporada 2023 da Formula-E confirmou a estréia de três novas pistas no calendário da competição. Além da corrida em São Paulo, aqui no Brasil, o certame também terá a estréia do ePrix da Cidade do Cabo, na África do Sul. A corrida será a 5ª etapa do calendário, e está marcada para ocorrer no dia 25 de fevereiro. A primeira nova pista do ano, entretanto, será na Índia, com o ePrix de Hyderabad. Há duas datas de etapas ainda pendentes de confirmação no calendário, marcadas para os dias 20 de maio, e 24 de junho. Em compensação, a etapa de Seul, na capital da Coréia do Sul, está fora do campeonato, pelo menos em 2023. O motivo são as reformas no Estádio Olímpico da cidade, local onde foi montado parte da pista da etapa, e que por isso mesmo, não poderá ser utilizada no ano que vem. A organização da F-E busca alternativas para substituir a etapa sul-coreana. O campeonato de 2023 terá início com o ePrix da Cidade do México, no dia 14 de janeiro. Depois de figurar por alguns anos no calendário da categoria, a etapa de Nova Iorque não consta na programação do calendário de 2023, mas com a saída de Seul, a etapa disputada no bairro nova-iorquino do Brooklyn poderia até voltar ao calendário como opção substituta. Outra etapa que ainda não foi validada é o ePrix de Vancouver, no Canadá, que deveria ter estreado este ano, mas foi adiado para o ano que vem, embora até o presente momento, a cidade canadense não figure no calendário da competição para a próxima temporada. Caso a etapa canadense realmente não vingue, a pista de Marrakesh, no Marrocos, sempre parece ser uma boa alternativa, já tendo servido de prova “backup” em alguns momentos, sendo um circuito bem aceito pelos integrantes da categoria. E, para a temporada de 2024, a categoria anunciou já ter firmado acordo para correr nada menos do que em Tóquio, no Japão, marcando a chegada da F-E à Terra do Sol Nascente, destino muito ansiado pela direção da categoria, que por enquanto, tem apenas a Nissan como representante nipônica no grid. Ainda serão definidos os locais e possível traçado da prova na capital japonesa, o que deve demorar bastante, já que a corrida estreará apenas em 2024. A estréia de uma etapa da F-E nas ruas da capital nipônica podem incentivar outros grupos do país a tentar a sorte na competição, e procurar rivalizar com a Nissan. Toyota e Honda seriam os nomes mais disputados, lembrando que ambos já tem expertise com motores híbridos, sendo que a Toyota é campeã no Mundial de Endurance, onde seu protótipo na classe dos hipercarros utiliza um motor turbo híbrido com sistema elétrico. Já a Honda também tem sua tecnologia híbrida, desenvolvida na F-1, tendo conquistado os títulos de pilotos e de construtores deste ano junto com a Red Bull. Embora não tenham planos oficiais para a F-E, as duas marcas acompanham com atenção o desenvolvimento da categoria, e nada impede que elas resolvam fazer parte do grid, uma vez que a F-E ainda tem mais montadoras presentes do que a F-1, algo que não pode ser ignorado. BMW, Mercedes e Audi deixaram o certame, mas a Maserati vem aí na próxima temporada, e ainda há vagas que podem ser preenchidas no grid por novos times, que podem atrair também novos participantes.

 

 

O grid da F-E para a temporada de 2023 está quase completo. Falta apenas a McLaren definir quem será o seu segundo piloto, já tendo confirmado René Rast para sua temporada de estréia no certame dos carros monopostos 100% elétricos. Com a saída da Techeetah, o grid perdeu duas vagas, e portanto, teremos apenas 22 carros no grid no próximo ano. A McLaren assumiu as operações do time da Mercedes, que foi campeão nas últimas duas temporadas, e já tinha anunciado sua saída da categoria ao fim da temporada desde ano. Ao menos, mais um time saindo do grid, que rebaixaria o número de competidores para apenas 20, mas que felizmente será de 22, uma vez que a McLaren, que já tinha interesse de entrar na competição, adquiriu o time alemão. 

Nenhum comentário: